As consequências da morte do cinegrafista

A morte do cinegrafista Santiago Andrade, à qual se somam mortes frequentes de torcedores de futebol, indica que é hora de uma atuação mais severa em relação às manifestações populares violentas, de Black Blocs e de torcidas organizadas.

As manifestações de junho passado foram respiros de cidadania, um mal estar difuso indicando o esgotamento do modelo institucional atual – tanto dos poderes públicos quanto da representação midiática. Foi um aviso relevante, devidamente captado por todos os setores responsáveis do país.

Infelizmente, não geraram ainda políticas continuadas de atendimento das demandas e de discussão de novos modelos.

***

Houve tentativas iniciais de instrumentalizar as manifestações. Todas fracassaram, de partidos políticos a veículos de mídia.

Passada a primeira etapa, difusa, as manifestações foram apossadas por grupos violentos, propondo quebradeira.

Em um primeiro momento, criaram impasses. Depois de abusos iniciais, as polícias estaduais não souberam mais separar manifestantes de vândalos, não sabiam quando agir com dureza, quando permitir o protesto.

***

Do lado da opinião pública, observou-se a aliança improvável entre grupos de ultraesquerda e setores da grande mídia, empenhados na batalha inglória de desmoralizar a Copa do Mundo.

Intelectuais irresponsáveis trataram de colocar lenha na fogueira, legitimando a violência sem colocar-se na reta, iludindo jovens seguidores e comprometendo sua vida adulta – com a possível criminalização de seus atos.

***

Agora, chega-se ao impasse.

O movimento Black Bloc chegou no limite da guerrilha urbana; as torcidas organizadas, no limite das organizações criminosas. Enquanto apenas limítrofes, continuarão a arregimentar jovens que não vêem diferença entre filmes de aventuras, a romatização da violência e as consequências na vida real. Entram na guerra como se fosse um game online.

Daí a necessidade de um corte, prévio, anunciado mas que defina de  vez o que é manifestação popular e o que é crime. Ir para manifestações com rojões e armas de combate é crime. Quebrar lojas e aparelhos públicos é crime. E traz consequências.

Tem que ficar claro para os rapazes e para seus pais. Quem persistir na violência, está devidamente informado das consequências e será responsável por seus atos.

***

Que a morte de Santiago traga bom senso às manifestações sobre a Copa. As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições – Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais.

A morte de Santiago traz um novo olhar da opinião pública sobre as tentativas de transformar as críticas em manifestações violentas de rua.

Nos últimos dias há uma troca incessante de acusações sobre as causas da morte de Santiago, se da mídia, se das redes sociais, se da animosidade entre jornalistas e blogueiros. Pouco importa. O mal está feito e vale o que acontecer daqui para diante.

Quem teimar em promover os conflitos responderá perante a opinião pública pelos novos Santiagos que quedarem vítimas dessa insânia.

Luis Nassif

154 Comentários

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    1. Parece que prenderam o cara errado

      Prenderam o cara errado, ao que tudo indica foi levado ao sacrifício, vejam nas fotos que mostram o momento do disparo do rojão que o cara que prenderam não é negro, não tem cabelos crespos, a altura e peso não conferem, e não estou afirmando categoricamente que o cara orginal é este mas que dá prá desconfiar dá, olhá policia que tal mandar um perito conferir

      Homônimo de jovem acusado de atirar rojão é difamado no Facebook

      Professor foi alvo de montagem na rede social

      ATHOS MOURA E THIAGO ANTUNES

      Rio – Uma polêmica envolvendo a investigação do caso Santiago Andrade, atingido por um rojão durante manifestação no Centro do Rio, na última quinta-feira, tomou conta do Facebook nesta terça-feira. O cinegrafista da TV Bandeirantes teve morte cerebral declarada nesta segunda-feira. No mesmo dia, a Polícia Civil divulgou a foto e o nome do acusado de disparar o explosivo.

      No entanto, usuários da rede social não acreditam que a foto divulgada seja a do verdadeiro autor do crime. Um dos argumentos é de que nas imagens registradas por inúmeras câmeras, o homem que acendeu o rojão é branco, porém, a foto do foragido é de um negro, identificado como Caio Silva de Souza, de 23 anos.

      Diversos perfis reproduziram montagem que acusou rapaz, que mora em Vila Velha, de ter acendido rojão que atingiu cinegrafista durante manifestaçãoFoto:  Reprodução Internet

      Uma montagem que está sendo compartilhada na rede social mostra a ativista Elisa Quadros, a Sininho, abraçada com seu namorado, conhecido como Game Over, quando foi presa em uma manifestação ocorrida em outubro do ano passado. O homem é branco e usa barba, feições parecidas com a Caio Silva de Souza, 26 anos, professor de História, morador de Vila Velha, no Espírito Santo, e homônimo do jovem procurado pela polícia. Sua foto de perfil aparece na imagem e o coloca como possível culpado pelo crime. A montagem foi compartilhada por diversos perfis, somando milhares de interações.

      O rapaz dá aula em escolas da Prefeitura de Vila Velha, cidade onde nasceu e mora. Ele contou ainda que se formou na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2012, e há seis meses não visita o a cidade onde concluiu os estudos. Apesar de ser politicamente engajado e já ter participado de manifestações em Vitória, na capital do Espírito Santo, Caio revelou que nunca participou de protestos no Rio. 

      O rapaz ficou sabendo que um homônimo estava sendo procurado pelo crime na noite de segunda-feira, e postou em sua página pessoal que não era o acusado. Apesar da divulgação de sua foto, Caio afirmou que não recebeu nenhuma ameaça direta e não está com medo. “Eu estou no Espírito Santo, por isso estou tranquilo. Mas se estivesse no Rio não estaria, ainda mais com essa moda de justiceiros e a repercussão que a morte do cinegrafista tomou. Muita gente me mandou mensagens de apoio”, contou. 

      Caio revelou ainda que pretende tomar medidas contra a campanha difamatória. “Vi que a imagem foi compartilhada mais de 300 vezes por um perfil, 50 vezes em outro, 20 em outra. Nas páginas originais, algumas pessoas fizeram ameaças, como de me agredir caso me encontrassem. Algumas pessoas que compartilharam perceberam o erro e me pediram desculpas, apagando o que haviam feito. Não tenho como medir o alcance disso, mas fiz diversos prints e vou agir o mais rápido possível”, disse. 

       

       

      http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-02-11/homonimo-de-jovem-acusado-de-atirar-rojao-e-difamado-no-facebook.html

  1. Por favor, parem de repetir

    Por favor, parem de repetir que “vivemos um esgotamento do modelo institucional atual”; isso parece um mantra. Como um país como nosso, de democracia recente e que ainda nem tem instituições funcionando como deveriam, pode falar em esgotamento de modelo institucional? Isso pode valer para pouquíssimos casos.

    Lembrem da entrevista com o cara da OAB. Democracia não é sair se livrando das instituições que dão problemas. Afinal de contas, vamos seguir o modelo de quem? Dos Black Blocs ou do BBB? Das torcidas organizadas ou do crime organizado?

  2. “O mal está feito”

    Vale o que vem pela frente, é certo. Mas não podemos esquecer: quem colocou lenha na fogueira e pôs os jovens na rua mascarados e com ódio, foi a PM paulista sob o comando do Führer Alckmin.

     

    1. Concordo em parte. Para mim,

      Concordo em parte. Para mim, quem colocou fogo nos protestos foi a mídia com a nitida intenção de desgartar o governo federal.

      A polícia não prestava, utilizava violência excessiva contra manifestants mascarados, etc, etc, etc.. Os black blocks eram lindos, estavam certos, davam entrevistas e tudo mais. e a mídia os apoiava.

      Agora, que um da mídia foi vitimado todos mundo virou bandido.

      Digam: porque um juiz se apressou a criminalizar os relozinhos e mandar prender, fichar e multar em R$ 10.000 cada um que fosse preso? será que é porque o juiz supunha que os participantes de rolezinhos eram pobres da perferia?

      Porque não fizeram o mesmo, desde o início, com o vagabundos black blocks? os black block são mais ou menos violentos que a polícia? será que é porque supunham que os black blocks eram oriundos de classes mais abastadas?

      porque a mídia encurralou a polícia no combate aos vagabundos black blocks acusando a polícia de abusar da violência e não dizia o mesmo dos lindos black blocks?

      Afinal, quantos foram feridos ou mortos pela polícia e quantos o foram pelos black blocks? alguém sabe?

    2. Deixemos a hipocrisia de lado

      Não sou paulista nem moro em São Paulo, mas também não sou cega. O velho e desgastado discurso “a culpa é da polícia” se repete em todos os estados brasileiros. Deixemos de ser hipócritas!!!!!! Polícia não fomenta violência, ela tenta evitá-la e intervém quando o diálogo não é mais possível. Ao contrário do que a maioria pensa, essas instituições não são formadas por parvos e ignorantes. São profissionais de segruança pública. E não nos esqueçamos de que os verdadeiros comandantes das polícias militares são os governadores dos estados. Eles dão a medida, e essa medida é sempre evitar o desgaste político, mesmo que isso custe a desmoralização das forças de segurança e dê mais asas aos “pacíficos” arruaceiros!

    3. Como disse no comentário do

      Como disse no comentário do Wagner, é preciso alimentar o mito. Essas manifestações já começaram violentas. Isso eu sei de ver, não de ouvir contar. Atribuir a abusos pontuais cometidos por policiais (cometidos aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo) a responsabilidade pela violência desses cabeças ocas só serve ao proselitismo político-partidário.

  3. Só uma ressalva: na sua frase

    Só uma ressalva: na sua frase “Passada a primeira etapa, difusa, as manifestações foram apossadas por grupos violentos, propondo quebradeira”. Lembro muito bem porque trabalhava no centro da cidade, que na primeira manifestação em São Paulo, houve quebra quebra na rua Direita, onde foram atingidas várias lojas, magazine Luiza entre elas, banco Itaú, na esquina da praça Patriarca e outras lojas menores que foram inteiramente depredadas. As manifestações já começaram violentas.

    1. Caro Wagner, é preciso

      Caro Wagner, é preciso difundir e manter a todo o custo o mito de que foi a repressão policial desproporcional que tornou essas manifesações violentas. Ninguém acredita muito nisso mas, fazer o que, há quem veja algo redentor nas palhaçadas de junho. Hoje, acuada, a polícia assiste, praticamente impassível, muitos dos abusos cometidos por manifestantes. Alguns eu mesmo sei de ver, não de ouvir falar. Só age quando a coisa degringola e a violência atinge aquele ponto em que, pra ser reprimida, a própria polícia tem de ser violenta.

  4. Seu Nassif, de quem sou
    Seu Nassif, de quem sou leitor assíduo…
    O sr. está repetindo outro mantra ingênuo – ou cínico – o de que as polícias são “incompetentes’ para separar os “vândalos” dos “manifestantes pacíficos”.
    Sou obrigdo a repetir – é hipocrisia. Os “pacíficos” nada mais são dos que “violentos covardes”. Servem de escudo e camuflagens para a sua “tropa de choque”. É tudo militarizado. Os que lançam rojões atuam como “artilharia”, na retaguarda, protegidos por “pacíficos” que fazem o papel de “montanha” – ficam na frente acenando com as mãos para os policiais: “ai, ai, ai, sem violência, não me bate, estou grávida, etc…”… E de trás, de-le rojão e pedrada. Só o cego que não quer ver e que não vê… Tem comunicações, reconhecimento, infantaria – os que brigam a socos e pauladas, reconhecimento – os grupinhos que vão na frente disfarçados. Qualquer dia vão lançar um videogame, braziliam qualquer coisa, onde o objetivo final, o game over, é derrubar o governo…se é que já não tem…
    É fácil falar e amarrar o guizo no gato – o difícil é fazer…
    Em qualquer país do mundo com fenômeno de delito massivo, quem tá no baile dança…

    1. Não é o que eu vi.

      As imagens da tv mostraram exatamente o oposto do que você diz. Em São Paulo, os militantes do movimento catraca livre tentaram segurar os vândalos que queriam invadir o palácio do governo. Foram inúmeras tomadas que mostraram o quanto os manifestantes pacíficos se empenharam em conter os bandidos. E, se não fosse a ação deles muitas tragédias teriam acontecido.

  5. O advogado dele acabou de

    O advogado dele acabou de informar que esses jovens são aliciados por outros, que ele não poderia, por sigilo, revelar ,mas que uma reporter da globo ouviu, será que vão revelar quem alicia esses jovens?

    1. Anonymus

      O aliciamento é promovido a mando da representação internacional do grupo Anonymus, ou seja, de gente de fora do País. Suspeita-se que por trás desse grupo esteja uma das modernas formas de atuação estratégica da CIA.

    2.  
      O FHC foi aliciado pela

       

      O FHC foi aliciado pela CIA….

      “…Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap”.

      Esta história, assim aparentemente inocente, era a ponta de um iceberg. Está contada na página 154 do livro “Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível”, da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O “inverno do ano de 1969” era fevereiro de 69.

      Fundação Ford – Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura havia lançado o AI-5 e jogado o País no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. Até Juscelino e Lacerda tinham sido presos. E Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, sabia-se e se dizia que o compromisso final dos americanos era de 800 mil a um milhão de dólares.

      Agente da CIA – Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro “Dependência e desenvolvimento na América Latina”, em que os dois defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos. Montado na cobertura e no dinheiro dos gringos, Fernando Henrique logo se tornou uma “personalidade internacional” e passou a dar “aulas” e fazer “conferências” em universidades norte-americanas e européias. Era “um homem da Fundação Ford”. E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA.

      http://blogdolatinha.blogspot.com.br/2009/08/fhc-agente-da-cia.html

    3. Se o governo quiser ir fundo

      Se o governo quiser ir fundo nessa questão é só começar a investigar a atuação dos partidos de ultra esquerda (marineiros e psolistas), tá mais do que claro que há fortes indícios de participação deles nesse embróglio.

      Outra pergunta que não quer calar, como um rapaz de origem aparentemente humilde que trabalha para uma firma terceirizada na limpeza de um hospital público pode de uma hora para outra aparentemente sem planejamento fazer uma viagem as pressas, se hospedar em pousada fugindo da polícia e ainda ter a sua disposição advogado para defendê-lo?  Vamos ver agora com o parececimento do primeiro cadáver de relevância, como se darão as próximas manifestações. É só criminalizar manifestantes mascarados, de posse de armas brancas (porretes, rojões, gasolina, álcool, estiletes, pedras, bordunas, etc), outra sujestão que me parece coerente é que as manisfestações sejam marcadas com antecedência e com a anuência da polícia.  A questão não é difícil de resolver, é só querer trabalhar e sair da pasmaceira.

  6. INCOMPETENCIA OU DOLO?

    AUSENCIA DO ESTADO

    INCOMPETENCIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA

    MÁ VONTADE EM RESOLVER QUESTÕES QUE NÃO DÃO VOTOS

    UTILIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EM BENEFÍCIO PRÓPRIO ( VOTOS)

    FALTA DE CAPACIDADE INTELECTUAL OU NÃO IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS E EFEITOS POR DOLO DE APROVEITAMENTO ( VOTOS).

    MINIMIZAÇÃO DA VIOLENCIA INSTITUCIONALIZADA (ENTRE POLICIAIS, MARGINAIS E OUTROS “..AIS”) (VOTOS)

    BOLSAS-CURRAL-ELEITORAL (DINHEIRO) PARA FAMILIARES DE BANDIDOS (VOTOS)

    …O NEGÓCIO É DIZER QUE ESTÁ TUDO BEM, JÁ QUE UMA MENTIRA REPETIDA ACABA SE TORNANDO VERDADE…

  7. Alguem já tinha avisado aqui

    os black bocks e assimilados vão precisar de proteção policial para continuar a trabalhar.

    P.S. o revisor ortográfico sugeriu “bocós” no lugar de “bocks”

  8. Minha unica ressalva ao belo
    Minha unica ressalva ao belo texto fica pelo entendimento de que o arttefato explosivo (aquilo nao eh um rojao) teria sido direcionado ao cinegrafista. Nao foi o caso e acho que essa visao tem raiz no corporativismo da classe jornalistica.

    1. A ressalva é irrelevante

      Não muda a acusação. Usar um artefato explosivo naquelas circunstâncias aponta para a assunção do risco por parte de quem acendeu. Eu considero dolo eventual. Era exigível dele outra conduta.

      1. Não fui claro em minha

        Não fui claro em minha postagem anterior. Queria dizer que aquele artefato não é designado rojão nas lojas de fogos, mas isso foi só uma observação sem maior importância. O que disse ainda e acho relevante é que há uma reação midiática corporativa pela morte do colega – e talvez o Nassif esteja nessa. Fosse um PM, a minha revolta seria a mesma, mas a ração da mídia não.

         

    2. Fernando, era um rojão sim.

      Fernando, era um rojão sim. Nas filmagens fica evidente o estouro das “estrelas”, que são bolas de pólvora com produtos químicos, colocadas dentro dos rojões para produzir efeitos coloridos quando explodem.

      Isso inclusive é uma prova que de não foi uma bomba da polícia pois elas explodem com muito barulho e fumaça branca, mas não produzem as tais “estrelas”.

      Só que eu acho que o fato de ser um rojão mantém a questão do dolo eventual, pois todos sabem que rojões são perigosos e podem causar morte. A atitude de acender um no meio da multidão é equivalente a explodir uma bomba. Porém é importante deixar claro o que aconteceu para evitar clima de linchamento sobre os dois jovens. Eles não fizeram uma bomba, mas usaram um objeto perigoso e potencialmente letal de form a colocar em risco a vida das outras pessoas, sabendo que havia chance de matar alguém, o que infelizmente foi o que aconteceu.

  9. Com a palavra aquele padre de

    Com a palavra aquele padre de passeata, cujo nome me escapa, que disse que “Jesus era black bloc”.

    Com a palavra os intelectuais e outros que diziam que os black blocs só destruíam “lugares simbólicos”. Talvez, para estes, a cabeça de um cinegrafista seja um “lugar simbólico”.

    1. Simbolos

      Pois é,  mas Santiago perdeu a vida justamente porque foi visto como simbolo representante da imprensa pelos jovens que jogaram o rojão. Esse artefato, muito provavelmente estava preparado para o caso dos policiais atacarem, mas no meio do caos que andam patrocinando os BBs, acabou sendo usado contra o cinegrafista, que registrava que as manifestações têm quase sempre degenarado.

  10. A tese do texto é defensável,

    A tese do texto é defensável, e pode-se argumentar em torno dela. Porém faz-se a ressalva que o rapaz baleado em São Paulo, e outros casos de violência do Estado contra os manifestantes, muito mais frequentes, não receberam o destaque, a ênfase, do caso do Santiago. Não quero aliviar o que ocorreu com ele, longe disso, mas evitar demonizar um lado e levbar ao esquecimento dos atos do outro. Além disso, quantos casos de violência contra pessoas aconteceram nessas manifestações, tendo partido dos manifestantes ?

    Agora o parágrafo abaixo, no finalzinho do texto, me parece  infiltrado para defender a Copa (na verdade, quem a promove):

    “Que a morte de Santiago traga bom senso às manifestações sobre a Copa. As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições – Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais.”

