PIB deve ter crescido quase 5% a mais de 2010 a 2012

Por Gentilhomme

Notável reportagem da Denise Neumann no Valor Econômico de quinta não recebeu a devida atenção. No dia 24 de julho, com um mês de atraso e sem nenhum alarde, o IBGE divulgou a Pesquisa Industrial Anual referente a 2012. Os dados mostram um “PIB industrial” (chamado VTI) de R$ 902 bilhões – é quase 90% a mais (SIC) do que a aferição do PIB daquele ano sugeria para aquele ano. 

Isso se deve ao fato de o IBGE se encontrar em meio a um longo processo de reformulação das Contas Nacionais, que era previsto para terminar neste ano, mas que foi sucessivamente adiado e agora deve acontecer só em … março de 2015, portanto muito depois da eleição cujo debate deve ter como um ponto central a chamada “anemia do PIB”, ou, em algumas versões xiitas, a “estagflação”, no meio do febeapá geral. 

A reportagem, que colo a seguir, evidencia que se todas as pesquisas feitas com base no valor adicionado fossem incorporadas – a de serviços ainda não está pronta – o PIB teria crescido 41,5% e não 35% de 2010 (inclusive) a 2012, reultando em uma economia 4,85% maior que a hoje estimada. Mais que isso, boa parte da diferença estaria concentrada entre 2011 e 2012. No mínimo três mitos caíriam: a de que o modelo lulista perdeu toda sua força, a de que o Brasil está se desindustrializando e de que há um paradoxo de baixa produtividade (os 4,8% não mudariam muito o agregado, mas o restringiriam ao setor de serviços e comércio). 

Aí está a reportagem e o respectivo link: 

do Valor

Pesquisa anual mostra indústria com alta bem superior à do PIB

Por Denise Neumann

 Claudio Belli/Valor

Bráulio Borges, da LCA Consultores: “PIB pode estar subestimado”

Os dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2012, divulgados sem alarde pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 24 de julho, mostram que a trajetória da indústria brasileira desde 2009 pode ter sido mais benigna do que aquela até agora contabilizada pelo Produto Interno Bruto (PIB). Pela pesquisa, o valor da produção industrial do setor de transformação cresceu entre 36% e 40% no acumulado desde 2009, enquanto no PIB o valor do mesmo setor cresceu 4%, ambas comparações em valores nominais, sem descontar a inflação.

Os dados do PIB de 2010, 2011 e 2012 são considerados preliminares pelo IBGE. Os valores e as variações conhecidas, no caso da indústria, foram obtidos principalmente de dados extrapolados a partir da Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF) antiga (a nova pesquisa entrou apenas no PIB de 2013), cuja variável pesquisada é o volume de produção física (quantidade) de uma série de produtos, considerando o critério de valor agregado, onde a produção de um bem “desconta” o que foi produzido na etapa anterior. A partir do dado físico, o instituto atribui um valor a essa produção. O IBGE considera o dado definitivo justamente após incorporar aos dados trimestrais as informações das pesquisas estruturais, entre outras fontes. Como o instituto está reformulando o sistema de contas nacionais, optou por “atrasar” a divulgação dos dados definitivos, agora prevista para o primeiro trimestre de 2015.

O IBGE também faz pesquisas anuais para o setor extrativo, construção, comércio e serviços, mas a diferença mais “gritante” de dados aparece no setor de transformação. E se a comparação for feita com 2008, os números mudam bastante. Na PIA, o crescimento acumulado até 2012 desacelera para 30% (porque na pesquisa o setor encolheu na recessão de 2009), e no PIB, ele sobe para 12% porque foi positivo naquele ano. Como 2009 é considerado definitivo na conta do PIB, a disparidade posterior chama mais atenção.

O PIB olha o critério de valor adicionado, que é obtido pelo valor bruto da produção de um setor menos seu consumo intermediário, como na PIM-PF. A informação principal já é um valor monetário. No caso de uma camisa, por exemplo, o cálculo do valor da confecção precisa descontar o tecido (produzido em outro lugar) e a energia elétrica (gerada em outro setor), entre outros custos. Na PIA existem dois conceitos considerados uma “proxy” do cálculo usado no PIB industrial do setor de transformação. Alguns economistas olham o valor da transformação industrial, que mostra aumento de 40% entre 2010 e 2012. Outros consideram mais correto o valor adicionado, no qual o crescimento foi de 36% – ambos muito acima dos 4% do PIB do mesmo setor em igual período.

