Debate: Polícia Tem Que Ser Desmilitarizada

do Correio da Cidadania

Contra “democracia das chacinas”, movimentos sociais se articulam pela desmilitarização das polícias

Por Gabriel Brito

Após um período que não apenas trouxe de volta o fervor político como, talvez, seja o tempo de maior diversidade e pluralidade das manifestações públicas, o Brasil começa a conviver com os desdobramentos das grandes manifestações que eclodiram no país em junho. Ao invés de atos únicos e massivos, temos uma agenda quase impossível de ser acompanhada na íntegra, até pelos mais dispostos.

Na última semana, por exemplo, o país colocou sua lupa sobre os protestos dos professores em greve no Rio de Janeiro e também na Semana Nacional de Mobilização Indígena, realizada em Brasília, contando com uma grande articulação de etnias e movimentos indigenistas organizados, em um coro só na luta pelos seus direitos, fortemente assediados pela chamada bancada ruralista.

Aliás, os professores do Rio (um grande eixo da efervescência nacional) sentiram na pele a sinceridade dos recentes discursos de Eduardo Paes e Sérgio Cabral. Após ficarem acuados e despencarem nas avaliações populares, elogiaram os protestos e reivindicações. Porém, ansiosos pelo retorno da apatia, voltaram a desatar a sangria da repressão policial. Isso depois o governo estadual sancionar controversa lei que proíbe o uso de máscaras em atos políticos.

Se antes questionávamos nossa democracia, pela baixa participação popular, depois de tantos episódios de guerras travadas pelo Estado contra a população que vem se mobilizando, passamos a outro patamar da discussão: que democracia é essa em que as forças militares são tão livres pra praticarem arbitrariedades, barbaridades, fraudes, prisões abusivas e ilegais e toda sorte de violência, impunemente? Aliás, por que forças militares na rua, pra cima e pra baixo, mediando todo tipo de conflito social, como ocupações por moradia?

“Estamos num momento de celebração dos 25 anos da Constituição Federal, dita Constituição Cidadã, mas também de lembrança do massacre do Carandiru, do grande aumento da população carcerária (que triplicou nos últimos 10 anos) e de muitos crimes cometidos pela polícia. Além disso, vemos homenagens acintosas, como a que a Câmara Municipal de São Paulo concedeu à Rota”, disse Danilo Dara, membro do grupo das Mães de Maio, que reúne mães de jovens periféricos assassinados a esmo pela polícia, em seus confrontos sanguinários com o PCC em maio de 2006.

A fala de Danilo foi a abertura da coletiva de imprensa, realizada no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que marcou o início da “Semana Contra a Democracia dos Massacres”, numa série de atividades articulada por diversos movimentos sociais rotineiramente agredidos em seus direitos pelo Estado brasileiro e suas políticas, na área de segurança pública, como também voltadas aos mais diversos setores da administração estatal.

“Nós, todas as lideranças indígenas, discutimos e decidimos que não aceitamos mais essa situação. Nós também temos os nossos Amarildos, como o cacique Nísio Gomes e o professor Rolindo Veras, desaparecidos e assassinados pelo agronegócio. E a empresa de segurança que trabalha para os fazendeiros daquela região (cone sul do MS), a Gasper, é de um policial aposentado”, contou o cacique guarani Oriel Benitez, que depois da coletiva participaria do ato pelos direitos indígenas, realizado na Avenida Paulista.

Por falar em Amarildo, o pedreiro carioca cujo assassinato pela polícia, após mais de dois meses de cobranças públicas, finalmente foi admitido, seus parentes também eram esperados na coletiva, o que acabou não ocorrendo. De toda forma, estava lá a mãe de outra vítima da barbárie policial, cujo caso também ganhou notoriedade: dona Elvira Ferreira, mãe de Ricardo Ferreira Gama, funcionário da Unifesp assassinado após discutir na frente da universidade, por razões fúteis, com dois policiais, que por isso o espancaram ali mesmo.

“Eu escutei todos os tiros que mataram meu filho. Quando saí pra rua só vi ele caído, muito ensanguentado, logo vi que não dava pra salvar… Ele estava com uma das mãos pra trás, por sobre a cabeça… (chora) …aquela mão que eu gostava tanto de morder… (chora de novo)”.

