Jornal GGN – De acordo com dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), a percentual de reajustes salariais abaixo da inflação chegou a 50% das negociações no acumulado até outubro de 2016. Em outubro de 2015, esta parcela estava em 20%, e em 2014, a proporção ficou em 5%.
O aumento nas negociações abaixo da inflação é explicado pela crise econômica e pelo crescimento do desemprego. Os bancários, que realizaram uma greve de 31 dias, tiveram seus salários achatados pela primeira vez desde 2004, aceitando uma proposta de 8% de reajuste. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) chegou a 9,2% no mesmo período.
“Em 2017, esse cenário vai se intensificar, porque a recessão deve continuar, assim como a crise política e institucional. No nosso caso, ainda tem a questão tecnológica”, afirmou Roberto Von der Osten, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores do Ramo Financeiro.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a avaliação dos especialistas é que as negociações salariais serão prejudicadas novamente pela recessão econômica em 2017. Alguns analistas também lembram que a crise política impacta a crise econômica, piorando a perspectiva de retomada da economia.
“O mais certo é que a economia não se recupere em 2017. Mesmo que o PIB cresça 1%, será sobre uma base deprimida. Assim, é difícil imaginar reajustes acima da inflação em 2017”, diz José Silvestre, do Dieese.
De acordo com a FIPE, a redução do crescimento da inflação será anulada pelo aumento do desemprego e pela crise. “Em um cenário de desemprego alto, as categorias vão preferir a manutenção dos postos de trabalho”, disse Hélio Zylberstajn, que coordena o projeto Salariômetro.
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Negociação “ganha ganha”.
Salve o Velho…
Claro que Marx não previu, e nem poderia, a era da pós-verdade, ou pós-facto…
Mas em todos os cenários que analisamos, o que está no fundo é uma coisa só: a imposição de fatalidades econômicas por decisões políticas que reivindicam ser neutras, ou irrevogáveis.
E ao que parece, as manipulações semióticas da realidade cumprem uma tarefa jamais imaginada pelo Velho no processo acumulativo de riqueza e segregação dos pobres.
O realinhamento do eixo de poder EUA-Europa, em franco a aberto conflito com as tentativas de construção de eixos alternativos (China, Brasil, Rússia e etc), retoma o receituário conhecido para manter a atual hierarquia dos interesses capitais:
Supressão dos ganhos reais da renda do trabalho sobre o capital, com a velha receita da reserva de mão-de-obra ociosa, achatamento salarial, desconstrução das redes sociais de proteção.
Ao mesmo tempo, superando os últimos obstáculos a concretização total da estrutura chamada Estado-finança, que agora tem como base normativa o Estado-juiz, os recursos da banca avançam sobre os últimos “patrimônios estatais” nos chamados países periféricos:
-água e esgoto;
– segurança pública;
– petróleo e energia.
Apesar da enorme capacidade do capital de replicar a si mesmo, produzindo sistemas de alavancagem que parecem não mais depender de algum lastro com a chamada economia real (orgânica), o fato é que para mais uma volta do torniquete capitalista na História, ainda são necessários o domínio de esferas reais do poder estatal, refletido na gestão dos seus recursos com a transferência das remessas às matrizes, no conhecido modelo de expropriação internacional descrita pelo Velho.
Inteligência artificial não para reproduzir esquemas em altíssima velocidade, mas “ensinada” a pensar com o gigantesco acervo de conhecimento que introduzimos todos os dias;
Hiperconectividade e hiperealidade;
Estruturas autoritárias das novas monarquias judiciárias;
Predomínio da reação sobre a reflexão…
Eis o admirável mundo novo…