Alvo de si mesma, Marina rebate sua votação no CPMF e culpa PT

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Debate funciona assim: eu falo, você rebate, eu falo de novo e você também. É como se ganha ou se perde voto, expor ideias, defende-las, ou tentar derrubá-las. Apesar do título infeliz da Folha, de que marina é alvo do PT, a questão levantou poeira em linhas editoriais. O GGN publicou a matéria Marina, o Fundo de Combate à Pobreza e verdade sobre a CPMF  rebatendo vários dos pontos levantados.

Hoje a Folha traz o tema no caderno de eleições. Traz também o lado ‘comadre’ da cobertura, com diz de Marina de que “PT ‘mente’ e que sempre trabalhou para destinar os recursos para a área social”. O certo é que Marina deu um passo errado ao responder sobre CPMF e temas correlatos. Campanha de Marina bate na tecla do “PT mentiu”, o que é uma acusação muito forte. Mas não saber no que votou é uma contatação mais forte ainda.

da Folha

Alvo do PT, Marina se contradiz sobre CPMF

Diferentemente do que diz, no Senado ela votou contra a criação do tributo

Presidenciável afirma que PT ‘mente’ e que sempre trabalhou para destinar os recursos para a área social

GABRIELA GUERREIRO, DE BRASÍLIA / RANIER BRAGON, MARINA DIAS, DE SÃO PAULO

Alvo de acusação do PT de que mentiu sobre seu passado legislativo, Marina Silva (PSB) apresentou versões contraditórias a respeito de sua participação nas votações relativas à CPMF, o chamado “imposto do cheque”, que vigorou no Brasil do início dos anos 90 até 2007.

Diferentemente do que vinha dizendo, a candidata do PSB votou, quando era senadora, quatro vezes contra o tributo –duas na emenda à Constituição enviada em 1995 por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para criá-lo e duas em 1999, na votação de sua prorrogação.

Marina afirmava que, como prova de que não faz “oposição por oposição”, havia contrariado seu então partido, o PT, e votado a favor da CPMF proposta pelo governo tucano. Mas, na verdade, só votou a favor da regulamentação da cobrança.

“Quando foi a votação da CPMF, ainda que o meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar o interesse dos brasileiros, eu votei favorável mesmo [o projeto] sendo do seu governo [Aécio Neves], o PSDB”, disse Marina no debate da TV Bandeirantes, em agosto. Em sabatina no portal G1, dias depois, repetiu o discurso.

Desde o domingo (28), Marina tem sido alvo de propaganda do PT que afirma que ela mentiu sobre o tema. No debate da TV Record, também neste domingo, Dilma Rousseff (PT) afirmou: “Não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Atitudes como essa demonstram insegurança.”

No debate, Marina mudou sua versão, lembrando que a discussão sobre o tributo passou por várias etapas, e que havia votado a favor, no plenário e em comissão, à criação do Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza.

O fundo, proposto pelo senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), seria composto em parte com recursos da CPMF. Questionada na saída do evento se não havia votado contra nessa ocasião, Marina se corrigiu e disse que, no plenário, mudanças que retiravam recursos do fundo a levaram a se opor.

A ofensiva contra Marina faz parte da operação do marketing petista para desconstruir a imagem da candidata do PSB e apresentá-la como uma política não confiável.

Em nota divulgada nesta segunda (29), a campanha de Marina diz que o PT perpetua uma “incansável campanha de fofocas e mentiras”. O texto omite suas votações contrárias à CPMF. A nota ressalta que Marina votou a favor da lei que regulamentou o tributo, em 1996, seguindo a posição da bancada do PT.

“A então senadora pelo PT se opôs a todas as propostas em debate que ofereciam a possibilidade de distorção da finalidade social da CPMF […] Com dados parciais retirados do contexto inventa-se e repete-se uma mentira. Manobra de quem perdeu a cabeça e as medidas, manobra de desesperados”, diz a nota.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

22 Comentários

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  1. Lunática

    Nassif,

    Nunca gostei da acreana, pois é personagem que nunca me inspirou confiança.

