A década que viu nascer a Inteligência Articial mostrou como uma tragédia ambiental de amplas proporções pode receber ajuda das novas tecnologias. É o que estamos vendo no Rio Grande do Sul, que sofre a pior catástrofe ambiental de sua história, e iniciativas tecnológicas vêm colaborando para minimizar os danos e apoiar as vítimas.
São dezenas, senão centenas, de mobilizações digitais para assessorar no resgate, acolhimento, acompanhamento da tragédia e identificação das pessoas isoladas, ainda à espera de resgate e familiares – e seus animais de estimação – perdidos ou separados em abrigos.
O que elas têm em comum é que essas iniciativas usam como base a criação de gigantescos bancos de dados. Além de dezenas de contas no instagram e outras redes sociais, onde se anunciam as pessoas e animais, algumas dessas iniciativas já usam avançadas tecnologias de Inteligência Artificial para agilizar os socorros.
Tecnologia para resgate de pessoas
Assim surgiu o aplicativo SOS RS. Criado no dia 4 de maio, por professores da universidade gaúcha UniRitter, o aplicativo traz um mapa com a geolocalização das famílias que precisam de resgate. O aplicativo é alimentado pelas próprias vítimas e testemunhas e, assim, é atualizado em tempo real.
Nos cinco primeiros dias, o SOS RS recebeu o cadastro de 23,8 mil pessoas e foram registrados mais de 2.200 pedidos de resgate. Deste total, cerca de metade (11,6 mil pessoas) registraram no aplicativo que estavam a salvo.
O aplicativo cruza informações dos pedidos de socorro com as pessoas que se cadastraram como voluntários de resgate. Estes voluntários recebem o acesso ao aplicativo com os mapas de onde os pedidos estão sendo feitos. A ferramenta também possibilita a criação de rotas de salvamento. Além disso, os pedidos de salvamento são compartilhados com as equipes resgatistas da Defesa Civil, Bombeiros e Exército.
Os pesquisadores também solicitam que, uma vez finalizado o resgate, as pessoas confirmem a informação no aplicativo, para a correta atualização.
IA para encontrar donos de pets
Outra recente ferramenta, lançada nesta semana, também é um extenso banco de dados dos animais de estimação que estão sem seus donos, em abrigos ou encontrados sozinhos e que foram resgatados.
É o site petsrs.com.br, que à diferença das já existentes páginas nas redes sociais com as fotos dos animais perdidos, detém um adicional tecnológico: por meio de inteligência artificial, a página reconhece o animal dentro desse banco de dados, a partir de fotos enviadas e características informadas pelos tutores.
“Com uma equipe de voluntários, a gente cataloga todos os animais, tira foto, coloca características e usando a Inteligência Artificial, a gente vai cruzar os animais que estão no catálogo com o formulário que as pessoas vão enviar de quem perdeu os seus bichinhos e promover o encontro de tutor e animal”, explicou um dos criadores da plataforma, Gustavo Furtado, em suas redes sociais.
A tecnologia utilizada é da empresa Monday. Imediatamente ao lançamento da iniciativa, em menos de dois dias, a página recebeu mais de 2 mil registros de tutores buscando seus animais e convocou a iniciativa voluntária para auxiliar nas fotos e organização dos dados dentro da plataforma.
A petsrs.com.br também recebeu o apoio de empresas e representantes de todo o estado. “Nessa união de forças, a gente tem diversas frentes para organizar as bases de dados, a gente ganhou um reforço importantíssimo da PetLove, que está nos fornecendo um modelo mais robusto de Inteligência Artificial, eles trouxeram a força deles, força de processamento, de servidores, e estão nos auxiliando”, anunciou Furtado.
Outras páginas foram criadas para reunir base de dados dos pedidos de ajuda. O Pet Mapa mostra, com geolocalização, animais perdidos e onde estavam pela última vez, com 3 mil animais desaparecidos registrados. A Resgates Poa, no Instagram, mobilizou centenas de movimentos sociais de voluntariado para ajudar nos salvamentos.
Outra delas é a Busca Resgatados, que compilou 70 mil registros de pessoas que mostram que estão em abrigos e foram retiradas de locais de risco. Da mesma maneira, a Tô Salvo registrou mais de 40 mil pessoas resgatadas, mas que estão sem contato com familiares e amigos e precisam se reencontrar. A iniciativa inspirou outras duas similares: Pessoa Perdida e Estou Salvo Rio Grande do Sul.
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É preciso tomar cuidado com essas tecnologias. Existem buracos negros, ou seja, grupos de pessoas que não usam smartphones, internet, nem produzem dados abundates. Elas, entretanto, ficariam muito mais vulneráveis se o Estado concentrar seus esforços em salvar pessoas “datificadas”.
Nassif é sensacional, que homem inteligente, um iluminado, parabénns NASSIF, te admiro muito mesmo, o LULA deveria ouvi-lo sempre!