A diferença dos dois critérios da PIA é quanto cada um desconta dos “outros custos”. O valor da transformação industrial (conhecido como VTI) tira os custos diretamente envolvidos na produção, como insumos, energia e manutenção. O critério por valor adicionado também desconta aluguéis, publicidade, frete, entre outros.

No final de julho, o IBGE liberou os dados das pesquisas anuais da indústria, construção e comércio de 2012. Com base nessas três pesquisas – falta divulgar a de serviços -, a LCA recalculou o PIB dos últimos anos e concluiu que o crescimento desde 2009 (último dado definitivo) pode estar subestimado. A maior diferença aparece em 2012 e no setor de transformação.

O estudo elaborado pela LCA Consultores utilizou o critério de VTI e mostra que, em 2012, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA), o segmento de transformação produziu R$ 900 bilhões, crescimento de 6,8% sobre 2011, em valores correntes. De acordo com o PIB, o valor adicionado do setor foi de R$ 480 bilhões, queda de 6,4% sobre o resultado de 2011. “Desde 2007, se olharmos para o PIB, a indústria andou de lado. Se olharmos para a PIA, ela continuou crescendo”, pondera Borges. “Os dados, olhados ao longo do tempo, mostram uma diferença muito grande de tamanho de setor e de dinâmica”, diz o economista. Procurado, o IBGE apenas respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que as diferenças são “metodológicas”. Pelo critério de valor adicionado da PIA, a produção de 2012 somou R$ 611 bilhões e subiu 4,2% sobre 2011.

 

Borges lembra que a recente alteração na pesquisa mensal da indústria – que mudou para acrescentar produtos e fábricas e reponderar os pesos de cada setor na produção- só foi incorporada ao PIB provisório de 2013. De 2012 para trás, nada foi alterado. Em 2013, a mudança na PIM-PF fez a produção do setor ser revista de alta de 1,2% para 2,3%. O economista-chefe da LCA acredita que a indústria pode estar subestimada no PIB. “Se tomássemos o valor da indústria pela PIA e o resto do PIB ficasse constante, o peso do setor de transformação na economia brasileira seria de 25% e não de 13%, e talvez o país não estivesse discutindo se há ou não desindustrialização”, pondera Borges.

“A PIA é o principal instrumento de pesquisa sobre o setor. É nela que os pesquisadores se debruçam quando querem entender a indústria de transformação”, observa o economista. Borges considera mais correto usar o dado do valor da transformação industrial para comparar com a evolução da indústria no PIB porque é ele que foi adotado pelo próprio IBGE para definir o peso de cada segmento dentro da pesquisa industrial mensal. “E o IBGE, em diferentes documentos, usa VTI como sinônimo de valor adicionado”, argumenta.

Outro economista consultado pelo Valor considera o dado de valor adicionado mais próximo do cálculo adotado pelo IBGE no PIB industrial. Como o PIB é dado pela variação de um ano para o outro – e o crescimento nos dois conceitos da PIA é muito próximo e igualmente distante do PIB -, qualquer um dos dois critérios sustenta a tese de variação subestimada. O peso dentro do PIB, contudo, seria de 16%.

Em nenhum dos outros setores, a diferença entre as pesquisas estruturais e o PIB é tão significativa como na indústria de transformação. Além da diferença ser menor, nos outros três segmentos, o valor adicionado medido pelo PIB é maior do que o revelado pela pesquisa, o que é mais “compreensível”, dado que o PIB é mais amplo que as pesquisas setoriais. No setor extrativo, a PIA indica um valor adicionado 40% inferior ao do PIB. Na construção, a diferença é de 25% e no comércio, de 10%, sempre a favor do PIB, segundo o estudo da LCA. A trajetória desses setores, contudo, também mostra, desde 2010, crescimento superior ao registrado pelos dados preliminares do PIB.

O trabalho da LCA Consultores recalculou o PIB incorporando essas pesquisas aos dados conhecidos. Pela série até agora divulgada, o PIB cresceu 35% na soma de 2010, 2011 e 2012, em termos nominais. No PIB recalculado pela LCA, esse crescimento chega a 41,5% no mesmo período – uma diferença de 6% nominais. Embora o PIB de 2009 seja definitivo, a LCA também recalculou aquele dado usando as pesquisas. E no caso de 2009, as pesquisas mostraram que a queda poderia ter sido maior do que o 0,2% apontado pelo PIB.