     

    Por que a parte da população descontente não poderia também expor suas críticas ao evento, e fazer isso por meio de passeatas e afins ? Afinal, as pessoas na rua são a forma mais eficiente de pressão política.

    1. Manifestações contra os

      Manifestações contra os gastos e prioridades da Copa são uma coisa. Querer via truculência impedir sua realização meses antes, quando os gastos já foram inclusive empenhados, é outra completamente diferente.

    2. O rapaz baleado em São Paulo

      O rapaz baleado em São Paulo puxou um estilete e atacou um policial. Foi tudo filmado.

      Desculpe-me a franqueza, mas se tem uma coisa que a nossa imprensa não faz é aliviar com a polícia. Pelo contrário, a corporação está em cerco já há bastante tempo. Acuada mesmo. O que favorece, não coíbe os abusos, diga-se de passagem, mas essa é outra discussão.

      Abusos policiais — abusos reais, não os inventados por quem criminaliza o trabalho das forças de segurança pública — devem ser denunciados e punidos com rigor exemplar, mas vige no Brasil hoje uma idéia estranha segundo a qual num dos países onde os criminosos são dos mais violentos e cruéis deveria haver uma polícia que distribuísse flores e não cassetadas.

  11. Apenas uma ressalva

    Apenas uma ressalva no seu texto Nassif:

    “… mas que defina de  vez o que é manifestação popular e o que é crime. Ir para manifestações com rojões e armas de combate é crime. Quebrar lojas e aparelhos públicos é crime.”

    Ir para manifestações com o rosto coberto também deveria ser crime. Quem não quer se identificar com o rosto tapado é porque quer se enconder no meio da multidão. Manifestações são bem vindas. Elas fazem o povo pensar no que está certo e no que está errado com nosso país, com nossas instituições mas daí a aproveitar para a bandalheira é outra história!!

  12. É Nassif não havia feito

    É Nassif não havia feito nenhum comentário ainda sobre a tragica morte do cinegrafista. Mas precisou falecer um reporter para o Bom Senso prevalecer. No Terra e o Uol até o momento a reportagem foi justa e comportada.

    O caso deveria ser explorado agora é a desgraça deste coitado irresponsável. Irá receber uma punição séria, o exemplo tem de ser usado de forma educativa tanto para a mídia que levou um garoto para trás das grades, quanto daqueles que defendem o uso da força para impor sua vontade.

    O Agnaldo Silva não pode glorificar, em novelas crimes como se fossem normais, mesmo sendo obras de fantasia. A mensagem se torna confusa e no fim fica que vale tudo. Pode dar golpe contra a família, barbarizar e tudo será perduado.

    A nova novela já começou no mesmo caminho. Não é o tipo de entreternimento ideal para a família. “Os Normais” era muito mais positivo.

  13. Realmente, a baderna que vem

    Realmente, a baderna que vem ocorrendo nos campos de futebol e, desde o ano passado, nas passeatas de protestos extrapolaram o limites do tolerável, porém, entregar às prioridades às instituições como o Congresso, Ministério Público, mídia, OAB e etc…, sem pressão popular, é justamente permitir que o país permaneça engessado, como antes das manifestações do ano passado.

    Institucionalmente o país é um mamute com as patas quebradas. Há que se fazer uma ruptura deste modus operandi. E quem pode fazer isto é a população com pressão, muita pressão.

    o movimento dos sem-terras, por exemplo, já foi criminalizado e chegou às margens de ser enquadrado como grupo terrorista, hoje, porém, já é aceito como uma legítima organização social (menos pelos ruralistas). Infelizmente as mudanças sociais produzem efeitos colaterais danosos, às vezes trágicos, porém necessários para alcançar a cura do moribundo.

      

  14. Os black blocs nasceram em
    Os black blocs nasceram em junho do ano passado. Dissociar manifestações sem propósito da única coisa que geraram (os black blocs) é outro erro. As manifestações, assim como os BBs, foram produto de armações de partidos de esquerda, PSOL à frente.

    1. Vou além Edu, esses caras

      Vou além Edu, esses caras estão sendo financiados e muito bem orientados… como diz mesmo a letra de Seu Jorge (um dos queridinos da Globo) num dos hits da Primavera de Junho de 2013 “não é só pelos vinte centavos”, o Professor Wanderley tem razão, esse caldo é mais grosso do que se imagina

    2. Interessante. No nosso quadro

      Interessante. No nosso quadro político atual, o PSDB virou “extrema direita”. Mas os black blocs não são cria da “extrema esquerda”. O que é preciso pra ser “extrema esquerda” no Brasil?

    3. Os partidos de ultra-esquerda nao têm tanta bala na agulha assim

      Podem estar apoiando, mas nao foram eles quem geraram esse filho feio nao. Movimentos Change Brazil, Anonymous, etc., tiveram patrocínio externo e incnetivo midiático, primeiramente de forma velada e simbólica (milhares de matérias sobre os revoltados turcos e de outros países; lamentos de que aqui os jovens nao saíam do Facebook; matérias sobre o caos nos transportes uma semana antes da data em que se sabia que haveria manifestaçoes sobre isso, etc), depois de forma aberta (mas com discurso de “duplipensar”, porque ao mesmo tempo em que as manifestaçoes eram elogiadas, no discurso verbal, desde que pacíficas, as imagens só mostravam roubos e depredaçoes). 

      Os ultra-esquerdistas só fizeram o que sempre fazem, em nome de um Ideal inalcançável, atacar o governo, se aliando à Direita. Mas nao foram eles quem criou esse imbróglio nao. 

      1. “Os ultra-esquerdistas só

        “Os ultra-esquerdistas só fizeram o que sempre fazem, em nome de um Ideal inalcançável, atacar o governo, se aliando à Direita. Mas nao foram eles quem criou esse imbróglio nao.”

          Concordo em gênero, número e grau.

  15. São jovens de classe media,

    São jovens de classe media, completamente desmiolados  e entediados. Não possuem qualquer apreço pela Democracia por que não sabem como foi duro e dificil conquistá-la.Não tem o minima noção do que é um movimento social ou partido politico. São manipulados pela midia golpista, pelas redes sociais, por intelectuiais e artistas irresponsaveis e caducos tipo Caetano Veloso. Todo apoio a Policia e às instituições democraticas. Faça seu trabalho dentro da lei e do Estado de Direito. Contenham esses corvos…

  16. Apenas uma coisa não está

    Apenas uma coisa não está clara, as fotos e vídeos mostrados sobre o acidente que matou o cinegrafista onde aparece o suposto agressor (assassino), não se parece em nada com o rapaz que acaba de ser preso acusado pelo estouro do rojão que causou todo esse estrago.  Será que tem alguém capaz de explicar essa proeza?

    1. O rapaz que aparece acendendo

      O rapaz que aparece acendendo o rojão não é cabeludo como as pessoas vem questionando.  Repare no vídeo e nas fotos divulgadas no qual o Caio é flagrado dentro da estaçao. Ele está com as mesmas roupas e com um pano preto (ou bandana) em suas mãos. Muito provavelmente ele estava com ela na cabeça quando foi flagrado acendendo o artefato, o que faz parecer que o rapaz é cabeludo. Lembre que ele confessou o crime, além de que há provas contra ele. Contra fatos não há argumento e isto tende a ferir o orgulho dos manifestantes mais radicais, o que leva ao surgimento de diversos questionamentos ilusórios a respeito. É natural que a mídia abuse deste fato pois foi atingido um de seus representantes. Basta lembramos no ano passado quando uma bala de borracha atingiu o olho de uma reporter antes do ápice das manifestações. A mídia tomou um posicionamento em apoiar os manifestantes e passaram a criticar os abusos da força policial. Agora o mesmo acontece, porém contra manisfestantes radicais. Além disso, este fato é um prato cheio para a Mídia conservadora e manipuladora na qual todos estão cansados de saber. Com isto, quem sai perdendo são os milhões de brasileiros que vem lutando para um Brasil melhor, pois cada vez mais é divulgado para o povo brasileiro fatos que levam a uma imagem negativa do ato de protestar.

    2. Também tive essa impressão.

      Também fiquei na dúvida se realmente o homem filmado como suspeito do crime seria o rapaz preso, me pareceu, inclusive que a cor da pele era mais escura. Mas me parece que ele confessou que acendeu o rojão. Espero que as Instituições públicas não cometam outra injustiça. mas se for ele mesmo, a punição deverá ser exemplar para a sociedade entender que crime é crime em qualquer circunstâncias da nossa vida em sociedade democrática. Mas que nossa expressão social através de atos de manifestação deve continuar, deve, mas de forma a pressionar os envolvidos, apenas eles, e de forma que sintam que estão sendo observados e avaliados, sempre é claro com a copbertura da mídia imparcial. 

    3. Também tive essa impressão.

      Também fiquei na dúvida se realmente o homem filmado como suspeito do crime seria o rapaz preso, me pareceu, inclusive que a cor da pele era mais escura. Mas me parece que ele confessou que acendeu o rojão. Espero que as Instituições públicas não cometam outra injustiça. mas se for ele mesmo, a punição deverá ser exemplar para a sociedade entender que crime é crime em qualquer circunstâncias da nossa vida em sociedade democrática. Mas que nossa expressão social através de atos de manifestação deve continuar, deve, mas de forma a pressionar os envolvidos, apenas eles, e de forma que sintam que estão sendo observados e avaliados, sempre é claro com a copbertura da mídia imparcial. 

  17. SUPERVALORIZAÇÃO

    A imprensa, de modo geral, tem tratado o caso em epígrafe de forma exagerada, como se o cinegrafista fosse um ser diferenciado em relação aos demais humanos que estão envolvidos nas manifestações (policiais, manifestantes, curiosos, trabalhadores de diversas áreas e etc.). Nem o adolescente que foi encurralado por 3 policiais e, apesar de desarmado, levou 2 tiros; ou a moça que levou um tiro de borracha no olho e perdeu a visão, receberam tanta atenção. Ademais, pouco provável que a pessoa que acendeu o foguete quisesse acertar alguém, haja vista que um foguete jogado ao chão pode ir pra qualquer lado, inclusive para o lado de quem o acendeu. Ele foi tão imprudente quanto um policial que joga um tubo de gás em direção aos manifestantes, pois poderá acertar e ferir seriamente alguém.
    A lição que se tira desse evento é: quer dar visibilidade ao seu evento, fazer com que ele apareça várias vezes nos jornais, que se fale exaustivamente dele? Então mire-se nos jornalistas.

    1.  
      A imprensa marrom é

       

      A imprensa marrom é altamente corporativista, nunca vi coisa parecida.

      Esses jovens e trabalhadores (podres)  passaram a ser as piores pessoas que existem. Se esses jovens fossem de uma classe média, se morassem em grandes e luxuosos apartamentos da Zona Sul carioca e se seus pais fossem ricos…  ?  Será que iria ocorrer essa verdadeira caça as bruxas ?

  18. Morte de Jornalista

    Como nossa midia esta vendida, a morte do jornalista durante as manifestações no Rio é tão injustificada quanto a morte dos JOrnalista Amilton Alexandre, Luiz Carlos Barbosa Filho, JOse Giovaldo Bezerra, Jose Rubes Pontes de Souza, Audo Ida, Ednaldo Figueira, Vandelei Canuto Leandro, Luciano Leite Pedrosa, Decio Sá, Mario Randolpho Lopes. A diferença é que para esses outros o governo não aumenta a verba de repasse. A impressa precisa é voltar a ter vergonha na Cara. ACORDA BRASIL

  19. Nassif, acho que outra coisa

    Nassif, acho que outra coisa deve ser notada aqui. Esses manifestantes, pelo menos aqueles que tinham um viés de direita, tentava desesperadamente mudar a forma como os votos são obtidos no Brasil. Como está bem claro que a política do Lula deu certo e está tendo resultados eleitorais (vide Dilma e Haddad), a direita e a mídia estão desesperados para acabar com isso. Por isso que nas manifestações do ano passado tinha tanto cartaz contra o bolsa família. Teve gente pedindo para que os beneficiários das bolsas fossem impedidos de votar. E agora o pessoal (tb com patrocínio da midia) está vindo com essa história de que a copa não dará certo, como se fossem videntes. Não acredito que as coisas vão mudar depois da morte do cinegrafista, porque a direita não sabe como fazer para parar esse sucesso eleitoral do Lula.

  20. A Mídia precisa tomar cuidado!

    Se não pararem com esse sensacionalismo barato, a situação vai ficar pior. Os vândalos estão tendo destaque privilegiado nos meios de comunicação, e os Governos, por conta do medo de perder  votos, já que os adversários políticos usam de todos meios para detoná-los, recuam nas ações em prol da segurança pública.

    Estamos cansados de saber que esses protestos não tem nada de Democracia. A polícia fica refém dos baderneiros, pois o simples fato de uma ação enérgica é motivo para ser notícia durante dias. A população está sufocada com tanta violência, bandido não pode ser mais preso ou transferido que é motivo pra se queimar ônibus. Isso a imprensa noticia de forma superficial, agora uma ação enérgica da polícia ficam semanas…..

     

  21. As consequências da morte de um ser humano…

    Bom dia.

    “As manifestações de junho passado foram respiros de cidadania, um mal estar difuso indicando o esgotamento do modelo institucional atual…”.

    Discordo. Seria verossímil se desde as primeiras manifestações não tivéssemos sido alertados,veementemente, pelo 1° Ministro turco, Recep Erdoğan, sobre o Modus Operandi tal e qual na Turquia e algures. Não foi por falta de advertência, pontue-se. Dizer, por seu turno, que é questão de esgotamento de modelo é “esquecer” a luta de classes que subjaz a todo processo, e, no caso brasileiro, a CIA, braços interno e externo, não vai querer levar a quarta tunda nas urnas.

    Saudações “Revelando o Inquérito 2474, desnudaremos o Mentirão; Globo, Peço Mais Uma Vez: Mostre O DARF“,
    Morvan, Usuário Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use Linux.
     

     

  22. criminalização dos movimentos

    Pelo visto o nobre jornalista édo grupo que apoia que manifestação legítima seja enquadrada como terrorismo…e o que dizer do “terrorismo” provocado pelas forças repressoras estatais e dos corruptos sejam eles políticos ou grandes empresários que financiam o esquema….o que dizer de uma mídia que não esta se importando com a morte de Santiago, mas simplesmente em colocar a fatalidade na conta dos movimentos sociais…Por que também não questionar que o profissional não estava usando os equipamentos de segurança necessários para tal cobertura ?…o pior de tudo é que uma vida se foi…e nenhuma discussão seja ela fascista, conservadora ou progressista irá trazê-la de volta…

    1. Fique lisonjeado…

      Pois não tenho costume de responder bobagens publicadas aqui no blog. Mas onde você leu que se está enquadrando manifestações legitimas, e PACIFICAS como ato de terrorismo? O terrorismo está sendo cometido por bandidos mascarados, que se autodenominara Black Blocs. Quem leva coquetel Molotov e destrói patrimônio público ou privado, tem que arcar com as consequências. Todo bandido mascarado deve ser preso, processado, e ir pra cadeia.

  23. Há duas hipóteses que

    Há duas hipóteses que  podemos discutir neste momento:

     

    1º As manifestações adquiriram uma dinâmica própria e continuarão até  serem brutalmente reprimidas pelo Estado mediante a aplicação impiedosa da nova Lei que tratará como “terrorismo” a violência política nas ruas.

     

    2º As manifestações perderão força em razão da gravidade do resultado produzido pela ação de um manifestante. 

     

    Das duas hipóteses a primeira me parece mais factível. As pessoas que são contra a Copa do mundo ou que apóiam incondicionalmente as manifestações de rua no Rio de Janeiro (aí incluídos os militantes do PSOL e freixolistas) tem dado na internet provas evidentes de que estão determinadas a seguir em frente. Não há, por parte delas, muita reflexão de natureza ética ou moral acerca do homicídio que foi cometido. Muito pelo contrário, tenho visto algumas dizerem que não podemos criminalizar a ação de jovens inconsequentes:

     

    “Foi tragédia… Lugar errado, hora errada.” 

     

    Estas foram as palavras de uma jovem que está longe de ser uma militante de extrema esquerda. Quando afirmei que o rapaz teria que responder pela morte do cinegrafista ela disse:

     

    “Colocar um cara desses na prisão junto com bandido de verdade é a mesma coisa de amarrar o garoto nu num poste depois de espancado.”

     

    A moça, que tem formação universitária e tem um filho pequeno, minimizou o crime que foi cometido. No fundo ela culpa a sociedade por querer punir o rapaz, mas não o culpa pelo ato criminoso que ele cometeu. Pior ela o iguala aos negros que estão sendo vítimas das vinganças privadas no Rio de Janeiro, como se a ação dele não fosse parecida com as dos autores destas vinganças privadas. O processo de racionalização que ela emprega a faz entrar em contradição, mas ela parece não perceber isto.

     

    Vi outros garotos, inclusive um que conheço (ele é esposo da garota acima referida), preferirem discutir o processo de distorção dos fatos que levou à ligação entre Freixo e o autor do homicídio. O homicídio mesmo parece não despertar neles qualquer empatia para com a vítima ou seus parentes. Fiz aos tais a pergunta:

     

    “O cadáver não conta se não for do PSOL ?”

     

    A resposta que um deles deu foi exemplar:

     

    “Do cadaver a midia burguesa ja esta enfatizando, estamos aqui para analisar de forma crítica como as coisas ocorreram e como a emissora rede Globo vem colocando os fatos.”

     

    O processo de dissociação política/ideológica do crime é evidente, o distanciamento emocional em relação à vítima também.  No limite o cinegrafista morto está sendo coisificado pelos apoiadores das manifestações de rua da mesma maneira como vai sendo coisificado pelos políticos que aproveitam o homicídio para sacar da algibeira uma legislação ainda mais repressiva que chega a ser parecida com aquela que estava em vigor na Ditadura Militar.

     

    A escalada deste conflito me parece mais evidente. Envolvida emocionalmente pela imprensa, que obviamente está dando bem mais atenção à morte do cinegrafista do que às outras mortes (inclusive aquelas produzidas pelas PMs), a população tende a apoiar o recrudescimento da repressão policial nas ruas. A maioria silenciosa vai, portanto, apoiar a aprovação da nova Lei e o Estado não deixará de empregá-la contra os manifestantes durante a Copa do Mundo.

     

    É um erro aumentar a repressão diante da evidente disposição de uma parcela da população (os jovens) de fazer manifestações e apoiá-las. No limite, o rapaz que matou o cinegrafista passará a ser incensado como se fosse um mártir e muitos outros seguirão seu exemplo acreditando ser  digno o processo de martírio. Já vimos isto no passado, incontáveis vezes. 

     

    Neste momento seria melhor o Congresso Nacional não aprovar a Lei do Terrorismo ou Dilma Rousseff vetá-la. Caso isto não ocorra, a escalada do conflito vai ocorrer com prejuízos imediatos para os manifestantes. Mas com o tempo a população que hoje os despreza passará a sentir empatia por eles e então ocorrerá a mesma coisa que ocorreu há algumas décadas.

