A votação manual em 2016 deve ser lamentada?, por Leonardo Sarmento

Do Jus Brasil

Em 2016 não teremos voto eletrônico – lamentar ou festejar?

Portaria publicada no “Diário Oficial da União” (Portaria Conjunta nº 3/2015)altera o processo eleitoral para 2016. Perguntamos: o possível retorno à votação manual é de fato um retrocesso à ser lamentado se tomado em consideração o modelo das urnas que o Brasil utiliza? Este “contingenciamos” viria para a maior ou menor confiabilidade do escrutínio de 2016? Daremos uma resposta preliminar, que representa apenas parcela da resposta, quando promoveremos seu complemento ao longo e na conclusão, ao final da exposição. De fato, quanto a velocidade da apuração dos votos, haverá sim um retrocesso, não sei se capaz de promover lamentação a partir de uma análise global, pois então vejamos:

O primeiro modelo ou primeira geração de máquinas eletrônicas de votar tem por característica a desmaterialização do voto e sua gravação em meio digital eletrônico para posterior apuração. Por isso, na literatura internacional, são denominadas por“Direct Recording Electrocnic voting machines” ou, simplificadamente, “máquinas DRE”. Devido a essa característica, são equipamentos eleitorais cuja confiabilidade do resultado apurado é diretamente dependente da confiabilidade técnica do próprio software neles instalado.

As dificuldades para se determinar, na prática, a confiabilidade técnica do software instalado em milhares de equipamentos no dia da eleição, levou ao surgimento de uma segunda leva ou segunda geração de máquinas de votar, que passaram a adotar o princípio da Independência do Software em Sistemas Eleitorais. O modelo de terceira geração de máquinas de votar, é caracterizada pelo uso de voto escaneado e criptografado com recursos técnicos tais que permite ao próprio eleitor acompanhar e conferir a correta apuração do seu voto, independentemente de confiar no software, mas sem que possa revelar o próprio voto para terceiros.

Com o abandono da Índia a urna similar à brasileira, depois de especialistas provarem que o sistema estava sujeito a fraudes, o Brasil restou como o único país a insistir em equipamento de “primeira geração”.

Não é possível realizar votação puramente eletrônica com verificação independente dos resultados. Por esse motivo, a maioria das alternativas para se permitir essa verificação envolvem materializar o voto em algum veículo que permita apuração posterior sem permitir simultaneamente que o eleitor possa comprovar sua escolha para uma terceira parte interessada. Um exemplo recente é a urna argentina, que produz como cédula um acoplamento das versões digital e impressa do voto. A versão digital é utilizada para apuração rápida, e a versão impressa, para se verificar a integridade dos votos computados eletronicamente. Como a integridade dos resultados depende unicamente da integridade desse software, fica montado um cenário perfeito para fraudes que não deixam vestígios.

O Paraguai utilizou a urna em diversas ocasiões em 2001, 2003, 2004 e 2006, porém na eleição presidencial de 2008 o uso da urna eletrônica brasileira (de 1ª geração) foi proibida pela Justiça Eleitoral do país motivada pela desconfiança no equipamento pelos partidos de oposição.

A Argentina testou o equipamento brasileiro em 2003, mas apenas os estrangeiros residentes em Buenos Aires puderam utilizar o equipamento na eleição oficial. Posteriormente, experiências com outros modelos foram feitas, culminando em 2009 com um teste de um sistema eletrônico inovador que usava cédulas eleitorais com dupla gravação do voto dado: impressa e gravado em chip eletrônico. Finalmente em 2011, os argentinos decidiram definitivamente não utilizar o modelo brasileiro de urnas eletrônicas (tipo DRE sem voto impresso) e iniciou-se a implantação de equipamentos eletrônicos Vot-Ar de segunda geração, com registro simultâneos impresso e digital do voto.

Em 2008, a Holanda proibiu o uso de urnas eletrônicas, tais como os modelos de urnas eletrônicas usadas no Brasil, por falta de segurança.

