Foto: Divulgação
Jornal GGN – Mesmo que Joesley Batista, empresário da JBS, tenha isentando o corpo técnico do BNDES em sua delação, o Congresso deu início a mais uma CPI do banco com o objetivo de investigar as operações relacionada às empresas dos irmãos Batista.
Em sua coluna na Folha de S. Paulo, a professora da USP Laura Carvalho afirma que a melhor maneira de evitar a influência de grupos de grande poder econômico sobre a política industrial não é deixar de ter política industrial.
Ela defende que uma política bem desenhada para o longo prazo é a saída para evitar esta influência, reafirmando a necessidade de investimentos estatais para desenvolver setores de tecnologia, como ocorre em outros países.
A professora também refuta a ideia de que o BNDES concentra a maioria de suas atividades nos chamados campeões nacionais, apontando o aumento das operações de incentivo à inovação e o papel desempenhado pelo banco no desenvolvimento do setor eólico no país.
Leia mais abaixo:
Da Folha
Por Laura Carvalho
O Congresso instalou nesta semana uma outra CPI do BNDES, agora para investigar operações envolvendo a JBS e a holding J&F. As delações de Joesley Batista, as conduções coercitivas de funcionários e, em seguida, a saída de Maria Silvia Bastos da presidência acrescentam mais um capítulo à conturbada história recente do banco.
Em sua delação, Joesley isentou o corpo técnico do banco de qualquer acusação, chegando a afirmar que sua “vida no BNDES sempre foi muito dura”, dado o grande número de exigências e condições estabelecidas para a obtenção de financiamento.
O que a delação parece sugerir, no entanto, é que a JBS detinha algum poder de influência sobre o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e, por essa via, sobre as diretrizes de política industrial que chegavam ao banco.
Nenhuma evidência foi apresentada, mas a acusação nos faz lembrar o que as delações da Odebrecht já haviam apontado: a edição de medida provisória para desonerar a indústria química, por exemplo, teria sido fruto de negociação entre representantes da empresa e a Fazenda.
Não é criminalizando o BNDES ou a atuação estratégica do Estado que se chega ao ponto —quase trivial— levantado por essas acusações.
A política industrial, assim como todos os demais elementos da política econômica, não deve ser moldada pelo interesse de grupos econômicos específicos, e sim por uma análise dos benefícios gerados para o conjunto da sociedade.
Em artigo nesta Folha publicado em 2015, a professora de economia da inovação na Universidade de Sussex (Reino Unido) Mariana Mazzucato já apontava o caminho:
“Estabelecer um direcionamento estratégico em suas iniciativas dificulta a captura do Estado. Isso significa definir as missões que serão os vetores das políticas públicas e das ações privadas a longo prazo”.
Em outras palavras, a melhor forma de evitar a influência de grupos de alto poder econômico sobre a política industrial não é deixar de ter política industrial.
É, ao contrário, apostar em uma política industrial estratégica bem desenhada e definida para um longo horizonte de tempo. Até porque não há experiência histórica de países que tenham conseguido desenvolver setores de alta tecnologia ou de infraestrutura sem o apoio do Estado.
Como mostra o livro “O Estado Empreendedor”, de Mazzucato, o Vale do Silício resultou de enorme intervenção estatal. Toda a tecnologia do iPhone foi financiada por agências públicas ligadas ao Departamento de Defesa dos EUA. Lá, o Estado também subsidia pesadamente setores-chave como carro elétrico e energia solar. Aqui, esse papel só pode ser desempenhado pelo BNDES.
Se a política industrial implementada não foi aquela que gostaríamos de ver, tampouco é verdade que o banco concentra todas as suas atividades —ou a sua maior parte— no fortalecimento de campeões nacionais.
Foram 597,5 mil operações em 2016, com 145 mil clientes. Mais de 90% dessas operações foram para micro, pequenas e médias empresas, e quase 30% do total desembolsado foi para projetos de infraestrutura.
O desembolso com operações de incentivo à inovação cresceu de R$ 563 milhões em 2009 para mais de R$ 6 bilhões em 2015. O BNDES também foi um ator-chave para o desenvolvimento do setor de energia eólica no Brasil -no desenho da estratégia e no financiamento. Os primeiros leilões de energia solar também já estão em análise.
Criticar a forma como o BNDES vem atuando em setores já consolidados ou mesmo o vultoso aporte de recursos do Tesouro durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff não significa ignorar que, sem financiamento de longo prazo a taxas subsidiadas, o Brasil perderá um instrumento essencial para o desenvolvimento de setores novos, estratégicos ou sustentáveis.
