O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou, na última sexta-feira (26), que 3.190 trabalhadores foram resgatados de situação semelhante à escravidão em 2023, o maior número registrado nos últimos 14 anos. Ao longo do último ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu 255 operações de combate ao trabalho escravo, além de garantir R$ 9,7 milhões em indenizações por dano moral coletivo.
O órgão também firmou 218 ajustes de conduta e ajuizou 19 ações civis públicas. Os estados com maior número de resgatados foram Goiás (739), Minas Gerais (651) e São Paulo (392), onde os trabalhadores atuavam, majoritariamente, com cultivo de café e cana-de-açúcar.
“O número recorde de trabalhadores resgatados demonstra a necessidade de maior reflexão sobre o problema pela sociedade e pelas instituições para que os esforços sejam ampliados no sentido de erradicar o trabalho em condições análogas à escravidão”, afirmou o coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) do MPT, Luciano Aragão.
Para a vice-coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), Tatiana Simonetti, o Estado tem de exigir das empresas líderes, que detém o poder econômico, “a adoção de medidas concretas para prevenir e coibir o trabalho escravo em seus fornecedores”.
Neste domingo (28), comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, criado em homenagem aos auditores-fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira, que foram assassinados em Unaí, no dia 28 de janeiro de 2004, quando investigavam denúncias de trabalho escravo em uma das fazendas de Norberto Mânica.
Para marcar a data, o MPT promoveu ações e campanhas de conscientização do combate ao trabalho escravo, com a distribuição de panfletos, realização de palestras e exibição do documentário Servidão, de Renato Barbieri.
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