Velha questão Vol. 2: cláusula de barreira, por Romulus

Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada. Vol. 2: cláusula de barreira

Por Romulus

– Fenômeno da fragmentação da esquerda não ocorre só no Brasil: na França, com eleições no ano que vem, o presidente Hollande terá de se submeter a prévias no PS, caso tente a reeleição. Há, também, uma miríade de candidatos mais à esquerda.

– Já no Brasil, a cláusula de barreira ensaia o seu retorno.

 Prof. Wanderley G. Santos: os tempos são tenebrosos! Ilumine a nós com mais um brilhante artigo. Agora sobre a cláusula de barreira, por favor. 

– Sabe quem a patrocina desta vez, professor? Vem pelas mãos de não outro que Aécio Neves!

– E de Gilmar Mendes e do STF também?

– Sim, pode ser: tudo é possível no Brasil de Cunha/Temer, Gilmar – e Janot!

*   *   *

França

A fragmentação das esquerdas não é um fenômeno que ocorre apenas no Brasil. Na França, por exemplo, com eleições gerais no ano que vem, o presidente Hollande terá de se submeter a prévias dentro do seu partido caso tente a reeleição. Há diversos outros pré-candidatos.

E isso não é tudo!

Todos esses pré-candidatos são apenas os do Partido Socialista, de centro-esquerda. Além desses, há uma miríade de micropartidos um pouco mais à esquerda do PS ou de esquerda radical – cada um com seu candidato, lógico.

De cabeça, penso, pelo menos, n’ “Os Verdes”, na “Frente de Esquerda” (Partido Comunista + Partido de Esquerda + Esquerda Unitária – “unitária”? Hahaha!), no “Luta Operária” e no “Novo Partido Anticapitalista”.

Ufa!

Algo como, no Brasil, as eternas candidaturas – separadas! – de PCB, PCO, PSTU e (menos radical) PSOL.

E como Hollande governa nesse mar de legendas – aspecto em que a política francesa se aproxima da brasileira?

Respondo:

A representação parlamentar está longe de ser afetada por essa sopa de letrinhas. Os maiores partidos são fortes e com disciplina interna – há voto em lista – e a eleição parlamentar se dá – ela também  em dois turnos, com um bônus na representação a quem granha o segundo turno.

Complicado?

Isso é o de menos…

Ainda assim acredite:

– Há gente no STF! – que, casualmente como quem bate um papo no coffee break de um (de muitos) colóquios, sugere importação – a frio! – do sistema francês do semi-presidencialismo. Aparentemente sem conhecer o funcionamento real da política e das instituições francesas.

O que se lê em manuais de direito constitucional – relatando apenas o que está escrito numa Constituição – não conta, ora!

Sabem por quê?

Respondo com um exemplo próximo batante ilustrativo:

Lendo apenas livros de direito constitucional brasileiros – quem sabe até um de autoria de quem faz esse tipo de sugestão leviana (será apenas leviandade mesmo?) – haveria de se pensar que um impeachment, no Brasil, requer crime de responsabilidade. Ou, ainda, que ao STF cabe a interpretação final da Constituição  inclusive no caso de uma interpretação (não fraudulenta) dos artigos que regem o processo de impeachment. 

Quem lesse (apenas) livro acreditaria no texto da Constituição… acreditaria no Direito Constitucional… e até na efetividade das suas normas, sabe…

Gente tola!

Pois confesso envergonhado – a vocês:

– Já fui um desses leitores crentes e tolos  acreditam?

Tsc tsc tsc…

*

Aproveitando o gancho, voltemos à questão da cláusula de barreira… agora no Brasil.

*   *   *

Cláusula de barreira – “o retorno”. Desta vez pelas mãos de Aécio Neces!

– E do STF também?

No campo da esquerda – sem representação parlamentar – PCB, PCO e PSTU sobrevivem graças ao fundo partidário. Já o PSOL, com representação parlamentar ainda modesta (como o PCdoB… e também o PDT?), sobrevive enquanto os grandes partidos – incluindo o PT! – não se reúnem para finalmente reestabelecer a cláusula de barreira.