“Nosso exercício sugere que a revisão do cálculo do PIB e a incorporação de novos dados aos preliminares pode revelar que o PIB brasileiro é maior e cresceu mais do que se imagina nos últimos anos”, pondera Borges. O economista-chefe da LCA lembra que quando saírem os dados definitivos eles já virão dentro do novo sistema, o que torna mais difícil o exercício de estimar o novo tamanho do PIB. O estudo da LCA considerou o modelo antigo das contas nacionais porque o “novo” ainda não é conhecido.

 

Redação

15 Comentários

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  1. então ta rsrs

    vcs realmente não tem noção de limites. Mais uma imitação barata na manipulação dos numeros econômicos da argentina, se  os numeros da realidade econômica não agradam o grupo político no poder vamos fantasiar(MENTIR) um pouco não é mesmo!!!

    1. Ignorância

      Seu Troll:

      Você é tão ridículo que não percebeu que a reformulação das Contas Nacionais só irá acontecer em março de 2015.

      Isto significa que, se o teu candidato de oposição ganhar, o Aécio Never vai capitalizar para si o adicional de crescimento do PIB. dizendo o seguinte: o governo do PT era tão incompetente que não sabia sequer medir o PIB corretamente. Foi no meu governo que corrigimos essa lambança.

      Com a mídia chapa branca endossando esta versão, você irá ter orgasmos solitários de masturbação mental.

      Vê se cresce, filhinho da mamãe !

    2. sem noção….

      Valter, sem noção, usando suas palavras, é quem não percebe que o artigo saiu no Valor Econômico, jornal que pertence à Folha e ao Globo, ambos anti-petistas…. portanto, a não ser que você acredite que as “famiglias” Frias e Marinho tenham se convertido ao PT, sua ilação é sem sentido, e desprovida de embasamento intelectual…

      Lembro que o economista que primeiro tocou nesse assunto – as falhas existentes na medição do PIB, que seria maior… – foi o Chico Lopes, tucano de carteirinha e ex-ministro de FHC.

  2. Lágrimas pela Desqualificação Vidalícia

    A postagem do Senhor Vidal é muito condizente com o nivelamento para baixo de discussões de assuntos complexos e metodológicos. A estrutura econômica muda e isso precisa ser incorporado nos cálculos de produção e preços. A matéria mostrou que o IBGE está tomando todo o cuidado (talvez, sendo mais lento que o recomendável) para alterar a apuração da composição e do tamanho da indústria brasileira de transformação, bem como do setor serviços. Se houvesse manipulação política, esse fato não apareceria em matéria meio que escondida e para um público muito específico no Valor Econômico, mas seria divulgado aplamente pelos representantes do Governo Federal. Há poucos anos, de acordo com os dados da POF 2008-09, o IBGE alterou as ponderações para o cálculo do IPCA e do INPC no Brasil, incorporando a mudanças nos hábitos de consumo, como o grande uso de computadores pessoais, aparelhos celulares, viagens de avião, substituição de proteínas vegetais (nosso feijão, que já deixou de ser do dia a dia) por proteínas animais etc. etc. Para alguns talvez devessemos manter a importância na cesta de consumo da vitrola, da televisão de válvula, da farinha de mandioca, do coração e fígado de boi, do bilhete da loteria federal, da passagem do bonde.

    1. Não ligue não, é mais um

      que vem em épocas de eleições. Logo vai acabar o contrato de trabalho…

      Fato é, que ocorreu nos últimos 3/4 anos duas coisas curiosas:

      1 – PIB anémico com mercado de trabalho cada vez mais aquecido, Só olhar a curva das taxas de desmprego e de criação de postos de trabalho. (o.k. os zanchetta e vidal da vida vão escrever que os dados de desemprego são fajutos). E os jovens formandos ou formados (engenharia inclusive mas não só) acham estagios e 1º emprego com uma facilidade desconcertante (para quem viveu o Brasil dos anos ’80 e ’90!)…

      2 – Para quem visita as cidades do interior de SP, uma sucessão de novos distritos industriais, uns para aluguel, logo cheios, outros “built to suit”, enquanto escuto no rádio economistas lamentando a desindustrialização brasileira… ((o.k. os zanchetta e vidal da vida vão escrever que os empreendimentos são os resultados práticos dos xokes de jestão dos tucanos paulistas como nos casos brilhantes da CESP e da SABESP cujos respectivos futuros sabemos todos serão brilhantes)

      Algo está errado!