Sem limites

Com o decorrer da coletiva, qualquer espectador se dá conta de que vivemos um incontestável Estado de Exceção. Com movimentos diversos reunidos, inclusive os periféricos, cada vez mais protagonistas da cena política, a série de histórias de crimes bárbaros cometidos por uma corporação que deveria estar a serviço do bem estar geral esmorece ou amedronta qualquer um. No entanto, ratifica como a pauta pela construção de outra segurança pública veio para ficar no debate.

Alessandra, moradora e liderança da favela do Moinho (que recebeu promessa de legalização na campanha à prefeitura de Haddad), deu outro depoimento impressionante. “O Moinho já tem 19 anos, antes era um cemitério clandestino da PM … (chora)… Eu já perdi um irmão (de 15 anos!) e um cunhado pra polícia, em 2003. Já apanhei e fui torturada por isso. E me escondo até hoje deles. Eles fazem o que querem da vida. Entram correndo lá dentro, assustam e derrubam crianças, mostram fuzis, dão cavalo de pau com suas viaturas… A outra testemunha dos assassinatos que presenciei já morreu, então, acabo levando vida de rato por causa disso, até hoje”, diz, antes de voltar a chorar e avisar que não conseguia falar mais nada.

Não há tempo de processar a história que visivelmente congelou os olhares dos presentes, pois o rosário de crimes brutais perpetrados pela trupe fardada do Estado não tem fim. “Nós fizemos um levantamento e vimos que entre junho de 2012 e janeiro de 2013 a polícia matou 118 jovens pobres e periféricos, quase sempre negros. Nós somos do Jardim Rosana (zona sul, região do Campo Limpo), onde a polícia começou o ano com uma chacina que matou sete meninos nossos. E posso dizer que não tem mais vida e alegria naquele bairro, a polícia acabou com a vida das pessoas”, disse o professor da rede pública Doracy Mariano, do Periferia Ativa.

Outra presença importante foi a do fotógrafo Sérgio Silva, cegado pelos tiros de borracha da polícia militar, na marcante repressão do dia 13 de junho, dia que marcou o ponto de viragem do movimento, colocando todo o país de manifesto, durante todo o resto do mês. Vale lembrar que naquela semana uma quantidade enorme de jornalistas foi vitimada pelas chamadas armas não letais, com diversos ferimentos, hospitalizações e prisões arbitrárias. A foto de capa da Folha, com o olho da jornalista Giuliana Vallone inchado por tiro de borracha, por sorte sem o mesmo resultado de Sergio, também segue em nossas retinas.

“É estranho, para mim, viver isso. Ontem estava exercendo minha profissão, de fotógrafo. Hoje estou do lado de cá das câmeras, dando entrevista, graças à violência do Estado. Agora, meu papel é cobrar o Estado sobre isso. A desmilitarização das polícias tem de chegar ao Congresso. E eu estarei sempre na luta pela regulamentação do uso das armas menos letais”, afirmou.

Dialogando com o próprio contexto da articulação ali organizada, fez uma sagaz observação: “essa semana marca os 25 anos de Constituição Federal e 21 anos de massacre do Carandiru. Alguma coisa está errada”.

Já ao final, a historiadora Ângela Mendes de Almeida, também partícipe da articulação e responsável pelo Observatório da Violência Policial, que há alguns anos coleta e organiza dados sobre a violência do braço armado do poder público, deu o toque final, fazendo a tradicional constatação de todos os estudos brasileiros dedicados à interpretação de tamanha brutalidade policial em tempos ditos democráticos.

“A impunidade dos crimes de hoje tem tudo a ver com a impunidade dos crimes da ditadura. Pra não falar da manutenção da lei de Anistia, pelo STF. E o governo não dá apoio algum para o assunto que colocamos aqui, como se vê também na Comissão da Verdade, largada. Porém, o que acontece neste momento do país é que as vítimas dessa barbárie começam a erigir, aparecer pra todos e também começam a se unir”, explicou.

Números sírios

Ao final, Danilo Dara forneceu alguns dados oficiais, que reforçam definitivamente a necessidade de se lutar por uma sociedade civil livre do arbítrio militar. “Com a recente atualização de dados feita pelo IPEA, está consolidado o número de 60 mil homicídios por ano no Brasil. Fazemos outros levantamentos também, de forma autônoma, mas ainda não chegamos a um outro número”.