    Somente depois da queda do avião é que tive a oportunidade de melhor conhecer a candidata, e foi nestes poucos meses que o esgoto apareceu sob as mais diversas formas.

    Além do permanente vai e volta iniciado com o tapão de Silas Malafaia, já que não tem o menor compromisso com aquilo que fala (acredita que todos são idiotas), uma história ou outra aparece, uma delas o braço dado ao homem do cimento-amianto (deve ser a tal da nova política), que não foi de graça $$$, pois ela é matreira de carteirinha ( hoje, todos acabam de saber que o IDS, nstituto da candidata, pegou quase 7 milhões de reais de Neca e da Natura- tudo corretamente declarado, mas não deixam de ser 7 milhões de reais), o marido contrabandeou madeira à vontade, também em nome da nova política.

    E quando ficava sem saída, lá vinha ela com aquele chororô tão legítimo quanto uma cédula de 14 reais. Acabou a mágica da experta, que ficou ainda mais rica graças aos otários milionários que conhece. Não é possível imaginar uma quase impostora como a acreana, capaz de falar dez minutos sem que se consiga entender sobre o que ela está falando, no comando de um patropi com mais de 200 milhões de pessoas a dependerem das decisões politiqueiras de uma lunática, uma doida varrida endinheirada 

    1. Sem contar como é bondosa.

      Sem contar como é bondosa. Tendo uma renda mensal de + ou – 25 mil reais como Senadora e Ministra de Estado declara que seu patrimônio atual é de 181 mil reais com a correção que resolveu fazer de última hora.

      Em 1 ano de trabalho no Legislativo ou Executivo recebia cerca de 325 mil reais. Ficou Senadora ou Ministra durante 14 anos, dando um total aproximado de 4 milhões e meio de reais em salários. 

      E ela me apresenta um patrimônio de 181 mil reais junto ao TSE. Diz que só sobrou isto porque o resto foi para sua sobrevivência e manutenção da família.

      Imagina o quanto ela é boa de Economia!

      1. sem contar a renda do marido

        que além de ter sido ligado ao governo petista do acre até quase ontem, parece que recebeu um por fora com venda de madeira. Onde foi parar todo esse dinheiro? Deve ter sido pago como dizimo para o Malafaia.

  2. uma alegoria

     

    O acidente aconteceu na praia de Libreville, no Gabão.

    Depois de andar de barco com alguns fieis por cerca de 20 minutos, o pastor Franck Kabele entrou no mar para tentar andar sobre as águas – na tentativa de repetir o milagre de Jesus – afundou e não foi mais encontrado. Segundo o jornal africano, Daily Glasgow Record, o religioso morreu.

    1. Os canalhas, de qualquer credo, raça ou etnia, também envelhecem
      Os canalhas, de qualquer credo, raça ou etnia, também envelhecem. Felizmente os crentes, como os ateus,  também envelhecem, adoecem e morrem, como qualquer animal. Não vejo muita diferença na raça humana. Apenas uns são mais, outros menos, LUNÁTICOS ESQUIZOFRÊNICOS. (Ricardo Edmundo Cecconello)Eu até arriscaria dizer, como disse  Gandhi :- ” Eu seria o melhor dos cristãos, se os cristãos o fossem todos os dias, as 24 horas do dia.” 

    2. Eleitor ludibriado

      Marina concordou com a CPMF quando aceitou usá-la como fonte do Fundo de Combate à Pobreza, o que os registros do Senado comprovam, mas o PT omite isso do povo, distorcendo a verdade. O que aconteceu anos antes foi amplamente superado pelos fatos posteriores. Quem acredita no contrário é ludibriado pela manobra de má-fé da campanha de Dilma. O PT age como se fosse o “PIG” (sic) da campanha eleitoral.