  3. Já que estamos bem assim,
    Já que estamos bem assim, podemos até dar uma valorizada no câmbio.
    Kkkkkk

    Correção de parâmetros não altera a curva. Porque poe definição é uma NOVA curva.

  4. a oposição costuma usar  só

    a oposição costuma usar  só os dados negativos.

    então uma diferença de cinco por cento derruba o mito da desindustrialização.

    o curioso é que alguns tem a cara de pau de comparar com a argentina, onde o grupo clarin – a globo de lá – repete insistentemente que o governo manipula os dados do crescimento e da infalção, o que não creio seja possível…

    e no brasil dar-se-ia  o contrário,o governo estaria manipulando contra ele mesmo.

    um absurdo fenomenal.

    melhor seria cometer outra injustiça – dizer que o ibge está indo contra o governo.

     

  5. passividade do governo!!!

    Irrita, ver matérias assim, além do artigo do Chico Lopes há uns meses, e não perceber UMA tentativa do governo, no sentido de expor a sociedade, essa possibilidade que parece ser real, a de que tenha havido falhas na aferição do PIB. Como podem deixar o IBGE levar tanto tempo para corrigir algo tão sério como a medida do crescimento de um país? É, inclusive, falta de respeito com os eleitores do próprio governo, e da sociedade em geral.

  6. dai um numero e chegarei nele

    foi  esse  comentrio que zarathusta fez ao receber  a incumbencia de mostrar  que o circulo não é quadrado.

  7. PIB deve ter crescido quase 5% a mais de 2010 a 2012

    Nassif,

    Caso isso se confirme, explicaria a baixa taxa de desemprego mesmo como (PIB) oficial estagnado?

  8. Redução da miséria X Elevação dos crimes

     

     Isto me intriga. Vivemos uma clara redução da miséria, inclusão de 40 milhões de brasileiros no mercado de consumo e uma revolução com a entrada de milhões de pessoas nas escolas de primeiro e segundo graus e universidades.

    Como explicar a elevação brutal da crminalidade a mesmo tempo que temos uma redução da desigualdade de forma tão contudente?

    1. Redução da miséria x Elevação da criminalidade

      É muito simples explicar esse aparente contradição. A redução da miséria começou com as ações sociais implantas no governo Lula e continua no governo Dilma, perfazendo um total de 12 anos. Nesse período o bolsa família atingiu todo o extrato social, somente agora em 2014, com um uniserso de 50 Milhões de brasileiros.Portanto o espaço de abrang~encia, somente culminou agora com 12 anos. Agora, o que acontece com a violência, é que a mesma começou em 1964 com a Ditadura Militar e prosegiu até o final do governo de FHC. Portanto, crianças que nasceram até 2002, não tiveram nenhuma oportunidade , bem como seus pais, não tinham emprego, era uma conjunção de fatores que levaram milhões de brasileiros a marginalidade. Foram gerações destruídas por esse neo-liberalismo made in USA. Agora, os filhos da geração Lula/Dilma, terão um futuro muito diferente, a medida que a ação governamental de LULA/DILMA chegou ao ciclo completo do Bolsa -família, com alimentação, escola e trabalho. Foi preciso um trabalho de 12 anos, para esse extrato da sociedadde brasileira ter condições de formar cidadãos para o Brasil e não marginais como outrora.. 

  9. explicando um pouco mais e sugerindo números verossímeis

    Alguns comentários sugerem que o governo estaria fazendo alguma manipulação – algo parecido com o que ocorre com o Indec argentino. 

    Ou é má intenção ou é brincadeira: é o IBGE, que é um órgão de Estado dos mais incomplacentemente insulados, que tem divulgado sistematicamente informação contra o governo. Chegou mesmo a desdizer um comentário da Presidente segundo a qual a revisão do PIB de 2012 o elvaria para 1,5% (foi de 0,9 para 1,0). Ademais, não precisa ser especialista em contas públicas para saber que nos últimos anos era o PIB que ofendia o bom senso. As vendas cresciam 7, 8% num ano, e o PIB dava 2, o emprego e o salário bombava e o PIB mal se mexia. É certo que havia aumento das importações. Mas mesmo crescimento de 10%, ou mais das importações (que representam uns 13% do total da oferta) fica bem difícil explicar para onde teria vazado o aumento da massa salarial.