A cláusula fora instituída na década passada, mas, antes que fosse testada nas urnas, foi extinta pelo STF, em um claro episódio de ativismo judicial. Se não me falha a memória, o PDT* provocou o STF, que considerou, por maioria, a cláusula de barreira inconstitucional, seguindo o voto do Ministro relator, (salvo engano) Marco Aurélio Mello.

[*PDT mesmo? Marco Aurélio? Ou esses o teriam feito com relação à verticalização das alianças? Ou ambos? Já não lembro os atores de cada caso ao certo… mas importa realmente?]

E hoje?

Bem, cabe uma pergunta:

Se o STF já decidiu a respeito – contrariamente! – como é que Aécio Neves – na companhia de Gilmar Mendes! – articula o reestabelecimento da cláusula de barreira nas tratativas sobre uma reforma política depois das eleições municipais?

Respondo eu mesmo à minha pergunta:

Ora, após a inesquecível votação do impeachment na “Câmara do Cunha”, o clima e o entendimento certamente terão mudado na nossa mais alta corte.

*

A esse propósito: gostaria bastante de conhecer a posição atual do Prof. Wanderley Guilherme dos Santos. Antes, era crítico da instituição da cláusula de barreira. Oferecia o argumento sólido do relevante papel dos partidos nanicos nos rincões. Dariam legenda a candidatos em áreas desprezadas pelos grandes. Ou seja, os nanicos abririam espaços para os excluídos do sistema (os disenfranchised).

Contudo, o Prof. também tem sido um severo crítico do golpe. E a fragmentação sem precedentes da base de apoio parlamentar do Executivo no governo Dilma certamente contribuiu para a crise de governabilidade.

O que pensará o Prof. Wanderley hoje, ponderando esses dois valores?

>> Prof. Wanderley: ilumine a nós com mais um brilhante artigo!

*

Mas, voltando ao pesadelo de 17 de abril na Câmara:

Aaquela sessão foi presidida pelo notório Eduardo Cunha, munido de uma carta branca – impressa em não outro que o papel timbrado do próprio STF! A carta branca tinha, inclusive, a assinatura dos Ministros da corte – à exceção, justamente, de Marco Aurélio Mello (o da cláusula de barreira?), de Ricardo Lewandowski e de Fachin.

Desculpem-me os demais Ministros por lembrar-lhes, com tanta inconveniência, dessa passagem de suas biografias.

Saibam: meu problema é ter memória…

E lembrar não apenas da votação na Câmara, mas também – talvez “principalmente” – da sessão do STF que a precedeu. Por coisa de um par de dias, certo?

Escrevi alguns posts sobre aquele triste episódio do STF, publicados aqui no GGN. Como, por exemplo: “STF, Gilmar e a negação do voto em manada: quem é quem no Tribunal” e “A desilusão do ex-aluno de Luís Roberto Barroso”.

De lá retiro:

O Min. Teori inaugurou a viagem do “Expresso para o Encantado Mundo de Nárnia”. Apegou-se sobremaneira a tecnicalidades para negar uma liminar para uma votação que se [daria dali] a 3 dias! Ou seja, deu carta branca  – alva! Nívea!  a Eduardo Cunha para “manobrar” à vontade, bem como ele gosta.

Outros 5 Ministros votaram com a dissidência de Teori:

– quer porque também quisessem ir rápido para Nárnia;

– quer por insegurança palpável;

– quer por essshhhhperrrrrrrteza conhecida de malandro;

– quer por oportunismo de rei do cinismo e da cara de pau;

– quer porque – em tom professoral – quisesse dar aula para noviças sobre como deve funcionar o convento das Carmelitas Descalças. Esse, o Professor “Rolando Nero”: toca fogo no circo com rapapés, latinismos, muitas vênias e muitas saudações a imperadores de outrora, há muito descidos ao Hades…

Este STF está perfeitamente adequado ao Brasil de Cunha e de Temer – o colegiado, bem entendido. Há honrosas exceções e honrados indivíduos ilhados em sua atual composição.