Sobre desaparecidos, como Amarildo, uma categoria ainda a ser estudada de forma aprofundada, Danilo afirma que ainda é difícil oferecer um número firme, mas estima que sejam de 4 a 5 mil por ano no país. Este número, porém, pode estar altamente subestimado, uma vez que recente audiência pública na Assembleia Legislativa do RJ debatia o número de 6 mil, somente em 2012 – de acordo com o Instituto de Segurança Pública do RJ, são 50 mil casos entre 2003 e 2012.

Falta muito para alcançarmos uma sociedade com cidadania, dignidade e fraternidade ao alcance de todos, até porque a discussão não passa somente pelo militarismo das forças de segurança. De toda forma, o coro que ganha cada dia mais volume nas ruas parece indicar o destino: “vai acabar, vai acabar, a ditadura da polícia militar”.

Gabriel Brito é jornalista do Correio da Cidadania.

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8920:manchete061013&catid=34:manchete

Redação

24 Comentários

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  1. A ineficiência pode ser

    A ineficiência pode ser apontada logo na abordagem das origens das nossas polícias, onde elasr parecem estra preparadas para a guerra do que para o controle e repressão, situação bem demonstrada nas cenas recentes de um helicóptero policial na cidade do Rio de Janeiro metralhando todo um bairro na perseguição de três bandidos, enquanto a polícia civil se mostra ineficiente na sua responsabilidade de investigação do crime pelo modelo original de elucidação de crimes via confissão, ou depoimento de testemunhas, e não raro são observadas situações de violência e chantagem para se buscar a confissão ou a acusação mesmo que leviana.

    Essas condições acima deveriam ser a origem de qualquer debate sobre a ineficiência do nosso controle de criminalidade, e tentar deslocar este foco para prometer à sociedade a solução dos problemas via diminuição da maioridade penal, ou, e, pelo outro preferido pelo mainstream do discurso de que nossas penas são brandas.

    Resolvendo esses problemas de raiz se partiria para o segundo ponto, igualmente pouco difundido, das precárias condições como a falta de investimentos em contratação, capacitação e remuneração de policiais e peritos, bem como em infraestrutura nas delegacias, o que acarreta não só o despreparo dos policiais como também sobrecarga de procedimentos.

    O Ministério Público deveria no exercício do seu controle externo da Polícia apontar estas precárias condições para solucionar todos esses crônicos problemas. Mas, preferem reivindicar o aumento de pena!  

    Essa sensação de impunidade é clara e muito grande e isso estimula o cometimento de novos crimes, daí o aumento assustador deles.

    Um terceiro problema está na forma, onde não há integração entre delegados, promotores e a Justiça no andamento dos inquéritos, provocando um excesso de inquéritos devolvidos para novas investigações e muitos são mandados arquivar por irregularidades ou por estarem prescritos, situações que seriam evitadas se o trabalho fosse conjunto.

     

     

  2. Todas os níveis de governo são culpados

    O governo federal tem sido totalmente omisso.

    Os prefeitos poderiam participar das pressões para acabar com esse pavor, pois as vítimas vivem em municipios.

    Agora não dá para perdoar nenhum governador, nenhum, já que nenhum estado da federação iniciou o processo.

  3. Recordando 1988 – Constituinte “Cidadã”

    A desmilitarização das “forças de segurança ostensivas estaduais” (PMs), era um dos pontos da constituinte de 1988, preconizava-se em alguns circulos que esta medida seria um dos principais rompimentos, com o arcabouço de segurança publica herdado da ditadura militar – o que para qualquer pessoa, da época, seria uma medida lógica, afinal o prosseguimento da militarização da segurança publica, é incompativel com qualquer regime democrático.

    Alem de “não passar”, os constituintes de 88, inventaram outro absurdo, as Guardas Municipais, de origem apenas patrimoniais, mas que no decorrer do tempo, transformaram-se em sub-PMs ( inclusive em São Paulo, são treinadas nos mesmos moldes, e desde sua fundação, comandadas por ex-oficiais PMs). Por que não “passou” ?

