Trabalho

Estudo prevê que Brasil terá a pior taxa de desemprego da América Latina em 2022

A agência de classificação de risco Austin Rating publicou recentemente um levantamento com as projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a economia global, o qual trouxe más notícias para o Brasil: o estudo aponta o Brasil como um dos países com maior taxa de desemprego durante este ano de 2022.

Na lista, que contém estimativas sobre 102 países estudados, o Brasil aparece na nona posição entre os que devem ter maior índice de desemprego este ano, com uma taxa de 13,7%. À nossa frente aparecem, pela ordem: África do Sul, Sudão, Palestina, Armênia, Geórgia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia do Norte e Bahamas.

Essa estimativa não está distante da taxa de desemprego no Brasil em 2021 registrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi de 13,2%, o 16º pior índice entre os 102 países estudados, e uma piora com relação ao ano de 2020, quando o Brasil estava na 22ª posição – também em um levantamento realizado pela Austin Rating, baseado na medição do IBGE sobre aquele ano, que foi de um desemprego de 13,8%.

Entre os países da América Latina, o Brasil é o que tem a pior posição no ranking, mas não muito à frente da Costa Rica, que está em 10º lugar, com 13,4% de desemprego estimado para este ano.

Entre os outros latinos citados na lista, apenas a Colômbia está mais ou menos próxima: 13º lugar, com 11,9% de desemprego estimado. Depois aparece o Panamá (24º, com 9,7%) e a Argentina (28º, com 9,2%) e o Chile (44º, com 7%).

O Brasil também é um dos 22 países cuja projeção do índice de desemprego para 2022 tem dois dígitos, o que é bastante mais eloquente quando se compara com as médias de blocos de países envolvidos no estudo, todos eles abaixo dessa casa dos dois dígitos: a média mundial de desemprego para este ano está calculada em 7,7%, a média do G20 deverá ser de 8% e a dos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) seria de 8,2%.

Esta última estatística, relacionada aos BRICS, não é incrementada somente pelo Brasil mas também pela África do Sul, que lidera o ranking com uma taxa de desemprego estimada para 2022 de 35,2%. Entre os outros países do bloco, a Rússia prevê um desemprego de 9,3% (27º lugar no ranking) e a China terá 3,7% (85º lugar no ranking).

Em entrevista ao G1 – em matéria de Darlan Alvarenga –, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, que coordenou o levantamento, disse que “ainda que a estatística tenha algum ajuste, a realidade não se muda. (A posição do Brasil) ainda será lamentável (…) Quando a gente pega aqueles países que são diretamente comparáveis com o Brasil, como Grécia, Peru e até a própria Argentina todos esses têm uma perspectiva melhor”.

Leia também:

Desemprego no Brasil em 2022 não terá recuperação e informalidade aumenta, diz OIT

A busca da solução para o desemprego, ou o direito ao emprego em debate

Os bastidores do nível de desemprego no Brasil, por Thulio Benvenuti Antunes

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

View Comments

  • Mais do que a taxa do desemprego, é muito mais lamentável a falta de qualidade nos empregos que vão sendo gerados. Apesar do acúmulo de cursos profissionalizantes por parte das pessoas, procurando tornar atraentes os currículos, as ofertas encontradas deixam a desejar. São consequência dos investimentos e isso coloca o País cada vez menos atrativo. A falta de dinamismo econômico, somado ao baixo crescimento ao longo dos anos, diminui o interesse por investimentos. O desemprego reduz ainda mais a atratividade do País, por comprometer a geração de renda. Sem falar de outros fatores que desimpulsionam investimentos. Há uma necessidade de enfrentar todo esse conjunto de coisas que atrapalham o desenvolvimento do País. A escada do desenvolvimento não é rolante, sem escalar os degraus ninguém sai do lugar.

Recent Posts

Moody’s muda perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil

Agência coloca prognóstico em patamar positivo; caso mudança de nota de crédito se confirme, país…

8 horas ago

“Cuidar da floresta é mais rentável que derrubar árvores”, afirma Lula

Presidente fala sobre temas que interessam ao Brasil e ao Japão às vésperas da visita…

8 horas ago

Presidente Lula sanciona mudanças na tabela do Imposto de Renda

Isenção tributária chega a quem recebe até dois salários mínimos no mês; em SP, presidente…

9 horas ago

Estratégia federal vai aumentar uso da bactéria wolbachia contra a dengue

Soltura de mosquitos infectados está programada para ocorrer em julho; objetivo é reduzir casos a…

10 horas ago

Sindicatos seguem em luta contra privatização da Sabesp

Vereadores discutem mudar legislação para que capital paulista seja inclusa no plano de venda da…

10 horas ago

Em defesa prévia, Moro diz que CNJ está gastando “dinheiro público inutilmente” para investigar seus abusos

Trabalho da Corregedoria do CNJ pode abrir caminho para ação na esfera penal contra o…

10 horas ago