Programa do Jô vai acabar no final deste ano

Jornal GGN – O programa de Jô Soares, um dos principais apresentadores da TV brasileira, vai acabar no final deste ano. A decisão foi anunciada em uma reunião da cúpula da TV Globo na última quinta-feira (18). De acordo com o próprio apresentador, o encerramento estava combinado há dois anos, desde a renovação do contrato. “São 28 de programa de entrevista. Foi um belo caminho”, disse.

Jô Soares não pensa em se aposentar, mas seu futuro ainda não foi discutido. No lugar de seu programa, a Globo trabalha em um  talk show de Marcelo Adnet. Jô apresenta programas de entrevistas desde 1988, na SBT, e está na Globo desde o ano 2000.

Do UOL

Programa do Jô acaba no final deste ano: ‘Foi um belo caminho’, diz
 
Daniel Castro

Principal talk show da história da TV brasileira, o programa de Jô Soares vai acabar no final deste ano. A temporada que estreia em 28 de março será a última. A decisão foi anunciada na última quinta-feira (18) em reunião da cúpula da Globo com diretores da área artística e autores de novelas. Quem deu a notícia foi Ricardo Waddington, diretor de gênero responsável por atrações como o Amor & Sexo, Domingão do Faustão e Altas Horas _além do próprio Jô.

Jô confirma a informação. “Já estava combinado havia dois anos, desde que eu renovei contrato”, diz. Segundo o apresentador, reuniões nas próximas semanas deverão esboçar como será a despedida da atração. “São 28 anos de programa de entrevista. Foi um belo caminho”, constata.   

O futuro do apresentador e humorista ainda não foi discutido. Jô Soares tem contrato com a Globo até o final deste ano e pode renová-lo mesmo com o fim de seu talk show. Aos 78 anos, ele não pensa em se aposentar. “Claro que não vou parar de trabalhar, mas ainda é muito cedo para saber o que vou fazer”, adianta.

O fim do Programa do Jô não chega a ser uma surpresa. Desde o primeiro semestre do ano passado, a emissora já trabalha em um projeto para substituí-lo, um talk show de Marcelo Adnet. A atração deve estrear no segundo semestre em edições semanais, na chamada terceira faixa de shows da emissora  (antes do Jornal da Globo). No ano que vem, deve ocupar a vaga do Jô (ou dividi-la com outro programa). O programa de Adnet terá banda, esquetes e sofá, mas receberá apenas um convidado por edição. Um piloto foi gravado com o ator Mateus Solano.

A direção da Globo vem se preocupando com o Programa do Jô desde 2014, quando o talk show passou a ter a concorrência de Danilo Gentili no SBT e a sofrer derrotas eventuais no Ibope. Naquele ano, uma pneumonia afastou Jô do programa durante cinco semanas. Jô voltou mais frágil, sem o vigor de antes no comando das entrevistas, avaliam fontes na emissora.

Mesmo assim, no final de 2014 a Globo renovou contrato com o apresentador por mais duas temporadas. Seu talk show voltou ao ar em 2015 levemente reformulado. O sexteto de músicos virou quarteto e o auditório encolheu.

Jô Soares atua na televisão desde o final dos anos 1950. No começo da década de 1960, trabalhou como produtor do primeiro talk show brasileiro, comandado por Silveira Sampaio. Em 1970, após o sucesso no humorístico Família Trapo, na Record, foi contratado pela Globo. Durante cinco meses, em 1973, apresentou seu primeiro talk show, o Globo Gente. O projeto não vingou, mas Jô não abandonou o sonho. Em 1987, após comandar programas de humor bem-sucedidos na Globo, foi contratado pelo SBT, onde, a partir de 1988, tocou o Jô Soares Onze e Meia, com o mesmo formato do Programa do Jô, que apresenta na Globo desde 2000. 

 

Redação

10 Comentários

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  1. E a concorrência, não vai reagir?

    Quando surgiu a notícia do fim do Programa do Jô, de certa forma um fim anunciado, uma vez que no ano passado o programa já sofreu uma redução no tempo, no auditório e no conjunto musical, não há como não especular: qual será a atitude da maior concorrente da emissora do Jardim Botânico?

    Abriu-se uma oportunidade de ouro para a emissora do Bispo, uma vez que Jô Soares já deixou claro que não pretende parar. E aí vamos lembrar das posturas políticas diferenciadas do apresentador dentro da Globo quando do início pela campanha do impeachment de Dilma, da crítica ao candidato Aécio, da entrevista com Dilma e das inúmeras vezes que Jô discordou das “meninas do Jô” naquilo que ele chama de debate político quando as reúne no seu programa.

    Se há aí uma oportunidade de abocanhar uma estrela para a Rede Record, há também uma oportunidade de ouro para Jô Soares inaugurar uma nova etapa na sua carreira de entrevistador, partindo para um talk show em que o debate político seja realmente democrático e aberto a todos os atores do cenário político. Um debate onde realmente se faça o confronto de idéias, um autêntico pinga fogo, com tempo suficiente para ambos os lados colocarem suas posições.