Tal proibição também ocorreu na Alemanha em março de 2009, pela Corte Constitucional Federal, relativa às urnas eletrônicas que não atendem ao Princípio da Independência do Software em Sistemas Eleitorais.

Em 2014 a Índia passou a usar urnas com voto impresso que atendem ao Princípio da Princípio da Independência do Software em Sistemas Eleitorais. O relatório BRISA (mantido em sigilo por muitos anos, cujo resultado expôs a falta de atendimento aos parâmetros internacionais de transparência pelo principal engenheiro por trás da urna eletrônica), o relatório CMTES (que diagnosticou que o sistema de DRE utilizado pelo Brasil possui defeitos sanáveis), desmentido pelo relatório CMIND (que demonstrou que o sistema brasileiro não se atenta às normas internacionais de segurança), quando seu modelo é de segurança fragilizada.

o relatório UNB (realizado por uma equipe de professores da instituição ao TSE) atesta a possibilidade de quebra do sigilo e uma possível adulteração dos votos. Em apenas um teste, conseguiu quebrar não apenas a suposta existência de um sigilo dentro das eleições no Brasil, como demonstrar que a transparência e auditabilidade se encontram severamente comprometidas com esse sistema.

Tendo em vista que a própria Constituição Republicana afirma como cláusula pétrea o voto direto, secreto e universal, a mera dúvida sobre a existência dessa violação do sigilo já seria motivo suficiente para, no mínimo, questionarmos se a urna eletrônica seria realmente o melhor instrumento para se decidir uma eleição no modelo brasileiro de 1ª geração. Quando a instância jurídica máxima da justiça eleitoral, a qual deveria zelar pela lisura, ignora este problema e sequer se dispõe a fazer novos testes públicos em relação à segurança de seus aparelhos, a desconfiança aos mais engajados é imensurável.

Conforme assentamos, mesmo os países que já importaram a urna eletrônica brasileira perceberam que o aparelho não consegue oferecer uma eleição verdadeiramente segura: como a Justiça Eleitoral Paraguaia, a justiça holandesa e a Corte Constitucional Alemã. Em todos esses casos houve o reconhecimento que a lisura da eleição não pode ser tida através de um software de caráter duvidoso.

Em tese, o Brasil adota o conceito principiológico de Independência do Software em Sistemas Eleitorais. O STF declarou inconstitucional o dispositivo da mini reforma doCódigo Eleitoral que estabelecia a impressão do voto a partir das eleições de 2014, “sigilo dos votos e o reconhecimento internacional quanto às benesses da urna eletrônica brasileira” – mitos que se perpetuam e que são derrubados em perfunctória análise de evidências. Lembramos, como escusa aos senhores ministros, para não aventarmos de estarem ratificando as possibilidades de se manipularem as eleições, que seriam eles ignorantes na matéria, e por certo, não logaram tempo hábil para um mínimo aprofundamento, quando optaram por colocar uma pá de cal nas especulações de fraudes e manter a “paz social”.

Ainda, que a aliança do Estado com modelos instrumentais de gestão que promovem fraudes, corrupção, desvios, aniquilam com o Estado Democrático de Direito e propugnam um Estado despido de legitimidade por ludibriar a sociedade induzindo-a a erro.

Para finalizarmos nossa exposição concluímos brevemente, que no tocante ao aspecto possibilidade de fraudes eleitorais, a votação manual, se bem auditada, poderá oferecer um ganho para o modelo de 1ª geração das conhecidas “vetustas urnas brasileiras”, que de fato são facilmente corrompíveis por seus “aleijados” softwares como grande parte de nossas instituições, e que funcionavam sim, em fina sintonia, nos termos ditados pelo Poder.

Existe a possibilidade de a portaria ser cancelada com a liberação dos valores necessários para o escrutínio eletrônico com a concretização do processo licitatório de aquisição das urnas, as mesmas urnas arcaicas, vale dizer.