     

    Assim como os inimigos da Ditadura hoje governam estes jovens poderão estar governando no futuro. Mas há uma diferença entre estas duas gerações. Aquela foi compelida pela História a lutar contra uma Ditadura que iniciou com um golpe de estado. Em razão da repressão exacerbada, esta nova geração de jovens será educada a odiar a Democracia que pretende amordaçá-la. E pode vir a acreditar, irracionalmente, que a “Ditadura deles” seria um regime melhor do que aquele que temos agora.

     

    Para governar é preciso ter paciência para com as gerações mais jovens, que são naturalmente inclinadas à contestação e às ações inconsequentes. A legislação em vigor já é capaz de dar ao Estado condições de combater os crimes que estão sendo cometidos nas ruas. Não precisamos de uma nova Lei do Terrorismo como não precisávamos de uma Lei de Segurança Nacional no passado. Os militares não tiveram paciência com os jovens e foram enxotados do poder. Os petistas serão mais pacientes que seus antecessores ou cometerão o mesmo erro que eles cometeram?

    1. Mirem-se no Egito

      O psol é bucha de canhão da direita e logo logo será descartado, miriem-se no Egito, onde hoje os milicos estáo no poder e os blacks blocs sumiram do mapa…

    2. Exatamente!

      “Do cadáver a mídia burguesa já esta enfatizando, estamos aqui para analisar de forma crítica como as coisas ocorreram e como a emissora rede Globo vem colocando os fatos.”

       

      Penso exatamente como ele e não sou simpatizante e nem faço parte do grupo Black Blocs.

    3. Muito boa análise e com a

      Muito boa análise e com a qual compartilho. Resta saber se o governo terá condições políticas e de opinião pública de rejeitar as propostas populistas e inconsequentes de Leis antiterrorismo e afins. Já desses jovens e a militância inconsequente das microlegendas não espero muita coisa, apenas o transcorrer dos anos e a entrada efetiva na vida adulta vai trazer alguns à razão. Se pensar bem, a militância psolista quis a todo custo tirar algum ganho das manifestações e acabou encampando bandeiras que iam de encontro ao que faziam os Black Blocs, como o grito “nãovaitercopa”… Imagino aqui que Freixo e os mais consequentes do partido estão cientes da merda que fizeram, achando que havia casamento (não que eles o apoiassem, mas havia um compartilhamento de bandeiras e espaços) possível com a turma do quebra-quebra. Sem dúvida que a análise da mídia é injusta, estúpida e inconsequente, mas quando não foi assim? O Psol e satélites deveriam prever isso, a não ser que queiram mesmo é derrubar o PT, para que com isso, eventualmente tenham votações saindo do patamar de 1% para 4% ou 5%… 

    4. Belo comentário- filosófico e

      Belo comentário- filosófico e abastrato para o momento natual.

      Antigamente você entrava nas manifestações, como observado por você, por conta da repressão – verdade.

      Mas lembre-se que naquela época a conscientização era promovida em cima de umas poucas notícias e verdades mais “filosóficas”, mais pensadas, mais discutidas. seu grupinho de 5 a 10 pessoas invocavam pensadores ou pessoas que mereciam ser escutadas. Os jovens hoje não sabem o que querem. Sabem TUDO que não querem. Querem por que querem, são utópicos e se ninguém contestá-los o mundo durará poucos dias: só direitos e prazeres !  Alguém ter que ser o responsável pelos deveres e obrigações. A Lei do Gérson só funciona se existirem otários. E, convenhamos que a diversificação das informações e conhecimentos on line e bolsas-famílias e assemelhadas, fizeram o contingente de ignorantes diminuinuir drasticamente.

      E hoje? Um monte de informações instantâneas, você mal digere-as ou melhor, deixa alguém digeri-las por você, e estes normalmente políticos espertos ou profissionais do marketing que veem em você mais um cliente que vai ajuadar a pagar o salário dele no fiinal do mês. A verdade se deslocou de você e passou a ser manipulada e a contra-verdade, ou o que você chama de repressão sem sentido, que nada mais é a outra de sinal trocado vem como lei para reequilibrar a lei newtoniana da ação e reação de igual teor-  isto é lei e não filosofia.

      Com um toque no face ou no twitter você arrrgimenta um exército em 1 hora ou dosi exércitos em 3 ou 4 horas, grita algumas palavras de ordem, insufla todos e o efeito manada está em curso. Lembro-me de um professor dizer que ‘não se para um elefante em pouco tempo”, mas hoje se para sim, infelizmente,  na maioria das vezes de forma letal. Não dá para conversar com o elefante – talvez atirar uns dez litros de sonorífero, que até fazer efeito apaziguador, permite o elefante , pelo seu porte e inconsciência momentânea, ainda promover estragos inconsequentes.

  24. Black Blocs e Organizadas

    Achei muito interessante o paralelo entre Black Blocs e as Organizadas.

    Há que se investigar, para ambos os casos, quais as fontes de financiamento. E, uma vez identificados os “doadores”, avançar na pergunta: em troca de quê são financiadas essas instituições? Afinal, sempre que se financia algo é porque se espera uma contrapartida.

    Que tipo de contrapartidas Black Blocs e Organizadas seriam capazes de oferecer a seus “investidores”?

    “Follow the money” – desde Watergate isso sempre funciona.

    1. São coisas diferentes.
      As

      São coisas diferentes.

      As organizadas são um problema antigo, e são muitas vezes, financiadas pelos próprios dirigentes dos clubes e usadas como massa de manobra dentro do microcosmos político do próprio futebol.

      Já os BBs, em teoria podem existir sem financiamento algum, pois estão atuando localmente e não se percebe nada que implicaria na necessidade de grandes recursos para a sua atuação. Um pano enrolado na cara e vinagre possuem custo mínimo. Diferente de uma torcida que cruza o país para assistir um jogo de futebol no meio da semana. 

      Para os BBs existirem, basta ter um “punhado” de gente sem noção e com pretensões revolucionárias para a coisa “brotar”. E em cidades gigantescas como SP e RJ, esse “punhado” vai ser maior em função dos números de habitantes da própria região.

  25. A Rede Bobo vai pegar os dois moleques pra Cristo…

    Nassif. A verdade é que a globo estava sendo expulsa das manifestações. Estavam fazendo reportagens com os microfones descaracterizados, sem o símbolo da emissora. E quando eram descobertos, eram expulsos. A globo tentou instrumentalizar as manifestações, dirigí-las politicamente contra a presidenta. Não conseguiram, ficaram acuados e agora vão se vingar nesses dois moleques. O moleque cometeu um crime, sim, mas não o fez na intenção de matar ninguém, muito menos o cinegrafista. Os 35 anos aventados como punição são um absurdo comparados a outros casos. Ontem uma garota que mandou matar o pai pegou 17. Continua a baderna. A globo usa o seu poder de mídia para influenciar no judiciário, na polícia, na sociedade tapada. Ainda bem que temos a internet para nos manifestarmos.

     

  26. Giordano Bruno e os inocentes que comentam os protestos

    Busca-se o Kaos e como pano de fundo De Vinculis in Genere. Pedra fundamental do pensamento político pós Machiavel. 

    Agora, que o povo é incocente, tanto os que protestam, como os que comentam, isto é fato.

    Reflexões sobre a obscura obra De vinculis in Genere

    Reflections on the De vinculis in Genere , by Giordano Bruno At Oxford University.

    Giordano Bruno’s brief, obscure but very profound work, De vinculis in Genere , is considered a cornerstone of modern political thought  on the par with Machiavelli’s Prince. In fact, many Anglo Saxon and Middle European historians and intellectuals consider De vinculis in genere modernity’s most intelligent and insightful political work. The LondonSchool of Economics uses it as a core text because of its usefulness in understanding behavior patterns in contemporary social life. Man, created by nature as a being who “desires” and tries to find fulfillment and completion outside of himself, is at the centre of Giordano Bruno’s work. Man’s desire is of a connective nature, it seeks union, and thus is primarily erotic – in the most spiritual and all comprehensive meaning of the word – and is capable of accepting both instinctual elements and ethereal and mystical contemplations. For this reason, among its many characteristics, the Eros is capable of creating fanciful mental images both in one’s own mind(as originator) and in that of others (those who as loved ones benefit from their lovers’Eros ). This is because the Eros is an experience that can kindle and spill over into psyche of other persons. In interpersonal relations this capacity for erotic suggestion allows for the creation of links and ties as for example, and in various forms, between two lovers, two friends, among members of a group or a political party, between a leader and his followers. And in politics it is the Eros – and not reason as Aristotle would have it – that is the essence of the connective tissue that ties together all of the parts of the whole, meaning society. Seen from this angle, the point of encounter between those who wield power and those who yield it finds a place of compensation and equilibrium – the so-called consensus. A politician does not base his decisions so much on force and violence as on the art of consensus. And a politician can achieve this if the will of the people is taken into account. Government with consensus on reciprocal guarantees – that’s what we see in advanced democratic systems, notwithstanding any distortions. Evolved democratic countries usually commission sophisticated and detailed market research on everything: to interpret the tastes and tendencies of their citizens and, above all, to understand their hidden desires, their secret pleasures. Advertising is full of erotic messages, some blatant, some subliminal. It is government by manipulation of the consumers and by lifestyle inducements. Basically, the shift from Machiavelli’s logic to Bruno’s consists in a recalibration of the image of man and how he functions in society. From Machiavelli’s brute force with an infinite potential for vice and virtue to Bruno’s capacity for desires and infinity. The driving mechanism is the Eros, in all its variations, and its grasp on the rational and the imaginary mind. It is imagination that conquers the political throne, not force. And so the politician becomes the clockmaker of man’s dreams and aspirations, of clubs, associations and social groups. His aim is to create, identify, channel and guide the desires that spring from man’s erotic nature.  In addition to reflection, this system also has an “operating” element. It is here that the philosopher/politician takes on the roles of artist/magician. A modern leader takes command, but not in the rigid Machiavellian way nor in Gramsci’s variation of party-prince. For Bruno, gaining and maintaining power is a “magical” operation (in the true sense of the word) because while the end is the same (having control of the situation) what changes is the means (persuasion). Just like a lover casts a magic net around the object-subject of his love with gestures, words, services and gifts, so “society’s magician” casts the net of his fantastic vision over the world to capture his “prey” by means of his consent.  In Machiavelli’s republican vision, the citizen is, at the most, a complacent subject, in Bruno’s the citizen is a lover to be conquered and tied. Bruno calls this chain of operations “vincolare” (to win) and his procedures are given the generic name for ties, that is “vincula”. Politics is not the Machiavellian science of command and power but the art to understand how to manipulate the mind of people and individuals. Bruno deals with the problem from the manipulator’s point of view. He is the theoretician par excellence of modern politics. Centuries later, it will be up to Sigmund Freud (in his famous work on mass psychology and analysis of the ego, 1921) to study the same psychological phenomena and the relation between power from the point of view of individuals (and not politicians) the masses and the individual.  While Machiavelli’s Prince is the ancestor of the adventurer-politician, Bruno’s magician is the prototype for the impersonal systems of mass media, self-censorship, global manipulation and brain trusts that fascinate and control the masses of western democracies.  The magician’s capacity to control citizens is in direct proportion to his knowledge of them and his ability to tap into what they desire the most. And this applies both to groups of citizens taken as a whole and to each individual citizen. All of humanity filters through the love-Eros funnel, which is deemed stronger than the will. (It is in this sense that Bruno is Nietzsche and nihilism’s strongest adversary because the love-Eros principle is a universal one that ties everything in the universe to everything in the universe and thus to its creator to whom everything is tied. The desire for power of Nietzsche’s man finds fulfillment in the abyss into which he sinks due to a lack of support or ulterior goals. Bruno’s erotic man, however, is not lubricious or satanic. He can love wealth, sex, and power in its many forms, both erotically and voluptuously, but these dimensions, which – ultimately – are only marginal ones do not extinguish his drive. According to Bruno, everything leads back to love as the vital essence of the universe. What about jealousy? It is the self-love of someone who does not tolerate superiority or quality in others. Modesty? It is love of honesty. Hate? It is the opposite of love. In neo-platonic terms, Bruno leads all forms of emotion, sentiment and humanity back to the Eros , the one and only daemon magnus . If all of this is but a variation on a single theme and everything leads back to the universal Eros , those who possess and understand it are capable of possessing and dominating everything in the world, even inter-personal and inter-subjective relationships.  The De vinculis in genere lists, studies and interprets (from a magical and interested point of view) every type of relationship possible between individuals and groups of individuals. Therefore, it is an encyclopaedic catalogue, a practical manual – in fact, the manual – to achieve this superior form of knowledge that unites science and art in a supreme synthesis. Bruno’s magician is the well where all the subterranean rivers of the individual and social Eros come together in an infinite network of connections.  In the US (the western democracy whose internal policies have applied and still apply the procedures described in Bruno’s book) the search for power and its affirmation is made on the basis of consensus. Man’s Eros, imagination and faith are the three foundations of this detailed work of progressive connection. They are the three pillars upon which every day research institutes labour incessantly to monitor American social changes. Politicians and financiers view the outcomes of these studies as oracles and they use them to develop their strategies.  In 1974, after the first serious tensions in the Middle East and the oil crisis, the Gallup Institute, after a poll, indicated that 56% of the American population held entertainers in greater esteem than politicians, perhaps because the latter are more willing to compromise than certain celluloid gunslingers. If we revisit the US’s history we will see that among the politicians that followed the poll we find as president the former actor Ronald Reagan and the current governor of California, Schwarzenegger, he too a former actor.  Power moulds and re-moulds until its takes on the shape of the beloved or the lover because its reason for being is its survival, and widening towards erotic and spiritual satisfaction.  Nowadays consensus is the democratic weapon that in this way allows for increasing development of the parts with reciprocal enjoyment and zero bloodshed. But much more could be said about this consensual “orgasm” between elected politicians and electoral body. As Wilhelm Reich pointed out in his work on mass psychology and Fascism, it is an orgasm that under the Nazi and Stalinist regimes became a collective trance. To what degree this Bruno type of universal erotic coupling of both politics and society is democratic in content is still a matter of debate and reflection among the scholars of the London university, given their fear of dictatorial, totalitarian or even populist deviations in its application. These academics, and among them Dahrendorf, and the now deceased Eliade and his disciple Couliano, are just the latest scholars to consider the De vinculis in genere a masterpiece. The first to recognize the importance of Bruno’s text were the Rosicrucians, as indicated in the texts of P. Arnold and F. A. Yates on the movement’s history.

    1. Belluzzo – A ordem natural da Economia Política

      No assunto.

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-ordem-natural-da-economia-politica-por-belluzzo

      Da Carta Maior

      A Ordem Natural da Economia Política

      Os incômodos causados por Keynes aos que postulam o paradigma da “racionalidade” foi e tem sido considerável. A inexistência de bases “racionais” para a tomada das decisões econômicas cruciais, aproxima perigosamente a economia e suas pretensões científicas do “inferno irracional” que os economistas imaginam cercar as decisões políticas. A economia, transformada num “saber histórico”, converteria os economistas em cidadãos de segunda classe na hierarquia da comunidade científica. O artigo é de Luiz Gonzaga Belluzzo.

      Na antiguidade clássica e na idade média, argumenta Hegel na Fenomenologia do Espírito , a subjetividade estava completamente submetida a uma ordem “objetiva”, imutável e implacável do mundo. Esta cosmologia estava presente na religião grega, no mundo jurídico romano e, com algumas diferenças, na “ordem revelada” da Idade Média cristã. Mesmo os que, como Heráclito, fundavam sua reflexão sobre o “movimento universal”, viam nele uma sucessão de desdobramentos da natureza e da sociedade que escapavam ou estavam acima da personalidade humana. O destino implacável não era, portanto, uma representação ilusória do movimento do mundo, mas uma forma histórica da consciência dos homens.

      Na aurora da Idade Moderna, a expansão do comércio nos poros da ordem feudal, a ciência experimental de Bacon, o “cogito” de Descartes desembaraçaram o sujeito de sua submissão ao mundo objetivo e estimularam o projeto do controle da natureza e do destino humano pela razão. Desde então, o sujeito pretendeu cobrar os seus os seus direitos de dominação, reivindicando o poder de suas Luzes, abominando os obstáculos da tradição ou de tudo lhe figurasse contrário aos princípios de uma ordem natural, desvendada e comandada pela “razão”. 

      A Economia Política Clássica já estava “contida” no pensamento político e moral inglês do século XVII e na filosofia da Ilustração do século XVIII, que tentavam responder aos desafios colocadas pelo nascimento de uma sociedade de indivíduos, nos interstícios da ordem assegurada pelo Estado Absolutista. Carl Schmitt afirma que ninguém compreendeu tão bem a natureza da sociedade dos indivíduos como Hobbes. Quando Hobbes se refere ao estado de natureza, não está se referindo ao momento de constituição do Estado, mas a um momento em que o Estado está ausente, em que as hordas privadas mergulhavam a sociedade dos indivíduos na guerra civil. Isto o fez concluir que é o medo do aniquilamento que constrange os indivíduos a entregar a própria liberdade aos cuidados do Leviatã.

      Para o Hobbes de Schmitt, a visão do estado de natureza como um estado em que os homens conviviam pacificamente, em que o homem era naturalmente bom, só pode surgir em uma sociedade em que o Estado está consolidado, em que a sociedade civil já está submetida às leis emanadas do Soberano. A visão do bom selvagem, do homem predisposto ao contrato com o outro, como Locke a formula, pressupõe o Estado já organizado.Hobbes, ao contrário, surpreende a sociedade dos indivíduos no momento em que o Estado submergiu na voragem da guerra religiosa, soçobrou na crise da sociedade governada pelo desejo e pelo medo. Para Hobbes, a possibilidade de o Estado ser destruído numa crise desencadeada pelas rivalidades “particularistas” da sociedade civil é permanente. 

      Na Teoria dos Sentimentos Morais, Adam Smith dispõe-se a refutar “tão odiosa doutrina e provar que, anteriormente a qualquer lei ou instituição positiva, a mente estava dotada naturalmente da faculdade que permitia distinguir, em certas ações e afeições, as qualidades do certo, do louvável e do virtuoso, e, em outras, aquelas do errado, do condenável e do vicioso… É através da razão que descobrimos estas regras gerais de justiça que regulam nossas ações. ”Na Riqueza das Nações, Smith deriva a propensão para a troca a partir das inclinações naturais do indivíduo naquele “estado rude e primitivo da sociedade”. A troca de mercadorias decorre da disposição natural dos indivíduos privados à relação com o “outro”, cimentando em bases firmes e racionais a nova “sociabilidade”. 

      Os indivíduos, produtores independentes de mercadorias, buscando o seu interesse, “constituem” a sociedade. Smith procede, na verdade, a uma “despolitização” das relações sociais, buscando afirmar a autonomia da sociedade econômica em relação ao Estado Absolutista, sublinhando o seu caráter natural e “espontâneo”, que se deixa revelar na sabedoria providencial e impessoal da Mão Invisível. Enquanto permanecia a dependência do político, como sustentavam as teorias economicas do mercantilismo, não era possível pensar a economia como um sistema racional, submetido à operação de leis semelhantes às que comandam o mundo físico e biológico. 

