Ajustes de preços afetaram balanço de riscos inflacionários, diz BC

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O aumento no ritmo dos ajustes de preços na economia tornou o balanço de riscos da inflação “menos favorável” para 2015, avalia o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na ata da última reunião do colegiado, realizada nos dias 3 e 4 de março. Na ocasião, o Copom decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, que atingiu 12,75% ao ano.

Segundo o documento, os ajustes de preços “fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015” e , reconhecendo os impactos dos ajustes sobre a inflação, “o comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem dela decorrentes”. Na ata da reunião de janeiro, o Copom projetou que a inflação tendia a permanecer elevada, mas entraria em declínio ainda este ano. No comunicado de março, não foi incluída a expectativa de queda para 2015.

Segundo o comitê, entre os fatores levados em conta para a última elevação da Selic estão os ajustes de preços administrados – regulados pelo governo –, com destaque para a gasolina e a energia elétrica. Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, projeta-se variação de 10,7% em 2015, ante 9,3% considerados na reunião do Copom de janeiro. Entre outros fatores, essa projeção considera hipótese de variação de 8% no preço da gasolina, em grande parte, reflexo de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do PIS/Cofins; de 3,2% no preço do gás de bujão; de -4,1% nas tarifas de telefonia fixa; e de 38,3% nos preços da energia elétrica, devido, em grande parte, ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), contratadas em 2014.

“Os itens para os quais se dispõe de mais informações foram projetados individualmente e, para os demais, as projeções se baseiam em modelos de determinação endógena de preços administrados, que consideram, entre outras variáveis, componentes sazonais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP)”, afirma a ata. “Com base nesses modelos, projeta-se, para o conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados, variação de 5,2% em 2016, ante 5,1% considerados na reunião do Comitê de janeiro”.

O Copom prevê ainda que a evolução dos preços internacionais do petróleo tende a ser transmitido à economia doméstica, “tanto por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica, quanto por intermédio das expectativas de inflação”.

O colegiado manifestou-se também sobre a questão do cumprimento da meta fiscal. Segundo o Copom, o balanço do setor público “tende à neutralidade, sem descartar a hipótese de migração para a zona de contenção”. Para o comitê, uma trajetória de superávits primários estimulará o investimento e causará impacto também sobre o combate à inflação. “A literatura e as melhoras práticas internacionais recomendam uma política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços”.

Além disso, o Copom avalia que a demanda agregada tende a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária. “De um lado, o consumo das famílias tende a se estabilizar, devido a fatores como o crescimento da renda e a expansão do crédito; de outro, condições financeiras relativamente favoráveis, notadamente no caso de financiamento imobiliário, concessão de serviços públicos, ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos”, pontua a ata.

“Por sua vez, as exportações devem ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real. Para o Comitê, os efeitos conjugados desses elementos, os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos e, neste ano, a dinâmica de recomposição de preços administrados são fatores importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar, ao longo do próximo ano, a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional)”.

 

 

(Com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. “aumento no ritmo dos ajustes

    “aumento no ritmo dos ajustes de preços na economia tornou o balanço de riscos da inflação “menos favorável” para 2015, avalia o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)”:

    Dedicado ao bc agente externo brasileiro, com todo amor:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=hV76KXU1x6g%5D

    Se a putada do Compon quizer se ofender, ta melhor ainda.

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