Aos interessados em um estudo aprofundado no âmbito do controle e constitucionalidade, quando o alargamos e tratamos de temáticas que entendemos conexas como teoria da constituição e processo, indicamos onde encontrar o menor preço no mercado para o investimento:

https://www.lumenjuris.com.br/product/controle-de-constitucionalidadeetematicas-afins-capitulos-ex…

Redação

38 Comentários

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  1. Perfeito

    Muito bem expostos os defeitos e problemas dos sistema de urnas brasileiras.

     

    O TSE tenta convencer a todos que o sistema é uma  “caixa mágica” criada por anjos celestias incorruptíveis.

    Mas o sistema foi criado e é gerenciado por pessoas.

    Uma vez, anos atrás, o presidente do TSE na época deu entrevista na TV dizendo que o sistema era seguro porque estava desconectado da internet, e não podia ser acesado por “hackers”.

    É mesmo?

    Quem faz o software?

    Quem insere os dados dos candidatos na urna? Nesta etapa, é possível inserir programas que modifiquem os votos, também.

     

    O Brasil é o único país que usa urnas inauditáveis, e o TSE quer nos convencer que isso é bom.

    Bom para quem?

     

    1. Qual é a probabilidade de alguém “hackear” seu relógio de pulso?

      Algum “engraçadinho” entrar no circuitos do seu relógio, atrasar o mostrador e fazer você perder um compromisso?

      Isso só seria possível, se o relógio tivesse uma placa de conexão e estivesse on-line na rede. O relógio do seu computador, por exemplo, pode ser alterado por um “hacker”, desde que esteja conectado, claro. As urnas eletrônicas, assim como os relógios de pulso, as máquinas de lavar, as geladeiras, os rádios de cabeceira, etc, não têm placas de comunicação, em relação à rede de comunicação, são equipamentos off-line.

      Se sua geladeira amanheceu descongelada, não pense que foi molecagem de um “hacker”, foi porque de madrugada faltou luz mesmo; se o despertador do seu rádio soou antes da hora que você desejava, antes de culpar o “hacker”, pense em mandar o equipamento para o conserto.

      O software das urnas é da responsbilidade dos técnicos dos tribunais eleitorais, é preciso haver uma conspiração unânime e secretíssima deles, para haver fraude em todo o processo. Se você acredita em conspiração, acreditará emna fraude. Desde que as urnas foram adotadas, houve alternância de poder em todas as esferas. Os resultados eleitorais raramente divergiram das pesquisas de boca de urna; as pesquisa pré-eleitorais, principalmente quando muito antecipadas, se prestam a manipulações para induzir eleitores.

      As fraudes eram imensas naquela época de processo manual de votação; quem viveu a experiência das mesas apuradoras sabe bem o que representavam. Muitas seções de contagem eram vedadas ao público; os mapas de urnas eram forjados na fase de sua totalização; as contagens eram propositalmente demoradas, nunca se encerravam no domingo da eleição, a fiscalização afrouxava, pois a maioria dos fiscais de partido tinham obrigações de emprego na segunda. Votos sem preenchimento era furtados das mesas de apuração, preenchido por cabos eleitorais, que entregavam ao eleitor para ser depositado na urna, em substituição ao voto sem preenchimento que recebia da mesa; assim era remunerado, quando ele trouxesse o voto em branco que havia recebido da mesa para ser preenchido e o processo de compra de votos se reiniciava; era o voto formiguinha. Havia também o voto carbonado, o eleitor fazia uma cópia do voto em papel carbono; essa prática hoje seria facilitada por fotos digitais. A volta do processo de contagem manual será um enorme retrocesso.

      Um abraço. 

       

      1. como sabe?

        O software das urnas é da responsbilidade dos técnicos dos tribunais eleitorais, é preciso haver uma conspiração unânime e secretíssima deles, para haver fraude em todo o processo.

         

        Como sabe? Eu não sei como funciona o trabalho deles, se todos fiscalizam o trabalhos uns dos outros ou se eles dividem as tarefas.

        Pelo menos no início, um software de criptografia era feito pela ABIN, não pelo TSE.

