A verdade de Aécio sobre o aeroporto

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Cobrado por todos os lados, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) decidiu admitir o uso do aeródromo ainda irregular que construiu na cidade mineira de Cláudio, por R$ 14 milhões. Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (31), o tucano reafirma que a obra, além de legal, foi “transparente, ética e importante para o desenvolvimento da região”. Falta registro junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

Para reforçar sua tese de legitimidade da obra, Aécio voltou a apontar a atuação do Ministério Público. A primeira atitude do tucano quando o caso veio à tona, no dia 20 de julho, foi espalhar um inquérito de 2009, que questionava a necessidade de construir um aeroporto num município de 25 mil habitantes, sem expressividade econômica e a poucos quilômetros de distância de Divinópolis, onde existe um pólo com aeroporto bem equipado.

Como mostrou o GGN na semana passada, o inquérito de 2009 surgiu a partir de uma denúncia anônima. Um mineiro teria sido informado por um jornal local que o Estado iria iniciar a construção do aeroporto em Cláudio. A obra só foi concluída em meados de 2010. O inquérito, arquivado em abril deste ano. A Promotoria limitou-se a colher informações junto ao governo mineiro sobre o programa Proaero. Leia mais aqui.

No artigo “A verdade sobre o aeroporto”, Aécio não entra no mérito da denúncia feita pela Folha de S. Paulo há 10 dias: que enquanto o imbróglio envolvendo a desapropriação do terreno não se desfaz na Justiça, a família de Múcio Tolentino, tio-avô de Aécio e dono do local, mantém o controle de quem usa o aeroporto. Mas frisa que os esclarecimentos foram prestados.

A verdade sobre o aeroporto

Aécio Neves – Folha de S. Paulo, 31 de julho de 2014

Nasci no ambiente da política e vivi nele toda a minha vida. Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa. E o direito de se esforçar para que seus esclarecimentos possam ser conhecidos.

Nos últimos dias, fui questionado sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais. Como o Ministério Público Estadual atestou e a Folha registrou em editorial, não há qualquer irregularidade na obra. Mas surgiram questionamentos éticos, uma vez que minha família tem fazenda na cidade. Quero responder a essas questões.

A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região. Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos.

As acusações de benefício à minha família foram esclarecidas uma a uma. Primeiro, se disse que o aeroporto teria sido construído na fazenda de um tio-avô meu. A área foi desapropriada antes da licitação das obras, como manda a lei. O governo federal reconheceu isso, ao transferir a jurisdição do aeroporto ao governo de Minas Gerais, o que só é possível quando a posse da terra é comprovada.
Depois, levantaram-se dúvidas sobre o valor da indenização proposta pelo Estado. O governo ofereceu R$ 1 milhão. O antigo proprietário queria R$ 9 milhões e briga até hoje na Justiça contra o governo de Minas.

Finalmente, se disse que a desapropriação poderia ser um bom negócio para o antigo proprietário, porque lhe permitiria usar o dinheiro da indenização para arcar com os custos de uma ação civil pública a que responde. Não é verdade. O dinheiro da indenização está bloqueado pela Justiça e serve como garantia ao Estado de pagamento da dívida, caso o antigo proprietário seja condenado. Se não houvesse a desapropriação, a área iria a leilão. Se fosse um bom negócio para ele, não estaria lutando na Justiça contra o Estado.

Sempre tomei cuidado em não misturar assuntos de governo e questões pessoais. Durante meu governo, asfaltamos 5.000 quilômetros de estradas, ligando mais de 200 cidades. Apesar desse esforço, deixei sem asfalto uma estrada, no município de Montezuma, que liga a cidade ao Estado da Bahia e passa em frente à fazenda que meu pai possuía, há décadas, na região. Avaliei que isso poderia ser explorado. Foi a decisão correta. De fato, na semana passada, fui acusado de construir um aeroporto em Montezuma. A pista, municipal, existe desde a década de 1980 e recebeu em nosso governo obras de melhoria de R$ 300 mil, inseridas em um contexto de ações para a região. Pelo que me lembro, pousei lá uma vez.

No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local e não da forma como a sociedade a veria à distância.