    Algumas mentiras de tão faladas se tornam “verdades”, como esta: “As PMs são forças auxiliares das Forças Armadas regulares” – Papo-furadissimo, militarmente o valor das PMs tendem a ZERO, atrapalhariam a qualquer operação militar, são treinados de outra forma, possuem um nome errado – não são “policiais”, nem “militares”, estão em um meio-termo: não sabem o que são. Nem comento o problema, verificado a época, dos “inativos” e de como seria o pagamento deles. Mas o que fazer: Primeiro – retirar o adendo “militar” do nome, policia é policia.

    2. Desmilitarizar uma instituição é dificil, não impossivel quando necessário, e inicia-se (alem do nome) com a progressiva desihieraquização ( de soldado a Coronel), reduzindo-se os niveis de comando, e principalmente acomodar uma nova “disciplina”, “conduta” e “doutrina” – jogar fora os atuais manuais defasados em tempo e espaço.

    3. Treinamento: Hj. este topico em qualquer PM do país, é centrado no confronto, não na segurança ostensiva e SOCIAL, existe muita falta (inclusive nas Academias de Oficiais – 4 anos ), matérias referentes a sociologia (muito mal dada) e psicologia ativa ( tanto de comando, como de interação social).

    Não me estenderei mais, mas a sociedade necessita desta desmilitarização, e rapidamente, pois os novos conflitos sociais, manifestações e outras demandas, estão a exigir esta mudança – e infelizmente teremos que “trocar o pneu, com o carro andando”, sair do século XIX, para o século XXI.

  4. Teoria do Confronto e Contenção

    Desmilitarizando o aparato da segurança publica uniformizada ostensiva, o usual de confronto ( eliminar qualquer ameaça com utilização de força superior  e/ou intimidante – repressora ), pode evoluir, com treinamento prévio especifico e especializado, para ações ativas civilistas, onde a contenção prévia é a mais indicada. Temos exemplos claros na América Latina, referentes a contenção, combinada a trabalho de organizações sociais estatais, na Colombia.

    O que é uma ação civilista policial: Parte-se do pressuposto, que o que importa ,e é relevante ,seja a dimensão e os parametros da lei, basilar ,sem tergiversações na doutrina, pode ser até dificil compreender, mas quem comete algum crime, é um CIDADÃO – não importando a gravidade da infração penal – e é função de todo aparato de segurança publica, a garantia desta situação – portanto toda a ação que leve a confronto, doutrinariamente, para o aparato do Estado, é uma derrota, e esta compreensão deve ser extendida a toda a estrutura responsavel pela “segurança publica”, incluindo não apenas os orgãos controladores diretos ( PMs, policia, etc,,), mas inclusive as instancias do judiciario (MPs, TJs, Varas de Execução, etc..). 

    Chega de derrotas, policia utilizar fuzil é um absurdo, um projetil que não dá balistica e mata há mais de 1.000 metros, policia não é fuzil, bala de borracha, ou sair na “porrada”, policia, ou melhor dizendo, segurança publica e social, é inteligência – confronto é, novamente dizendo, DERROTA.

    Segurança Publica e Social, não depende, ou é correlata a um aparato militarizado e hierarquizado como uma tropa de confronto, deve “civilizar-se”, pois é parte da sociedade que a paga, e é parte dela, oriunda desta sociedade, a qual deve proteger.

    P.S.: Temos que acabar definitivamente com esta tese de confronto imediato, militar “nas coxas”, policia não combate inimigos, ela deve atuar contra CIDADÃOS em conflito com a lei – apreende-los, entrega-los a justiça, processa-los, em respeito a todos os processos legais – danem-se os que acham que a legislação pode ser leniente, pouco importa, é esta a lei, e deve ser acatada sem perguntas – confrontos, tiroteios, são a falencia – um ERRO – quem nunca esteve em uma ação deste porte ( quando vc. escuta o tiro do fuzil, que é supersonico, e vc. sabe que ficou vivo,  o projetil passou a 1,0 mt da sua cabeça), deve ser treinado não a revidar, mas a cumprir a lei

    Desmilitarização, JÁ – no treinamento, na doutrina, na hierarquia e na disciplina – Policia de Segurança Publica e Social, é uma instituição, completamente diferente, em atos, ações, e destino, do que seja uma Organização Militar Profissional.