      A economia surge, portanto, com a pretensão de se constituir numa esfera privilegiada da convivência, em que a liberdade é uma imposição das leis que regem a natureza humana. As leis naturais decorrem da “razão”dos indivíduos que os predispõem às relações contratuais, mediante a livre disposição da vontade. Tais leis devem seguir o seu curso, desembaraçadas da interferência e do arbítrio da política. “Laissez-faire, laissez-passer” clamavam os fisiocratas, imaginando o organismo econômico como um análogo dos organismos biológicos.

      A economia, ao longo do século XIX, tomou como paradigma cientifico a imponente construção da mecânica clássica e como paradigma moral o utilitarismo da filosofia radical do final do século XVIII. O homo oeconomicus, dotado de conhecimento perfeito, busca maximizar sua utilidade ou os seus ganhos, diante das restrições de recursos que lhe são impostas pela natureza ou pelo estado da técnica. O programa de investigação da corrente dominante em Economia continua a apoiar a sua construção no homo oeconomicus. O ser racional e calculador fundamenta a sociedade, definida como a agregação dos indivíduos atomizados. Se a concepção é atomística, então todas as causas devem ser extrínsecas. E se os sistemas não dispõem de uma estrutura intrínseca (isto é, esgotam-se nas propriedades atribuídas aos indivíduos que os compõem) toda a ação deve se desenvolver pelo contato. Os indivíduos “atomizados” não são afetados pela ação dos demais, isto é, as partículas que executam os cânones da ação utilitarista jamais alteram o seu comportamento na interação com as outras partículas carregadas de “racionalidade”. 

      Os fundamentos da teoria econômica dominante definem coerentemente o mercado como um ambiente comunicativo cuja função é a de promover de modo mais eficiente possível a circulação da informação relevante. Essa “ontologia do econômico” tem uma expressão metafísica e outra epistemológica. A metafísica reivindica o caráter passivo e inerte da matéria e a causação é vista como um processo linear e unidirecional, externo e inconsistente com a geração do novo. Na versão epistemológica, reduto preferido do positivismo, os fenômenos são apresentados como qualidades simples e independentes, apreendidas através da experiência sensível.

      Nesse caso, a causalidade é vista como a concomitância regular de eventos que se expressa, depois de processada pelo sujeito do conhecimento, sob a forma de leis naturais. Não é surpreendente, portanto, que a suposição fundamental das teorias novo-clássicas, com expectativas racionais, afirme que a estrutura do sistema econômico no futuro já está determinada agora. Isto porque a função de probabilidades que governou a economia no passado é a mesma distribuição de probabilidades que a governa no presente e a governará no futuro. Haveria por detrás das ações humanas estruturas naturais capazes de garantir a reprodução, quase sem atritos, das relações sociais. Tudo o que é sólido não se desmancha no ar. 

      A Lógica e o Tempo 
      No livro Epistemics and Economics, o economista George Shackle cuida de encarar a questão da racionalidade, tão cara aos economistas. “O tempo e a lógica”, comenta Shackle, “são estranhos um ao outro. O primeiro implica a ignorância, o segundo demanda um sistema de axiomas, um sistema envolvendo tudo o que é relevante. Mas, infelizmente, o vazio do futuro compromete a possibilidade da lógica”. George Shackle está simplesmente afirmado que a economia é um saber que está obrigado a formular suas hipóteses levando em consideração o tempo histórico, dimensão em que se desenrola a ação humana. Ela deve se entregar ao estudo do comportamento dos agentes privados em busca da riqueza, no marco de instituições sociais e políticas produzidas ou construídas pelas ações e decisões do passado.

      A especificidade da ação econômica, numa sociedade em que as decisões são “descentralizadas”, é definida pelo carater crucial das antecipações do grupo social que detêm o controle da riqueza e que deve decidir o seu uso a partir do critério da vantagem privadas. Por um lado, os planos individuais de utilização da riqueza não podem ser pré-reconciliados; de outra parte, os resultados não-intencionais do turbilhão de ações egoístas modificam irremediavelmente as circunstâncias em que as decisões foram concebidas. 

      Há, portanto, uma dupla incerteza. Shackle, combinando criativamente Hayek e Keynes, está conferindo às decisões empresariais de investimento um caráter crucial, na medida em que “criam o futuro”. Esta criação do futuro é, para ele, um ato que decorre do poder originário e irredutível dos que controlam a criação de riqueza no capitalismo. É um ato praticado em condições de incerteza radical que muda, a cada momento, a configuração da economia.

      Sir Isaiah Berlin valeu-se de Arquíloco para distinguir dois tipos de sabedoria e de ciência: “A raposa sabe muitas coisas, o ouriço sabe uma grande coisa”. Shackle usou o texto de Berlin para definir Keynes e a Teoria Geral, diante do desencontro de idéias que assolou a chamada teoria econômica durante os anos 30. Shackle sugeria que, sob vistosa pelugem de raposa, escondia-se Keynes, o ouriço. A Teoria Geral parece ter muitas ideias, mas apenas uma é fundamental: a acumulação de riqueza numa economia descentralizada e monetária é um salto no vazio. Os detentores de riqueza sob a forma monetária são obrigados a apostar que nenhum fenômeno perturbador vai ocorrer, entre o momento em que tomam a decisão de empregar o seu dinheiro na contratação de fatores de produção e a recuperação, no futuro, deste valor monetário acrescido do lucro. Tais decisões são tomadas individualmente na suposição ilusória de que o futuro vai continuar reproduzindo o passado.

      Keynes não estava negando a possibilidade de funcionamento das economias descentralizadas. Estava sugerindo que, ao contrário do que procurava demonstrar a bela arquitetura dos modelos de equilíbrio geral, a reprodução destas sociedades não estava garantida. Estava sim amparada em convenções precárias, que poderiam ser desfeitas por impulsos, medos e súbitas mudanças no estado de expectativas da classe social que detem o monopólio dos meios de produção. Esta classe de empresários e de senhores da finança têm a faculdade de usar o seu poder – conferido pela posse dos meios de produção e pelo controle do dinheiro e do crédito – para promover o próprio enriquecimento, em benefício do conjunto da sociedade ou simplesmente entregar-se ao“amor do dinheiro” e à proteção patrimonial, produzindo a pobreza coletiva.

      O nascimento das ciências sociais e da economia tem a ver basicamente com a questão das condições de reprodução de uma sociedade fundada na divisão social do trabalho, na “separação” entre os indivíduos e na busca do enriquecimento privado. Keynes e Marx, como Hobbes, trataram desta questão, acima de todas as demais. O importante, porém, não foi a forma específica como cada um deles a tratou, mas o fato de que procuraram demostrar o caráter problemático da reprodução desse sistema social e econômico. Não falaram apenas de crises de funcionamento, de desajustes passageiros quase auto-regeneráveis, mas da possibilidade de um colapso nos processos de coordenação que permitem a compatibilização das decisões descentralizadas . 

      Um determinado grupo de indivíduos é responsável, nestas sociedades, pelas decisões cruciais. Não é suficiente que sejam sábios, prudente e virtuosos. Não haverá sabedoria ou virtude capaz de livrá-los de decisões socialmente insensatas, simplesmente porque eles não podem abandonar seus impulsos de acumular riqueza abstrata, nem – recorrendo à lógica e ao cálculo de probabilidades – adivinhar o futuro. Estão condenados a construir o futuro a cada momento, com o precário conhecimento do passado. 

      Keynes era organicista. Aceitava o entendimento conservador -antiliberal e anti-iluminista – que concebia a sociedade e o indivíduo como produtos da tradição e da história. Cultivava os valores de uma moral comunitária, anti-vitoriana e, sobretudo anti-utilitarista. Não é casual, portanto, que ele tenha começado a sua vida intelectual criticando a racionalidade instrumental, operativa. Isso não quer dizer que recusasse o programa da modernidade, empenhado na progressiva liberdade e autonomia do indivíduo. Mas não acreditava que esta promessa pudesse ser cumprida numa sociedade individualista em que os possuidores de riqueza orientam o seu comportamento dentro das regras estabelecidas pelo ganho monetário. O “amor ao dinheiro”, sentimento que move o indivíduo na economia mercantil-capitalista é um obstáculo ao processo de emancipação do sujeito, a menos que seus efeitos negativos sejam neutralizados pela atuação jurídica e política do Estado Racional.

      Os incômodos causados por Keynes aos que postulam o paradigma da “racionalidade” foi e tem sido considerável. A inexistência de bases “racionais” para a tomada das decisões econômicas cruciais, aproxima perigosamente a economia e suas pretensões científicas do “inferno irracional” que os economistas imaginam cercar as decisões políticas. Um observador atento e participante ativo do debate econômico notou, com razão, que a corrente dominante considera não-científica qualquer teoria construída a partir da hipótese que afirma o caráter crucial das decisões capitalistas. Se há decisões que podem “criar o futuro” o processo econômico está mergulhado no fluxo do tempo histórico, que, dizem, só passa uma vez pelo mesmo lugar. A economia, transformada num “saber histórico”, converteria os economistas em cidadãos de segunda classe na hierarquia da comunidade científica.

      Excursus Científico 
      Os economistas podem revigorar seu orgulho, se aceitarem, como consolo, ficar na companhia dos meteorologistas. Nos 50 e 60, o físico e matemático Von Neumann, pai do computador, imaginou a possibilidadede aumentar a precisão das previsões meteorológicas e de controlar as condições do tempo. O aparecimento dos satélites e da computação digital impulsionou ainda mais a confiança na transformação dos modelos de previsão em instrumentos tão precisos quanto a equação que descreve a queda dos corpos.

      Nesse tempo, mais exatamente em 1960, o meteorologista e matemático Edward Lorenz construiu um sistema de 12 equações, um modelo puramente determinista. Dado um ponto de partida, as condições meteorológicas se desenvolveriam da mesma maneira, a cada vez. Alterado ligeiramente o ponto de partida, o tempo evoluiria de uma maneira diferente. Lorenz descobriu, no entanto, ao longo de suas simulações, que pequenas alterações nas condições iniciais podem tornar qualquer previsão sem qualquer valor. Os erros e incertezas interagem, se multiplicam e formam processos cumulativos. Uma brisa em Porto Alegre pode provocar uma tempestade em São Paulo. 

      Uma velha canção do folclore ilustra o que na Teoria do Caos foi designado como dependência sensível das condições iniciais. ”Por falta de um prego, perdeu-se a ferradura/ Por falta de uma ferradura, perdeu-se o cavalo/Por falta do cavalo, perdeu-se o cavaleiro/ Por falta do cavaleiro, perdeu-se a batalha/ Por falta da batalha, perdeu-se o reino”.

      Sabe-se muito bem que, tanto na ciência quanto na vida, uma cadeia de acontecimentos pode ter um ponto de crise que vai aumentando com pequenas mudanças. Mas o caos significa que estes pontos estão por toda parte. Em sistemas como o do tempo, a dependência sensível das condições iniciais é a consequência inevitável da maneira pela qual as pequenas escalas se combinam com as grandes.

      Se a companhia dos cientistas do clima não satisfaz, os economistas podem buscar arrimo na física do século XX . A termodinâmica, a física dos quanta e a teoria da relatividade – vem descobrindo que os caminhos na Natureza não podem ser previstos com exatidão. As pequenas diferenças, as flutuações insignificantes podem, se produzidas em circunstâncias apropriadas, invadir todo o sistema e engendrar um novo regime de funcionamento. 

      Uma das novidades da ciência contemporânea está em sua capacidade de revelar que a Natureza é muito mais rica em suas determinações do que supunha a nossa vã filosofia. Ilya Prigogine e Isabelle Stengers mostram que a fenomenologia descrita pela termodinâmica, pela física das partículas e pela teoria da relatividade “não só afirmam a seta do tempo, mas tambem nos conduzem atualmente a compreender um mundo em evolução, um mundo onde a “emergência do novo” reveste um significado irreversível… O ideal da razão suficiente supunha a possibilidade de definir a causa e o efeito, entre os quais uma lei de evolução estabeleceria uma equivalência reversível…” “Comecemos pelo próprio big bang. Como iremos ver, trata-se de uma consequência inevitável do próprio modelo standard atualmente dominante: se seguimos a evolução do universo em relação ao passado, chegamos a uma singularidade, a um ponto sem extensão” onde se encontra concentrada a totalidade da matéria e da energia do universo…, mas curiosamente, nem este modelo, nem a física em geral nos permitem descrevê-la: as leis físicas não se podem aplicar a um ponto de densidade infinita de matéria e energia.

      ”Prigogine e Stengers, nas considerações finais do livro “Entre o Tempo e a Eternidade”, concluem que as ciências não refletem a identidade estática de uma razão à qual era necessário submeter-se ou resistir, mas participam da criação de sentido (itálicos meus, LGMB) ao mesmo nível que o conjunto das práticas humanas. “Elas não nos podem dizer o que “é ” o homem, a natureza ou a sociedade de tal maneira que, a partir desse saber, possamos decidir a nossa história.”

       

      Interessante comentário sobre escravos e mestres.

       

      “While most humans agree that slavery is evil – that the ownership of one human by another is immoral – few humans equate slavery with enforced education, welfare, health, and the idea of a perfect orderly universe. Slavery is usually associated with power over others and with the ability to enforce one’s will on another without the fear of retaliation. Within the “right” of ownership and debt there is a hidden mystery – a metaphysics – a knowledge only available to those with the power to create and enforce their metaphysics. Whenever a new group achieves power, they also inherit the metaphysics and magickally, the ability to use it.”

  27. Repórter da globo afirma que tiro partiu da polícia.

    Caro Nassif,

    é preciso tomar cuidado pra ñ colocar na mesma categoria black bloc e torcedores que vão pra brigar em estádio… o tiro partiu da polícia, há vários vídeos que mostram policiais atirando rojões, pedras, tiro de arma de fogo, tiro de bala de borracha acima da altura do pescoço. Então  o povo que vai pra rua tem que ir desarmado?? O povo tem que ir pra rua de cara limpa?? Isso é jogo sujo!!! A polícia se mascara, a polícia pratica diversos crimes e ñ vejo as mesmas notas, ñ vejo a mesma indignação. Segue reportagem do site do pco com o vídeo do repórter da globo que AFIRMA que o tiro partiu da polícia, inclusive depois de acertar o cinegrafista que black blocs tentam socorrer e continuam sendo alvo da polícia.

    http://www.pco.org.br/nacional/fotos-mostram-que-foi-a-pm-quem-disparou-contra-o-cinegrafista-da-band-/aezj,y.html

     

    É preciso ser imparcial para ñ criminalizarmos quem sempre foi criminalizado.

    1. Vou me socorrer do que diz a

      Vou me socorrer do que diz a CF/88em seu artigo 5º:

       

      XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

       

      Conclusão, meu caro: TEM QUE IR DESARMADO, SIM! SE já vai armado, é porque está querendo outra coisa, que não manifestar-se.

       

       

    2. globo e pco tudo a ver

      Os videos não mostram nada. São simples repetições das primeiras notícias apresentadas nos noticiários da globo quando, diante da certeza de que o crime não seria solucionado, a ordem era tentar jogar a culpa na “polícia do estado do RJ (e por tabela do pt e do governo Dilma). Mas deram com os burros n’água. Aparecerem outros videos, com imagens mais claras, tanto que os autores foram identificados. 

  28. Quem bateu no coronel Rossi afinal?

    Nem todas as tentativas de instrumentalização falharam.

    O suspeito de matar o cinegrafista já foi localizado na Bahia.

    Até hoje a polícia paulista ainda não foi capaz de identificar quem bateu no coronel Rossi, o crime mais cinegrafado mundo!

    Depois da surra do coronel foram anunciadas medidas para maior repressão que ele mesmo anunciou à Globo antes do governo.

  29. Altman: “mais repressão” é programa antidemocrático

    Altman: “mais repressão” é programa antidemocrático

    :

    Em artigo exclusivo para o 247, o jornalista Breno Altman condena a aplicação de uma lei antiterrorismo para conter as manifestações e os protestos de grupos como os black blocs, que mataram o cinegrafista Santiago Andrade; “Não resta dúvida que os black blocs são erva daninha a ser extirpada das lutas sociais”, diz ele; “outra coisa, porém, é responder ao fenômeno da violência de grupos minoritários com o recrudescimento da repressão estatal e adoção de legislação especial”; Altman contesta o senador Jorge Viana (PT-AC), que defende a votação da lei que tipifica o terrorismo no Brasil; “leis repressivas, ao forjar cenários de exceção, são um câncer para a democracia”, diz Altman

    11 de Fevereiro de 2014 às 12:17

     

    Por Breno Altman, especial para o 247

    A comoção provocada pela morte do cinegrafista Santiago Andrade tem produzido importantes debates sobre violência política. Um dos focos dessa discussão é desmascarar a prática black bloc como veneno no interior de alguns movimentos sociais, ao sabor dos que desejam criminalizar a mobilização popular e tonificar o aparato repressivo do Estado.

    Somam-se a esta tática mascarada tanto uma franja niilista, marginal e bem-vestida da juventude quanto a infiltração policial, com o apoio da mão de gato do conservadorismo. A todos une a ideia do caos. Para os garotos da baderna, fuzarca é a alegoria do que entendem por rebelião. No dicionário dos marmanjos da reação, significa chance para desgastar o governo às vésperas de eleições presidenciais.

    Não é novidade histórica. Casos de conduta similar são numerosos. Na Comuna de Paris, em 1871, a burguesia francesa abriu as portas das cadeias, oferecendo a determinados presos o caminho da liberdade em troca de tocarem o rebu nas ruas governadas pelo proletariado francês. Agregado aos provocadores policiais, um razoável número de delinquentes deu os braços a certas correntes anarquistas e, juntos, barbarizaram a autoridade das instituições comunais. De bandeja, serviram o pretexto que ampliou a audiência do discurso de restauração da ordem, finalmente imposta pela aliança entre o exército alemão e as elites locais, que esmagou a Comuna.

    Não resta dúvida, portanto, que os black blocs são erva daninha a ser extirpada das lutas sociais. Na melhor das hipóteses, praticam esbulho de representatividade ao assumir papel violento que não lhes foi delegado por ninguém, favorecendo os mais tresloucados inimigos do povo. Na pior, comportam-se como criminosos rasteiros e devem ser punidos como manda a lei. Os indivíduos que cometerem atos delituosos devem ser identificados, detidos e levados às barras dos tribunais.

    Outra coisa, porém, é responder ao fenômeno da violência de grupos minoritários com o recrudescimento da repressão estatal e adoção de legislação especial. Assim estão atuando, por exemplo, senadores – incluindo o petista Jorge Viana, do Acre – desejosos de acelerar a aprovação da Lei Antiterrorista, que endurece penas e tipifica situações excepcionais de combate ao protesto tido como violento.