Tenho sido perguntado se usei o aeroporto de Cláudio, como se essa fosse a questão central. Priorizei até aqui os esclarecimentos sobre o que me parecia fundamental: a acusação de ter cometido uma ilegalidade à frente do governo de Minas. Hoje, me parece que isso está esclarecido. Não tenho nada a esconder. Usei essa pista algumas vezes ao longo dos últimos 30 anos, especialmente na minha juventude, quando ela ainda era de terra.

Depois de concluída essa obra, demandada pela comunidade empresarial local, pousei lá umas poucas vezes, quando já não era mais governador do Estado. Viajei em aeronaves de familiares, no caso a da família do empresário Gilberto Faria, com quem minha mãe foi casada por 25 anos.

Refletindo sobre acertos e erros, reconheço que não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo foi um equívoco. Mas reitero que a obra foi não apenas legal, mas transparente, ética e extremamente importante para o desenvolvimento do município e da região.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

60 Comentários

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  1. “No caso de Cláudio, cometi o

    “No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local e não da forma como a sociedade a veria à distância.”

    Comunidade Local = Fazenda da Mata.

  2. Aécio fala da “comunidade

    Aécio fala da “comunidade local” (entenda-se: os capiau daquele fim-de-mundo, que me parece que foi o que quis dizer Aécio).

    Mas a comunidade local não viu/vê nada se o primo não abrir o portão.

    Quanto a pousar e/ou decolar dali, não são apenas equívocos, é infringir as leis.

    Todo avião precisa apresentar plano de voo. Como esse aeródromo ainda não está regular, o que foi que os pilotos colocaram como destino? Divinópolis?

    Se a imprensa quiser mesmo ir fundo nesse assunto (coisa que daqui pra frente duvido), é só encontrar os pilotos que estiveram lá e pedir as explicações a eles. Porque eles sim, ainda tem um nome a zelar. Quanto ao candidato, nunca teve, e ainda por cima desfez a aura de santidade que pairava sobre seu avô.

     

  3. Só existe uma verdade:

    Só existe uma verdade: CORRUPÇÃO.

    Construiu aeroporto particular na fazenda do titio com dinheiro público, para usu pessoal.

    Depois entrou com pedido de desapropriação e o titio vai reembolsar milhões.

  4. E, além da absoluta

    E, além da absoluta irrelevância dessa porcaria de póusódromo famigliar e do superfaturamento, que diante da importância que se dá ao titio, que deveria estar encarcerado por “porte ilegal de chave”, está passando desapercebido que esse o valor envolvido nesse imbróglio é DINHEIRO DE PINGA se considerarmos a ASSALTO que o Baladeiro e sua gang promoveram no erário de Minas.

    E, ademais, as explicações do Menino do Rio, antes de justificar, agravam a situação. Ora, 14 milhões para uma pista JÁ EXISTENTE? Onde não houve necessidade de terraplenagem e outras intervenções mais onerosas? Tenta, dissimuladamente, desviar o cerne da questão, insinuando que estamos, todos nós, valorizando ouso do aeroporto como sendo “a questão central”. Não, Playboy, A QUESTÃO CENTRAL é e sempre será a óbvia INUTILIDADE PÚBLICA e o SUPERFATURAMENTO da “obra”. 

  5. A pergunta é:

    Porque Aecio está voltando ao caso e admitindo que usou o aeroporto? e se apresa a dizer : Usei quando já não era mais governador.

    Quais serão as consequencias dessa acusação nas próximas pesquisas?

    O Data folha vai fazer uma nova pesquisa ou vai esperar o assunto esfriar? A queda na intenção de votos do candidato foi branda,terá como disfarça-la  dentro da margem de erro?

    E para encerrar qual será a estratégia do Serra daqui pra frente, porque se as coisas se complicam para Dilma no segundo turno, Serra seria o candidado ideal para uma suposta vitória opocisionista.

  6. Crônica de um amor sem escrúpulos.

    Aparentemente, o abalo no caso de amor entre Gaspari e Aécio se encaminha para uma reconciliação. Um romântico incorrigível, Aécio ouviu os lamentos de Gaspari e em 31/07/2014, na Folha, com o texto A verdade sobre o aeroporto retribuiu os esforços de Gaspari para manter a relação.