    1. lendo, relendo e cada vez mais convicto da sua exatatidão…

      parabéns, junior50, pelo excelente comentário

       

      ah se outros pensassem como você

       

      certamente muitos já teriam sido afastados das suas funções, a começar pelo ministro da justiça

       

      parabéns mesmo

       

       

    2. Concordo junior.50. Em termos

      Concordo junior.50. Em termos teleológicos( se é que podemos expressar assim), a doutrina militar e policial são inteiramente divergentes. O fim último da ação militar é a vitória a qualquer custo. Nesse afã, a vida, o sofrimento, é apenas um meio, um detalhe. 

      A intervenção  policial, como bem inteligentemente deixastes entrever, por sua vez já é uma remediação, considerando que vai sanar, reparar, administrar, um insucesso, uma derrota do Estado. Nesse sentido, se exige do policial muito mais sensibilidade social e capacidade de tomar decisões solitariamente e não só sob o tacão irrestrito da obediência só pelo apelo à hierarquia, 

      Se a um militar é lícito e moralmente defensável agir com violência letal em função dessa obediência irrecusável. a um policial não militarizado, não. 

      Eis as diferenças. 

  5. Teoria do Confronto e Contenção

    Desmilitarizando o aparato da segurança publica uniformizada ostensiva, o usual de confronto ( eliminar qualquer ameaça com utilização de força superior  e/ou intimidante – repressora ), pode evoluir, com treinamento prévio especifico e especializado, para ações ativas civilistas, onde a contenção prévia é a mais indicada. Temos exemplos claros na América Latina, referentes a contenção, combinada a trabalho de organizações sociais estatais, na Colombia.

    O que é uma ação civilista policial: Parte-se do pressuposto, que o que importa ,e é relevante ,seja a dimensão e os parametros da lei, basilar ,sem tergiversações na doutrina, pode ser até dificil compreender, mas quem comete algum crime, é um CIDADÃO – não importando a gravidade da infração penal – e é função de todo aparato de segurança publica, a garantia desta situação – portanto toda a ação que leve a confronto, doutrinariamente, para o aparato do Estado, é uma derrota, e esta compreensão deve ser extendida a toda a estrutura responsavel pela “segurança publica”, incluindo não apenas os orgãos controladores diretos ( PMs, policia, etc,,), mas inclusive as instancias do judiciario (MPs, TJs, Varas de Execução, etc..). 

    Chega de derrotas, policia utilizar fuzil é um absurdo, um projetil que não dá balistica e mata há mais de 1.000 metros, policia não é fuzil, bala de borracha, ou sair na “porrada”, policia, ou melhor dizendo, segurança publica e social, é inteligência – confronto é, novamente dizendo, DERROTA.

    Segurança Publica e Social, não depende, ou é correlata a um aparato militarizado e hierarquizado como uma tropa de confronto, deve “civilizar-se”, pois é parte da sociedade que a paga, e é parte dela, oriunda desta sociedade, a qual deve proteger.

    P.S.: Temos que acabar definitivamente com esta tese de confronto imediato, militar “nas coxas”, policia não combate inimigos, ela deve atuar contra CIDADÃOS em conflito com a lei – apreende-los, entrega-los a justiça, processa-los, em respeito a todos os processos legais – danem-se os que acham que a legislação pode ser leniente, pouco importa, é esta a lei, e deve ser acatada sem perguntas – confrontos, tiroteios, são a falencia – um ERRO – quem nunca esteve em uma ação deste porte ( quando vc. escuta o tiro do fuzil, que é supersonico, e vc. sabe que ficou vivo,  o projetil passou a 1,0 mt da sua cabeça), deve ser treinado não a revidar, mas a cumprir a lei

    Desmilitarização, JÁ – no treinamento, na doutrina, na hierarquia e na disciplina – Policia de Segurança Publica e Social, é uma instituição, completamente diferente, em atos, ações, e destino, do que seja uma Organização Militar Profissional.