    Afora demagogia com a morte, a iniciativa deve ser condenada por ser um atentado contra a democracia. Compreensível que o assassinato de um trabalhador estimule sensação, entre diversos setores da sociedade, de que algo precisa ser feito para evitar que a tragédia se repita. Mas não é aceitável que a resposta faça o jogo da direita mais vulgar, cuja lógica é fortalecer as casamatas judiciárias e policiais do Estado, em detrimento da participação cidadã e da soberania popular.

    O conservadorismo, portanto, sabe bem o que quer e dispõe suas peças com coerência. Mas homens e mulheres progressistas, quando caem nesta esparrela, cometem – ou repetem – erros históricos.

    O primeiro entre estes equívocos é aceitar o diagnóstico de que exista uma epidemia de violência política no país, fruto da guerra psicológica diuturna que a velha mídia trava contra o PT e o governo. Medidas especiais são apenas para cenários extraordinários. Estamos diante de casos graves, porém pontuais e isolados, que podem ser adequadamente enfrentados pelas leis e instituições atualmente disponíveis. Ao comprar a análise do caos, quem o faz ajuda a destacar agenda que interessa às forças reacionárias.

    O segundo erro é não compreender que a ação de patotas marginais, como os black blocs, tem sua origem e é alimentada pela violência descontrolada das polícias militares estaduais, herança maldita da ditadura. A repressão às manifestações é o caldo de cultura no qual o anarquismo de boutique encontra alguma legitimidade política e social. Mais que isso: são as armas de agentes do Estado que, incomparavelmente, produzem mais vítimas e mortes. Leis que ampliem a repressão produzirão mais violência contra o povo em movimento. O que o país mais precisa é um esforço concentrado para desmilitarizar as polícias, denunciando e punindo seus abusos, como preâmbulo da repactuação no qual todas as classes e partidos renunciem à violência como instrumento de luta política.

    O terceiro tropeço é a ignorância histórica. Ou é possível esquecer o que aconteceu na Espanha, durante o governo do socialista Felipe González, quando foi adotada a lei antiterrorista, para combater a guerrilha basca, liderada pela ETA? Primeiro, foram reprimidos os combatentes armados. Depois, todos os agrupamentos ou movimentos pacíficos acusados de serem simpáticos ou até de dialogarem com os insurgentes. Por fim, com os Grupos Antiterroristas de Libertação, os GAL, foi criado um esquadrão da morte clandestino para fazer o serviço sujo. Esse quadro, a propósito, foi um dos motivos que levou, naquele momento, à ruina do PSOE de González: para trilhar por esse caminho, o eleitorado prefere quem é historicamente do ramo.

    Outros exemplos poderiam ser dados. Bastante conhecido é o caso norte-americano, após a aprovação do Patriot Act e a abertura da prisão de Guantánamo, em resposta aos atentados contra o World Trade Center, em 2001. O atropelo contra direitos civis passou a ser marca contemporânea da crescente limitação do regime de liberdades previsto na Constituição dos Estados Unidos.

    São incontáveis, enfim, as evidências que leis repressivas, ao forjar cenários de exceção, são um câncer para a democracia, alimentando mecanismos de criminalização da participação popular e suas organizações. Nada poderia ser pior ao avanço do processo de reformas. Qualquer perspectiva de esquerda, não importa as circunstâncias, ou tem no protagonismo social o seu sal da terra ou estará fadada ao fracasso.

    Breno Altman é diretor do site Opera Mundi

  30. Dennis de Oliveira: Os petistas na luta contra o terrorismo

    Dennis de Oliveira: Os petistas na luta contra o terrorismo

    publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 21:15

    Jorge Vianna joga água suja na velinha do aniversário do PT

    Dennis de Oliveira*, no blog da Maria Frô

    11/02/2014

    Na semana em que o Partido dos Trabalhadores completa 34 anos de existência, o senador petista Jorge Vianna (AC) defende que o Senado aprove, até o final da semana, o Projeto de Lei 499/2013 chamada de “lei antiterrorismo”.

    O motivo: a morte do cinegrafista Santiago Andrade por conta de uma explosão de uma bomba nas manifestações contra o aumento da tarifa no Rio de Janeiro, na quinta passada.

    Vianna afirma que a lei antiterrorismo vai dar um “sinal concreto” à sociedade de que crimes como o que resultou na morte de Santiago Andrade vão ser punidos “com mais de 30 anos de cadeia”.

    Há muita coisa a ser apurada na questão da morte do cinegrafista, em especial, as tentativas da mídia de vincular o acusado de ter jogado a bomba com o deputado estadual do PSOL, Marcelo Freixo.

    A manchete do portal G1, da Globo, diz que “Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu o rojão era ligado a Marcelo Freixo”.

    Além do diz-que-diz, mais parecido com fofoca que com matéria jornalística, uma informação importante foi omitida: que o advogado em questão defendeu um ex-deputado condenado por vínculos com as milícias (cuja CPI foi presidida pelo próprio Marcelo Freixo).

    O jornalista Gustavo Gindre, do coletivo Intervozes, lembra que muitos jornalistas tem sido mortos no Brasil, a grande maioria por policiais. Outros são perseguidos implacavelmente, como é o caso de Lúcio Flávio, do Jornal Pessoal.

    Estas situações não despertaram a mesma comoção como é o caso de Salvador Santiago. Por quê? A resposta é simples: porque aconteceu em uma manifestação. Independente de concordar ou não com as táticas dos black-blocs, é fato que o pensamento mais conservador se aproveita da situação para tentar criminalizar o movimento social como um todo, carimbando-o como perigoso.

    Classificar como “terrorismo” tais ações é a forma mais comum para silenciar tais movimentos. Primeiro, porque o termo é extremamente “amorfo”, “amplo” que dá uma margem muito grande de interpretação.

    Veja-se a definição de terrorismo que está neste projeto de lei: “provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, integridade física ou à saúde ou à privação da liberdade da pessoa”.

    Ora, o que seria “terror ou pânico generalizado”? Como isto seria medido?

    Por exemplo, as ações da Polícia Militar de São Paulo nas periferias poderiam ser enquadradas como “terroristas”, pois elas efetivamente provocam terror ou pânico generalizado, pois ofendem a vida e a integridade física.

    Ou ainda quando a mídia inventou uma epidemia de febre amarela em 2008, gerando pânico na população que correu aos postos de saúde esgotando os estoques de vacina.

    Estas ações vindas de estruturas do poder seriam enquadradas como “terroristas”?

    Provavelmente não, por conta de que a margem ampla de interpretação permitirá que tal lei seja aplicada apenas a quem ideologicamente convém.

    Por isto, a ideia de terrorismo é normalmente utilizada para legitimar ações repressivas por parte dos segmentos dominantes.

    É assim que os Estados Unidos da América justificam suas intervenções violentas em outros países, que Israel justifica sua política de opressão aos palestinos; que vários países justificam as ações ilegais dos seus serviços secretos, que as ditaduras legitimam seus mecanismos de opressão aos opositores.

    Outro senador petista, Paulo Paim, também “sensibilizado” pela morte do cinegrafista, abriu mão do seu requerimento de que o projeto de lei fosse analisado pela Comissão de Direitos Humanos.

    A histeria que este episódio tem causado coloca a bandeira da democracia e dos direitos humanos na parede.

    O mais melancólico de tudo isto é que senadores de um partido político, nascido no período de reorganização dos movimentos sociais nos anos 1980, na ascensão de novos sujeitos sociais na sociedade civil, nas lutas pela democracia e justiça social, e que tem como lideranças, entre elas a própria presidenta da República, pessoas que já foram acusadas de “terroristas” por lutarem contra a ditadura militar, queiram ressuscitar este tipo de procedimento para lidar com os protestos sociais.

    Jorge Vianna mancha a história do PT na semana do 34º aniversário do partido.

    *Professor da Universidade de São Paulo no curso de Jornalismo (graduação) e Mudança Social e Participação Política (pós-graduação). Coordenador do CELACC (Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação). E-mail: [email protected]

  31. Demagogia na lei é oportunismo com morte de repórter

    Blog do Marcelo Semer

    Demagogia na lei é oportunismo com morte de repórter

    A morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes no meio de uma manifestação é simplesmente deplorável.  Uma vida humana que se foi por um ato absolutamente sem sentido.  A injustiça da situação clama por qualquer ângulo que se observe. Santiago Andrade não estava em confronto, mas em trabalho. A ação que culminou com sua morte não diz nada aos protestos. Não repudia, não brada, não contesta. É só violência. Mas daí a ser o estopim ou o pretexto para recrudescer a lei penal, não serve nem mesmo de homenagem a ele. É apenas subir no caixão para se aproveitar de um momento. Já faz tempo, aliás, que se desenha um recrudescimento nas leis penais, baseado na eterna falsa premissa de que a lei mais rigorosa vai, enfim, por um ‘basta à violência’. No caso da morte do cinegrafista, mas não só dela, o argumento é pueril.  Não é por falta de lei que quem praticou o fato ficará impune. Muitas vezes, o que falta é a investigação que identifique a autoria. No caso, ao que se indica, talvez nem isso mais. Há vários tipos penais que podem servir ao caso, uma vez elucidadas as circunstâncias: não faltam leis que permitam a acusação, o julgamento e a aplicação das correspondentes punições. Criar um tipo de terrorismo, tal como se propõe, draconiano e genérico, não vai impedir que outros crimes sejam praticados.  Mas pode servir para que uma série de atos políticos sejam suprimidos em nome do medo ou da tutela exacerbada, com tipos vagos e punições desproporcionais. Uma típica lei de exceção, enfim, como expliquei aqui. O ânimo de endurecer a lei penal é antigo e incansável.  Sempre volta, em especial após crimes de grande repercussão. Mídia e parlamento costumam se dar as mãos nessas ocasiões. Parte do raciocínio que a impunidade grassa no país –quando o Brasil caminha para atingir a liderança mundial de condenados.  Estamos dobrando nossas populações carcerárias em um tempo cada vez menor, mas o volume de prisões é inversamente proporcional aos recursos que investimos nelas. O resultado tem sido o oposto do desejado: quanto mais prendemos, mais crimes ocorrem do lado de fora. É bom lembrar que o PCC nasceu detrás das grades, após a Lei dos Crimes Hediondos e o recrudescimento dos maus tratos carcerários, resultado direto desse discurso apocalíptico e vingativo que faz sucesso hoje.  Os episódios lamentáveis de Pedrinhas falam por si só. O Direito penal talvez seja o único produto que quanto mais falha mais ganha prestígio.  Quanto piores são os resultados do agravamento das leis (como no caso dos Crimes Hediondos), aumentam as propostas para agravá-las mais ainda. A demagogia legislativa é um mal que acomete a muitos países –a forte penetração da questão na mídia influencia largamente candidatos e eleitores. Criar uma lei penal ou aumentar as penas de um crime acaba sendo uma espécie de satisfação ao eleitor. Pouco importam as consequências, porque a política criminal oportunista só pensa no curtíssimo prazo. Mas a propaganda enganosa sempre cobra o seu preço. A democracia dá um passo atrás cada vez que uma manifestação é coberta por violência –não importa de que lado venha. Um abuso jamais justifica outro, um retrocesso não apaga o anterior. Mas esse passo se institucionaliza quando a pretexto de coibir a violência ou ingenuamente tentar evitá-la, nós endurecemos o sistema penal e comprimimos fortemente as liberdades. Quando os crimes acontecem, e eles acontecem em todas as sociedades, todos os dias (com maior ou menor divulgação, maior ou menor espetáculo), a função do Estado, por seus órgãos, é apurar, julgar e punir. Supor que uma nova lei, mais dura, mais rigorosa, mais implacável, vai impedir que os crimes ocorram, é abusar do medo industriado e da boa-fé dos cidadãos.  Mas de grão em grão, de passo em passo, esse consórcio entre autoritários de várias ideologias, que tem na violência uma língua em comum, vai esvaziando o espaço democrático e nos transformando em um Estado policial. O pacto pela repressão é um pacto sem volta. Traga a liberdade e exige sempre mais.  Nunca haverá lei, crimes e penas suficientes para aplacar a ira, a vingança e a sede de poder que a repressão impõe. Nem para calar os irresponsáveis que as alimentam do alto de seus confortáveis e lucrativos palanques.   Mais do blogueiro no Sem Juízo ou pelo Twitter @marcelo_semer

  32. Elio Gaspari: A histeria dos comissários

    elio gaspari

    A histeria dos comissários

    Os surtos histéricos diante da violência urbana dão em nada. Se dessem, ela já teria acabado há décadas. Já os surtos de histeria política, quando dão em alguma coisa, acabam mutilando as liberdades públicas.

    O senador Jorge Viana defendeu a aprovação em regime de urgência de um projeto de seu colega petista Paulo Paim que classifica como terrorismo os atos de violência física praticados durante manifestações de rua. Depredações e mesmo desacato à autoridade policial são delitos previstos no Código Penal. Isso para não se mencionar o homicídio do cinegrafista Santiago Andrade.

    O projeto petista define assim o ato terrorista:

    “Provocar ou difundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação da liberdade de pessoas”.

    A pena iria de 15 a 30 anos de prisão. Se a ação resultar em morte, sobe de 24 a até 30 anos. Fica por aí porque esse é o limite máximo da pena de reclusão nas leis brasileiras.

    Deixando-se de lado o caráter vago do que seria “provocar ou difundir terror ou pânico generalizado” e a precisão da pena mínima (15 anos de reclusão), pode-se buscar um caso semelhante de histeria, com danos historicamente conhecidos.
    Que tal assim?

    Será crime “comprometer a segurança nacional, sabotando quaisquer instalações militares, navios, aviões, material utilizável pelas Forças Armadas, ou ainda meios de comunicação e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, depósitos e outras instalações:

    Pena: reclusão de 8 a 30 anos.”

    Essa era a redação do artigo 11º da Lei de Segurança Nacional, baixada a 21 de outubro de 1969, no auge da ditadura, pouco depois do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick.

    A pena mínima para um sabotador de quartel ou aeroporto (imputações específicas) era de 8 anos. Para assalto a banco ou sequestro de avião ela ia de 10 a 24 anos. Nos dois casos, as penas eram inferiores às que prevê o surto petista. Caso o delito resultasse em morte, a pena seria de fuzilamento. Apesar de ter havido uma condenação, ninguém foi executado dentro das normas legais.

    O comissariado quer expandir a definição de terrorismo precisamente numa época em que sexagenários que militaram em organizações da esquerda armada aborrecem-se quando alguns de seus atos são chamados de ações terroristas. O atentado do aeroporto dos Guararapes, por exemplo, quando explodiu uma bomba no saguão, matando duas pessoas e ferindo 14. Ele ocorreu em 1966, dois anos antes da edição do Ato Institucional nº 5. Oito meses antes do AI-5, um documento do Comando de Libertação Nacional, o Colina, dizia que “o terrorismo, como execução (nas cidades e nos campos) de esbirros da reação, deverá obedecer a um rígido critério político”. Assim, quatro meses antes da edição do AI-5 mataram um major alemão que pensavam ser o capitão boliviano que estivera na operação que resultou no assassinato do Che Guevara. Nessa organização militava, com o codinome de Wanda, a doutora Dilma Rousseff. Tinha seus 20 anos e nunca foi acusada de ter participado de ação armada.

    Como diria Ancelmo Gois: “Calma, gente”.

     

    elio gaspari

    Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por ‘As Ilusões Armadas’. Escreve às quartas-feiras e domingos.

    1. Eu tinha dito a mim mesmo que

      Eu tinha dito a mim mesmo que não leria mais esse sujeito, Elio Gaspari. O artigo que ele escreveu para o New York Times ano passado foi uma das coisas mais vergonhosas que eu já vi um jornalista brasileiro fazer. Eu deveria ter me ouvido.

      Essa sujeito é de um cinismo irritante. Comparar a época da ditadura com a atual é negócio de desonesto, no mínimo. Esse sujeito flerta com o mau caratismo e ainda, como bônus, defende a legitimidade da ditadura militar nas entrelinhas.

      Talvez o maior problema do Black Bloc é que eles não se voltam contra quem deveriam se voltar. Por exemplo, a mentalidade que graceja nesse texto de Elio Gaspari. É contra esse tipo de coisa que os Black Bloc deveriam lutar.

      Entendo melhor agora o que pessoas perspicazes como Eduardo Guimarães estão dizendo na Internet. Tem gente por aí que ainda não entendeu e fica defendendo quem quer vê-los pelas costas…

    2. Golbery escolheu bem…

      O Elio Gaspari foi escolhido pelo ideólogo da ditadura – Golbery do Couto e Silva, para ser o fiel depositário dos arquivos da ditadura, com a missão de defendê-la. Com tanto italiano no Brasil, ele foi escolhido por ter disposição para a tarefa de advogar para os assassinos da ditadura.

    3. Mais uma vez Elio Gaspari
      Mais uma vez Elio Gaspari oferece uma visão lúcida dos fatos, enquanto quase todos estão atirando pedras uns nos outros, com argumentos de canibias contra antropófagos e desconhecimento da história e das leis. É o mesmo Gaspari que, analisando a Segunda Batalha da Rua Maria Antônia, do dia 12 de junho de 2013, em São Paulo, foi o primeiro a perceber com lucidez que foi apenas um grupo de vinte PMs que transformou, às 19p0, Londres em Istambul. Esticar a corda com a força da palavra, da lei ou das armas, tanto com argumentos de direita quanto de esquerda, é apenas uma inconsequente forma de piorar e não de melhorar.

      1. Gaspari mira na bobagem que

        Gaspari mira na bobagem que caracteriza boa parte das propostas de legislaçõa de urgência, mas o que ele quer é atingir a mais importante delas: A instituição, adotada por todos os países europeus, de que as manifestações só se realizem com pedido prévio de autorização para tanto e em lugares previamente estabelecidos. Este dispositivo necessário não vai passar, porque está misturado às bobagens. E se ele não passar, o caos será rei.

  33. O problema é a segurança pública

    Vamos tentar mudar a discussão. O problema maior é a segurança pública que mal, e apenas violentamente, consegue reagir. Está totalmente desaparelhada para atuar preventivamente mesmo sabendo que atos como estes estavam repetindo-se, praticamente em todas as manifestações. Depois de dezenas de atos, repito, como este, os responsáveis não haviam sido identificados, é simplesmente inacreditável que não soubessem onde procurar. Ou não têm cérebro ou não faz parte de suas preocupações ou de alguma forma ganham com isto.

    Está na hora de não apenas os atos de violência, mas as falhas na segurança pública serem punidas. Não consigo entender como estes secretários de segurança  ou o próprio ministro da justiça permanecerem em seus cargos. Enquanto isto o congresso já ensaia  mais do mesmo com leis mais duras, mais prisões, jogando a responsabilidade para um sistema de segurança falho e um sistema prisional responsável pelo crime organizado.