    As explicações pedidas estão dadas. O imperial se curvou as exigências do ser amado.

    “Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa. E o direito de se esforçar para que seus esclarecimentos possam ser conhecidos”.

    Seja lá o que Aécio queira dizer com “o direito de se esforçar”, acredito que todo homem público tem a obrigação de responder a questionamento de sua consciência, da lei e de seus eleitores, em especial, dos seus eleitores. Aécio, sabendo a quem fala, dedica essa especialidade à imprensa. Gaspari deve ter ficado especialmente lisonjeado.

    No mais, embora jure falar a verdade, o texto traz, quando muito, meias-verdades, talvez mentiras inteiras.

    “Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos”.

    Um aeroporto tão público que as chaves do cadeado ficam na mão do tio-avô de Aécio, aliás, o antigo proprietário das terras onde fica a o tal aeroporto. E para uso de todos tanto quanto todos possa se referir ao próprio Aécio, já que não é de conhecimento que o povo de Cláudio use ou tenha condições de usar o dito aeródromo.

    “As acusações de benefício à minha família foram esclarecidas uma a uma”.

     Claro está que não, mas que importa isso a Gaspari. As explicações pedidas foram dadas. E isso basta para um amor sem escrúpulos.

     

    1. O caso é outro

      Gaspari é homem do Serra, caro Saraiva, sempre foi.

      Cada vez me convenço mais de que esse episódio tem o dedo do Nosferatu, ele pautou a Folha.

      O artigo dele é a assoprada depois da mordida, com toques de ironia para dar o recado que interessa (fui eu, viu?) sem deixar pista evidente demais.  

      1. Para que não se perca pela memória.

        Bem lembrado, Plínio.

        Que quem pautou a Folha tem poder, não há dúvidas. E quem tinha poder na Folha era o Serra.

        No entanto, o texto de Gaspari era escandaloso: “dê uma explicação plausível e tudo mais será relevado”.

        As explicações vieram, agora é acompanhar como Gaspari agirá.

  7. Só acho estranho

    que a presunção da inocência seja usada de forma correta com o PSDB e errada com o PT.

    Fosse um petista já estaria montada a CPI… e o PIG diria que se tratar do maior escândalo da aviação brasileira de todos os tempos…

  8. Um candidato obscuro, que

    Um candidato obscuro, que nunca foi verdadeiramente fiscalizado pela mídia, esse é o grande problema.

    A pior coisa que pode existir é um política que não é fiscalizado e nem criticado pela mída. Provavelmente esses aeroportos são apenas a ponta do iceberg, como dizem por ai.

    Essa débito já está computado e ainda deve ser utilizado bastante por seus adversários em horário eleitoral. Mas é preciso que se encontre o restante do iceberg. O Brasil é país sério e não pode ser governado por político obscuro.

  9. É melhor esse cara não

    É melhor esse cara não explicar nada,

    pois cada vez que tenta dá nisso. Uma

    enrolação só. Esse senador deveria saber

    que o melhor antídoto contra os apuros por

    que está passando é a VERDADE. E ele deve

    conhecer esta palavra, ainda que não possa

    ter intimidade com ela. Mas , pelo menos “de vista”

    ele a conhece sim.

     

     

  10. Onde está o Álvaro Dias para

    Onde está o Álvaro Dias para pedir uma CPI ?

    Onde está o Carlos Sampaio para entrar com uma representação no MP ?

    Esse pessoal fiscaliza até a cor da roupa que Dilma usa, agora um aeroporto clandestino em terras familiares que “custou” 14 milhões de reais vai ficar por isso mesmo ? (“Custou”, porque imagino que ninguém acredita que aquela pista asfaltada realmente custou tudo isso.)

  11. “No caso de Cláudio, cometi o

    “No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local”:

    Todas as 25 mil pessoas?

  12. Muito bem, já reconheceu o

    Muito bem, já reconheceu o malfeito.

    Agora devolva a grana do contribuinte e mande destruir a pista de pouso que apenas serve a fins particulares e para valorizar as terras de Aéssim e seus asseclas.

    É isso que se faz quando a PF descobre um aeroporto clandestino, como é o caso de Claudio.