  6. Teoria do Confronto e Contenção

    Desmilitarizando o aparato da segurança publica uniformizada ostensiva, o usual de confronto ( eliminar qualquer ameaça com utilização de força superior  e/ou intimidante – repressora ), pode evoluir, com treinamento prévio especifico e especializado, para ações ativas civilistas, onde a contenção prévia é a mais indicada. Temos exemplos claros na América Latina, referentes a contenção, combinada a trabalho de organizações sociais estatais, na Colombia.

    O que é uma ação civilista policial: Parte-se do pressuposto, que o que importa ,e é relevante ,seja a dimensão e os parametros da lei, basilar ,sem tergiversações na doutrina, pode ser até dificil compreender, mas quem comete algum crime, é um CIDADÃO – não importando a gravidade da infração penal – e é função de todo aparato de segurança publica, a garantia desta situação – portanto toda a ação que leve a confronto, doutrinariamente, para o aparato do Estado, é uma derrota, e esta compreensão deve ser extendida a toda a estrutura responsavel pela “segurança publica”, incluindo não apenas os orgãos controladores diretos ( PMs, policia, etc,,), mas inclusive as instancias do judiciario (MPs, TJs, Varas de Execução, etc..). 

    Chega de derrotas, policia utilizar fuzil é um absurdo, um projetil que não dá balistica e mata há mais de 1.000 metros, policia não é fuzil, bala de borracha, ou sair na “porrada”, policia, ou melhor dizendo, segurança publica e social, é inteligência – confronto é, novamente dizendo, DERROTA.

    Segurança Publica e Social, não depende, ou é correlata a um aparato militarizado e hierarquizado como uma tropa de confronto, deve “civilizar-se”, pois é parte da sociedade que a paga, e é parte dela, oriunda desta sociedade, a qual deve proteger.

    P.S.: Temos que acabar definitivamente com esta tese de confronto imediato, militar “nas coxas”, policia não combate inimigos, ela deve atuar contra CIDADÃOS em conflito com a lei – apreende-los, entrega-los a justiça, processa-los, em respeito a todos os processos legais – danem-se os que acham que a legislação pode ser leniente, pouco importa, é esta a lei, e deve ser acatada sem perguntas – confrontos, tiroteios, são a falencia – um ERRO – quem nunca esteve em uma ação deste porte ( quando vc. escuta o tiro do fuzil, que é supersonico, e vc. sabe que ficou vivo,  o projetil passou a 1,0 mt da sua cabeça), deve ser treinado não a revidar, mas a cumprir a lei

    Desmilitarização, JÁ – no treinamento, na doutrina, na hierarquia e na disciplina – Policia de Segurança Publica e Social, é uma instituição, completamente diferente, em atos, ações, e destino, do que seja uma Organização Militar Profissional.

  7. O que precisa é

    O que precisa é responsabilidade e competencia no trato da questao

    a desmilitaraçao nao resolve nada, apesar de necessaria POREM em termos

    para praças faz sentido e é algo usado na maior parte do mundo, ficando a funçao de tenente para cima nos moldes civis

    Fora que todos deveriam ser oficiais de policia como ocorre nos EUA por exemplo e nao essa historia de Academia de Oficiais que e algo completamente alienigina no tocante a segurança publica

    Agora como isso nao vai acontecer pois os bozos de sempre continuarao no poder e ai pouco importa o partido, esse papo quer crira uma policia CIVIL gigante

    E de policia civil colegas, o povao ja ta de saco cheio devido a ENORME má vontade e niveis ESTARRECEDORES de corrupçao

    Policia civli ja´exste e é PESSIMA!!!

  8. Ninguem vai livrar os

    Ninguem vai livrar os brasileiros dessa gente com FALA…

    Eles SAO uma democracia de chacinas mesmo.  Eh vergonhoso um pais como o Brasil ter militares em toda esquina, viu?

  9. Nonsense absoluto. Em todos

    Nonsense absoluto. Em todos os paises do planeta existe uma politicia judiciaria e investigativa civil e uma policia

    fardada e armada, que por definição tem comando e estrutura militar. Porque deveria ser diferente no Brasil?

    A Gendermerie francesa, os Carabineiros do Chile, a policia anti-disturbios da Espanha tem militarização muito maior do que as nossas policias, alem de equipamento mais belico como carros armados, caminhões de jatos d´agua anti-disturbios, teasers em abundancia.

