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Garis fazem ato contra demissões em frente à Comlurb

Garis que estão em greve por melhores condições de trabalho farão um ato hoje (5) em frente à sede da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), na zona norte do Rio. Os manifestantes pretendem ser recebidos pela presidência da Comlurb, para reivindicar a permanência dos 300 garis que foram demitidos.

A greve dos garis começou no sábado (1º), provocando um acúmulo de lixo durante o carnaval. Hoje, o problema continua em várias partes da cidade, inclusive no centro, onde o lixo deixado por foliões e ambulantes ocupa as calçadas e os cantos de algumas avenidas. Em bairros onde houve grande concentração de foliões, como Ipanema, a Glória e a Lapa, o mau cheiro e os resíduos deixados continuam.

A Comlurb firmou acordo com o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio que eleva o piso salarial em 9%, para R$ 874,79. Como têm direito ao adicional de insalubridade, a remuneração dos garis chega a R$ 1.224,70. Os grevistas, no entanto, discordam desse valor e pedem um piso de cerca de R$ 1,2 mil.

O grupo contrário ao acordo diz que a assinatura ocorreu sem consulta à categoria. Dez representantes dos grevistas participaram da reunião em que o acordo foi assinado, mas, segundo eles, a proposta foi recusada quando levada aos manifestantes que aguardavam do lado de fora e isso não foi levado em conta.  Diante da continuidade da greve, a Comlurb anunciou então a demissão de 300 garis que não começaram a trabalhar às 19h de segunda.

O acordo assinado estipula mais 1,68% no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal, bônus de 100% na hora extra para quem trabalhar aos domingos e feriados, mantendo o direito à folga, como já é previsto em lei; plano odontológico, ampliação do prêmio do seguro de vida de R$ 6,3 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$ 12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de resultados, possibilitando o décimo quarto e o décimo quinto salários.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Tenho um respeito enorme por

    Tenho um respeito enorme por esta categoria profissional.

    Não os considero..."lixeiros". Considero-os os GUARDIÕES DA SAÚDE DAS CIDADES, E CIDADÃOS.

    Sem êles, retornamos à idade média.

    Mas...contudo...todavia...porém...

    A greve foi considerada ilegal, e sabemos das consequencias disso.  Tornaram a medida errada, de CONFRONTAR A SOCIEDADE, E PERDERAM O APOIO DELA.

    A greve SEERIA APOIADA PELA SOCIEDADE ( JÁ HOUVE CASO ANTERIOR), MAS NÃO DURANTE O CARNAVAL..

    "JUSTA CAUSA". Alguém devia ter mais juizo, no movimento e aguardar a HORA CERTA.

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