A depressão entre os juízes

Por Paulo F Teixeira

Comentário ao post “Há razões em Joaquim Barbosa?

Quem estiver interessado nesse julgamento encontrará, abaixo ,o link que aborda um assunto preocupante atribuido ao demônio do meio dia! 
 
Nem sempre o pau que bate no JG bate JB!
 
Enquanto o primeiro é obrigado a provar estar em eminente risco de vida para exercer seu direito o segundo que já foi preterido, por algum motivo, em concurso público poderia aceitar a recomendação dada pela:
 
ALAL – Asociacion Latinoamericana de Abogados Laboralistas.
 
http://www.alal.com.br/materia.asp?cod_noticia=6066
 
Que alerta o seguinte:
 
Um juiz, em depressão, é tão danoso para a sociedade como um médico ou policial sem condições de exercerem seu trabalho. A partir da pesquisa, medidas precisam ser tomadas, juízes deveriam passar por avaliações de saúde periódicas e por avaliações de saúde mental, constantes e feitas por profissionais capacitados.

 
Da ALAL
 
 
ADOECIMENTO OCUPACIONAL
 
A Magistratura Trabalhista e o Demônio do Meio Dia
 
(*) Luciano Augusto de Toledo Coelho
 
“No dia 04 de agosto de 2011, por volta das 10h45, a juíza do trabalho Lúcia Teixeira da Costa, da 2ª Vara do Trabalho da capital, Recife-PE, suicidou-se, atirando-se do 11º andar do prédio da Sudene, na Cidade Universitária, onde funciona a Justiça Trabalhista. Lúcia trabalhava no edifico, onde atualmente funciona a Justiça do Trabalho. A ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – lamentou a morte da juíza, solidarizando-se com a família e amigos da magistrada. Segundo relatos dos advogados trabalhistas pernambucanos a juíza era muito querida dos trabalhistas, posto que dotada de alta sensibilidade social, zeloza, cumpridora de seus deveres e amiga de todos, com quem se relacionava com urbanidade, respeito, civilidade. O fato é preocupante, porque não isolado. Recentemente outro suicídio de magistrado também ocorreu no Rio de Janeiro. E sabe-se que a classe dos juízes também estão expostos a causas que estão levando muitos magistrados ao adoecimento, inclusive ocupacional…”  (informação do site “jus Brasil.com.br” 9.8.11.
 
Em 2001, Andrew Solomon publica um livro baseado em uma experiência pessoal e em fundamentos esclarecedores, que o levou a ser finalista do Pulitzer. Traça uma anatomia crua e real do fenômeno da depressão, atribuindo vulnerabilidade em pelo menos dois terços da população. A melancolia e o “descoloramento” do mundo, que afetam a pessoa deprimida, leva ao nome da obra, entitulada “o demônio do meio dia – uma anatomia da depressão”.                                          
 
Pesquisa promovida pela Associação Nacional dos Juízes do Trabalho – Anamatra, sob coordenação da Professora Ada Assunção, do departamento de medicina da UFMG, mostra que juízes do trabalho sofrem mais de depressão e estão mais sujeitos a transtornos mentais comuns do que o normal da população, além de apresentarem maior uso de medicamentos para transtornos mentais comuns. A pesquisa também apontou um dado alarmante: parcela de juízes que responderam a pesquisa foi afirmativo quanto à questão sobre se já haviam pensado em acabar com a própria vida.
 
Não é raro, todavia, que sempre que se discuta da saúde dos magistrados no Brasil, questões salariais e outras prerrogativas dos magistrados como se tais situações estivessem umbilicalmente ligadas, de forma que doenças físicas e mentais em decorrência do trabalho fosse privilégio daquela parte da população que tem salários mais baixos ou não tem estabilidade no emprego, por exemplo. Quando juízes alertam através de dados científicos, para o problema da saúde no trabalho da magistratura, de forma alguma pretendem dizer que outras categorias profissionais não tem problemas semelhantes ou piores. Não é raro que se diga que categorias submetidas à grande estresse não ganham tão bem quanto os juízes e correm riscos profissionais diversos. É a saída mais fácil – compara-se com situações tão difíceis quanto ou piores e não se faz nada para melhorar nenhuma delas, em um conformismo social que não permite o avanço da sociedade como um todo.
 