[Dou um longo suspiro ao voltar aonde a nossa expiral da infâmia poderia – deveria! – ter sido enterrada]

*

Depois de suspirar diante da lembrança, atento para um aspecto estarrecedor da “volta” da cláusula de barreira, para além do STF:

Aécio Neves!

Sim! É ele quem articula a imprescindível e – ultra!  relevante reforma política, que incluirá a cláusula de barreira – e articula na melhor das companhias, não é mesmo?

Surpresos?

Pois tomem nota: caso não saibam ainda, garanto a vocês que Aécio continua Senador em Brasília!

E não em outro local qualquer

E tem em suas mãos (no presente!) tema de “tão pouca” importância…

Só no Brasil!

Sim… só no Brasil do Cunha/Temer, do Gilmar – e do Janot, claro!

[Sem esquecer do concurso dos “luminares“: Barroso, Teori, Fachin… sobre Lewandowski e Marco Aurélio, tenho dúvidas sobre o que mais poderiam ter feito. Confesso, contudo, que sonhara – delirara na verdade… – com uma denúncia iconoclasta da farsa do impeachment. Feita com todas as letras e não em declarações soltas e dúbias. E que – tabu dos tabus! – se apontassem seus emaranhados na corte, nomeando seus embaixadores no STF. Oh, como é bom sonhar… o duro é acordar!]

Mas voltando ao articulador da volta da cláusula de barreira:

– Senador Aécio, deixe esse ar carregado de Brasília! Sugiro – aleatoriamente! – que o Sr. venha espairecer em… hmmm… Andorra? Gibraltar? Jersey? Que tal… hmmm…. Liechtenstein! Está aqui do ladinho. Informo, como não o deve conhecer ainda, que é muito aprazível o Principado!

– Tome nota: peço que me avise quando estiver para chegar… levo-o, com prazer, para um tour aqui na… hmmm… Suíça!

Mas uma advertência, Senador:

– Como adianto na minha “bio” do Twitter – família grande… Brasil no buraco… primos encrencados… – tenho conta na Suíça sim… mas não numerada. E – mais importante –  sem numerário!

Assim, faremos todo o tour ou de trem ou a pé.

Sorry, mas nada de helicóptero dessa vez!

No entanto garanto: ainda assim veremos tudo branquinho.

Onde?

Lá nos Alpes, ora que pergunta…

*   *   *

Nota: a trilha sonora deste post é de Maria Bethânia: “Carcará”.

“Pega, mata e come”…

– É só o carcará?

*

Leia mais:

“Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada”

Vol. 1 (ontem): Por quê?

Vol. 3 (amanhã): a complicada relação PT vs. PSOL

*   *   *

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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

 

 

Redação

8 Comentários

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  1. O fato como ele é

    Não podemos questionar as coisas apenas pelo fato de que alguém que não gostamos venha a concordar. Existem partidos demais da conta, e isso confunde o povo. Se a esquerda está fragmentada então a solução é de se agrupar e trabalhar juntos.

    As opções para o Brasil, pelo menos neste momento da sua história, não são tantas assim: Nação Autônoma com viés social; ou colônia dos EUA. As esquerdas deviam trabalhar unidas até chegar a um nível em que seja superada a supervivência da nação, como ente autônomo e caminhando para o seu desenvolvimento econômico e social. Depois discutimos o sexo dos anjos, se Mão foi dissidente do Marx, se o patrão é um sujeito a ser combatido, se o pato é macho, e outros relevantes assuntos que dividem as esquerdas.

  2. A cláusula de barreiras é necessária

    O Presidencialismo funciona com poucos partidos. É tolice comparar o nosso número de partidos aos da Europa, pois lá a maioria dos países é Parlamentarista.Todas estas coligações que tornaram o PT refém, poderiam ter sido evitadas.

    A esquerda já devia ter feito esta cláusula a muito tempo, e podia ter deixado uma cota para partidos de esquerda; agora esta lei necessária  será feita, mas aos modos da direita.

