a batalha do Brasil, por arkx

por arkx

guerra ao terror. guerra às drogas. guerra à corrupção. guerra sem fim. a guerra como negócio.

Afeganistão, Iraque, Bálcãs, Líbia, Grécia, Egito, Ucrânia, Europa, Síria, África. se quiser impor uma mudança, desencadeie uma crise. ou ainda melhor, deflagre uma guerra.

num mundo em que a guerra é o hardware no qual se processa atualmente o Capitalismo, a crise consiste na continuidade da guerra por outros meios. uma desestabilização permanente desencadeando mudanças constantes, a fim de evitar que não ocorra de fato nenhuma mudança autêntica. para gerir as crise periódicas do capitalismo gerou-se a doutrina do Capitalismo de Crise.

o Capitalismo declarou guerra à humanidade e ao planeta. a Tirania Financeira avança sobre nações e populações, fragmenta os países, expropria seus recursos naturais e exila seu povo.

é no epicentro de uma guerra híbrida mundial que travamos a batalha do Brasil.

nunca fomos uma nação. e já não somos um país. o BrasilPar é hoje uma gestora de participações acionárias em diversas empresas e empreendimentos, uma holding estrategicamente associada a USA Incorporation.

com o acentuado nível de oligopolização e financeirização, os cartéis se entrelaçaram a ponto de alguns poucos grupos controlarem a quase totalidade da economia brasileira.

como a grande indústria se tornou um empreendimento de fachada, não poderia estar melhor representada pelo painel luminoso do prédio da FIESP, por seu pato plagiado e seu presidente sem-indústria e rentista do setor imobiliário.

herdeira de um ódio ancestral à Democracia, a plutocracia brasileira concretiza com o golpe do impeachment o seu sonho de país: uma capitania hereditária condenada a perpetuamente exportar commodities. para os donos do poder serem os donatários do Estado máximo, os demais devem ser mantidos em regime de semi-escravidão nas zonas de exclusão.

na ruína institucional os poderes constituídos se revelam como sórdida ficção. não mais legitimados por nenhum poder instituinte e sim pela coerção e o arbítrio. Executivo, Legislativo, Judiciário e MPF estão igualmente expostos como instrumentos de poder a serviço da plutocracia. já não possuem qualquer fundamento num poder emanado do povo.

sim, o rei está nu! e quanto mais alto se ergue este grito, mais a ele o rei se torna surdo. enquanto o “Fora Temer” ecoa potente nas ruas e nas pesquisas, mais patente fica sua incapacidade de concretizar a palavra de ordem, porque entre o poder instituinte e os poderes constituídos já não existe relação, apenas a ruptura.

um golpe se institui pela força e só um contra-golpe pode detê-lo. 

após a miragem dos 13 anos de promíscua conciliação de classes do lulismo, mais uma vez a plutocracia brasileira deflagra a guerra civil contra o Povo e a Nação.

frente ao golpe, o lulismo prossegue em seu pesado sono, tendo sonhos impossíveis sobre um ano longe demais: 2018. seu foco atual não é na resistência ao golpe e sim nas eleições municipais de outubro, mesmo com o registro do PT sob pedido de cassação.

a heróica resistência do Povo sem Medo nas ruas reduz o véu constituinte a farrapos. agora todos podem ver o que ele ocultava: um condomínio de gangues patrimonialistas, um consórcio de organizações criminosas. sem qualquer legitimidade, base ou fundamento. nada mais que o puro exercício da força.

na batalha do Brasil, resistir é um imperativo ético. por que lutamos? lutamos por nossa sobrevivência.

https://www.youtube.com/watch?v=y12AewxSp4w

Redação

8 Comentários

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  1. Lutar pelo que?

    “Fora Temer” ou “Volta Querida” não são soluções, novas eleições também não. Uma verdadeira avalanche soterra essa luta “burguesa” e mais uma centena de outras ao redor do mundo. O capitalismo decretou guerra total sem tréguas, sem reféns e sem armistício. Outros países se protegem com governantes autocráticos e/ou num arremedo de democracia (Rússia, Turquia, China, Síria, Irã, etc……). Em tempos de guerra, pra que democracia afinal?

    A situação do Brasil é lamentável pois se mostrou que em tempo de guerra, o lulismo e suas esquerdas não são suficientes – e ainda que o fim não tenha chegado, não parece que serão.

    A esquerda em todo o mundo foi seduzida pela bonança e pelo verdismo. Sentaram-se em confortáveis sofás massageadores e agora chegou que chegou a hora da guerra, não conseguem se levantar.