    Além, claro de o MPMG processar o Aéssim por improbidade administrativa e peculato, porque o safado é réu confesso.

  13. Sem terror, Aécio é pior que

    Sem terror, Aécio é pior que Collor.

    Mesmo com a net boa parte daqueles que dizem votar

    nele o farão no escuro.

  14. quem abusou em seu próprio Estado livremente…

    sem ter sido incomodado pela mídia enquanto abusava, adquire o privilégio fatal de poder fazer o mesmo com o país, mesmo que sem querer ou pretender pessoalmente

     

    perigo todo é esse:

    em toda nossa história política, praticar algo de legalidade questinável sem ser incomodado pela mídia, sempre possibilitou a continuação como prática, costume ou hábito

     

    afinal de conta, nossa mídia não está aí para isso mesmo, conforme reconhecido até mesmo pelo STF!?

  15. Acho que a história não vai

    Acho que a história não vai parar

    O tal jatinho não seria da família do Aécio

    Mas de uma empresa em que um dos sócios é filho do padrasto do Aécio.

    Assim, Aécio, não mais governador, mas senador da república recebeu favor de empresa.

    Cabe, no mínimo, investigação pelo comitê de ética do Senado.

    Não foi carona.

    O vôo teria sido só para Aécio e turma.

    O outro sócio da empresa recebeu de Aécio cargos na administração pública mineira.

    (Fonte é ocafezinho: http://www.ocafezinho.com/2014/07/31/dono-do-aeciojato-ganhou-estatal/ )

  16. Essa família do Aécio dá uma

    Essa família do Aécio dá uma sorte; só tem fazendas onde a população local precisa de aeroportos… Qdo eu era adolescente, um governador mineiro fez um aeroporto numa cidade chamada Santo Antonio do Amparo ( perto de Perdões ), onde ele tinha uma casa. O aeroporto viveria às moscas, se a molecada da cidade não usasse a área para todos os fins… É, pensando bem, a comunidade local foi favorecida…

    1. Nem isso…

      Em Cláudio, nem isso se pode dizer, Cristiana. Primeiro, porque o aeroporto vive trancado e só quem tem a chave é o titio. E segundo, porque as mães da molecada local proíbem seus filhos de ir a lugares onde possa haver “tóchico”.

    2. puxa vida…………………..Minas tem cada nome de cidade

      amparo, perdões, é só querer que póde, três corações, laranjal, lavatório……………. e por aí vai

      tudo combinando com a visão de sempre: tudo que não tem petistas é invisível, mas merece proteção das nossas principais instituições midiáticas de buscas e apreensões

  17. AEROPORTO CIDADE DE CLÁUDIO MG

    Oh tio, vou fazer esta porra aqui com o dinheiro dos minerim, mas se alguém questionar fala que eu tô no Leblon. Não tenho nada com isto heimmmm!

    Outra coisa, queria falar para todos vocês meus primos, que osperrellas podem usar a vontade a pista e o hangar com suas aeronaves. Tá tudo em casa.

  18. “A verdade de Aécio sobre o

    “A verdade de Aécio sobre o aeroporto”… Tá, conta outra. 

    Será que vai pedir pra sair (ou “ser saído”)? E aí entra quem mesmo no seu lugar?

  19. isso aí me lembra uma do

    isso aí me lembra uma do tempo da ditadura – diziam que um ministro avisava parentes, os seus amiguinhos e familiares que iria construir uma estrada federal e todos adquiriam então propiedades à distância propícia da tal estrada. mancomunaram-se todos?

  20. A política brasileira

    A política brasileira realmente é uma comédia. Temos o Tiririca na Câmara Federal e no Senado, temos o personagem Galeão Cumbica, da saudosa ‘Escolinha do Professor Raimundo’. E ainda dizem que o Maluf precisa de muito  óleo de peroba!

  21. MEU VELHO PAI JÁ ME DIZIA

    MEU VELHO PAI JÁ ME DIZIA QUANDO EU AINDA ERA GAROTO LA NA ROÇA, MEU FILHO DECONFIE SEMPRE DE QUEM FALA MUITO DE SI MESMO E CRITICA MUITO OS OUTROS.