    “Como dizem no futebol, quem não faz gol, toma goleada. “

  3. Peco venia ao nobre editor

    Peco venia ao nobre editor para um registro julgo eu importante.O jornalista Elio Gaspari,prodigo em transformar ditadores torturadores em fiadores democraticos,na sua coluna de hoje espalhada na pigosfera(essa e da minha lavra),Brasil afora causou-me alem de perplexidade,frouxos de risos.Empurrou uma tal Madame Natascha para discutir a sucessao dos tronos ingleses e japoneses.Ai saiu a misturar Lula,Youseef,Kenenedy,Moro,Temer e afins,jogou dentro de um liquificador e mandou ver.Tudo para esconder seu amigo da madrugada(Adelzon ja saiu dela),o Padim Pade Serra,de ter embolsado $ 23 milhoes de pilas,la fora,em dinheiro vivo.no propinoduto Odebrechiano.Sera difici fazer com que eu acredite que o Padim nao tenha o tenha chamado para tomar uma dose da cachaca Pitu .Dizem custar por la,os olhos da cara 

  4. Perguntar não ofende

    Não li o artigo todo porque já encasquetei na primeira sentença: o que qualifica o salafrário do François Hollande e o seu partido “socialista” como “esquerda”? A palavra “socialista” no nome do partido?

    Não sei se você ouviu falar das manifestações que vêm tomando conta da França nos últimos meses, contra as leis que, lá como aqui, tentam “flexibilizar” as regras trabalhistas. Elas são todas, tecnicamente, contra o governo do Partido Socialista, posto que essas leis são todas propostas peolo executivo socialista e aprovadas pela maioria socialista do parlamento, com apoio da direita e da extrema-direita. Se essas manifestações são contra um governo de “esquerda”, isto faz dos manifestantes direitistas?

    1. “Mais mistérios entre Céu e Terra do q sonha vã filosofia”

      Faz sim…

      Tanto quanto faz do PSOL direitista.

      Ora, eles não protestaram ferozmente nas marchas de junho de 2013, com o “Não vai ter Copa” e os “20 centavos”, etc., enfraquecendo o governo Dilma?

      Ou o governo Dilma é que era a direita?

      Aliás… governo da “esquerda” só implementa medidas de esquerda, né?

      O Pacote Levy, imposto por Dilma em 2015, faz dela uma pessoa de direita?

      Bem como o PT um partido de direita então?

      Ou só serve o raciocínio para o Hollande e o PS?

      Aliás, leia sobre como Hollande aprovará a reforma trabalhista. Ele dará, caso preciso, um “golpinho” constitucional. O PS racharia ao meio. Ele vai usar um artigo da constituição francesa – usado rarissimamente… coisa de uma vez a cada década. E sempre com traumas.

      O artigo evita uma votação específica quando, por iniciativa do presidente, se presume que “o governo formado no Parlamento tem, necessariamente, maioria na casa”. “Senão não seria governo”, não é mesmo? “Legal”, né?

      Algo de efeitos similares à nossa “Medida Provisória”. Que aliás foi importada da Constituição >>parlamentarista<< da Itália. Algo que faz sentido no parlamentarismo (onde há moção de censura), mas uma aberração no presidencialismo. Inclusive na França do “semi-presidencialismo” do Min. Barroso, como vc pode facilmente ver do exemplo do “golpinho” constitucional do Hollande com a reforma trabalhista.

      Mas voltando ao Brasil…

      E o 2003/2004 de ajuste duro, sob Lula, com juro exagerado pra cima, seguido de apreciação do câmbio + reforma da previdência (com contribuição de inativos!) + contingenciamento do orçamento (mas não para limitar juros…), da dupla Palocci/Meireles?

      Faz de Lula – e do PT de novo! – forças da direita?

      Aliás, Meirelles… amigo de Lula e nome dele – derrotado – para ministro da fazenda de Dilma em 2015…

      Onde está Meirelles hoje mesmo, hein?

      Ah, bom…

      *

      Pena mesmo que não tenha lido o restante do artigo.

      Será prova da dificuldade da esquerda em dialogar?