        Não seria impossível um deles inserir programas para alterar os votos.

         

        Isso sem falar que os dados sobre os candidatos são inseridos na urna em cada município, no caso das eleições municipais, e aqui também pode se inserir programas para alterar a votação.

         

        O MUNDO TODO FAZ URNAS AUDITÁVEIS, MENOS AQUI

         

        1. Criptografia da ABIN vale?

          Mas a do TSE não? É isso?

          Alguma criptografia tem de ter, para que, por exemplo,  o acesso na transmissão de dados, das comarcas onde são apurados os votos, até os computadores dos tribunais regionais eleitorais e do TSE, não sejam burlados por “hackers”; também para que as urnas só possam ser carregadas, por cartões habilitados e devidamente criptografados pelos computadores dos tribunais.

          Importante lembrar que as urnas emitem um boletim final, com o seu resultado totalizado, após o encerramento da apuração. O boletim final e a ata da apuração são assinados pela junta apuradora. O resultado final totalizado de todas as urnas tem de ser fiel a todos boletins assinados, se houver burla na totalização geral, ela pode ser auditada, pela confrontação com os boletins de urna assinados.

          1. entendeu errado

            Eu quis dizer que alem do pesoal do TSE, teria o pessoal da ABIN envolvido com o software da urna, também.

            Como é feito o controle de segurança para verificar se alguém inseriu programas para fraudar a votação? Eu não sei, e não conheço essa gente, e nem votei neles.

             

            Importante lembrar que as urnas emitem um boletim final, com o seu resultado totalizado, após o encerramento da apuração. O boletim final e a ata da apuração são assinados pela junta apuradora. O resultado final totalizado de todas as urnas tem de ser fiel a todos boletins assinados, se houver burla na totalização geral, ela pode ser auditada, pela confrontação com os boletins de urna assinados.

             

            Claro que no caso de uma verificação na urna, o boletim impresso vai confirmar o que está no arquivo dentro da urna, porque são os mesmos dados.  Mas não vamos poder saber se algum software na urna alterou a votação. Um software desses pode estar em qualquer lugar dentro do sistema operacional da urna, pode estar escondido dentro de arquivos do sitema ou pode ter sido apagado automaticamente após a votação terminar.

             

            Se vc acredita cegamente no sistema atual, deve acreditar no Papai Noel também.

             

             

          2. Volta a questão inicial:

            É preciso haver uma conspiração unânime e secretíssima dos tribunais, pois somente o software dos tribunais habilita as urnas e os cartões com informações aplicados nelas. Apenas um único programa sai do tribunal para ser instalado. Para violar urnas eletrônicas, a primeira dificuldade seria acessá-las fisicamente, que ficam sob a guarda do tribunal da comarca na véspera das eleições, com os programas e dados prontos para entrarem em operação; seria necessário invadir a sala do tribunal onde se localizam, depois de ter desvendado sua criptografia, para inserir programas maliciosos.

            Imagina os invasores, no meio da madrugada, invadindo e quebrando lacres das salas e depois os das urnas, ligando a urna, instalando os novos programas, fechando a urnas novamente com o lacre e repetindo tal operação centenas de vezes, urna por urna.

            No caso de eleições gerais, a fraude só ocorreria de modo eficaz, na hipótese de se verificar milhares de invasões de tribunais das comarcas, como a operação descrita anteriormente: haja arapongas! Acreditar que uma operação dessa dê certo, sem que nenhum araponga faça merda, melhor é acreditar em Papai Noel. Seria mais simples de realizar a conspiração unânime mencionada, pois é bem mais simples, menos trabalhosa e mais fácil de manter segredo sobre ela, se é que seja possível, é questão de acreditar, em conspiração… ou em Papai Noel.

            Você parece querer incluir a ABIN, uma agência do poder executivo, como coadjuvante no processo que a lei delega ao poder judiciário. Dessa forma, a ABIN também poderá habilitar urnas e inserir cartões de dados nelas (vai que um araponga se anime a fazer merda); isso parece um retorno aos tempos da eleição a bico de pena, em que os governantes organizavam suas próprias eleições.

