Survivor, por Clarice Falcão

Por Matê da Luz

Emoções de uma sexta-feira 13 à flor da pele.

Misticamente, sexta é dia de Vênus, regente absurdamente feminino e 13 = 1+ 3 = 4, que remete aos quatro elementos principais ou seja, um dia e tanto pra quem tem a bruxaria aflorada, meu caso. Enquanto escrevo este texto, minha filha segue de metrô com as amigas pra manifestação contra Cunha e suas idiotices, a segunda da semana e a primeira que ela vai assim, sozinha, solta, independente e com tamanha convicção idealista que sim, potencializa a força deste contexto poderoso em torno da temática fêmea que vem regendo o dia de hoje.

Daí, passeando pela internet, encontrei Clarice, que tem estado no meu radar há tempos e que faz parte de um grupo admirável de pessoas novas, com ideias críticas e atividades de modificação social, cultural e política – seja por meio do humor, em Porta dos Fundos, seja por outras manifestações, como a música e as escritas (beijos, Gregório!).

O vídeo, reiterpretação da original de 2001, pelas Destiny Child, é de arrepiar: 

https://www.youtube.com/watch?v=NlxFf40Lqx4 width:700 height:394

Está no looping há algumas horas e, confesso, me toca tão profundamente por tantas razões pessoais mas, especialmente, por perceber que esta buena onda de batalhas enormes e fortes por direitos humanos (é disto que se trata o feminismo, só pra constar), não é uma marolinha. 

Na minha adolescência, o “girl power” foi amplamente difundido por meio destes grupos de mulheres que, quase invariavelmente, usava e abusava da liberdade sexual e de suas formas gostosérrimas pra se mostrar ao mundo. É claro que, mais profundamente, sempre houve Simone de Beauvoir e outras histórias, mas o que chegava via cultura pop era de fato superficial. 

Hoje, o pop traz Lady Gaga palestrando em Yale sobre empoderamento individual e tratando do machismo abertamente, tem Clarice encantando sutil e intensamente, tem passeata de top ou sutiã, tem o Enen com questões sobre estes e outros universos além da redação – obrigatória! – com uma temática que obriga a pensar, por favor, né?, tem a inteligência e a informação como arma, tem as mães que, na minha adolescência, sentiram falta de mais bases pra efetivamente se sentirem empoderadas e, tomara!, apresentaram este leque imenso que mistura pop, cult, escritas, músicas e arte pras filhas, além daquilo que passa pelo dia a dia e o direito de beijar quem quiser desde que se respeite, de usar a roupa e as cores que bem entende desde que se respeite e se cuide porque o mundo ainda não é de respeito e cuidado mas vamos lá, a gente tá aqui pra batalhar por isso mesmo, e não pra ficar ou ser calada. 

Que bom, que bom. 

Mariana A. Nassif

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