       

      1. Então exite o PIG(sic) ? achei que era delírio petista

          Esse PT é danado mesmo! com 24 horas de PIG(que agora existe) contra ele e a favor de Marinéscio consegue esse efeito mágico sobre marina com 11 minutos.

  3. Se chegar

    ao segundo turno, pode acabar com votação negativa.

    10 minutos são um cronofúndio.

    É tempo demais pra ela se autoenrolar a si mesma.

    Essa senhora é autodestrutiva.

    Se essa característica dela tivesse aflorado antes,

    Malafaia apoiaria o Fidélix.

  4. intervenção divina na origem…

    talvez reconhecida como um dom e aceita em manifesto por toda sua vida

    princípio de tudo, o X da questão que pode estar levando às “alucinações” políticas, alheia a tudo

    faz o que quer, mente, transforma ódio em fantasia, joga a culpa nos outros, tudo isto porque perigosamente acredita que só Deus julga

    1. perigosamente…

      porque tem zero de mente moderna e lógica

      um vazio que pode ser invadido por outros que também acreditam na intervenção divina

      vejam bem, objetivo principal deixou de ser a política

       

  5. em suma, o problema não é a

    em suma, o problema não é a mentira em si.

    é a desonfiança que isso gera.

    o vai e vem com que ela trata coisas importantes.

    hoje afirma uma coisa, amanhã outra.

    quando não muda de hora em hora.

    ou na própia frase afirmativa diz o contrário.

    um paradoxo ambulante.

    posa de vítima e

    imediatamnte acusa o  outro.

    desvia então do tema que interessa.

    mistificação.

     

     

  6. As distorções sobre o caso são notórias

    Pelo que eu entendi, Marina disse que votou, no ano de 2000, favorável ao Fundo de Combate à Pobreza, o qual se valia de recursos da CPMF. Isso não é o mesmo que dizer que votou favorável à CPMF, o que ela teria supostamente dito num debate na Band, muito provavelmente pensando uma coisa e dizendo outra, o que é comum em algumas situações e pode acontecer. Se é verdade que ela dise que votou favorável à CPMF, ela se confundiu certamente quanto ao que quis realmente dizer. Ela pensou na votação do Fundo de Combate à Pobreza, que precisamente se valia de recursos da CPMF além de recursos oriundos do IPI. Tomou uma manifestação como a outra.

    Uma vez que a CPMF estava estabelecida, e as discussões sobre a CPMF são de 1993, salvo engano, não há qualquer problema em concordar com a criação de um Fundo de Combate à Pobreza que se vale de recursos da CPMF. Não há contradição nenhuma quanto à verdade disso representar uma concordância com a CPMF e votar numa coisa não implica mentir sobre não votar pela aprovação da outra.

    O PT, de má-fé e querendo valorizar uma coisa absolutamente irrelevante, mais uma vez distorceu a situação, neste caso.

    O fato é que Marina, como ela mesmo disse, votou favorável ao Fundo de Combate à Pobreza, concordando que fossem usados recursos da CPMF, tributo já estabelecido na legislação. Não ter votado favorável à CPMF num primeiro momento NADA tem a ver com ter votado favorável ao Fundo de Combate à Pobreza, o qual se valia de recursos da CPMF, além do IPI, num segundo momento. Não sei como uma coisa pode comprometer a outra. São votações diferentes, em momentos diferentes, e que tratam de temas diferentes. O que Marina fez foi trabalhar com o cenário: se a CPMF já existia, que pelo menos seus recursos fossem usados para instituir um Fundo de Combate à Pobreza. Não vejo qualquer problema nisso.

    É querer dizer que ela mentiu quando votou favorável ao Fundo porque não votou pela CPMF. Oi?