Tal situação contém confusões que podem levar a duas conclusões perigosas, mas que representam parte do senso comum acerca principalmente da depressão: a primeira, ao tratar como sinônimos a depressão e a tristeza. A depressão se relaciona aos baixos níveis de serotonina, substância necessária a atividade neuronal e a áreas do cérebro ligadas ao sentimento de bem estar. Trata-se de doença que tem forte componente químico e de predisposição genética, todavia, o desenvolvimento da doença e dos sintomas tem como concausa fatores ambientais. A doença é de complexo diagnóstico e de tratamento que envolve inúmeras variáveis individuais. Preconceitos envolvendo os transtornos mentais, como associar depressão a falta de força de vontade ou a mera tristeza por questões materiais e fatores unicamente externos, podem comprometer a busca por um tratamento efetivo e levar, em casos mais graves, ao suicídio. 
 
Segundo problema: a pesquisa da Anamatra mostra que, comparados a dados gerais do restante da população, inclusive profissões com salários médios menores, juízes do trabalho apresentam maior predisposição a transtornos mentais e foram mais diagnosticados com depressão, ou seja, fica demonstrado que os salários dos magistrados em nada alteram os índices de depressão na magistratura do trabalho, ou seja, não existe ligação entre salário e depressão.
 
O risco dessa relação é, inclusive, o de inibir a procura por ajuda e tratamento correto, eis que, no caso do magistrado, com salário superior se comparado com a população em geral e muitas vezes visto como uma pessoa com capacidades acima da média, a resistência a procurar tratamento adequado e reconhecer que precisa de ajuda profissional pode ser até maior, pois boa parte da sociedade ainda associa a doença mental a uma fraqueza ou loucura no sentido popular e imaginário do termo.
 
O resultado apresentado já era inferido, de certa forma, pelos juízes do trabalho. Comprovado agora por uma pesquisa feita com rigor científico inegável deve-se avaliar com atenção e cuidado possíveis causas do maior percentual de depressão em magistrados do trabalho, podendo-se arriscar, inclusive, ponderar que esse resultado seria verificado em magistrados de outras áreas. 
 
Observou-se que magistrados podem se sentir afetado emocionalmente com as causas julgadas por eles. Com efeito. Esse relevante fato nem sempre é levado em conta quando se fala em gestão, produtividade e qualidade da prestação jurisdicional. Juízes trabalham, sempre, com alto grau de pressão mental (e o significante “de pressão” não é mera coincidência). Impossível quantificar-se em estatísticas de produtividade o desgaste da tomada de decisão e seus efeitos, característica inerente a profissão. Independentemente da inegável validade de estabelecimento de objetivos e técnicas de gestão e do estímulo a celeridade processual e à conciliação, a questão posta parece ser a de que existe um limite para se impor uma lógica de produção a uma atividade que exige uma formação de convencimento fundada em inúmeros fatores e acesso a inúmeros recursos mentais e emocionais, nem sempre instantâneos e à disposição de todos os indivíduos. 
 
Pode-se citar diversas atividades do juiz que, dentro do indivíduo com predisposição e sem tratamento adequado no que tange à prevenção, podem contribuir, em maior ou menor grau, para o aparecimento de transtorno mental, dos quais, a partir da pesquisa, pode-se concluir que a depressão é o principal deles.
 
Tomadas de decisões diárias que influenciarão decisivamente e diretamente na vida das pessoas, inclusive retirando-lhes bens materiais, a realização de dezenas de audiências semanais, comuns na justiça do trabalho, a busca da conciliação utilizando a persuasão junto às partes, a argumentação diária em face de pessoas emocionalmente envolvidas diante da demanda judicial que o magistrado irá decidir, as quais sempre buscam fortemente defender seus interesses e atuar no convencimento do magistrado, são fatores que causam forte estresse mental.
 
Sobre isso, acresça-se a busca pela decisão célere e que represente a melhor justiça no primeiro grau, e, nos tribunais, a realização de sessões com centenas de processos e necessidade de tomada célere de decisões, muitas das quais tem forte impacto social e determinam situações que, mesmo aparentemente de menor porte ou valor pecuniário, assumem extrema importância do ponto de vista individual para o jurisdicionado. 
 