            Um abraço.

          3. Se vc não ficar sabendo, não aconteceu?

            Se vc não ficar sabendo, não aconteceu?

            Do jeito que está NUNCA saberemos.

            Nem se houve conspiração, ou se APENAS UM técnico corrupto fez o serviço.

            Porque TODOS devem conspirar? Basta um.

            E não precisaria quebrar lacre nenhum, tudo já faria parte da urna, porque veio “de dentro”.

             

            “pois somente o software dos tribunais habilita as urnas e os cartões com informações aplicados nelas.”

            Isso aí é feito por um software, que pode ser adulterado por um funcionário corrupto.

             

            Depois as urnas são enviadas aos estados — MAIS GENTE PARA SER CORROMPIDA — e nessa fase são inseridos arquivos nas urnas, com os dados dos candidatos, e podem ser inseridos softwares para fraudar.

             

            Eu só não quero ser obrigado a ter que aceitar tudo que alguém diz, sem provas.

            Isso é urna sem auditabilidade.

          4. Se você acha que um funcionário teria tanta facilidade assim.

            Que ele pode entrar a qualquer hora, em qualquer aŕea e ter permissão para alterar o sistema do CPD sob a responsabilidade de um tribunal superior, de um dos poderes da república, sem que sua passagem fique registrada, nem a operação que lá praticou, que a coisa é tão mole como imagina. Devo informar que é um pouco mais complicado.

            Você não consegue fazer isto livremente, num sistema informatizado que controle estoques e a contabilidade de um mercadinho de bairro, com tanta facilidade. Os sistemas são auditados, todas entradas e ações dos usuários ficam registradas; os rigores de controle crescem proporcionalmente com a importância e responsabilidade do sistema, desde o mercadinho da esquina até o centro de poder do estado. Por isso que digo que isso teria de envolver, a cumplicidade de todos os técnicos, inclusive os auditores, a tal conspiração unânime referida.

            Você diz que basta um funcionário corrupto no centro do sistema, depois é “só” corromper outros que vão espalhar o programa nos estados, em meio milhão de urnas, o que daria no mínimo uns cinco mil corruptos (ou arapongas) adicionais, e acha que  operação ficará secreta.

            Um abraço.

          5. Deixa pra lá, Almeida

            que coisa chata…. tem outras coisas mais importantes por aí. Pra quê ficar batendo o pezinho numa discussão tão particular?

            Deixa disso, amigo.

            Corra e olhe o céu!

             

             

          6. Problemas cognitivos
            Vc mistura tudo e distorce o que escrevo.

            “ter permissão para alterar o sistema do CPD sob a responsabilidade de um tribunal superior, de um dos poderes da república”

            Se ele for um dos que trabalham no sistema da urna, ele pode fazer as alterações.
            Ele não vai alterar o “sistema de CPD” de lugar nenhum, vai alterar o software da urna. Sabe o que é CPD?
            Os juízes do tribunal são leigos em informática, os técnicos é que fazem tudo.

            Um funcionário do TSE alterar o software é apenas UMA possibilidade.
            OUTRA possibilidade é inserir softwares que alterem a votação durante o carregamento dos dados na urna.

            Uma possibilidade é independente da outra.

            Não existe sistema informatizado totalmente seguro, e pessoas podem ser corruptas.

            Se esse sistema é tão bom, PORQUE NÃO tornar as urnas auditaveis?

          7. Quem cria as senhas são os juízes.

            Não requer prática, nem tão pouco habilidade, como dizem os camelôs nas ruas. Qualquer um cria uma senha sem ser um especialista de informática. Ninguém precisa chamar um consultor, para criar sua senha de e-mail, por exemplo. Criar senha é possível de ser realizado até por quem é ágrafo, até mesmo por um… juíz!!