  22. Então tá Aécio, agora conta a

    Então tá Aécio, agora conta a do jatinho que é do seu padastro e da empresa de nióbio que o filho do seu padastro ganhou no seu governo. Aproveita também para contar se esse ramo da sua família contribuiu para sua campanha e com quanto.

  23. DEFINIÇÃO DE TUCANO:
    Voa (daí

    DEFINIÇÃO DE TUCANO:

    Voa (daí a necessidade de um aeroporto pra chamar de seu), mete o bico em tudo (exatamente o Serra). Produzir mesmo, só Merda.

  24. Um silêncio estranho…

    Há um silêncio estranho no ar, mas com uma lógica por trás.

    Estão falando pouco, muito menos do que falariam se fosse com o PT, dessa coisa do Aecioporto. Isso é óbvio.

    Mas, ao mesmo tempo, a grande mídia tem devotado o mesmo tratamento desfavorável ao PT e à Dilma que já vem desde sempre, mas me parece claro que não estão subindo o tom ou escandalizando tudo. Há o mesmo noticioso desfavorável de sempre ao PT e ao governo, mas sem uma bomba retroalimentada pelas mentiras no ar. A tal bala de prata.

    Esperava-se, ou espera-se, que tentem soltar uma bomba para antes do início da propaganda gratuita na TV. Para que a Dilma entrasse esgastada e precisasse ficar se explicando. De nossa mídia, o normal nesta época é esperarmos isso. Nossa mídia é o nosso estresse de cada dia. Ocorre que a tal bomba, tal bala, ainda não veio.

    Minha teoria é que a própria grande mída está meio perdida e receosa de fazer mais uma mer…

    O caso do Santander, uma ‘marolinha’, já foi mal trabalhado por ela e gerou uma fuzuê que em nada beneficiou seu candidato. E o prestígio da mídia, digo precisamente de Globo, Veja, Folha, Estadão, Diários Associados está maculado, quero dizer, mais maculado após a Copa.

    Mas outros fatores merecem reflexão.

    É evidente a perda de audiência e de influência do Jornal Nacional. Lembrem-se de 2010. A esta altura, em início de agosto, o papo corriqueiro era sobre bala de prata no JN. Hoje se fala pouco do próprio JN. Não que ele não exerça grande influência. Mas já não é aquela que deixa os barões da mídia à vontade para jogar bolinhas de papel.

    Outra coisa que indica o estado letárgico da mídia é o compromisso com os anunciantes. Não tá fácil sair por aí crucificando uns e idolatrando outros. Os anunciantes estão indóceis. Querem vender. Se uma fatia do mercado consumidor fica p… da vida com um jornal, para de ler, para de ver TV, para de comprar revista. Para de ler anúncios. Isso entra na margem de negócios dos caras. Eles não estão com grana assim para ficar brincando de serem a elite, a eminência parda ‘esclarecida’ que irá salvar a todos de um ou outro ou, para ser óbvio, salvar a sociedade do PT. As pessoas que votam no PT são consumidoras. E a Dilma está na casa dos 38%.

    E, finalmente, o rebate instantâneo de blogs e portais independentes. A força deles hoje é muito maior que 2010. Mas é ainda muito, mas muito menor que o poder da grande mídia ainda hoje. Ocorre que a grande mídia tem feito pouco jornalismo. Tem feito muito sensacionalismo opinativo, mas os conteúdos são muito fracos. É relativamente fácil de rebater via internet. Isso tem amortecido o impacto da grande mídia. Esta descuidou do jornalismo, mais uma vez por razões econômicas. E hoje, com um pouco de bom senso e um celular, muita gente está rebatendo o que é vomitado.

    Assim, creio que este silêncio da grande mídia é menos estratégico e mais por desorientação e receio. Significa que não virá uma bomba? De maneira nenhuma. Eles não perderiam a oportunidade. É uma mania difícil de controlar. Mas desta vez eles não tem a menor clareza do tamanho do estrago e quais os alvos que serão danificados. E dificlmente isso acontecerá até o dia 19 de agosto. Há desordem no ar. Há falta de estratégia, falta de consenso inclusive com os neoaliados tucanos e pessebistas.