    Ora, a PIA é, como está explicado na reportagem, uma pesquisa muito mais detalhada e precisa que o PIB setorial, que se baseia em uma pesquisa física para a indústria, de variações de quantidades de “cestos de produtos” fixos. A PIA parte das receitas e da estrutura de custos realmente aferida de uma amostra gigante de empresas com 30 empregados ou mais. Na verdade, o correto é o PIB segui-la e não o contrário, até porque, além de tudo, a pesquisa física no Brasil está extremamente defasada (inclusive se baseava em uma classificação de atividades que foi aposentada há uns 20 anos na OCDE). 

    Com relação à indústria portanto, se alguma pesqusia está errada é o PIB baseado na PIM-PF e não a PIA. O fato de elas terem deixado de convergir só evidencia que a correção da metodologia do PIB era urgente – infelizmente e por flata de visão do governo só sairá no ano que vem, depois de penas e penas terem sido gastas discutindo estagflação, desindustrialização e ineficácia de medidas. 

    Ainda assim, algumas coisa podem ser ditas. A diferença de crescimento das pesquisas como a PIA aumentaria o PIB nos últimos anos em 4,82%, aproximadamente. Isso daira 1,58% divididos enrtre 2010, 11 e 12 – o PIB de 2013 já foi parcialmente corrigido em maio e passou de 2,3 para 2,5%.

    Assim, teríamos algo próximo de 9,23% em 2010 (contra 7,5); 4,35% em 2011 (contra 2,8); 2,74% em 2012 e 2,5 ano passado. ESSES NÚMEROS SÃO INSUFICIENTES PARA DIZER QUE A POLÍTICA ECONÔMICA DE DILMA FOI UM SUCESSO, mas certamente põem o Brasil entre os melhor sucedidos entre as grandes economias ocidentais mesmo na fase II da crise.

    Eventualmente – há que confirmar o “PIB de serviços”, que sai nos próximos dias – esses números alterariam o ranking do PIB em PPP mundial e colocariam o país em sexto nesse que é considerado o melhor elenco de tamanho real das economias. Mas o melhor é que talvez baste para permitir ao Brasil pular uma linha demarcatória importante: o da chamada “alta renda” pelo critério do Banco Mundial, atualmente em torno de US$ 12300, em GNI per capita (pelo PIB atual, está com 11700).

    O que é certo é que a indústria de transformação brasileira será uma coisa completamente diferente do que se imagina costumeiramente. Ela estaria perto de R$ 1 tri por ano, ou seja, quase US$ 500 bi. Certamente isso a coloca em outro patamar – eventualmente entre as 5 maiores do planeta. Esse ranking tem EUA e China muito à frente dos demais, seguidos por Japão e Alemanha. A seguir, vem Coréia e Itália. Possivelmente, não possuem indústrias de 500 bi. 

    De qualquer forma, isso entra menos na conta de Dilma do que se imaginaria à primeira vista, porque o desempenho do PIB teria sido claramente declinante ao longo do seu mandato – é bom lembrar que os números correntes da própria PIM terão pouco ajuste, porque desde março ela passou a ser feita já incoporando as mudanças usadas na PIA desde 2009. Ou seja, o PIB deste ano será pouco afetado e dificilmente crescerá mais que 1,5%, com possível queda da indústria. 

    Considerando que o pacote de desonerações se concentrou em 2012 e 2013 dificilmente sua política industrial não seria acusada de ter gasto quase 100 bi por ano e não ter conseguido reacelerar a indústria e pouco efetio ter gerado sobre a inflação (já que parte da desonerações foi para conter preços como os da emergia e da cesta básica).

    Existem razões decentes para assim ter sido, mas do meu ponto de vista isso não desfaz a crítica de que o “modelo lulista” tem de ser fundamentalmente alterado sob pena de a trajetória descendente – ainda que em um nível bem melhor que o ainda considerado – faça do próximo governo o último antes do retorno da direita entreguista.

    Debalde lembrar que alterar profundamente nada tem que ver com retornar ao neoliberalismo, mas isso é assunto para outros posts. 

     

     

     

     

     

     

     

  10. Vamos exigiir  que o salário

    Vamos exigiir  que o salário mínimo tenhas os seus valores  corrigidos por esse PIB o que só de atrasado deve render uns 30 bi aos trabalhadores.

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