            A urna é parte de um proceso, a ponta periférica de todo ele. Quem prepara os programas e a documentação de todo processo é o pessoal técnico dos CPDs dos tribunais. Conheci alguns deles, gente com sólido conhecimento de informática e, me pareceu em maioria, com formação em direito. É, existem advogados com bons conhecimentos de informática; passar em concursos de tribunais exige bons conhecimentos das leis, então, advogados que reúnem conhecimentos de informática levam vantagens nesses concursos.

            As fases críticas de todo o processo são feitas mediantes senhas fornecidas pelos tribunais, criadas por seus dirigentes responsáveis, que são abertas no início de cada fase dos trabalhos; algumas fases são na presença de um juíz, desembargador ou ministro. Sim, desembargadores e ministros são também capazes de criar senhas, até um presidente da república cria.

            O que dá segurança ao sistema não é o equipamento isolado da sua aplicação, é o processo onde está inserido. Se o processo for podre, não adianta usar urna no estado da arte, de ultíssima ou futuríssima geração, hiper-super-auditável. Não adianta inspecionar árvores sem ver a floresta. Ninguém fala em auditar os TREs, mas desconfiam de suas urnas, ridículo, se estes tribunais armarem complôs secretíssimos, elegem quem eles quiserem, burlam qualquer processo eleitoral. A tese de um único funcionário de lá corrompido, com capacidade para fraudar meio milhão de urnas, não se sustenta na realidade, haja teorias da conspiração e afins, procure conhecer o processo, para compreender que essa possibilidade não é tão simples como se imagina.

            Olha, eu já participei em processo de eleições gerais, municipais, plebiscito, e também na organização de eleições de sindicatos e agremiações em que me filiei. Nessas ocasiões, tive oportunidade de conversar com o pessoal técnico dos tribunais. Quando solicitados, os TREs oferecem ajuda aos processos eleitorais de organizações diversas da sociedade, é uma forma de prestação de serviço público e maneira de educar e tornar transparente os processos eleitorais. Recomendo a experiência, é muito esclarecedora, converse com alguém do TRE de sua cidade, ele esclarece suas dúvidas. Você entenderá por que as opiniões desses nerds micreiros punheteiros, que pululam nas redes sociais, estão carregadas de bobagens.

            Um abraço.

  2. O artigo tem erros

    O artigo tem erros grosseiros, por exemplo dizer que as urnas brasileiras não usam encriptação. É claro que qualquer sistema de votação tem fragilidades, mas a possibilidade de fraudar o voto manual é muito maior.

  3. E ainda querem implantar um

    E ainda querem implantar um sistema biométrico carrissimo e penoso para os eleitores em vez de adotar metodos simples, é a mnia de grande za de uma instituição que na realidade nem deveria existir.

  4. Quem vende as tais urnas? Quem compra?

    Existe algum tipo de controle relacionado a essas compras? 

    Quem no TSE é o encarregado de verificar a “lisura” do processo dessas compras de urnas?

    Se não há controle de ninguém, alguém acaba metendo alguma grana no bolso por conta dessas compras a cada 2 anos.

    Será que nalgum dia alguém do poder público brasileiro proporá um lava-urna, para entender/monitorar o processo todo?

  5. Urna eletrônica

    Para deixarmos a urna segura seria muito facil, bastaria o codigo ser aberto para todos os partidos, cada um teria o programa em caso de suspeita o partido rodaria naquela maquina a sua versão para verificar a compatibilidade, e a cada voto dado seria impresso o nome do candidato só para verificação.

    1. Eleição a bico de pena.

      “Nessa época, o coronel retinha os títulos eleitorais e o eleitor não sabia em quem votava. Se algum se atrevesse a perguntar ao coronel em quem tinha votado, o coronel respondia que não podia revelar porque o voto era secreto”.

      http://www.blogsoestado.com/flaviobraga/2010/10/26/a-eleicao-a-bico-de-pena-na-republica-velha/

      Leia também:

      http://cpdoc.fgv.br/wp-content/uploads/verbetes/primeira-republica/ELEI%C3%87%C3%83O%20A%20BICO%20DE%20PENA.pdf

       

  6. Já foram várias e várias as

    Já foram várias e várias as eleições realizadas com urnas eletrônica no país. Alguém se lembra de algum candidato contestar os números ou indicar alguma fraude. 