Nessa toada, um dos fatores que preocupa, ou deveria, no caso do transtorno mental comum e na depressão, é que podem afetar diretamente a percepção, a capacidade de análise e discernimento, o raciocínio lógico e algumas capacidades cognitivas essenciais para um profissional que tem como função principal a de analisar argumentos das partes, documentos dos autos, e julgar e decidir de forma rápida e fundamentada.
 
A pesquisa mostrou, ainda, que a maior parte dos magistrados do trabalho está satisfeita com sua profissão: o dado, aparentemente paradoxal, é na verdade coincidente e mostra o profissional que se dedica tanto a sua profissão e preocupa-se com seus resultados, a ponto de adoecer e não cuidar de si mesmo. Como o cardiologista que descuida do próprio coração, juízes desgastam-se mentalmente para realizar a melhor prestação jurisdicional e não observam a própria saúde física e mental.
 
Com efeito, a pesquisa indica que os juízes do trabalho preocupam-se, fortemente, com os efeitos e qualidade de sua decisão e a justiça no caso concreto. Não raramente, durante e após a tomada de decisões diárias, as quais não se limitam ao período trabalhado na vara ou tribunal, pois a maior parte dos juízes informa que trabalha em casa e nos finais de semana, os efeitos do desgaste se manifestam, seja por dificuldades no sono (apontada também na pesquisa) seja pelos reflexos na qualidade de vida em geral, menor convivência com a família e obesidade.
 
Um juiz em depressão tão danoso para a sociedade como um médico ou um policial sem condições psicológicas de exercerem seu trabalho. A partir da pesquisa, medidas precisam ser tomadas, juízes deveriam passar por avaliações de saúde periódicas e por avaliações de saúde mental, constantes e feitas por profissionais capacitados, deveriam ter acesso a assistência psicológica e a informações sobre formas de identificação e tratamento de doenças mentais, bem como ser estimulados a práticas que previnam tais transtornos, que vão muito além do simples e perigoso uso indiscriminado de medicamentos. Essa iniciativa já é comum em grandes empresas, sendo que se é para aplicar uma lógica de mercado ao poder judiciário, que seja a do cuidado que as grandes corporações tem para com a saúde física e mental de seus executivos.
 
É preciso, portanto, para o avanço da sociedade e a real melhora da qualidade da prestação jurisdicional, uma ótica que, além do louvável foco em resultados numéricos, celeridade e gestão, focalize também a saúde mental e a qualidade de vida dos magistrados, eis que, muitas vezes, por trás de estatísticas extremamente positivas, o demônio do meio-dia pode estar à espreita.
 
(*) Luciano Augusto de Toledo Coelho é juiz do Trabalho no TRT_PR , graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

 

Redação

15 Comentários

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  1. tadinho dos juízes…fiquei

    tadinho dos juízes…fiquei com uma pena deles….proponho aumentar o período de férias e de descanso destes profissionais estressados, mal remunerados, sem nenhum tipo de privilégios que são os juízes…

     

     

  2. Deprimidos? Ganhar muito dá

    Deprimidos? Ganhar muito dá depressão? Trabalhar pouco dá depressão? Ficar em recesso 2 vezes por ano dá depressão? Pouco provável. A depressão deve ser decorrente à consciência pesada de sempre condenar apenas os 4P e livrar a cara de Cachoeiras, Abdelmassihs, Dantas, Azeredos .. Eu também ficaria deprimido se fosse tão covarde.

  3. A maior depressão é a conta

    A maior depressão é a conta corrente negativa. No caso de “juizes” com certeza se isso ocorre com alguns, deve ser a consciência pesada, o mau humor no seio familiar, a ultima agressão na sua mulher e outros motivos mais. Se for um “juiz” de origem humilde, muito demonstrará de prepotência. Acredito que um Psicologo ou analista especializado em “juizes” mudará rapidamente de profissão. 

  4. Enquanto isso, uma ótima

    Enquanto isso, uma ótima notícia para livrá-los da depressão e outras coisinhas mais.

    A FALTA DE VERGONHA AUMENTA: NO APAGAR DAS LUZES, AUXÍLIO-MORADIA RETROATIVO PARA OS MAGISTRADOS.

    Postado em dezembro 16, 2013por  4 comentários   

    Do SindJustiça-RJ

    No início deste ano, o SindJustiça-RJ impediu a aprovação vergonhosa de um auxílio-moradia para magistrados com retroatividade de 10 anos. Agora, o Tribunal voltou à carga e, às vésperas do recesso e no apagar das luzes de 2013, a Administração encaminhou à Alerj o projeto de auxílio-moradia, de forma disfarçada.