    As utopias foram assassinadas enquanto dormiam e agora apenas zumbis de idéias mortas caminham entre os destroços.

    1. a batalha do Brasil

      o mundo mudou. e mudou ainda mais depois de 2008. mas a Esquerda continua pensando e atuando conforme um manual redigido ainda no velho paradigma.

      de fato, novas eleições dentro do mesmo modelo será redundante. até mesmo Dilma já reconheceu isto, ao acrescentar na sua proposta de plebiscito também a reforma política. mas após tudo o que estamos vivenciando neste golpe, talvez a reforma mais importante seja a do judiciário.

      abração.

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  2. Muito bom!

    Talvez a referência do pesado sono tenha a ver com meu comentário no outro post..

    Realmente há uma sonolência, não só dos “lulistas” mas uma sonolência difundida. Muita gente esteve dormindo nos últimos anos. E isso nos deixou muito fragilizados.. As pessoas costumam não lutar se não vislumbram possibilidades reais de vitória.

    E isso faltou sim. Diversos setores da esquerda estiveram assistindo toda opressão crescente sem esboçar nenhuma reação, sem conseguir construir uma liderança que passe firmeza a população.

     

    Então, num quadro de guerra total, estamos resistindo… Acho que é complicado lutar em tantas frentes, devemos focar em prioridades e verter todo fluxo para essas lutas.

     

    1. a batalha do Brasil

      ->”As pessoas costumam não lutar se não vislumbram possibilidades reais de vitória.”

      por falar em sono, a esta hora quem já não sabe se está dormindo ou acordado sou eu… concordo que sem uma perspectivo de vitória fica difícil lutar. e sem liderança firme, complica ainda mais. só que, e não me tome por ingênuo ou otimista que não sou nem um pouco, a resistência ao golpe está sendo muito além da expectativa dos golpistas! e isto é uma vitória! mesmo que a resistência esteja aquém do necessário para debelar o golpe. os caras achavam que não iria ter resistência alguma! e agora ta carimbado na testa deles: “golpistas!”. isto é muito legal! não serve como consolo, é claro. mas é sumamente importante porque este processo está só começando, não vão conseguir estabilizar o golpe, porque, entre outras coisas, são gestores medíocres.

      grande abraço

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      1. Beleza, Arkx

        É como se diz, já conseguimos algo muito difícil: colocar um guizo no pescoço do gato (estão para sempre rotulados de golpistas e isso encerra a carreira de muito gato angorá). Mas estamos lutando sim e sou daqueles que também é realista, mas o movimento anti-golpe está firme e vai crescer muito mais. Sinceramente não sei dizer o que poderá acontecer dentro de poucos meses… Arrisco um palpite, Michel Temer não chega ao fim do ano.

        1. a batalha do Brasil

          ->” Arrisco um palpite, Michel Temer não chega ao fim do ano.”

          certo.  mas cabe indagar: e nós, chegamos até o fim do ano? vou ver o que o cigano diz a respeito. ele deixou tudo escrito no maldito pergaminho. o diabo é conseguir decifrar a intrincada criptografia daqueles garranchos

          abraços.

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  3. Verdade, Arkx….. muitos não

    Verdade, Arkx….. muitos não perceberam ainda que é um estado bruto de guerra espalhado em todo o planeta…. Quando nãoé necessário, não usam armas….  Políticos, mídia e magistrados fazem todo o trabalho sujo…..  A pergunta que desespera a muitos é: “como lutar contra tamanho poder, se o Judiciário ou está do lado deles ou ciminosamente acovardado e omisso?”   Onde as lideranças capazes de erguer os desesperados e invadir o Congresso na marra? Abraço!!!!

    1. a batalha do Brasil

      ->”como lutar contra tamanho poder, se o Judiciário ou está do lado deles ou ciminosamente acovardado e omisso?”

      certamente vc definiu a grande questão do momento. mas não seria a mesma questão quando o movimento estudantil inesperadamente retornou às ruas 1977, ainda em  nos anos de chumbo da Ditadura? ou os metalúrgicos do ABCD se levantaram nas greves de 1979?

      é inútil qualquer expectativa sobre as lideranças atuais. veja o Haddad e até mesmo o Freixo no Rio. estão declaradamente focados em suas campanhas municipais.

      da minha perspectiva, é o próprio movimento que gera suas lideranças e os rumos a seguir. sempre foi assim historicamente que se conseguiu “lutar contra o tamanho poder”.

      este tema que vc colocou é para ser constantemente abordado e desenvolvido.

      abraços.

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