    Horacio V. Duarte

  34. Meio atrasadinho

    Sua opinião e comentário infelizmente chegam um pouco atrasados. Todo mundo, literalmente todo mundo sabia que a violencia utilizada nas manifestações iam acabar nisso, e ainda foi pouco (que me desculpem os familiares do Santiago). Agora, chorar sobre o leite derramado já não adianta para a população. Manifestações devem ser articuladas para chamar atenção dos mandatários deste país, incomodá-los, existem muitas maneiras disto, inclusive abaixos assinados (via internet) postando que no andar desta carruagem, não terão nosso voto (quero ver a cara deles com 10 milhões de assinaturas…). Passeatas que atrapalhama população e violência não vão dar em nada……… 

  35. A meu ver o jornalista

    A meu ver o jornalista esqueceu de incluir a questão de incendiar ônibus e outros veículos em manifestações, mais comuns nas periferias, mas tão ou mais absurdo do que as ações dos terroristas dos black blocs. O jornalista também dá um tom como se os jovens envolvidos nesses atos fossem de certa forma ingênuos, que não dão conta de serem crimes o que praticam. Não é bem assim, não dá para aliviar. Os envolvidos na morte do jornalista mostram, principalmente quando procuram se eximir através de suas declarações de suas responsabilidades no acontecimento. Considerando, procurando ver a quem interessa o crime, talvez se possa dizer que as oposições e a mídia, que incentivaram esses movimentos até chegarem onde chegaram, tenham muito a ver com os acontecimentos. Em favor dessa tese, basta dizer que a Globo imediatamente após o jornalista ser atingido, iniciava através de um repórter, a  responsabilização das forças policiais pelo acontecido. Mudou e pediu desculpas porque logo, logo apareceram imagens que não permitiam essa interpretação. Não dá para considerar que os responsáveis por esses atos de vandalismo e terror, e quem os industria (?) e financia (?) não estejam querendo esse resultado, porque querem. Não é simplesmente para protestar que os black blocs estão nas ruas. Estão para aterroizar as instituições e a população. É quase evidente que os blacks blocs convocam os buchas, e não são convocados. Também, não dá para admitir que esses indivíduos, principalmente os mais pobres, por idealismo estejam nas ruas para reivindicar direitos e melhorias para a população, e assumindo os custos da compra dos toscos armamentos, das faixas e adereços, máscaras contra gás, alimentação e deslocamento e, principalmente, a contratação de advogados para soltá-los após consumado o malfeito. Há evidentemente quem esteja provendo recursos para cobrir esses gastos, que não são poucos, que podem ir até uma remuneração, serem mercenários. Estamos numa época eleitoral. A oposição está com dificuldades com seus candidatos para chegar ao poder. Pelo voto está difícil. Então conspiram a céu aberto. Quem sabe não se torna possível uma saída através da força, ou um chamado golpe branco, onde para tanto o Poder Judiciário é indispensável, uma saída tipo Honduras ou Paraguai. Nossa Suprema corte está mais do que preparada para tanto, porque atua em apoio à oposição de conluio com a mídia, com ministros, inclusive e principalmente  seu presidente, Ministro Joaquim Barbosa, que há muito não são discretos como pede o cargo, que se manifestam fora dos autos como manda a prática forense. São meras especulações, claro, mas que pouco resolvem. As polícias mesmo com melhor treinamento sozinhas só se desgastarão mais ainda sem dar solução. Não seria o caso de procurarmos ver em outros países como esse problema é enfrentado? Não falo de armas, já nos venderam mais do que suficientes. As ruas e as praças são do povo, como os céus do condor, como disse o poeta. Ao ser de todos são bens públicos, e assim sendo cabe às autoridades normatizar o uso. Não seria o caso de as manifestações e os manifestantes previamente dar conhecimento às polícias, identificando os organizadores, as entidades que participarão (isso para organizar o movimento, sem a gracinha de responsabilizar os organizadores por mal feitos de participantes), onde pretendem fazer o movimento, provável número de pessoas, local e data do acontecimento? Não sei se juridicamente é possivel, mas que melhorará, melhorará, não tenha dúvidas?

    1. O tom de agressividade e de

      O tom de agressividade e de ameaças já estava presente nos anúncios das ações contra a Copa, desde o ano passado. E os jornalistas e blogueiros da direita, até apresentadores de programas de alta audiência na televisão, se solidarizavam com estas futuras ações, se incorporavam a elas e as incentivavam. Os setores conservadores da mídia são sim, copartícipes importantes destes acontecimentos, porque lhes interessa politicamente posicionar a candidatura Dima numa situação de fragilidade e grande exposição negativa de imagem. Têm alta responsabilidade sobre eles.

  36. Qualquer um que vá em

    Qualquer um que vá em manifestações sabe que quem gera conflito é a polícia.

    Qualquer um que já foi em manifestação sabe que após uma carga violenta da polícia muitos saem revoltados quebrando coisas ou tentando revidar à polícia.

    Nassif, vc reproduziu nesse texto a falácia martelada pela mídia sobre os black blocs, como se eles que partissem pra cima da polícia.

     

    1. Nunca fui em manifestações,

      Nunca fui em manifestações, mas caí no meio de algumas. Numa delas, na Vital Brasil, perto do Metrô Butantã,  NÃO HAVIA POLÍCIA POR PERTO, e um rapaz catou uma pedra e, na minha frente (não estou falando de ouvir contar, EU VI) atirou no vidro da agência do Itaú sem nem olhar se havia alguém dentro, que pudesse ser atingido.

      1. Foi isso mesmo, RVeiga. Minha
        Foi isso mesmo, RVeiga. Minha mulher estava lá, naquele dia e naquele horário, e testemunhou exatamente isso que você falou. São marginais a serviço de grupos políticos que estão interessados em somente ser tão controladores quanto os que já estão no poder.

        1. Não sei se estão a serviço de

          Não sei se estão a serviço de alguém, mas já produziram seu primeiro cadáver. Quem leva e solta rojão no meio da rua sabe que pode ferir gravemente alguém. Se não forem contidos, outros cadáveres virão.

          1. Estão sim! Mas nunca

            Estão sim! Mas nunca prenderão e nem serão denunciados. O peixe é muito grante e tem centenas de pernas!

            Se aparecerem com peixinho pequeno, foi armação!

      2.   Caramba, que

          Caramba, que coincidência… eu também vi isso.

          E vi e ouvi mais, não que seja de grande interesse.

          Passaram por mim dois rapazes e uma moça, dos três apenas um rapaz NÃO estava mascarado. Um bobo alegre saiu da padaria e falou “quebra tudo mesmo!”, ao que um dos rapazes respondeu “obrigado tio!”. Mais pra frente eles e outros faziam o caminho em direção à USP, falando coisas como “reagrupar”.

          Disso ficou uma fileira de lixeiras queimadas pela avenida, que a prefeitura até agora não repôs – e não a culpo por isso.

    2. Deixe-me entender, o sujeito

      Deixe-me entender, o sujeito foi para uma manifestação pacífica, quando a polícia atacou ele, revoltado, foi comprar um rojão, acendeu e deixou o artefato no chão, de onde poderia atingir qualquer pessoa que estivesse passando por ali?

      Sim, porque se ele trouxe o rojão para a amnifestação ANTES da ação da tropa de choque, sua argumentação cai por terra.

      A mesma coisa deve ter acontecido em São Paulo. Os mascarados que tocaram fogo em um automóvel com uma família dentro estavam revoltados com a ação policial e foi por isso que foram comparar gasolina para por fogo no lixo, no meio da rua. Foi também por revolta com a polícia que um dos mascarados chutou o colchão em chamas na direção de um carro cheio de gente?

      Todos concordam que a polícia é despreparada e truculenta, mas ela não serve de desculpa para ações perigosas e inconsequentes tomadas por pessoas jovens, mas maiores de idade e conhecedores da responsabilidade que devem assumir pelos seus atos. Cada um deve ser responsabilzado pelo que faz.

    3. Nem sempre!

      Eu trabalhava na Av. Rio Branco no centro do RIo no dia em que aquela manifestação descambou para a tentativa de invasão da ALERJ e terminou com dois carros incendiados na rua ao lado da mesma.

      Ao sair do trabalho, desci do prédio “dentro” da manifestação. Acompanhei-a até a Cinelândia e praticamente me tornei um manifestante, misturei-me à multidão e achei muito legal assistir uma juventude protestando, quase que na verdade, pelo direito de “protestar”.

      A pauta era muito abrangente e diversificada, o caráter predominantemente pacífico onde a “maior agressão eram as palavras de ordem e as musiquinhas de fora Cabral”. Foi assim até a Cinelândia.

      Depois, ao voltar para casa, como tinha de ir até Niterói de Barca, obrigatóriamente passo pela rua entre o Paço Imperial e o palácio Tiradentes. Haviam apenas uns oito PMs batendo papo por trás de uma grade colocada e frente à porta do prédio no alto da escadaria.

      Foi então que um grupo – bem diferente da maioria dos manifestantes da Rio Branco e Cinelândia – partiu pra realizar a invasão de forma muito agressiva. O resto assisti de casa no apto em Niterói, pela TV.

      Tenho fotos no meu celular até hoje. No dia seguinte tive que passar pelo mesmo local as seis da manhã e vi e registrei em fotos e vídeos o estrago feito pelos “manifestantes”. Cheguei a conversar com uma desolada gerente da loja que havia sido incendiada na véspera, enquanto os bombeiros faziam o rescaldo.

      Assisti de dentro outras manifestações na Rio Branco e em Niterói. Minhas filha e sobrinhas participaram de manifestações em Bm e VR, no interor do estado. Dei meu apoio porque achava importante elas lutarem por um transporte mais barato e eficaz, e acima de tudo aprender a exercer sua cidadania.

      Pergunte pra mim hoje se elas vão a qualquer ato destes? E não é porque retirei meu apoio. Elas perceberam que foram instrumentalizadas.

      O maior desserviço que esses criminosos prestaram ao país, foi desestimular o ainda incipiente desejo dos jovens de ter participação política na condução das políticas públicas.

      1. Falou e disse…

        “O maior desserviço que esses criminosos prestaram ao país, foi desestimular o ainda incipiente desejo dos jovens de ter participação política na condução das políticas públicas.” 

        Tb nos deixarao de herança leis anti-manifestaçoes mais duras, que acabarao sendo dirigidas contra os movimentos sociais. Nesse ponto o PT (nao todo; alguns) está sendo burro, fazendo o jogo do inimigo…

         

    4. Papo furado em mano?
      Essa de

      Papo furado em mano?

      Essa de querer forçar de que ser contra black bloc é ser à favor da polícia

      já deu.Jamais haveriam black blocs na período da ditadura, ok..eles   são

      valentes mas não sou bobos , se a polícia é despreparada e violenta não

      serão os BBs que irão melhorar alguma coisa, são frutos de grupelhos

      nascidos , criados e fortalecidos na net, sem originalidade alguma   e

      propostas idem, equanto houver mortos don outro lado ok! Não sendo de

      BBs ou da polícia, beleza né !

      1. Sugiro um curso de

        Sugiro um curso de intrepretação de texto.

        Em nenhum lugar eu disse que ser contra black bloc é ser a favor da policia.

        Eu simplesmnete argumentei sobre as falácias propagadas sobre o black bloc e que o Nassif reproduziu.

        1. A tatica do black block é

          A tatica do black block é terrorista sim, ela visa chamar atenção. Hoje é depredação, amanhã é uma bomba dentro de um orgão público.

          Mude a tatica manifeste de cara limpa e não deprede, em caso de agressão filmem seus agressores e a sociedade em peso os apoiará.

          1. Você errou

            “Hoje é depredação, amanhã é uma bomba dentro de um orgão público.”

            Ontem amigo, ontem.  Você esqueceu que estes criminosos invadiram o Palacio do Itamaraty para queima-lo.

            Eles conseguiram o corpo que estavam querendo faz tempo.

             

             

  37. A militarização democrática

    A militarização democrática

    O Ministério da Defesa brasileiro recentemente difundiu Manual de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que define a intervenção das forças armadas internamente

       0  A A+

    Raúl Zibechi/La Jornada (México) reprodução

     

    O recente relatório Governar para as elites, produzido pela organização Oxfam, comprova com dados fidedignos aquilo que já sentíamos: que a democracia foi sequestrada por 1% para aumentar e sustentar a desigualdade. Confirma que a tendência mais importante vivida pelo mundo neste período de caos crescente é a concentração de poder e, portanto, de riqueza.

     

    O informativo destaca que quase metade da riqueza mundial está nas mãos de 1% da população, que se beneficiou de quase a totalidade do crescimento econômico posterior à crise. A Oxfam acerta ao vincular o crescimento da desigualdade à “apropriação dos processos democráticos por parte das elites econômicas”. Acerta também ao alertar que a concentração de riqueza destrói a governabilidade, destrói a coesão social e “aumenta o risco de ruptura social”.

     

    O que a Oxfam afirma é que a concentração de riqueza vai ao encontro da militarização das sociedades. Para defender a gigantesca concentração de riqueza, os de cima estão se blindando, militarizando cada canto do planeta. Uma das recomendações feitas aos membros do Fórum Econômico de Davos soa bastante ingênua: “Não utilizem sua riqueza econômica para obter favores políticos que suponham um desprezo da vontade política de seus cidadãos”.

     

    Vivemos em sociedades cada vez mais controladas e militarizadas, seja no norte ou no sul, sob governos conservadores ou progressistas. Estamos diante de uma tendência global que não pode ser revertida em médio prazo nos cenários locais. A Oxfam garante que a desigualdade diminuiu na América Latina na última década. Certamente. Mas é a região mais desigual do mundo, e a comparação é com a década de 1990, quando a desigualdade chegou a um ponto tão alto que provocou estalos sociais e levantes populares.

     

    Entre os países onde a desigualdade diminuiu se destacam Brasil, México, Argentina e Colômbia. Em todos os casos a redução se deve a razões similares (impostos progressivos, serviços públicos e políticas sociais). Quero destacar que existem tendências de fundo, para além das correntes políticas que estão no governo. Algo similar pode se dizer da Europa: os trabalhadores pagam a crise, tanto sob governos de direita como de “esquerda”.

     

    Eu me interesso por destacar a tendência à militarização. O sequestro dos direitos. A criminalização dos protestos. Nós de baixo vivemos em um “estado de exceção permanente”, seguindo a máxima de Walter Benjamin. A militarização não é nem transitória, nem acidental. Não depende da qualidade dos governos, nem de seu discurso ou de sua posição ideológica. Trata-se de algo intrínseco ao sistema, que já não pode funcionar sem que a resistência popular seja criminalizada.

     

    O Ministério da Defesa brasileiro recentemente difundiu (parcialmente) o Manual de garantia da lei e da ordem (GLO), no qual se define a intervenção das forças armadas na segurança interna. O GLO teve duas versões: a primeira, de dezembro de 2013, que foi alterada e publicada no final de janeiro. Retiraram (ou enviaram páginas em branco) os aspectos mais chocantes. Por exemplo, que as forças armadas vão intervir para restaurar a ordem diante de “forças oponentes”.

     

    Onde o manual define quais são essas forças, leia-se “movimentos ou organizações”; “pessoas, grupos de pessoas ou organizações atuando de forma autônoma ou infiltrados em movimentos”. Quando detalha as “principais ameaças”, diz “bloqueios de vias públicas”. “distúrbios urbanos”; “invasão de propriedades e instalações rurais ou urbanas, públicas ou privadas”; “paralisação de atividades produtivas”; “sabotagem nos locais de grandes eventos”. Em suma, boa parte do repertório de ação dos movimentos sociais.

     

    É um bom exemplo de militarização e de criminalização dos protestos. A rigor, o GLO é a atualização de um conjunto de normativas que figuram na Constituição, regulamentado desde a década de 1990. O sintomático é que a atualização aconteceu prontamente diante das manifestações de junho, quando a Copa das Confederações era celebrada, e quando uma parte do movimento popular anunciou novas ações concomitantes à próxima Copa do Mundo. Por isso, considera-se sabotagem qualquer mobilização durante “grandes eventos”. Essa é a disposição de ânimo de um governo como o de Dilma Rousseff, que se passa por mais democrático do que os do México e da Colômbia, por exemplo.

     

    O problema não é que o governo do Brasil tenha mudado, mas sim que o Estado sente a necessidade de responder aos desafios da rua e faz isso como qualquer Estado que se preze: garantir a ordem às custas dos direitos. Neste caso, se trata de assegurar que uma das mais corruptas multinacionais, a FIFA, possa celebrar sua atividade mais lucrativa sem ser incomodada por manifestações coletivas. Insisto: é apenas um exemplo, não quero focar no Brasil.

     

    Diante da escalada de militarização que o mundo atravessa, os de baixo organizados em movimentos estão longe de ter algum tipo de resposta. Mais ainda: nossas estratégias, nascidas em período de “normalidade”, estão mostrando seus limites em momentos de crise e de caos sistêmico. Em primeiro lugar, precisamos ser conscientes desses limites. Em segundo, devemos aprender a nos defender.

     
    Conforme afirma o historiador chileno Gabriel Salazar: “O poder popular é a única forma de ter uma verdadeira democracia. Um povo que tem direitos, mas não tem poder, não é nada. O direito não vale nada sem poder”. Os sistemas comunitários de defesa nos ensinam alguma coisa sobre a construção de poder entre os de baixo. O movimento operário teve uma vasta experiência, até a ascensão do nazismo, sobre formas de autodefesa. Pode ser o momento de relembrá-las.

  38. Fim da impunidade

    A crise de representatividade não é só de instituições, mas de idéias também. Ninguém está satisfeito com o pacote fechado de programas de esquerda ou de direita. A discussão política é infantil e maniqueista, como torcidas de futebol. Por exemplo, em nome de nada aceito relativizar um crime de assassinato. Tem que pegar 35 anos, ser enquadrado em crime hediondo, matar um sujeito que estava trabalhando e aterrorizar trabalhadores no retorno para casa. Pessoas me relataram o inferno que foi aquilo.

  39. Lista de pessoas mortas e feridas no Brasil em manifestações

    Nenhum dos casos abaixo mereceu editorial do Jornal Nacional ou do Blog do Nassif. A hipocrisia da imprensa se revela na sua amplitude corporativa e na união dos interesses entre Dilma, Aécio, Eduardo e seus operadores na mídia e no Congresso para calar os que manifestam exigindo mais e melhores direitos.

    Lista de pessoas mortas e feridas no Brasil em manifestações

    Lista parcial onde constam apenas alguns casos de conhecimento público. Temos certeza que há dezenas de outros, mais graves que sequer tomamos conhecimento. Fiquem a vontade para informar com referências a links nos comentários. Agradeçemos a todos pelas colaborações!

    A reportagem foi publicada pelo The Day We Fight Back, 11-02-2014.

    Sérgio Silva – SP – Cego pela PM – 14-06-2013

     

            Giuliana Vallone – SP. Atingida gravemente no olho pela PM – 14-06-2013

     

                    Eric PEedrosa – RJ. Atingido no olho pela PM – 20-06-2013

     

          Douglas Henrique de Oliveira – BH. Morto ao pular do viaduto para tentar fugir da                                                     violência da PM – 27-06-2013

     

          Luiz Felipe Aniceto de Almeida – BH. Morto ao pular do viaduto para tentar fugir da                                                 violência da PM – 13-07-2013.