      Será prova de, como indiquei no volume 1, cada esquerda ter o seu Vaticano e “saber” o que é “cânone” e o que é “heresia”, na esquerda “de verdade”?

      Enquanto você não lê, a direita já se leu mutuamente, já fez um resumo comum e já passou a perna em nós dois juntos.

      *

      Em tempo: quem exatamente está despontando na corrida presidencial francesa com as dificuldades do governo Hollande?

      Uma dica: não é a radical ” frente de ESQUERDA”.

      Muito pelo contrário…

      *

      Abs (canhotos)

  5. Gastronomia 2, ou……….

       Nova metafora : Cassoulet X Feijoada

       Franceses apesar de suas diferenças, até mesmo em relação a suas receitas clássicas regionais, não diferem na hora de preparar e servir uma cassoulet, podem até discutir, momentaneamente, se será somente utilizado porco e seus embutidos,  sua gordura própria,  ou combinada com um peito de pato, mas mesmo os mais “cochons” ou os mais “canards”, sabem que tem que ter manteiga, e todos “cozinheiros” concordam em barrar pimenta, ou tudo desanda, ficaria intragavel.

        Já na feijoada, as discórdias são dirimidas no inicio, uns entram com paio e costela, outros com variados embutidos, existe  outra facção que não dispensa um rabo & orelha de porco, todos estes ingredientes, quando conversados e acordados entre estes “partidos”, os mais representativos de uma feijoada, o prato é produzido, e agradará a maioria, quem não gostar que selecione seu pedaço, MAS existem minorias, não representativas dos que apreciam uma boa feijoada, e nem querem colaborar para que o prato seja mais apetitoso, portanto vem com um monte de pimenta, ou querem colocar mais agua no feijão ( para dar para mais gente, tipo rachar ainda mais um certo fundo partidário ), pior ainda alguns que querem uma feijoada “vegana”, e CLARO, para que esta feijoada fique sempre palatavel, estes devem ser barrados, ou no minimo entarem em acordo com os outros, afinal a pimenta é importante, mas não primordial, a agua é necessária para soltar o feijão e no caso dos veganos, sempre podem fazer uma couve bem sequinha.

  6. Uma memória compartilhada …

    Prezado Romulus,

    Saudações rubras, bambino.

    Brilhante artigo! Como sempre! Apenas uma pequena diferença em nosso passado, o quê explica a razão pela qual não segui carreira jurídica (ainda bem!) Cito seu texto:

    Quem lesse (apenas) livro acreditaria no texto da Constituição… acreditaria no Direito Constitucional… e até na efetividade das suas normas, sabe…

    Gente tola!

    Pois confesso – envergonhado – a vocês:

    – Já fui um desses leitores crentes – e tolos – acreditam?

    Tsc tsc tsc…

    Pois é, já eu, jamais acreditei nos que me diziam os professores naquele português infestado de rapapés e expressões arcanas. Talvez isso tenha ocorrido porque nasci e cresci na Bahia, terra onde o mais antigo tribunal de justiça das Américas é também o pior do Brasil já há alguns anos. Ademais, basta olhar as ruas e a multidão de pessoas horrendamente abandonadas por nossas elites (insistindo, já que não temos aristocracia que o valha), para constatar a inutilidade do Direito nestas plagas, a não ser para prender pretos, pobres e putas (agora adicionado ou outro “p” de petistas) e para resolver questiúnculas comerciais. Para não dizer que não falei de flores, é óbvio que em terra na qual espiritismo é considerado avant-garde (kkkkk), o atraso de mentalidades é endêmico; donde se conclui: o que valem doutrinas jurídicas em ambiente sócioeconômico (e mental) como este? Pouco ou nada além de ilustração esquizóide. Pra vc ver, terra em que direito processual tem o mesmo valor de física experimental, já viu, né ?

    Nem sei se isso é um bom feedback para ti, mas, aí está …

    PS: Soubesse nossa direita o quanto a direita suíça está mais a esquerda que nosso PT, nem acreditaria; acho que enterrariam a cara no chão como avestruzes. Ooops, acho que já fizeram isso !!!

    Abraços rubros de sempre …

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