Acadêmicos lançam carta contra os ataques à soberania digital promovidos por big techs e X

Países democráticos que buscam independência da dominação das Big Techs correm o risco de sofrerem interrupções em suas democracias

Brazilian supreme court justice Alexandre de Moraes took the unprecedented decision to shut down Elon Musk’s X social media platform. Photograph: Andre M Chang/ZUMA Press Wire/Rex/Shutterstock

Um grupo de acadêmicos divulgou, nesta quinta-feira (19), uma carta pública contra o ataque das big techs à soberania digital do país, em que demonstram preocupação com as tentativas de minar a autonomia tecnológica do Brasil. 

Os ataques do bilionário Elon Musk é, segundo os signatários, “o mais recente exemplo de um esforço mais amplo para restringir a capacidade das nações soberanas de definir uma agenda de desenvolvimento digital livre do controle de megacorporações sediadas nos Estados Unidos”.

O grupo relembrou que a suspensão do X, rede social de Elon Musk, foi resultado de descumprimentos de decisões judiciais. 

“O caso brasileiro tornou-se o principal front no conflito global em evolução entre as corporações digitais e aqueles que buscam construir um cenário digital democrático e centrado nas pessoas, focado no desenvolvimento social e econômico”, continua o texto.

Porém, o banimento do X e o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a intenção de buscar a independência digital do Brasil, inflaram aliados das big techs dentro e fora do país. 

E, mais que isso: o conflito entre a nação e uma gigante da tecnologia evidenciou que países democráticos que “buscam independência da dominação das Big Tech correm o risco de sofrerem interrupções em suas democracias” a partir do apoio das big techs aos partidos de extrema-direita. 

Por isso, os acadêmicos pedem apoio à busca pela soberania digital brasileira, além de suporte da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros governos ao redor do mundo, pela regulamentação transnacional de ecossistemas digitais que coloquem pessoas e o planeta à frente dos lucros. 

Leia a carta na íntegra:

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