    A TV brasileira carece de um espaço assim, onde se possa discutir política sem censura, sem parcialidades, sem distorções, sem manipulações. Um espaço onde quem tem idéias e sabe debater tenha oportunidade de se apresentar. Isso é, no atual momento político do país, uma receita de sucesso de audiência, porque vai gerar polêmica e vai inflamar a audiência. Não sou especialista em TV nem em comunicação de massa, mas será que os entendidos no assunto nunca pensaram nisso?

    1. Espaço Público.

      “A TV brasileira carece de um espaço assim, onde se possa discutir política sem censura, sem parcialidades, sem distorções, sem manipulações.”

      A antiga TVE do Rio de Janeiro tinha um programa nessa linha. Chamava-se ESPAÇO PÚBLICO – não confundir com a versão atual. A apresentadora era a Lúcia Leme.

      Em 2008, menos de um ano após a emissora ter sido encampada pela TV BRASIL, a Tereza Cruvinel  – na época, presidenta da EBC – tirou o programa do ar.

      Confira o artigo abaixo, publicado no Observatório da Imprensa.

      http://observatoriodaimprensa.com.br/caderno-da-cidadania/razoes-obscuras-para-o-fim-do-programa/

  2. A Postura do Jô antes de

    A Postura do Jô antes de transferir seu programa para globo, além de ser totamente diferente, era bem melhor, agora que os coxas vão ficar tristes isso vai, apesar de alguns posicionamentos dele contrariar a Globo, na sua maiora sempre fez política para os interesses da globo

  3. Na boa, o programa do Jô já

    Na boa, o programa do Jô já deu !

    Como manter a audiência entrevistando atores/atrizes globais sem nenhuma expressão, cheios de caras e bocas ?

    Quem, a não ser coxinha, aguenta as meninas do Jô ?

    O programa do Jô, perdia em audiência para o programa “Fala que eu te escuto” da Record.

    O programa do Jô já deu, já cumpriu o seu papel, por isso foi jogado para o horário da madrugada.

    1. As tais das “meninas”, de

      As tais das “meninas”, de acordo com praticamente todos os comentarios aqui, foram uma burrada tremenda de Jo.

      No entanto, nao se joga pela janela alguem que pode entrevistar em varias linguas, com 28 anos de experiencia, cultissimo alem da imaginacao, e que esta na frente dos brasileiros desde o fim dos anos 60!  Eh impossivel que ele nao tenha mais um monte de projetos, mesmo considerando sua vasta ancianidade (inventei outra palavra) de 78 anos.  Na minha modesta e umirde ancienidade de 55, ainda acho que ele pode arrebentar com o projeto certo.  E NAO vai ser na rede golpe.

      Nao foi Elza Soares aos 79 anos que fez o melhor album brasileiro do ano passado?  (God bless her and her crew!)

  4. TARDE

    Jô, bom comediante, entrevistador de altos e baixos – e de magros e de gordos também -, contribuiu para o panorama que hoje, daqui por debaixo da ponte, daqui de cima da laje, se consegue ver, no Brasil. 

    Se o nevoeiro permitir. 

    E o cenário nacional tem alentos e desalentos. 

    Jô, bom artista, peixe antigo que é desse aquário televisivo, em crise de oxigenação, embalou-os, a ambos. Defendeu as dietas mas não o regime, terçou armas contra a lipofobia, na época dando seus primeiros passos. Foi agregado da Família Trapo, e foi, em boa parte pela pena do genial  Max Nunes, notável criador de tipos; e de tipos, de bordões, igualmente.

    Fez época. E seguiu fazendo, importando, sem ajustes de maior peso (ah, as dietas … ) – copiando, diria – Davids, Lettermans & Sons, fosse necessário. Se fruto de coragem ou se assunção da inevitabilidade da cópia como modelo cultural (não só cultural, é claro!), o que, é preciso reconhecer, coragem também requer, isso fica para outra.

    Não digo que tenha jogado para os dois lados, cara, coroa por deferência ideológica. Jô me sugere alguém de cepa menos venal do que o algo assustador quadro fixo “As Meninas do Jô” insinua como possibilidade real.

    Ser da Globo tem peso. E peso que não se cura com dietas. Espero que o algo repaginado artista sacuda a poeira. Apesar de saber difícil. Os donos das vozes são e não são as vozes dos donos (Obrigado, Chico Buarque!).

    Contudo, um sectarismo leve – de algibeira – me faz companhia, seguirei sem vê-lo. É que o cheiro de classe média leva-me ao do ralo (Mutarelli). E isso é particularmente difícil aceitar. 

    Boa sorte para ele no novo (velho) canal. Boa sorte a todos, Vamos precisar. 

     

      

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