    Em nenhum momento, o projeto faz menção à expressão “auxílio-moradia”, limitando-se a citar leis e números. E colocam o texto de forma que se assegure a retroatividade da despesa, já que citam que será resguardada a simetria com o Ministério Público, mesmo argumento que utilizaram para receber os atrasados do auxílio alimentação. Vejam os artifícios utilizados:

    1) Para garantir a aprovação do auxílio-moradia – Em vez de citar expressamente o auxílio-moradia, o projeto de lei encaminhado à Alerj fala em “benefício referido no inciso II do art. 65 da Lei Complementar Federal n° 35, de março de 1979”. Essa lei é a LOMAN – Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que no artigo citado, diz: “Art. 65 – Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas aos magistrados, nos termos da lei, as seguintes vantagens: II – ajuda de custo, para moradia, nas localidades em que não houver residência oficial à disposição do Magistrado”.

    2) Para garantir o pagamento a todos os magistrados – Em vez de citar expressamente quem se beneficiará do auxílio, o projeto de lei encaminhado à Alerj fala em observar “as diretrizes adotadas em relação ao disposto no art. 86 da Lei Complementar Estadual n° 106, de 03 de janeiro de 2003”. Trata-se da Lei Orgânica do Ministério Público, que no artigo citado, diz: “Art. 86. A indenização de transporte, a bolsa de estudo de caráter indenizatório, o auxílio pré-escolar, o auxílio-alimentação e a aquisição de obras jurídicas destinadas ao aprimoramento intelectual dos membros do Ministério Público serão disciplinados em resolução do Procurador-Geral de Justiça”. Ou seja, a regulamentação do pagamento do auxílio-moradia vai seguir a mesma regra, qual seja, ser disciplinada por Resolução do próprio TJ.

    3) Para assegurar a retroatividade a 10 anos – Em vez de citar expressamente a retroatividade, conforme foi aprovado no Órgão Especial do TJ, o projeto de lei encaminhado à Alerj fala que “aplicam-se aos destinatários desta lei, no que couber, a fim de resguardar a devida simetria, as disposições previstas na Lei Complementar Estadual 113, de 24 de agosto de 2006”. Essa lei alterou a Lei Orgânica do Ministério Público. Ao falar em simetria, o projeto pretende utilizar o mesmo argumento usado quando do pagamento de atrasados de auxílio alimentação da magistratura, alegando que, como o MP recebia desde 2004, os magistrados têm direito a atrasados. Desde 2004.

    JUSTIFICATIVA ERRADA

    Além disso, em sua justificativa, a Presidente do Tribunal afirma, categoricamente, que a previsão de despesa para 2014 é da ordem de R$ 8.795.863,92, o que se mostra evidentemente equivocado. São cerca de 750 magistrados. O teto estipendial previsto na Constituição Federal (subsídios dos ministros do STF), a partir de janeiro de 2014 será de cerca de 30.000,00. A conta é simples: R$ 30.000,00 x 18% (percentual do auxílio previsto no projeto de lei) = R$ 5.400,00. Como são cerca de 750 magistrados, a despesa mensal será da ordem de R$ 4.050.000,00. Isso, em um ano, equivale a R$ 48.600.000,00.

    QUASE 500 MILHÕES

    Se forem aprovados os atrasados, por meio de Resolução do TJ, como possibilita o projeto, a despesa, só com atrasados, será da ordem de 486.000.000,00, quase meio bilhão de reais, sem contar com eventuais os acréscimos de correção monetária e/ou juros.

    Como gastar essa fortuna com auxílio-moradia se temos aprovados aguardando convocação que não são chamados por suposta falta de orçamento? Como gastar essa fortuna com auxílio-moradia se, por conta da não convocação de aprovados, servidores têm suas vidas totalmente desestruturadas com remoções ex officio para todos os lados, o que causou até tentativa de suicídio de uma colega recentemente?

    Como gastar essa fortuna com auxílio-moradia se a Administração deve à categoria os atrasados da ação dos 24%, pelos quais lutamos há 25 anos (vinte e cinco anos) e não efetua o pagamento? Como gastar essa fortuna com auxílio-moradia se o cidadão espera anos pelo desfecho do seu processo, por falta de servidores e de magistrados?