    De toda forma a data mais provável do ataque kamikaze é lá pelos idos de 15 a 25 de setembro.

     

     

     

    1. Não é “silêncio estratégico

      Não é “silêncio estratégico da mídia”, Alessandro, é falta de rabo para pegar. A Dilma é honesta, clara, transparente, não tem o rabo preso como as velhas raposas políticas. O que eles têm para falar mal da Dilma em relação ao seu caráter? Nada. Portanto, a velha imprensa já está com síndrome de abstinência e mais um pouco e ela morre afogada na própria peçonha.

      1. Não tem mesmo…

        Na verdade, eles não tem mesmo. Mas eles criariam um escândalo qualquer, sem realidade nos fatos, para dificultar sua reeleição. Eles não precisam de nenhum fato para criar um escândalo contra o PT. Basta agirem em conjunto e divulgar uma rede de mentiras com ares de escândalo. É de fazer este movimento que eles estão com receio.

        1. Claro que estão com receio de

          Claro que estão com receio de arranjar rabo para a Dilma, pois se são pegos na mentira fica muito pior para eles.

  25.   Digam que sou desconfiado,

      Digam que sou desconfiado, mas…

      … se Aécio resolveu “pedir desculpas” agora, é porque tem coisa pior por trás e ele quer enterrar logo o assunto. Ele tá passando recibo pra alguém – sentiu o golpe, e NÃO É PARA O ELEITORADO.

    1. Caroço no Angu

      Que aí tem coisa, tem, André. Essa pressa toda de encerrar um assunto, em vez de ficar dando as respostas cínicas de sempre, estilo neoliberal blindado pela mídia corporativa. Aí tem, pediu “arreglo” para quem detonou a ponta do iceberg (um aeroporto suspeito de 14 milhões não daria esse susto todo que parece ter dado). È possível que haja muita coisa estranha fora de visão. Se tivéssemos jornalismo investigativo de verdade, não sei não. Só não identifiquei direito para quem pediu trégua.

  26. Aécioporto

    Pensando em “comunidade local”. Posso imaginar a quantidade de gente precisando de aeroporto naquela cidade. Deve ter um fluxo de vôos fora do comum, pois entendo também que os aeroportos de Divinópolis e Montezuma andam congestionados….

  27. . Se não houvesse a

    . Se não houvesse a desapropriação, a área iria a leilão.” Precisa dizer mais alguma coisa?  Se a área fosse levada a leilão,  certamente seu valor de arrematação seria pelo menos umas dez vezes inferior ao preço cobrado apenas por um pedaço da terra.  

    1. ou mais …

      há menos de 3 anos, foi vendida uma fazenda de 100 alqueires em São Bento do Sapucaí por 1 milhão de reais.

      Claudio fica a 60 km de Divinópolis.

      dessa fazenda em São Bento estão, 60Km a oeste, a rodovia Fernão Dias e 60Km a leste, a rodovia Presidente Dutra, as duas mais movimentadas do país.

      Acrescente-se que São Bento é vizinho de Campos do Jordão.

      como se diz em Ipanema: “pó pará”!

  28. .

    Se fosse de alguém do PT seria “aeroporto particular grilado” ou “aeroporto privado pago com dinheiro público”, se fosse de Lula seria “aeroporto roubado” ou “aeroporto financiado de forma fraudulenta”. Como é tucano, trata-se de “aeródromo irregular”.

  29. Prestou Imprestáveis Esclarecimentos

    Diga-se que prestou esclarecimentos um tanto quanto imprestáveis.  Mas falando em prestável, seletivamente, por onde anda a procuradoria pública desse país, tão nervo a flor da pele e extremamente fácil e priapista,  quando tratam-se de denúncias envolvendo o PT e/ou petistas, quase sempre sem fundamentos, provas ou indícios? Prestável ou imprestável, o povo continua querendo saber, quantos quilometros asfaltados com alambrado, iluminação, portão e cadeado, se constrói com 14 milhões de reais, a preços de 2009?   

  30. É réu confesso. Ninguém pode

    É réu confesso. Ninguém pode arguir desconhecimento da lei, menos ainda um governador, um senador… Assumido o malfeito o caminho para a renúncia é uma questão de tempo. É insustentável.