     

            Fernando Cândido – RJ. Morto pelas consequências da inalação de gases tóxicos                                                jogados pela PM – 02-08-2013

     

               Renata – RJ. Cega por estilhaços de bomba lançada pela PM – 08-08-2013

     

                              Vitor Araujo – SP. Cego pela PM – 07-09-2013

     

     

                       Pedro Ribeiro Nogueira – RJ. Espancado pela PM – 13-06-2013

     

           Cleonice Vieira – PA. Morta por gases tóxicos lançados pela PM – 21-06-2013

     

                  Fábio Braga – DF. Ferido por ataque de cães da PM – 07-09-2013

     

                  Ueslei Marcelino – DF. Ferido por ataque de cães da PM – 07-09-2013

     

                                   RJ Dedo quebrado pela PM – 07-09-2013

     

                      Rani Messias Castro – RJ. espancada pela PM – 27-08-2013

     

                        RJ – Ferido no braço com arma letal pela PM – 20-07-2013

     

                   Fortaleza – CE. Ferido na perna com arma letal pela PM – 23-06-2013

     

                 Marcos Delefrate –  Morto atropelado por motorista que era contra as                                   manifestações. Vários manifestantes foram feridos. 19-06-2013

     

                      RJ – Ferido na perna com munição letal pela PM – 17-06-2013

     

                                    SP – Espancada pela PM – 03-07-2013

     

              Yasuyoshi Chiba – RJ. Atingido na cabeça com cacete pela PM – 22-06-2013

     

                Tércio Teixeira- SP. Ferido por tiro de munição letal disparado pela PM

     

                 Leonardo Martins – BH. Espancado e torturado pela PM – 07-11-2013

     

                      Advogado Ativista é atingido pela PM e preso no Instituto Royal

     

              Laise Leal – BA. Atingida com cacetete pela PM – 07-11-2013 (segundo Laise, a                         menina que estava a seu lado recebeu 2 socos no rosto de outro PM)

     

                     Atropelado pela viatura da PM, que não prestou socorro – 07-09-2013

     

           Tasnan Accioly – RJ. 06-02-2014. Idoso atropelado por um ônibus enquanto fugia              junto com manifestantes das bombas de efeito moral e gás. Faleceu no hospital.

     

       Vendedor ambulante que passava pelo local entrou em pânico e tentou atravessar a Av.           Presidente Vargas em frente a Central do Brasil e foi atropelado por um ônibus                                                    violentamente 06-02-2014.

     

            Santiago Ilídio Andrade, 06-02-2014. Atingido na cabeça e morto por um rojão.

    Existem vários outros casos que não estão acima, todos podem ir aos motores de buscas e fazerem pesquisas, inclusive em nosso site mesmo tem mais matérias, na lateral direita superior você pode fazer busca por palavras sobre o assunto.

    1. Todos os casos são

      Todos os casos são lastimáveis. Nem um deles é de menor importância. Mas não é com violência, que combateremos a violência. É denunciando. Expondo nas redes sociais, levando os materiais as mão de jornalistas comprometidos com fatos e não em disputas partidárias. Violência sempre gera violência, não existe violência bem intencionada.

      O que vcs denunciam, já fazemos a mais de 40 anos. Mudou muita coisa, mas, precisa mudar muito ainda. Este é um trabalho de conscientização. Este trabalho tem de ser exercido dia a dia a cada ato para com o próximo.

      Um exemplo: Não adianta fazer greve para exigir aumento de salario de motoristas e cobradores, e depois fazer passeata para exigir que a passagem do ônibus não suba, uma está ligada a outra diretamente.

      Estas situações precisam ser resolvidas dentro dos movimentos de classe baseadas em dados e não em desejos, muito menos com objetivos políticos!

      1. Paes: o instigador da manifestação

        Manifestação PACÍFICA? O que é isso? Você já foi a alguma manifestação de rua? Sem-teto, sem casa, sem terra, índios, trabalhadores em greve que o digam. O PT nasceu disso, cresceu nisso, mas Dilma, Mercadante, Zé Dirceu, Lula, Pimentel, Paulo Bernardo querem apagar essa história e fazer do PT o partido da ordem (e do progresso a todo custo), preferindo, como Leitão de Abreu, a ordem ao progresso.

        Quem aumentou as passagens de ônibus foi Eduardo Paes, único prefeito de grande capital que fez isso até esse mês. Os demais se abstiveram dessa ação, pois sabiam que iria provocar grande confusão. Paes é o provocador, o instigador da manifestação que origem à morte do cinegrafista.

  40. O que vimos de bom, de
    O que vimos de bom, de proveitoso, de útil, de concreto, de exemplo nas manifestações populares? Nada!Vimos sim, uma multidão de jovens e pessoas que se dizem maduras; sem propostas dignas, decentes, uteis…Em todo tempo, o que mais ocorreu foi: depredação e destruição do patrimônio público e privado, mortes, incêndios, roubos, desrespeito para com tudo e com todos.Em que se diferencia os manifestantes, dos nossos governantes? Em nada; um destrói o que nós pagamos a custos terríveis. e o outro nos destrói através dos impostos e taxas altíssimas; benefícios próprios e corrupção.Porque faz-se necessário as máscaras se o objetivo é mostrar para todos o descontentamento com as nossas autoridades?Em que momento ocorreu a manifestação pacífica?Quem se esconde é bandido; o livre, não tem porquê esconder-se. 

  41. Pensamento

    Não sou polícial nem tenho qualquer parente nesta profissão, mas aqueles que gostam de criticar essa classe que também coloquem-se no lugar dos mesmos sob a ordem de impedir o vandalismo recebendo pedradas ou vendo cidadãos/manifestantes pacíficos aterrorizados pelos bandidos que se infiltram nestes movimentos. O que vocês fariam? ficariam de braços cruzados assistindo tudo? Acho que a polícia merece um pouco mais de respeito. Estas manifestações são evento novo no país e obviamente a polícia não possui ou tem pouca experiência contra este tipo de ação.

  42. A lei vale para quem, Nassif?

    Só queria saber se a lei do anti-terrorismo irá valer também para a polícia militar (principalmente paulista) e para a grande imprensa nanica, sensacionalista e mentirosa.

     

     

  43. Eu acho que foi um crime e

    Eu acho que foi um crime e que tem que ser punido, mas nessas horas é importante manter a cabeça fria e separar justiça de vingança.

    Não podemos criar um clima de linchamento em relação aos dois jovens que estão sendo acusados pela tragédia.

    Em primeiro lugar, eles ainda são suspeitos. Embora as provas sejam muito contundentes, é muito importante dar a devida atenção às provas e investigar todas as hipóteses, para não cometer uma injustiça.

    Por outro lado, por mais que se tenha certeza da culpa dos dois cidadãos, o Estado deve garantir que se faça justiça, não um linchamento ou a satanização dos réus.

    Eu me preocupo muito com o clima de histeria que está sendo insulflado pela mídia. A mesma mídia que primeiro criminalizou as manifestações para em seguida tentar usá-las como massa de manobra, fracassando em ambos os intentos.

    Se culpados e é importante agir segundo as provas e os fatos para descobrir a verdade e garantir que os dois não serão apenas bodes espiatórios de uma sociedde sedenta por vingança, eles devem pagar pelos seus atos mas de uma forma justa. Não adinta satanizar os caras. Claro que não queriam matar o cinegrafista, mesmo que arecaia sobre eles a culpa de colocar um artefato explosivo potencialmente letal no meio de uma multidão, com enorme risco de machucar e até matar alguém (que infelizmente foi o que ocorreu). Houve dolo eventual, mas não foi um assassinato premeditado e a sangue frio. O castigo deve ser proporcional à culpa, nem mais nem menos, para que se faça justiça.

    O que tem de gente por aí que vai tentar se projetar atacando os sujeitos com violência verbal, não em busca de justiça mas de promoção pessoal, não é pouco não.

    1. Pena o comentário ser grande, nao deu p/ dar as 5 estrelinhas

      Mas Clap, clap, clap, clap, clap. 

      É preciso sim punir. O que fizeram, que já é crime. Nao usar “formaçao de quadrilha”, “leis anti-terroristas”, 30 anos de prisao (quando muitos homicídios voluntários nao recebem essa pena) e quejandas parecidas. Desse tipo de coisa só sobrará uma herança autoritária, que acabará caindo sobre os movimentos sociais em geral. 

  44. é, minha gente, tá todo mundo

    é, minha gente, tá todo mundo querendo usar a morte do cinegrafista para provar seu argumento. Mas sobre as DIVERSAS outras mortes, bom, elas foram apenas uma nota de rodapé numa segunda-feira qualquer…

     

    Lamento pela morte do cinegrafista da Band, Santiago Ilídio Andrade, mas lamento mais que outras mortes não tenha tido a mesma repercussão

    http://coletivodar.org/2014/02/lamento-pela-morte-de-santiago-andrade-e-pelas-mortes-sem-repercussao/

     

    Lamento pela morte de Tasnan Accioly, um idoso que ao fugir do gás de pimenta da PMERJ foi atropelado por um ônibus no dia 6 de fevereiro, morrendo no dia seguinte

    Lamento pela morte de Gleise Nana, ativista que depois de denunciar que recebeu diversas ameaças de morte vinda de policiais militares, morreu em um misterioso incêndio que destruiu seu apartamento em novembro

    Lamento pela morte de Fernando da Silva Cândido, ator que tinha problemas respiratórios e morreu após participar de uma manifestação em junho e ser atingido por gás de pimenta e bomba de gás lacrimogêneo

    Lamento pela morte de Douglas Henrique de Oliveira, que aos 21 anos participava dos protestos de junho em Belo Horizonte e, perseguido por policiais, caiu de um viaduto e não resistiu

    Lamento pela morte de Cleonice Vieira de Moraes, gari de 54 anos que tentava fugir de um protesto em Belém (PA), mas foi sufocada pelo gás lacrimogêneo atirado por policiais

    Lamento pela morte de Paulo Patrick, jogador de handebol de apenas 14 anos que morreu dez dias depois de ser atropelado por um táxi que passou em alta velocidade por um protesto em Teresina (PI) em junho

    Lamento pela morte de Igor Oliveira da Silva, que aos 16 anos estava em uma bicicleta e foi atropelado por um caminhoneiro que tentava fugir de um protesto em estrada no Guarujá em junho

    Lamento pela morte de Valdinete Rodrigues Pereira e Maria Aparecida, que participavam de um protesto em junho em uma rodovia em Goiás e foram atropeladas por um carro em alta velocidade que furou a manifestação

    Lamento pela morte de Marcos Delefrate, estudante de 18 anos que protestava em Ribeirão Preto (SP) e foi atropelado por um carro que tentou furar o bloqueio dos manifestantes

    Lamento pela morte de 13 anônimos da comunidade Nova Holanda, no Rio de Janeiro, mortos em uma operação do Bope realizada para conter uma manifestação na Avenida Brasil

    Lamento por Rafael Vieira, morador de rua que foi detido e condenado a cinco anos de prisão por ser flagrado pela polícia com uma garrafa de Pinho Sol em manifestação em junho no Rio de Janeiro

    Lamento por Sérgio Silva, fotógrafo de 31 anos que perdeu a visão quando trabalhava cobrindo uma manifestação de junho em São Paulo e foi atingido por uma bala de borracha da Polícia Militar

    Lamento por Giuliana Vallone, repórter da TV Folha que quase ficou cega após ser atingida por um tiro de bala de borracha no olho enquanto cobria as manifestações de junho em São Paulo

    Lamento por Pedro Nogueira, repórter do Portal Aprendiz que foi espancado por diversos policiais e preso injustamente por formação de quadrilha quando cobria as manifestações de junho

    Lamento por outros cem jornalistas que se feriram durante manifestações em todo o país entre junho e outubro, a maioria deles atingidos pela polícia militar

    Lamento por inúmeros manifestantes e inúmeros policias que se feriram durante esses nove meses de protestos pelo Brasil e não foram ouvidos, porque seu sangue não era o suficiente para que as manifestações fossem criminalizadas, como tentam fazer após a morte de Santiago

    Lamento que a morte de Santiago Ilídio Andrade seja feita de bode expiatório justamente por aqueles que fizeram com que o povo se indignasse e saísse às ruas

    Mas, o que eu mais lamento, é por aqueles que acreditam apenas nessa versão oficial

    1. E os “outros” Você esqueceu, de quem conseguiu esta liberdade de

      Na sua estatística de vítimas(ou quase) da violencia(tambem não aceita) de maus policiais, falta retroceder até os anos 60/70, quando estudantes e jornalistas contrários ao regime(aquele sim, duro) perderam suas vidas, seus empregos, suas reputações, sem nunca terem enfrentado aqueles brutamontes dos serviços de segurança, com qualquer artefato, que não fosse as palavras de órdem, contra a ditadura.

      Quer que eu lembre-lhe de nomes, que a história nunca esquecerá( o contrário do que espero, ocorra com estes assassinos de agora) ?

      Wladimir Herzog; Santo Dias da Silva; Rubens Paiva, e mais recentemente, os últimos heróis vivos, daquela época, José Genoíno, Jose Dirceu, e muitos outros, que anonimamente, perderam a vida, e assim como viveram na clandestinidade política, morreram e foram enterrados como indigentes.

    2. Nenhumas delas teriam

      Nenhumas delas teriam acontecido em manifestações pacificas. A quebradeira e desordem as provocaram direta e indiretamente.

      Promova manifestações passificas sem promoção de atos violentos de destriuição do patrimonio. Se suas reivindicações forem justa sua causa será apoiada pela sociedade.

  45. um retrato do novo inimigo da

    um retrato do novo inimigo da democracia brasileira (enquanto isso, a polícia militar….):

    — Ele me disse: “Mãe, foi um acidente. A gente só usa a bomba para fazer barulho e assustar a polícia. Nunca tive a intenção de jogar em ninguém”. Meu filho sempre me avisa quando vai nas passeatas, porque quer ajudar a baixar o preço das passagens de ônibus. Ele usa ônibus para ir ao trabalho. Como a passagem diminuiu da outra vez, ele se achou um herói junto com os outros. Ele se sente o defensor dos pobres. Eu pedia para ele não ir, mas ele não me ouvia — contou Marilene, lembrando que o filho estava chorando.

    http://oglobo.globo.com/rio/acusado-de-detonar-rojao-diz-mae-que-tudo-nao-passou-de-acidente-11578326

     

    1. Pois é Lucas,
      Para vermos

      Pois é Lucas,

      Para vermos como parece ser fácil transformar um trabalhador que luta por seus direitos num monstro, na tentativa de criminalizar o protesto social.

      E gente que se diz de esquerda reproduz o discurso de caça as bruxas.

      Nem sequer dera o direito a ele se defender, nem sequer a possibilidade do mais lógico, ter sido acidental.

      Quais os interesses que estão por trás disso? Sabemos bem que são interesses de classe.

      1. Fala sério, irmão !

        Direito de defesa, a um vagabundo, que sai pras manifestações, com a mochila cheia de artefatos caseiros, feitos exatamente para causar danos aos contrários, e que recebem por este trabalho, de partidos extremistas, para quem “quanto pior, melhor ? Aonde está a lógica ?

        Acidental ? você é  ingênuo, ou é burro mesmo ?

        1. Você nem se aprofunda nos

          Você nem se aprofunda nos fatos e já intitula dono da verdade e já vai chamando de vagabundo, etc…. Eu não vou te chamar de idiota por não te conheço, ok?

        2. Raí 
          O guri é boi de piranha,

          Raí 

          O guri é boi de piranha, estava ganhando para fazer baderna….

          Se a policia do RJ investigar ele é culpado.

          Se a PF investigar, achará um fio da meada…

          Dificil chegar nos mandantes

          É como nas famiglias mafiosas.

          Capi não conhece Capo, só Capi…..

           

  46. Isso é o novo?

    “Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais” Isso é o que você tem em mente como expressão do “o novo” de que você fala tanto, Nassif?

    1. O Congresso, mais

      O Congresso, mais precisamente a Câmara dos Deputados, está prestes a abrir mão de sua prerrogativa de cassar o mandato de seus próprios membros para atribuir esta função ao já todo poderoso Supremo Tribunal Federal. Evidente que esta prerrogativa é uma salvaguarda poderosa colocada na Constituição para impedir um eventual golpe de Estado a ser dado por parte do STF, que não foi eleito pelo voto popular, deixando ao Congresso, que é composto por membros eleitos pelo povo, a última palavra nesse assunto. É difícil chamar toda uma instituição de pusilânime, incapaz de sustentar a predominância, por legitimidade de representação, do Poder Legislativo sobre os demais poderes. Mas é claro que esta legislatura não tem a grandeza moral suficiente para renunciar ao que lhe foi outorgado pelos constituintes soberanos. E o presidente Henrique Alves, cochichando aos microfones globais a iminência desta atitude covarde, não tem autoridade moral para fazer hoje o que amanhã poderá ser fatal para a Democracia. Este é o Congresso que aí está, que não infunde respeito porque não se dá ao respeito.

  47. Acho que você está a tirar

    Acho que você está a tirar conclusões precipitadas, Nassif. Seu texto parte do pressuposto de que os Black Blocs foram os responsáveis pela morte de Santiago. Ora, essa tragédia ainda não foi devidamente esclarecida. Não pode ser atribuída a este ou aquele grupo.

    Sou contra a tática Black Bloc. Acho que ela só atrapalha. Mas o que se sabe até agora é que a maioria dos feridos em manifestações foi agredida pela polícia. A repressão tem sido forte, mesmo sem leis específicas, como as que se quer aprovar para evitar manifestações durante a Copa. O que não falta é tentativa de criminalizar os movimentos sociais.

    O responsável pela morte de Santiago pode ter sido apenas um inconsequente querendo “causar” na manifestação. Talvez não tenha ligação com nenhum grupo ou movimento. Esperemos pela elucidação dos fatos.

  48. Vejam como as suspeitas de

    Vejam como as suspeitas de que tem partidos políticos por detrás dessas balbúrdias chamadas manifestações se enciaxam:

     

    Hoje às 14h04 – Atualizada hoje às 14p8

    Advogado: Caio de Souza ganhava R$ 150 em cada manifestação violenta

    Jonas Tadeu confirma que jovens são aliciados para participarem dos atos de protesto 

    Jornal do Brasil 

    Jonas Tadeu, advogado de Caio de Souza, suspeito de ter jogado o rojão que matou o cinegrafista da Band Santiago Andrade, na última quinta-feira, e preso esta madrugada em Feira de Santana (BA), revelou que jovens são aliciados por políticos para participarem dos atos de protesto. O advogado disse que Caio, por exemplo, ganhava R$ 150 em cada manifestação.

    “Os jovens que participam das manifestações de forma pacífica não recebem nada, mas aqueles que promovem atos violentos são aliciados e ganham por isso”, afirmou Tadeu.

      

    O advogado não deu nome aos aliciadores, mas mandou a imprensa fazer uma devassa nos diretórios regionais dos partidos políticos e investigar deputados e vereadores, não só no Rio de Janeiro, mas também em São Paulo e outras capitais.  