    QUESTÃO LEGAL

    Não obstante a questão moral, ainda temos a questão legal. Existe uma lei, denominada Lei dos Fatos Funcionais, n° 5535/2009, que prevê o pagamento de auxílio-moradia para magistrados do Rio de Janeiro. Ocorre que esta lei está sendo questionada no STF, através da AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.393. Nas palavras do Procurador-Geral da República, que propôs a ADIN, destacou que a lei questionada é na prática um “estatuto estadual da magistratura”, o que é vedado pela Constituição Federal em seu artigo 93, segundo o qual o estatuto da magistratura é uma lei complementar federal, de iniciativa privativa do STF. “Deve ser observado o respeito à unicidade nacional da magistratura”, argumentou Gurgel.

    O Relator desta Ação de Inconstitucionalidade, Ex-Ministro Ayres Britto, deu o seu voto, acatando a inconstitucionalidade da lei; em seguida, o Ministro Luis Fux, que era desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pediu vistas do processo, em 17/05/2012, e até hoje não devolveu os autos para julgamento. Seria, no mínimo, prudente, que eventual aprovação pela Alerj de tal auxílio levasse em conta a possibilidade de a lei dos fatos funcionais ser considerada inconstitucional (o que é praticamente inevitável), o que causaria um rombo sem precedentes no orçamento do Tribunal, acaso já tiverem sido pagos os valores.

     

       

     

  5. Em casos de guerra, agressão externa, fome generalizada …

    … todas essas “doenças” costumam desaparecer: depressão, obesidade, enfarte, etc. Pode-se deduzir então que isso é doença de rico.

  6. Estava pensando em colocar

    Estava pensando em colocar aqui que Joaquim Barbosa, por ser portador de uma doença que impede os movimentos, se está em crise, obrigando-o a ficar naquele senta-levanta, pelo menos quando está no palco; e não sei até que ponto ele explora essa história…, enfim, pelo que observamos em sua conduta como juíz, que nunca nos pareceu de um cara saudável psicologiamente, não significa que ele seja propenso a sofrer de depressão. Ele parece apresentar mais um perfil de gente que age de forma contrária: com instintos meio selvagens, ou, a ser doença de órdem psíquica, que seja uma espécie de psicopatia. Ele demonstra a cada dia, a cada momento, que é um homem de muita fieza, que expande dentro de si muito ódio, e que, por isso mesmo, tem como que uma sede de vingança, quando, em realidade, sai da esfera de uma autoridade da maior corte brasileira, pra ser um réles mortal, sem estudo, grotesco e bruto.

    Sempre entendo que JB tira muitos proveitos desse problema, já revelado, de sua coluna, porque a imprensa tem mostrado o cara em determinadas situações completamente fagueiro, leve e solto, esportivo, às vezes bebendo num bar, etc.; mas acho que a melhor imagem pra provar que ele né tão doentinho assim, foi quando ficou no camarim dos globais num dos estádios brasileiros, para assitir a Copa das Confederações. Ele apareceu ali, com toda certeza, sabendo que seria filmado, e que o Brasil e o mundo questionaria aquela passagem dele, que se encontrava dentro dos outros quadros tristes do dito mensalão. Ou seja, ele faz questão de mostar a cara de comprometido com um mesmo lado, que está com os globais pra querer mais visibilidade, e, enfim, fará qualquer coisa pra aparecer, mas, a meu ve, tá longe de se tornar um depressivo, um cara vivendo no seu mundo, sem força pra nada. 

  7. Construção: Chico Buarque

    Bateu na sua mulher quando ainda era mínimo…

    Pegou o seu diploma e se sentiu messiânico…

    Atravessou o planalto com seu passo tímido…

    Subiu no STF qual se fosse mágico….

    Partiu para Alemanha a mitigar a cólicas…

    Voltou com muita raiva pra prender políticos…

    Comprou casa em Miami como aristocrático…

    Entrou em depressão danosa qual se fosse médico..

    E agora vai querer avaliação periódica.

     

  8.   Aposto que nem todos sabem:

      Aposto que nem todos sabem: magistrados têm 60 dias de férias por ano, e podem vender 30 dias. Ou seja, eles têm o 14º salário, os coitados. É a tristeza do barão.