    Esta discussão contra as urnas eletrônicas tem finalidade comercial ou política ou as duas.

    Lembremo-nos de que,antes da implantacão da urna eletrônica a fraude,principalmente em lugares mais distantes do país,era regra,sendo que nos demais não era descartada.

    Dizer que pode ser auditada é mera suposição. Ninguém irá recontar se não houver indício claros de fraude.

    Nos dois sistemas existe a fiscalização partidária.A diferença,a favor da urna eletrônica,é que cada partido já possui de imediato o conteúdo de cada urna logo após o encerramento,impedindo assim uma maio brechas existente para  a burla do resultado que era a transferência dos dados para uma planilha e desta para a digitalização e inserção no sistema.Aoutra grande brecha eram os votos em branco,facilmente preenchidos,notadamente nos candidatos majoritários.

    Assim,fato é que,se existe alguma possibilidade dde burlar as eleições com as urnas eletrônicas,elas são bem mais remotas que outros sistemas conhecidos e a implantação da impressão do voto juntamente com o voto eletrônica,medida já aprovada pelo congresso,poderia,quando muito,ser aplicada em algumas urnas escolhidas de forma aleatória,para simples auditagem do sistema.

     

    1. contestar pra que?

      O TSE decidiu fazer urnas inauditáveis;

      O TSE decidiu que isso é bom;

      O TSE faz as regras das eleições;

      O TSE julga recursos contra as eleições.

       

      Você acha que eles vão dizer que as eleições X foram fraudadeas, quando são eles próprios os responsáveis por elas?

      Com urnas inauidtáveis e TSE com plenos poderes, não tem como reclamar.

      1. É muito poder concentrado nas

        É muito poder concentrado nas mãos do TSE. Quem deveria coordenar e realizar as eleições deveria ser o Executivo através do Ministério da Justiça, ao TSE caberia apenas o trabalho de fiscalizar e julgar contensiosos.. Botaram todos os ovos no mesmo cesto.

        Pior que ministros, técnicos e servidores do TSE se “acastelaram” dentro da urna eletrônica inauditável e de lá não saem nem sob os melhores argumentos.

         

        1. O executivo coordenando e realizando eleições dele mesmo…

          E de quebra, do legislativo? Porra, Ledour, você acha que assim não há concentração de poder?

    2. urna de araque

      Vladimir,

      Será que você não acha muita coincidência, nenhum partido contestar o resultado das urnas?

      E prá que contestar, se o resultado não pode ser conferido? Todos os partidos sabem disto, certamente existe um acordo tácito prá todos suportarem o resultado que sair da urna e pronto.

      Procure aqui no blog os diversos posts que dizem respeito à total falta de confiabilidade desta urna que não vale prá nada.

      Agora aprimoraram a lambança, urna com leitura biométrica, mais adiante o reconhecimento facial e por aí seguirá a brincadeira de comprar mais e mais urnas da Diebold, maior fornecedora de urnas para o TSE, através de intermináveis aditivos contratuais.

      Tudo aquilo que só existe no patropi, o caso da atual urna inviolável de araque, é porque não presta.

  7. Eleições 2016

     

    1. Vote Chong Li 2016 ou…!

    2. Ligue para o número que aparece na sua TV

    3. Segundo turno só com pastel especial

    4. Safadeza em primeiro lugar!

    5. Junte-se à sua turminha

    6. Relaxante, criativo e, claro, cívico

    7. No Limite da zoeira!

    8. E agora, Bial?

    9. Teste para cardíaco!

    10. Só na faca

    11. Fecha a roda, malandro!

    12. O Bulbassauro é do Partido Verde?

    13. Enfim, guerra nas urnas!

    14. Quem vai carregar o time?

    15. Muita malemolência

  8. O tema é válido… mas…

    Pessoal, o tema é válido, realmente quem poderia falar contra uma atualização dos sistemas de votação, em aprimorar sua segurança, etc? Muito boa a exposição, tecnicamente impecável…

