Ex-capitão do Bope é principal suspeito de matar Marielle, diz The Intercept

Seis testemunhas citam ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais no inquérito que a Justiça proibiu que a Rede Globo divulgasse
 
Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Um ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), expulso da Polícia Militar por envolvimento com a máfia do jogo do bicho, é o principal suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes.  
 
A informação é da reportagem de Sérgio Ramalho, The Intercept Brasil, a partir do acesso ao inquérito que a Justiça proibiu que a Rede Globo divulgasse. O documento contém o depoimento de, pelo menos, seis testemunhas que citam o ex-policial, líder de um grupo paramilitar com outros dois ex-caveiras. Juntos, passaram a trabalhar como mercenários de bicheiros e políticos. O jornal decidiu não divulgar os nomes, por considerar que poderia atrapalhar as investigações. 
 
O cabeça do grupo, e principal autor do crime, começou a vida na segurança pública ingressando no centro de formação de oficiais da Polícia Militar, a Academia Dom João VI. Posteriormente foi para o Bope, provavelmente, de onde foi recrutado por bicheiros, uma prática comum da contravenção. Apesar dessa ligação, a Divisão de Homicídios acha improvável o envolvimento de bicheiros no crime contra Marielle e Anderson. 
 
Outros indícios que apontam para o ex-capitão do Bope foi uma linha de investigações da DH em cima de casos onde o policial foi indicado como principal suspeito, entre eles estão as mortes de dois ex-sargentos da PM: Geraldo Antônio Pereira e Marcos Vieira de Souza – o Falcon, ex-presidente da escola de samba Portela e, à época, candidato a vereador.
 
Os dois foram executados em maio e setembro de 2016, respectivamente, e também eram investigados por envolvimento com milícias e jogo do bicho. 
 
As testemunhas ouvidas pela DH nessas mortes apontam para um grupo homens que deixaram rastros semelhantes aos da morte de Marielle: veículos com placas clonadas, encapuzados e portando fuzis.
 
Quando se concentraram na área onde o grupo foi visto, chegaram até a região de Itanhangá, onde o ex-capitão lidera seu grupo de mercenários. “Depois de rodarem a zona atrás de câmeras de segurança, eles conseguiram finalmente imagens do Chevrolet Cobalt usado pelos matadores da vereadora e de seu motorista. O carro foi abastecido em um posto de gasolina na área, na véspera do crime”, escreve a reportagem. 
 
Um dos principais suspeitos de ser o mandante da morte de Marielle é o vereador Marcello Siciliano (PHS), que teve o pedido de quebra dos sigilos bancário, telefônico solicitado pelo Ministério Público. 
 
Segundo testemunhas, de outro inquérito aberto para investigar Siciliano, Marielle teria atrapalhado transações imobiliárias do político em áreas dominadas por grupos paramilitares. Siciliano nega ser o mandante do crime e já depôs várias vezes.
 
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), mentor de Marielle na política, fez declarações pondo em questão a grilagem de terras como possível motivação para o assassinato da vereadora.
 
“Eu não vejo a possibilidade da morte da Marielle ter algum vínculo em relação ao nosso trabalho com as milícias (…) Se o secretário diz que a motivação é a questão fundiária ou é a questão das milícias, esta frase tem que ser acompanhada de provas”, afirmou em dezembro. Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui. 
 
Redação

3 Comentários

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  1. #

    Eu não consigo entender…

    Esses policiais criminosos, todos truculentos e acostumados com o perigo, em vez de matar bandidos covardes e assassinos, não, vão matar uma moça doce e meiga que só queria o bem da humanidade. É revoltante.

     

  2. há que aprofundar….
    por que

    há que aprofundar….

    por que os interventores sabiam e não sivulgaram nada sobre esse caso?

    li também que a ficha do queiróz napm é de lascar- dez mortes por causa da tal da resistencia;.

     

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