  9. Pelos repugnantes comentários

    Pelos repugnantes comentários se percebe o “pré-conceito” sobre o tema.

    Não… não sou magistrado, mas trabalho, como concursado, em uma carreira jurídica.  O bom salário não é “remédio” para depressão. Tenho convicção que os que opinaram com deboche têm pleno desconhecimento sobre como é a vida nessa área. Ter a incumbência de fazer “justiça dia-a-dia”, para aqueles que tem consciência da realidade em que vivemos nesse país, é tarefa das mais danosas a uma pessoa.

    Não costummo comentar no blog (apesar acessá-lo diariamente por concordar  com a postura no Nassif)… mas diante de tantos manifestos “biliáticos”, fui obrigado e registrar meu pensamento.

    Se existesse uma pesquisa séria sobre o tema no Brasil, o resultado seria alarmante, não tenho qualquer dúvida disso. Falta de estrutura, pessoal, excesso de trabalho, controvérsias das mais sensíveis (sobre a vida de outras pessoas, p. ex.) é o cotidiano de quem é magistrado, promotor, procurador. Se você não é uma “máquina”, não tem jeito, você absorve aquilo. 

    Enfim, reitero: uma pesquisa séria surpreenderia a todos. 

     

    1. Pelos repugnantes comentários

      Agora entendi porque o alto índice de corrupção no Poder Judiciário: Depressão. Só ela explica que um cidadão que goza de vantagens que os comuns mortais não desfrutam, como férias de 60 dias, salários astronômicos, ainda assim põe tudo a perder, vendendo sentença, favorecendo partes de um processo em detrimento da outra. Mas não sou solidário à sua dor, pois já fui vitima desse poder corrupto que é o Poder Judiciário.

  10. Até o CNJ já percebeu…

    O Conselho Nacional de Justiça está focado na elaboração de um protocolo que vai auxiliar tribunais na identificação das principais questões que prejudicam a saúde dos magistrados e também dos servidores do Judiciário. São alvos razões de doenças físicas e psíquicas como depressão, stress, hipertensão, dores crônicas e osteomusculares. A iniciativa foi aprovada na última segunda-feira (16/4).

    E olha que eles continuam tentando esconder a dependência quimica, que todo mundo sabe que é altíssima no meio jurídica e está diretamente associada à depressão…

    http://www.conjur.com.br/2012-abr-21/cnj-mapear-principais-problemas-saude-magistrados

  11. Ignorância
    A ignorância ou pseudo ignorância de algumas pessoas que comentaram é gritante. Sou magistrada e a rotina é assustadora. A carga de trabalho diária é mais que o dobro da prevista na legislação como limite possível a uma vida saudável que seriam as 8 horas diárias. As pessoas acreditam ou querem acreditar que após minhas 6 horas de audiências diárias, acrescidas dos despachos em secretária, atendimento as partes e advogados e me colocar à disposição para emergencias judiricas, eu vou passear. Com todo respeito mas meu trabalho, após tudo isto, não está na metade ou esquecem que temos de sentenciar? Assistentes de sentença são raros e não para todos e, quando existem, são direcionados à fase de execução. Passam por mim em sala de audiências cerca de 500 pessoas por semana, em conflito, com energia e nivel cultural diversificado, em um desgaste emocional absurdo e esperam, com razão claro, serem ouvidas, respeitadas, além de receberem uma sentença breve. Com o número de juízes deste país, para que todas estas expectativas possam ser atendida, estamos sacrificando nossa saúde física e mental. Faço por amor a sociedade e por abnegação e jamais por um subsídio congelado há anos, com perdas no poder aaquisitivo só comparavel a dos aposentados. Quanto as férias…. tiraramos férias para recuperar o atraso. Nunca conheci um juiz que não utilizasse suas férias para isso.

  12. A ignorância é a fonte principal do fracasso deste país

    Infelizmente, os comentários de pessoas altamente ignorantes sobre a carga de trabalho e o tipo de trabalho de um juiz sério, é impressionante.

    Isso entristece. Mas entristeceria ainda mais se eu não soubesse que a maioria dos que comentam em sites de internet são pessoas que apenas querem destilar seu baixo conhecimento associado a alguma frustração que têm na vida.

     

    Dica preciosa: cuidem melhor das próprias vidas e passem a estudar mais.

     

     

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