    Não é possivel enfrntar violencia, vandalismo e disturbios da ordem com policia civil, as forças da ordem são necessariamente de formação militar, não consigo achar a logica dessa discussão.

    1. definição, militar ?

      Não delira, militar é militar, policia é policia, inclusive nos paises dos quais vc. comenta, a gendarmerie francesa, ou a ex-mussolinica italiana dos carabiniere, e a guardia civil espanhola, foram militarizadas em estrutura, até os anos 50 a francesa, a italiana perdeu esta condição nos anos 60, e a guardia civil foi civilizada em atos e ações, após a queda de Franco – são forças ostensivas de segurança publica, fardadas a serviço da comunidade – viziveis e presentes, não são militares.

      Policia independente de ser civil-judiciaria, ou ostensiva – presente e comunitária, é destinada a exercer o controle dos cidadãos nacionais, que se encontram em conflito com a legislação estabelecida pelo Estado – que devem ser contidos, detidos, processados, de conformidade com esta legislação – leis as quais não cabe aos intrumentos ostensivos e repressores de segurança publica, criticar ou tergiversar sobre elas – são as leis do País, e principalmente a estes servidores armados do Estado, é dever precipuo e sem discussão: OBEDECER.

      Militares, servidores armados para a segurança das instituições do Estado, contra agressões externas, não são policiais, a doutrina de atuação, e a origem e necessidade de sua existência, não possuem nada a ver com a repressão a delitos internos.

      O que ocorreu com a G.Civil espanhola após Franco, era o que deveria ter ocorrido com a PMs nacionais, ao ser depurada de sua doutrina franquista, a G.C. espanhola, tornou-se uma verdadeira Policia.

      1. http://www.guardiacivil.es/es

        http://www.guardiacivil.es/es/institucional/Conocenos/index.html

        Absolutamente nada a ver. A Guardia Civil Española é uma instituição MILITAR.

        Todos os paises organizados tem uma policia judiciaria e forças policiais militarizadas para comabte a pertubações da ordem publica, terrorismo, contrabando, rebeliões em presidios, a Guardia Civil enfrenta terrorismo pesado do ETA.

        A Guardia não foi criada por Franco, é muito mais antiga, vem de 1844.

  10. 4 x 1 sendo 1 intimidado por qualquer outro que julga

    já ficaria de bom tamanho se alterassem os tribunais ou se levasse todo crime ou desvios para juri popular

     

    certeza da impunidade, até entre praças, é alimentada por aí

  11. Essa discussão é tipicamente

    Essa discussão é tipicamente esquerdista, porque não querem policia militarizada? Para deixar a baderna livre?

    Todos os paises organizadas tem policias militarizadas, com treinamento e armamento pesado para enfrentamento de violencia de todos os tipos, policia civil judiciaria e investigativa é um tipo de policia, para conter violencia coletiva e não crime individual existe em cada Pais uma força com estrutura militar e armamento pesado para outro tipo de violencia contra o Estado, como terrorismo, contrabando, trafico, rebeliões, disturbios da ordem, os grupos anti-Estado, anti-capitalistas, uma especie de socialismo tardio libertario e anarquista não querem nenhum tipo de forças da ordem,

    uma visão ou ingenua ou deliberadamente  anti-ordem legal, a baderna institucional como bandeira, é uma agenda de midia ninja e black blocs.

     

    1. não é visão ingenua não, Araujo Mota…

       é visão inocente…………..

       

      ou você acha que todos são esquerdistas, baderneiros ou inimigos do Estado?

       

      estamos comentando pela segurança de todos, ingenuos, culpados e, principalmente, inocentes

    2. Motta,
      Desmilitarizar não é

      Motta,

      Desmilitarizar não é desarmar e muito menos despreparar, em termos táticos-operacionais, forças de segurança responsáveis pela ordem pública.

      Retire a vizeira ideológica para melhor apreender isso.

  12. o que estou querendo dizer na verdade…

    é que o país está precisando de uma varredura geral nos estados e cidades, educação e segurança

     

    ( bicho vai e tem que pegar geral, dola a quem doLAR )

  13. Ampliar o foco

    Sem duvidar ou precisar de estatísticas que comprovem a cota de responsabilidade da militarização da polícia na espiral da violência, precisamos ampliar o foco. 

