A história da São Silvestre em fatos e fotos

Sugerido por Támara Baranov

Da Fundação Casper Líbero
Fotos: Gazeta Press
Corrida de São Silvestre, a história em fatos e fotos
 
 
1ª edição da Corrida de São Silvestre, em 1925
 
 
Alfredo Gomes, atleta do Clube Espéria, após cruzar a linha de chegada e vencer a primeira Corrida de São Silvestre de 1925
 
Numa viagem à França, em 1924, Cásper Líbero assistiu a uma corrida noturna, a “March aux Flambeaux”, em que os corredores carregavam tochas de fogo. Entusiasmado, resolveu promover, naquele mesmo ano, algo semelhante em São Paulo. Assim, à meia-noite de 31 de dezembro, daquele ano foi instituída a Corrida de São Silvestre que reunia os atletas da cidade e ganhou o nome porque esse era o santo do dia. A prova passou, em mais de 70 anos consecutivos de realização, por inúmeras transformações e cresceu: dos apenas 60 participantes da primeira edição, a corrida passou a registrar mais de 10 mil inscrições nos últimos anos, incluindo a presença das maiores expressões do atletismo mundial. A ‘São Silvestre’ tornou-se internacional a partir de 1947, quando abriu espaço aos atletas de todas as partes do mundo. Quando a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher, em 1975, a competição passou a incluir a participação das mulheres.

 
 
 
Primeira edição da prova feminina, realizada em 1975, juntamente com a prova masculina da 51ª Corrida de São Silvestre
 
Saem os carros, entram as pessoas. Desde 1925, a corrida mais famosa e tradicional do Brasil e da América Latina, compõe-se de um trajeto de 15 km através da área central da cidade. No início, era disputada à noite, e terminava na virada. Para encaixá-la em sua grade, a Globo fez com que fosse disputada à tarde, para não prejudicar sua programação noturna. Tanto a largada quanto a chegada da prova acontecem em frente à sede da Fundação Cásper Líbero, no número 900 da Av. Paulista. Os milhares de atletas dividem-se nas categorias masculina e feminina e por faixas etárias, dentro dos critérios de regulamento estabelecido pelo jornal, patrocinador do evento.
 
 
64ª Corrida Internacional de São Silvestre de 1988. Está foi a última largada no período noturno
 
 
65ª Corrida Internacional de São Silvestre de 1989. Está foi a primeira prova a ser disputada em novo horário, durante o dia
 
Em 1945, Carlos Joel Nelli, diretor de A Gazeta Esportiva, decidiu alterar a estrutura da prova. A partir daquele ano a corrida tornou-se internacional, trazendo maior emoção à competição através do duelo entre brasileiros e estrangeiros. Os primeiros atletas do exterior convidados a participarem da corrida foram o uruguaio Oscar Moreira e o chileno Raul Inostroza, tendo se classificado respectivamente em segunda e quarta colocação. O grande vencedor da estreia de abertura da São Silvestre aos competidores de outros países foi o brasileiro Sebastião Alves Monteiro, que repetiu o excelente feito no ano seguinte.
 
Depois de abrir as portas para atletas de toda parte do mundo, a São Silvestre inaugurou, em 1975, a prova feminina. Sintonizados com os acontecimentos mundiais, os organizadores da prova resolveram prestar uma homenagem às mulheres, no ano em que a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher. O primeiro título feminino ficou com a alemã Christa Valensieck, que voltaria a vencer a corrida em 1976. O maior fenômeno da prova feminina, no entanto, despontou na década de 80. A portuguesa Rosa Mota brilhou nas ruas de São Paulo com seis vitórias consecutivas, de 81 a 86. O Brasil também teve a sua representante no lugar mais alto do pódio: Carmem de Oliveira foi o orgulho nacional, em 95, e Roseli Machado, em 96.
 
  
 
O primeiro título feminino ficou com a alemã Christa Valensieck A portuguesa Rosa Mota brilhou nas ruas de São Paulo em 1986. 
 
Grandes nomes já passaram pela São Silvestre. O lendário tcheco Emil Zatopek, conhecido nos anos 50 como a ‘Locomotiva Humana’, venceu a corrida chegando 500 metros à frente do segundo colocado. Além de Zatopek outros atletas ficaram na história da corrida: o argentino Osvaldo Suarez (tricampeão, com vitórias em 58, 59 e 60), o belga Gaston Roelants (vencedor em 64, 65, 67 e 68), o colombiano Victor Mora (campeão em 72, 73, 75 e 81), o equatoriano Rolando Vera (86,87,88 e 89), o brasileiro José João da Silva, vencedor em 80 e 85, e responsável pelo fim do longo jejum brasileiro no pódio, desde 47. O queniano Paul Tergat detém o recorde de cinco vitórias na prova masculina; a portuguesa Rosa Mota é recordista feminina, com seis vitórias. Existem os anônimos que se esforçam para vencer, até como forma de adquirir notoriedade. E existe uma imensa massa humana que participa da corrida como quem vai a uma festa.
 
 
 
O lendário tcheco Emil Zatopek, a ‘locomotiva humana’, foi campeão da São Silvestre em 1952. E o belga Gaston Roelants foi vencedor em 64, 65, 67 e 68
 
Um apaixonado pelo esporte, Cásper Líbero atuou na direção de A Gazeta Esportiva, promovendo, além da ‘Corrida de São Silvestre’, eventos esportivos importantes, como a ‘Prova Ciclística 9 de Julho’. Outras provas também fizeram sucesso, como a ‘Travessia de São Paulo a Nado’, disputada no rio Tietê, o torneio de futebol de várzea ‘Cidade de São Paulo’ e os ‘Jogos Universitários Brasileiros’.
 
 
Redação

2 Comentários

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  1. Tinha que entrar esta maldita

    Tinha que entrar esta maldita Rede Globo que onde põe o dedo, como no futebol e na literatura, transforma o que era bom em lixo. Primeiro levaram a corrida, que tradicionalmente sempre foi próxima à virada, para o fim da tarde… e agora para as 9 horas da manhã, uma piada de péssimo gosto – até os gatos e os cães estão dormindo pelo caminho. É no que dá e sempre dará quando os interesses da grade de programação são mais importantes do que a História da Cidade. Uma lástima…

    1. Você acabou escrevendo o que

      Você acabou escrevendo o que eu estava pensando. E afinal, o que essa lástima de emissora colocou no lugar? Passo longe da televisão nesse dia.

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