  31. imissão provisória de posse

    caro Nassif

    Múcio Tolentino … “mantém o controle de quem usa o  aeroporto” …

    como é isso?!

    tem coisa aí!

    o poder público desapropria uma área; deposita o dinheiro da desapropriação (“valor justo (bem mais que isso!) e em dinheiro”); constroi um aeroporto, o desapropriado contesta e …

    … passa a deter “o uso privativo” da obra pública? … por 6 anos, e nada?!

    “cuméquéisso”?!

    vejamos a expressão “imissão provisória de posse”, segundo ninguém menos que Celso Antônio Bandeira de Mello: “imissão provisória de posse é a transferência da posse do bem expropriado para o expropriante, JÁ NO INÍCIO DA LIDE … se o poder público declarar urgência e DEPOSITAR EM JUÍZO, em favor do proprietário, importância fixada segundo critério previsto em lei”.

    é a lei!

    … ora, a lei …

    quantos estão a prevaricar nessa história do aeroporto de Claudio, o “aecioporto”?

  32. Estará a candidatura do Aécio

    Estará a candidatura do Aécio CLAUDIOcante, como li no PHA ?  Sei não ! com essa mídia,, logo, logo será esquecido, assim como todos os malfeitos do PSDB. Alguém mais fala da bandalheira do MetrÔ Paulista?. Mas s/ o andamento do processo do André Vargas não esquecem.

  33. Pessoal não entendeu nada, em

    Pessoal não entendeu nada, em meio ao caos aéreo promovido pelos desgovernos petistas, a calma e tranquilidade do aeroporto de Cláudio figura como um exemplo irrefutável da eficiência e qualidade do choque de gestão aecista.

  34.  
    Senhores,
     
    Este Aécio esta

     

    Senhores,

     

    Este Aécio esta reconhecendo a utilização do aeroporto do Titio, para encerrar o assunto e não ser pesquisado os demais voos do aeroporto do Titio.

    Se a ANAC for  pesquisa todos os voos,  vai dar de cara com  o Helicoptero do Pó Royal.

  35. Penso que o Aecio tem

    Penso que o Aecio tem decepcionado muita gente neste caso do aeroporto,quando confrontado se defende como um sujeito cambaleante sem noção do terreno que está pisando, se agarra em respostas vazias, ocas… que é como diz Juca Kfouri: quem acredita nisso que diz o Aecio acredita em qualquer coisa.

  36. Aécio, vamos conversar?“Sei

    Aécio, vamos conversar?

    “Sei que todo homem público tem uma obrigação e um direito: a obrigação de responder a todo e qualquer questionamento, especialmente os que partem da imprensa.”

    Num entendi! Especialmente à imprensa? E seus eleitores? E os contribuintes? E os cidadãos comuns? E o povo de Cláudio e Montezuma?

    “A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região.”

    Vovô Tancredo que a fez? Moradores e Empresários de Cláudio pousam e decolam em uma pista não homologada pela ANAC? São 30 anos sem homologação? O moço só se complica.

    “Primeiro, se disse que o aeroporto teria sido construído na fazenda de um tio-avô meu. A área foi desapropriada antes da licitação das obras, como manda a lei.”

    Pode ser legal. Há controvérsias. Mas é moral? Aliás, a desapropriação não foi concluída. Titio tá na justiça. Ou a família não se dá bem, já que Aécio era o governador?

    “O governo federal reconheceu isso, ao transferir a jurisdição do aeroporto ao governo de Minas Gerais, o que só é possível quando a posse da terra é comprovada.”

    Posse da terra comprovada? Mas transitou em julgado? O processo não continua rolando, pois há uma “pequena” diferença de valores?

    “Depois, levantaram-se dúvidas sobre o valor da indenização proposta pelo Estado. O governo ofereceu R$ 1 milhão. O antigo proprietário queria R$ 9 milhões e briga até hoje na Justiça contra o governo de Minas.”

    Uai, e pq tinha uma previsão na LOA mineira de mais de 20 milhões de indenização?