    Os levantamentos feitos pelos diferentes órgãos do governo, Ministério da Justiça e IPEA por exemplo, tem produzido estudos sobre a violência. Vários deles estão concentrados aqui. Uma particularidade une os estudos sobre o tema: A maior parte dos estudos usa estatísticas do SIM (Sistema de Informação Sobre Mortalidade) para contabilização das mortes decorrentes de homicídios. Segundo o Ministério da Saúde, responsável pelo programa, em seu site:

    O SIM foi avaliado pela OMS como um sistema de qualidade intermediária. Pelo menos foi este o resultado apontado por estudo produzido pela OMS e publicado em 2005, que analisou sistemas de mortalidade de vários países, adotando conceitos de qualidade alta, intermediária e baixa. Apenas 23 países alcançaram o conceito de alta qualidade. O Brasil ficou no mesmo bloco de países como França, Itália, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Rússia, Holanda, Suíça, entre outros que constituem o bloco dos países ricos.

    Em resumo, não conhecemos o número real de vítimas fatais decorrentes da violência, em geral, e dos casos de latrocínio. Nos casos contabilizados, não sabemos muitas vezes nem as causas que levaram ao homicídio.

    Há portanto um enorme percurso a ser percorrido. Se precisamos melhorar a polícia, precisamos fazer o mesmo em várias outras áreas. Na investigação e instrução feita pela polícia civil e MP,  na emissão dos óbitos feita pelos médicos, na tabulação e análise dos dados pelos órgãos de governo e por outras entidades que se dedicam ao assunto.

    Não será produtivo atribuirmos ou fazer acusações a uma única instância. Sabe-se que nenhum dos setores responsáveis consegue dar conta do recado. Não chegaremos a nada com reformas parciais. Todo o sistema necessita de reformas. Afinal, não é só a polícia militar que mantém vícios de origem. As instituições e, eu arriscaria, parte da população mantém o mesmo vício.

     

  14. dei uma geral no assunto e me surpreendi…

    há muitos policiais militares que desejam a desmilitarização, pois é justamente o treinamento militar que está complicando tudo, segundo alguns

    o policial militar também quer ser tratado como cidadão e não como máquina de guerra

     

    de minha parte, todo apoio

     

    com relação ao 4 x 1 foi mais no sentido de que o praça nunca teve representação, pelo que sei

  15. os governadores

    Nossos caros governadores são parte importante, mais até que o governo federal, na questão de desmilitarizar o aparato de segurança publica ostensiva, e ainda, como em 1988 elencam varios fatores quando inquiridos neste aspecto: 1. Independencia do poder central; 2. O problema dos inativos; 3. as constituições estaduais ( sendo que alguns governadores se consideram “herdeiros” presuntivos, dos “presidentes dos estados”, começando pelo do Rio de Janeiro – a Policia mais antiga do País, de acordo com eles, 1808 – e São Paulo, que já foi inclusive mais poderosa que o próprio exército, chamada de Exército do Sr. Café).

    Tal quadro não se alterou, as PMs estão sujeitas, sempre, as conveniências e desmandos, exarados pelos governadores de plantão, e claro que a seus apoiadores e suas parcelas representativas na sociedade, portanto alem de exercerem o possivel e permitido, relativo a segurança publica, são instrumentos de ação politica – um circulo vicioso e viciante – mudou o governo, mudam-se os comandos, alteram-se as prerrogativas, mudam-se a prospecção de votos e apoios.

    Desmilitarizar tal aparato, não é apenas uma questão técnico-operacional (antes o fosse, seria mais facil), ou economico previdenciario, é POLITICO (inclusive na Civil e nos MPEs).

  16. O que é desmilitarizar a

    O que é desmilitarizar a policia militar? Significa o que? Desarma-la? Destruir as cadeias de comando?

    È incrivel como se criam expressões-ícones para temas que poucos entendem. Bordões tipicos:

    “Desmilitarizar a policia militar” means what?

    “Marco civil da internet” é o que?

    “Partido da imprensa golpista” é golpe de quem contra quem e a favor de quem?

    “Manifestação soberana”, como seria a não soberana?

     

     

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