    Votar na proposta do FUNDO é uma coisa diferente de votar na proposta de criação da CPMF. Matérias e situações inconfundíveis, ainda que relacionadas. Ter votado em 2000 favorável a um Fundo de Combate à Pobreza que se valia de recursos da CPMF claramente implica uma concordância tácita com a instituição da CPMF, cuja discussão aconteceu muitos anos antes.

    É o que em direito processual se conhece como uma concordância claramente tácita, o que inclusive impede o conhecimento do recurso quando a parte recorrente manifesta concordância tácita com a decisão recorrida, caracterizada pela prática de atos incompatíveis com a pretensão de recorrer. É exatamente este o caso. A incompatibilidade é quanto ao direito de recorrer, pois se entende que a parte passou a concordar com a decisão recorrida quando praticou atos que indicavam isso (Marina aceitou usar os recursos da CPMF no Fundo de Combate à Pobreza). Ou seja, se contradição há, é querer mudar algo que já se consolidou, o que seja, a concordância da parte com a decisão (criação da CPMF).

    Portanto, ninguém pode dizer que Marina não concordou com a CPMF. Isso é falso, ainda que anos antes ela tenha votado contra. Isso é falso porque depois ela manifestou concordância, ainda que tácita.

    Ao concordar, sem ressalvas de qualquer espécie, que recursos da CPMF fossem usados no Fundo de Combate à Pobreza, Marina, em verdade, manifestou inequívoca concordância tácita com a CPMF e não o contrário, sendo irrelevante o que aconteceu muitos anos antes. A discordância inicial restou amplamente superada pelos fatos posteriores. E foi exatamente isso o que ela quis dizer e efetivamente fez e disse.

    Em suma, quem se contradiz com os fatos é precisamente o PT. Se Marina concordou em usar recursos da CPMF, onde ela não concordou com a CPMF? Em canto nenhum, é óbvio. O PT briga com uma lógica estabelecida desde tempos imemoriais, a que nos informa da existência da concordância tácita.

    1. Essa candidata se confunde demais não é mesmo ?

      e depois a culpa é do PT! tá “serto”

      não vamos dar a chance dela meter os pés pelas mãos lá no planalto, ela que se enrrole bem longe.

       

      arMarinaNã

      1. Não houve confusão nenhuma, só um golpe baixo mesmo

        Foi só o PT que mentiu mesmo e tentou vender uma versão distorcida dos fatos, coisa em que vem se especializando nos últimos anos.

        É muito simples de entender: Um dia, Marina foi contra a CPMF. Anos depois, ela foi favorável quando concordou em usar recursos da CPMF no Fundo de Combate à Pobreza. Concordância tácita etc. O PT se prende ao primeiro momento e faz questão de esconder dos eleitores o segundo momento.

  7. Marina foi alvo de uma distorção do PT e não de si mesma

    O PT desconsidera que, anos depois, Marina concordou com a CPMF quando aceitou usar recursos desse tributo no Fundo de Combate à Pobreza, cuja votação aconteceu em 2000, muitos anos depois das votações iniciais sobre a criação da CPMF.

    Ao desconsiderar essa inequívoca concordância tácita de Marina com a CPMF, o PT age com desonestidade intelectual e valoriza um fato irrelevante e amplamente superado pelos fatos posteriores.

    Lamentável. Um desserviço ao debate e golpe baixo apelativo.

    1. Marina diz que PT mente

      o PT pega é muito leve com essa vira casaca pois não usou os mesmos termos, ela disse que o PT mentiu, Dilma disse até elegantemente que ela esqueceu mas acabou mesmo mostrando à todo Brasil quem são os mentirosos nessa história. Marina  já largou a pose de coitadinha mas se você quer insistir no que deu errado  vá em frente, ninguém segura marina ladeira abaixo

  8. Quero saber é qual a “flexibilizaçao” q ela quer fazer na CLT…

    Depois se queixa dos boatos de que quer acabar com as férias, com o décimo-terceiro, etc. Se diz que quer mexer na CLT e nao esclarece como, tá dando margem às interpretaçoes. 

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