    “Finalmente, se disse que a desapropriação poderia ser um bom negócio para o antigo proprietário, porque lhe permitiria usar o dinheiro da indenização para arcar com os custos de uma ação civil pública a que responde. Não é verdade. O dinheiro da indenização está bloqueado pela Justiça e serve como garantia ao Estado de pagamento da dívida, caso o antigo proprietário seja condenado. Se não houvesse a desapropriação, a área iria a leilão. Se fosse um bom negócio para ele, não estaria lutando na Justiça contra o Estado.”

    Essa complicou! Mas houve ou não a desapropriação? O Sr. Não disse que houve reconhecimento do governo federal quando da posse da terra, por desapropriação? Ele tá lutando por 1 milhão, por 9 milhões, como o Sr. afirma, ou por 20 milhões como prevê o orçamento do estado? Quanto ele deve nesta ação civil pública?

    “De fato, na semana passada, fui acusado de construir um aeroporto em Montezuma. A pista, municipal, existe desde a década de 1980 (Quem contruiu? Com ordem de quem? Do Sr. Tancredo Neves?)
    e recebeu em nosso governo obras de melhoria de R$ 300 mil, inseridas em um contexto de ações para a região. Pelo que me lembro, pousei lá uma vez.”

    Explique o contexto das ações e não deixe dúvidas, pelamordedeus!! A pista de Montezuma tá homologada? Pousou ou não pousou lá? Se pousou, seu voo é clandestino?

    “No caso de Cláudio, cometi o erro de ver a obra com os olhos da comunidade local e não da forma como a sociedade a veria à distância.”

    Serias inocente, puro e casto?

    Agora melhor destrinchar o parágrafo:

    “Tenho sido perguntado se usei o aeroporto de Cláudio, como se essa fosse a questão central.”

    Não é central, mas demonstra muito sobre sua relação com a coisa pública, não é?

    “Priorizei até aqui os esclarecimentos sobre o que me parecia fundamental: a acusação de ter cometido uma ilegalidade à frente do governo de Minas. Hoje, me parece que isso está esclarecido.”

    Não, Sr. Aécio, não está claro! Tem um monte de perguntas logo acima.

    “Não tenho nada a esconder.”

    Mas também não mostrou nada.

    “Usei essa pista algumas vezes ao longo dos últimos 30 anos, especialmente na minha juventude, quando ela ainda era de terra.”

    Pista não homologada é legal? Usou-a sem homologação, como em Montezuma? 0 x 2 pra você, Aécio!

    Não vamos falar de erros da juventude para não baixar o nível. Fiquemos nos aeroportos.

    “Depois de concluída essa obra, demandada pela comunidade empresarial local, pousei lá umas poucas vezes, quando já não era mais governador do Estado.”

    Que comunidade empresarial local? Quem? Numa cidade de 30 mil habitantes que não é polo de voo de exportação de insumos, mercadorias, de nada. Que fica a 30 quilômetros de Divinópolis, cidade de 200 mil habitantes, com um aeroporto melhor estruturado, e a 130 quilômetros de BH.

    Já pousou lá mais de uma vez, Aécio? Se esses pousos foram em um aeroporto não homologado, esses pousos foram legais?

    “Refletindo sobre acertos e erros, reconheço que não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo foi um equívoco.”

    Foi um equívoco sim, mas ninguém, nenhum brasileiro, pode se esquivar do conhecimento da lei.

    “Mas reitero que a obra foi não apenas legal, mas transparente, ética e extremamente importante para o desenvolvimento do município e da região.”

    A mim não pareceu que alguma dessas quatro possibilidades estejam certas. Legalidade, transparência, ética e importância para Cláudio.

    Mas é só minha impressão, não ligue não!
     

    1. Olha aí os viralatas em

      Olha aí os viralatas em atividade. O Brasil tem de deixar tudo para os outros se apoderarem. Eta gente de visão curta! Só olham para os umbigos, experimentem olhar um pouco mais à frente, que faz mt bem.

  37. aécias

    Neste mundo de mentirosos, é sempre bom qualificar a verdade para que não haja confusão.

    “A verdade de Aécio”… Parou por aí.

  38. Tá virando pó

    Olha só aecim sem a blindagem da mídia…vira pó rapidim.

    Ou seja, esse moço está fadado a virar pó, ou acabar no pó.

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