    “Esses jovens pobres não têm dinheiro para comprar máscaras de gás, capacetes e rojões. Eles recebem tudo isso de graça. São apanhados em casa para promover a desordem”, disse Jonas Tadeu.

    “Manifestações violentas são engendradas. Existem organismos responsáveis para aliciar estes jovens miseráveis e de baixo discernimento”, prossegue o advogado.

    “Esta é a conclusão de um trabalho que fiz como advogado e ouvindo alguns jovens. Eu não ouvi nomes. O Caio participava das manifestações porque queria complementar o salário que recebia do hospital onde trabalhava”, afirmou.

    Jonas Tadeu afirmou ainda que não vai cobrar nada para defender Caio e o outro envolvido Fábio Raposo. 

     

     

    P.S.  Reparem como o rapaz apreendido não se parece em nada com o outro suspeito que aparece nas fotos e vídeos divulgados, como sendo o autor do disparo do rojão que matou o cinegrafista.

     

      1. Calma filhinho!  não sou eu

        Calma filhinho!  não sou eu quem está falando, destaquei apenas a matéria do Jornal do Brasil, agora quanto as diferenças físicas entre o suposto assassino e esse rapaz que estão apresentando a sociedade como a pessoa que acendeu e soltou o rojão em cima do cinegrafista, até quem enxerga com apenas um olho nota a discrepância entre as fisionomias.  

  49. As Conseqüencias pós-morte do profissional de Imprensa

    Boa tarde.
    A direita (CIA, PIG, escambal) queria um corpo, um mártir. Saiu o morto, mas não foi o de um “menino pobre que queria mudar o Brasil, um  manifestante”, até então, porque ora ele é simplesmente terrorista. Nesta hora, até a necessidade de cristianizar alguém para poder derrubar Dilma com mais “legitimidade” cede lugar ao corporativismo midiático. As Marinas, os Datenas, as Scheherezades, etc., estão todos ou calados ou “indignados” com a morte do colega de imprensa.
    Tivéramos uma mídia menos escroque e eles se lembrariam ao menos de que o morto não era só um colega de trabalho. Era um ser humano. Hipócritas. Apologistas da violência.
    Saudações “Revelando o Inquérito 2474, desnudaremos o Mentirão; Globo, Peço Mais Uma Vez: Mostre O DARF“,
    Morvan, Usuário Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use Linux.
     

  50. Cidadania e inteligência

    Nesta nossa sociedade, desde muito tempo, convivemos com tragédias provocadas por ações violentas, sejam em manifestações ou não. E desde muito tempo também percebemos que as únicas medidas apontadas são sempre de ordem coercitiva e/ou punitiva, como aumento do efetivo policial, revisão do Código Penal e construção de presídios, etc. e nunca de cidadania. Ora, essas políticas, definitivamente, não têm dado resultados nem um pouco satisfatórios, haja visto não só o aumento da violência, como a sua própria banalização, que fez com que a violência impregnasse de tal maneira a nossa cultura que hoje naturalizamos crimes absurdos, como assassinatos em brigas de trânsito, chacinas em periferias ou fogo em mendigos. Precisamos, com urgência, reverter esse quadro, refletindo sobre as suas causas e reaproximando do debate argumentos inteligentes e bem fundamentados. Chega de repetir idéias obtusas e um monte de baboseiras de pessoas que, no fundo, ou são ignorantes e cheios de ódio, ou são parte interesseira do processo, já que a “indústria da (in)segurança” é extremamente lucrativa.

  51. Bolinhas de papel justificam as de chumbo

    Nassif,

    Você sabe o quanto respeito a sua opinião, mas esse caso e o do coronel Rossi em SP são outras bolinhas de papel.

    Em ambos os casos no dia seguinte vieram mais medidas de repressão.

    Enquanto as bolinhas de papel continuarem sendo toleradas vão sobrar balas de borracha, de chumbo, bombas e rojões.

  52. Sininho tentando se explicar,

    Sininho tentando se explicar, mas o mais importante ela não disse quem financia seu grupo, segundo ela há vários advogados ligados a causa, hum!  aquilo que nós já sabíamos.  Diga fada Sinhinho qual o(s) partido(s) que os financiam, qual ou quais vereadores e deputados, não vale dizer que é o Peter Pan. 

    [video:http://youtu.be/VO5-s7Fzmlo%5D

    1. A narrativa da moça é

      A narrativa da moça é coerente.

      É um direito democrático básico a livre associação em partidos, mesmo os que tenham plataformas radicalizantes, na medida da necessária sensatez.

      Há advogados jovens que militam ou por opção política ou porque consideram impotante defender o direito de manifestação e repudiar a violência e o vandalismo da própria polícia.

      As manipulações, distorções, contorções das Organizações Globo não são novidade.

      Não estou defendo atos bárbaros ou irresponsáveis de nenhuma das partes envolvidas, inclusive da imprensa de setores da contra-imprensa.

      E é preciso apurar os fatos. Neste caso de agora, isso acabará acontecendo com exatidão.

       

    2. sininho se explicando…

      Ao final da entrevista quase fui às lagrimas. Mas lembrei da Sininho que partiu pra cima dos jornalistas na porta da delegacia, e fiquei na duvida de qual é a verdadeira Sininho: Essa meiga menina que é injustiçada pela mídia; ou a militante dura e atrevida que ela demonstra nas manifestações. Ela teve a audácia de se dizer a “Dilma” da atualidade. Só que a Dilma lutou contra uma ditadura militar que prendia, torturava e assassinava. Na entrevista ela diz lutar pela liberdade, o que ela entende por liberdade? Nós vivemos numa democracia, e todos tem liberdade de se manifestar – PACIFICAMENTE. Numa democracia o nosso direito começa, onde acaba o do outro.

  53. Brasil é momento…

    Brasil é momento, então a hora é de se indignar com a morte do cinegrafista. Mês que vem todos esquecem, e a quebradeira volta novamente, nada vai mudar, está tudo como sempre foi.

    Outra coisa: Manifestação é desordem pública! Sempre vai prejudicar alguém, não existe manifestação pacífica, quem inventou isto está contra as manifestações.

    O pior é que as manifestações são contra tudo. Vão negociar o quê?

  54. Demorou !

    Para qualquer observador político, minimamente antenado, esta “explosão” estava anunciada, porem temia-se que ocorresse na via contrária, ou seja, que um cadáver, fosse feito pela P.M, que obedecendo cegamente às órdens superiores, até deixaram-se vitimar, como no episódio da quase morte de um comandante de tropa, em São Paulo, quando ouzou enfrentar “na mão grande” um destes “coxinhas” que estava armado até os dentes, e que certamente mataria o militar, se este não fosse devidamente, e em tempo, por um militar de folga, e que infelismente, não ocorreu, com o repórter fotográfico da Band.

    Vamos ter que rever nossas leis, e deixar que a P.M, passe de simples observadora e acompanhante dos manifestantes, em guardiões da órdem e dos equips.públicos.

    1. já estão saindo à luz os

      já estão saindo à luz os petistas defensores da PM. E cinicamente ignoram todas as mortes nas manifestações que foram causadas pelas “armas não-letais” da polícia. Não difere em nada dos PSDBistas do “quem não reagiu está vivo”. Vão ficar lembrando que a terrível ditadura matou muita gente, o que fez mesmo, e fechar os olhos para todos os cadáveres da era Lula-Dilma, como se nada tivesse a ver com eles. Cadáver não vota, cadáver não ganha bolsa-familia.

      1. Petistas defensores da PM

        Que raciocínio mais canalha Lucas. Quer dizer que quem é contra que um trabalhador seja assassinado por bandidos infiltrados nas manifestações, automaticamente é a favor dos PM’s? Você é um mal informado: o governo federal não tem ascendência sobre as PM’s. Sim, no plural, pois as PM’s são uma força pública sob o comando dos governadores. Pelo seu comentário podemos chegar à conclusão que você é a favor que Black Blocs mate aqueles que atravessem o seu caminho. Seja jornalista, transeunte e principalmente PM’s. Queria ver essa arrogancia dos coxinhas, na época dos generais.

  55. O advogado da dupla

    O advogado da dupla responsável pela morte do cinegrafista Santiago Andrade afirmou que jovens eram pagos para irem a protestos e promoverem baderna; “eles recebem até uma espécie de ajuda financeira, de mesada, para participar dessas manifestações, com o intuito de terrorismo social”, disse Jonas Tadeu Nunes; situação financeira de Caio de Souza, que acendeu o rojão, é bastante precária; por trás estariam “vereadores e deputados estaduais”, indica o advogado; governador Sérgio Cabral diz que ato que matou o profissional da Band pode ter cunho político; “esses dois jovens estão inseridos em um contexto maior”, sugeriu

    http://www.brasil247.com/pt/24

    Sera????????????

  56. Há pouco trigo no meio do joio !

    Desconfiem de pessoas que aceitam  manifestar “protegidas”por mascarados!

    Esses manifestantes também são.

    Fingindo protejer passeatas contra policiais, mascarados fazem um pelotão durante o ato e logo depois vem a senha : anunciado o fim do evento  inicia-se o quebra-quebra, lançamento de coquetels molotov, morteiros, sinalizadores e ataques gratuitos. Puro atos de vandalismo. Sempre comentam que é preciso separar o joio do trigo, mas, ha uma conivência e uma conveniência entre manifestantes e mascarados.

    A Porca -Midia, alguns Políticos, algumas agremiações Políticas, Ãncoras e Comentaristas de Rádio e TV desde o começo estam flertando com esses grupos violentos só pra ver o Governo em maus lençóis . Tem Ãncoras de TV e comentaristas que imploram,pedem  e confirmam que vai ter manifestações na Copa.

    Essa oposição não acredita em si mesma e estam preferindo apostar no aprofundamento dos atos violentos .

     

     

  57. Nassif, desculpe o fora de pauta

    Mas, gente, vocês já sabem que o Zé Dirceu já abriu campanha para a vaquinha dele? Disseram que é porque o Joaquim, para não dar tempo de fazer vaquinha, não vai dar prazo para ele pagar a multa, vai ter que ser a vista. Com o João Paulo Cunha é a mesma coisa: à vista! Eu já enviei a minha doação. Para quem se interessar em colaborar:

    José Dirceu de Oliveira e Silva

    CEF – Caixa Econômica Federal – Banco 104

    Agência: 4072

    Operação: 013

    Conta Poupança: 00027569-2

    CPF: 033.620.088-95

    Ou entre no site do Zé Dirceu

  58. Aproveitadores

     Agora estes aparecem, a midia conseguiu um cadaver, que como Tim Lopes, em breve será esquecido, eleva-se hj. Santiago, um trabalhador mal-remunerado, sujeito a riscos, empregado de um latifundiario, que estava cumprindo um extra; ao nivel de “martir da liberdade de informação” – “ancoras” bem remunerados (terceirizados), de todas as emissoras de massa, agora tecem loas, adjetivam, até choram, ao relembrarem o profissional para o qual nem um “bom dia” davam – mas um cadaver, sempre serve para varios usos, Santiago tornou-se “post-mortem”, um produto, que ao bel-prazer, e interesses associados, pode e será utilizado – é até compreensivel, que mais matérias sobre seu assassinato, estão sendo mais veiculadas na Globo, do que na própria Band ( está com medo de processo trabalhista, pois o seguro de vida de Santiago, era parco, e seu h/trabalho já tinha terminado, portanto dobra-se a indenização), Globo é alvo, Band é detalhe, Globo é esperta, se defende.

       Outros aproveitadores aparecem, como Paulo Paim, e sua “legislação anti-terrorismo”, um completo absurdo, assim como as propostas hj. apresentadas em BSB, pelo SecSeg RJ Beltrame, NÃO necessitamos destas leis anti-terrorismo, e caso as fossem necessárias, desde 1992 tramita ( com 5 “apensos”, o ultimo de 2012), um PL de numero 2462/91, que revoga a LSN da ditadura, de 1983, referente a: defesa do estado de direito e outras atribuições, proposta pelo saudoso ( infelizmente hj. no Congresso, não temos alguem como ele, em temas criminais), Deputado Hélio Bicudo.

        Recado aos “exaltados das redes sociais”, e demais viuvos/as, da negra época do regime civil-militar (64-85):

        NÃO contem com as FFAA, para o controle ou repressão de manifestantes, ou “black blocs” e assemelhados, as leis e portarias exaradas pelo GSI/PR, impedem qualquer ação neste sentido, a não ser que os governadores as solicitem ao Congresso, com anuencia da PR, e aliás o pessoal da 11a GLO, boa parte está em turno no Haiti, e as unidades de Goiania ( OPEsp), envolvidas na segurança de eventos, são treinadas para ações de contraterrorismo sério, e não para conter manifestações ou delirantes. Portanto, parem de “encher o saco, do bivaque dos granadeiros”, manifestações fazem parte do Estado democratico de direito, e infelizmente, para muitos, até mesmo os “black blocs” devem ser aceitos, são apenas um “efeito colateral”, controlavel, desde que os manifestantes legitimos, os afastem .

  59. Eduardo Paes

    A culpa desta morte recai sobre o alcaide desta sesmaria, que aumentou o preço das passagens junto com seu mentor e cúmplice Sergio “helicóptero de luxo” Cabral.

    É mais que óbvio  o mote para provocar reações e justificar a criminalização da política por uma lei exótica patrocinada pelos covardes do PT. E ainda querem chorar seus ídolos caídos como vítimas de sua própria covardia.

    O projeto é a transformar isto aqui em uma Ucrânia tropical, com as bençãos da CIA.

  60. A balcanização do Brasil

    Isto aqui segue o manual de Washington em seu novo consenso. Isto aqui ainda vai virar Líbia, Síria, Ucrânia, Bósnia, Iraque, Afeganistão, Haiti, Indonésia, Egito e Paquistão, Sudão, Somália e Mali. Estão transformando o excesso das moedas e papéis podres do sub-prime em soldo do lumpen-precariado. Na luta de todos contra todos, ninguém sabe onde atirar.

    Como previu Zizek, vivemos o fim dos tempos.

    E ainda tem idiotas que acusam Putim de defender a Rússia desta catástrofe.

    Tolos!

  61. Responsabilidade

    “As manifestações de junho passado foram respiros de cidadania, um mal estar difuso indicando o esgotamento do modelo institucional atual – tanto dos poderes públicos quanto da representação midiática. Foi um aviso relevante, devidamente captado por todos os setores responsáveis do país. Infelizmente, não geraram ainda políticas continuadas de atendimento das demandas e de discussão de novos modelos”.

    Nassif, acho que você como jornalista deveria se ater mais aos fatos concretos do que a levantar especulações. Quero ver até onde vai essa cantilena de “respiros de cidadania” e “esgotamento das instituições”, francamente. Ter acesso à renda, emprego e consumo, para a grande massa do povo brasileiro que não tinha isso antes, é cidadania SIM, meu querido, é o autêntico despertar da cidadania. O que o povo vive, de bom e de mau, não é difuso, é concreto. Quem vive a realidade na pele dispensa análises sociológicas. O que tinha e tem nessas manifestações é classe média entediada, juventude instrumentalizada, mídia e polícia, menos o povão. Mesmo com todos os defeitos que tem, a nossa democracia funciona e a voz do povo está sendo expressa NAS URNAS. Mas eu entendo que você seja solidário a esses coxinhas, afinal quem começou e toca essa palhaçada midiática é gente de classe média mesmo: a velha solidariedade de classe. Desculpe mas até que você exponha com clareza qual é esse “novo modelo” que você apregoa, me reservo o direito de não levar a sério. Espero que não seja essa bobagem de botar aplicativos de “democracia direta” na mão de coxinhas. E desculpe por esperar mais de você. Abraços.

  62. censura

    nassif, me espantei com  “As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições”. que que é isso? o seu público merece uma explicação. se vale o escrito, vc tá propondo que o povaréu não se manifeste, não critique? só as “instituições”? essas que estão carcomidas? em meu nome, NÃO! 

  63. O que importa é o

    O que importa é o cinegrafista Santiago Andrade , morto. Precisamos defender sua memória e impedir que atos hediondos como este voltem a acontecer.
    O que é preciso é deixar  claro que a Globo, Caetano Veloso e tantos outros são tão  culpados pela morte  de Santiago como aqueles envolvidos diretamente.
    Precisamos deixar claro que o ocorre é um claro movimento de desestabilização do Governo Federal, assim como foi feito em 1964. Se procurarmos bem, iremos encontrar dinheiro da CIA jorrando. Esta é uma linha de pesquisa que os blogs progressistas poderiam explorar. O PSOL e outros agem como ‘inocentes úteis’ nas mãos de operações da CIA e outras agências dos EUA.

  64. HÃ??????

     

    “As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições – Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais.”

    HÃ??????

    Volta a fita.

    “As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições – Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais.”

    HÃ??????

    Não concordo com isso que você escreveu. Está estranho e dá margem a uma intepretação esquisitíssima.

     

     

  65. As consequências da morte do cinegrafista

    Agora o PIG dá um de paladino buscando culpados e culpas, tudo que eles vem fazendo desde que estouirou as manifestçãos leígitmas diga-se de passagem a m,ídi e políticos forma devidamente colocados de fora (o que achei certíssimo, (eles queriam e alguns tentaram obter ganho político);  em um determinado momento chamaram os manifestante de baderneiros, me diz aí quem não sabia desde o primeiro momento que o grupo que provocou violência invadiu e destruiu empresas públicas e privadas eram esses sim badernertios pagos e infiltrados para desestabilizar o governo Dilma, mas a justiça veio a cavalo, triste para o cenegrafista morto e sua família que ali estavam somente para buscar e tansmitri a notícia como ela é, o prblema é quando chega na edição, aí sim a manipulação para induzir a população a ficar contra o governo federal é um trablho sujo dos diretores e donos da mídia que se acham ainda donos do Brasil, graças a Deus existe a Internet para espalhar a verdade através da redes sociais. 

  66. Excelente Luiz Nassif !! Você

    Excelente Luiz Nassif !! Você foi direto no ponto central da questâo, simples e sem embromação! Acredito que seja a opinião que muitos gostariam de ler ou ouvir nestes momentos tão turbulentos. Parabéns!

     

  67. “Por Quem Os Sinos Dobram”

    Nassif : apesar do ponderamento deste seu artigo, as interrogações que não calam são: quantos terão de ser mortos para que desperte e se levante a “maioria silenciosa” contra este estado de coisas? Quantos, ainda, teremos de matar, para que se veja que movimentos que comportam mascarados são, na verdade, cortina de fumaça por trás da qual se esconde intenções demagógicas de radicais, seja da esquerda, seja da direita?. Por causa de alguns centavos a mais na passagem do transporte coletivo a existência de um “operário” da notícia foi ceifada. Seria este o preço de uma vida? Quantos Santiagos teremos de assassinar para que esta “maioria silenciosa” descubra que “opinião pública” é uma ficção criada pela grande mídia como instrumentos de seus mais obscuros e mesquinhos anseios, além da busca desmedida pelo lucro advindo da venda de anúncios comerciais? E neste cenário sombrio, caótico e covarde não se pode dizer que os sinos dobram por Santiago. Como escreveu o poeta, “eles dobram por ti!”.  

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