    Agora, para quem acompanha as postagens do Leonardo Sarmento no JusBrasil, este trecho a seguir não passaria batido…

    … Para finalizarmos nossa exposição concluímos brevemente, que no tocante ao aspecto possibilidade de fraudes eleitorais, a votação manual, se bem auditada, poderá oferecer um ganho para o modelo de 1ª geração das conhecidas “vetustas urnas brasileiras”, que de fato são facilmente corrompíveis por seus “aleijados” softwares como grande parte de nossas instituições, e que funcionavam sim, em fina sintonia, nos termos ditados pelo Poder.

    Sacaram?

     

  9. “aos interessados…no investimento”

    link para comprar o livro ao invés de citação.

    Não deem ideia para a ABNT. Daqui a pouco tem escândalo de propina por citação em tese de doutorado.

  10. A maior fraude das eleições.

    A maior fraude da politica é prometer uma coisa em campanha e fazer outra quando eleito. Fazer determinadas politicas  quando está no governo e defender o contrário quando se está na oposição. Esse tipo de fraude não tem urna que dê jeito.

  11. “aos interessados…no investimento”

    citar os próprios trabalhos é nada incomum até mesmo em revistas científicas, porém…

    aos interessados em um aprofundamento no conteúdo do meu comentário, sugiro comprar o meu livro pelo link abaixo. PREÇO IMPERDÌVEL! MELHOR DO MERCADO!

    Além, tem que amar o cara que assina sozinho o texto, mas escreve tudo em primeira pessoa do plural.

    Abraçamos a todos.

  12. tudo enrolação. as eleições

    tudo enrolação. as eleições 2016 serão para prefeitos e vereadores… aí nas imagens eu só vi gente que quer ser presidente, ou governador, ou deputado ou senador…

  13. tudo enrolação. as eleições

    tudo enrolação. as eleições 2016 serão para prefeitos e vereadores… das imagens  o único que concorre é o prefeito da capital paulista…. eu acho…

  14. Sem o voto impresso que torna

    Sem o voto impresso que torna a eleição auditável, em última análise, na verdade quem decide (ou poderia decidir) a eleição é o programador. Mesmo o programa sendo passível de auditoria, só o desenvolvedor sabe o que corre nas veias da nossa urna nacional.

     

     

     

  15. Por que será que é tão

    Por que será que é tão difícil pra alguns entenderem que o nosso processo de apuração é OBSCURO? Qualquer sistema eleitoral decente deve possibitar a recontagem manual, a única garantia a evitar que o sistema não seja manipulado sem deixar rastro.

  16. O TSE joga fora as urnas após as eleições, é isso?

    Quer dizer então que a Justiça Eleitoral joga as urnas no lixo após cada eleição? E tem que comprar outro jogo novinho de urnas para todo o Brasil?

  17. Vamos passar dias

    Vamos passar dias para saber quem é o novo Presidente…

    Além dos municípios que terão de realizar novas eleições por desvio da urna de votação…

    Todos os problemas que já haviam sido superados retornarão com mais força, pois deixou-se a logística das cédulas de papel pra trás

    Os sistemas não são confiáveis nem o do voto de papel ou o eletrônico, é uma decisão de empregar a melhor estratégia com o mínimo de risco ao pleito, decisão tomada pelo TSE, mas as pessoas tem todo o direito de questionar tais sistemas, mas também tem provar as suas falhas, não basta dizer que países com metade da população brasileira deixaram de usar o sistema eletrônico sem dizer o porquê, senao a leitura fica tendenciosa

     

    O resumo da questão é esse: vamos fazer um pleito pra que a população decida se quer votar na urna eletrônica ou na cédula de papel – Mas que sistema usaremos para esse pleito?

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