O combate à corrupção prescinde da criminalização da política industrial e, se mal conduzido, pode enfraquecer nossas possibilidades futuras de crescimento inclusivo e sustentável.
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Há uma forte corrente que tem
Há uma forte corrente que tem ligações em grupos ideologicos neoliberais centrados no mercado financeiro com suas conexões na atual politica economica que defendem a EXTINÇÃO ou APEQUENAMENTO do BNDES. A antiga presidente do Banco, que tem um complicado e extenso curriculo que tem seu inicio nas privatizações da Era Tucana,
tinha claro esse caminho, de DIMINUIR o papel do banco, sendo ela uma tipica representante dessa grupo por toda sua trajetoria profissional. Já que não se pode fechar ou privatizar o Banco ela tratou de travar suas oporações e devolver ao
Tesouro vultuosos valores que já estavam no Banco como capital para emprestimos. Foi porisso extremamente criticada pelos funcionarios e pelo empresariado que pressionaram por sua demissão, que não foi bem recebida pelo mercado financeiro e pelo Ministro da Fazenda, que tem a mesma visão negacionista do BNDES.
Esse grupo pensa embora não tenha coragem de dizer, que em uma economia de mercado o Brasil não precisa de BNDES.
É uma visão mediocre e ahistorica porque todos grandes sistemas economicos tem bancos de fomento em plena atuação.
Cito o Banco Europeu de Desenvolvimento, o Banco Asiatico de Desenvolvimento, o BID, o Banco Mundial, a Corporacion Andina de Fomento, a Nacional Financera do Mexico, o KfG da Alemanha, o Exeimbank americano, a SMA-Small Businss Administration americana que já fez US$1 trilhão de emprestimos à pequenas empresas, os Eximbanks do Japão e da Coreia, a China tem tres grandes bancos de fomento, é um modelo universal porque:
1.O mercado financeiro NÃO se interessa por muitos projetos de grande importancia nacional.
2.Há projetos de infra estrutura que não tem apelo para investidor privado a NÃO ser que tenha apoio de um banco de fomento, caso das concessões de rodovias e aeroportos no Brasil.
3.Um projeto avalizado por um banco de fomento pode ter um aporte minoritario desse banco mas isso já o credencia para outros investidores privados, que aceitam a avaliação do banco, geralmente criteriosa e conservadora.
As investidas das cruzadas anti-corrupção podem criar serios problemas no BNDES porque os tecnicos não mais correrão qualquer risco de assinar relatorios e SEMPRE, SEMPRE, em qualquer financiamento há algum risco. Com isso o banco pode PARALISAR por causa das ameaças de prisões por qualquer opinião, geralmente sem embasamento técnico, de qualquer autoridade investigativa.
Os hoje demonizados financiamentos para frigorificos, especialmente JBS e MARFRIG podem ser discutidos +a luz da conveniencia e eu sou critico dessa conveniencia ao Pais MAS são até agora operações solventes e dentro das regras do Banco POREM agora, por causa dos ataques às empresas, podem ter problemas, não tinham antes.
Então…
“… a criminalização da política industrial […] pode enfraquecer nossas possibilidades futuras de crescimento inclusivo e sustentável”….
Mas essa é a idéia!…
Exato!
Essa é a ideia!!
Acho engraçado que muita gente diz que “o governo Temer errou na economia”, “eles não entendem que isso leva à recessão”, “estão fazendo tudo errado” etc.
Temer e sua equipe não são burros. Eles estão obtendo exatamente o resultado que queriam: desemprego, recessão e miséria. E, claro, dependência do Brasil em relação aos EUA. O golpe é comandado do Pentágono.
Além disso, os bancos estão ganhando montanhas de dinheiro. É o capitalismo financeiro se beneficiando.
Então, os golpistas estão fazendo tudo certo, do ponto de vista deles.
Desconstruindo mitos e mentiras, por Beatriz Meirelles
Beatriz Meirelles
26 de maio às 01:54 ·
DESCONSTRUINDO MITOS OU MENTIRAS REPETIDAS MUITAS VEZES SOBRE O BNDES
Seguindo a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada pelo governo federal, que escolheu setores prioritários para apostar na internacionalização de empresas, os chamados “campeões nacionais” ou “campeões globais”, o BNDES apoiou a JBS com R$ 8,1 bilhões ao longo de nove anos.
Essa política é adotada por diversos países com o apoio de seus bancos públicos de desenvolvimento. Pode-se questionar a escolha da política ou do setor, mas no campo do debate econômico, não no campo criminal a priori. Do ponto de vista do objetivo da política, ela foi muito bem sucedida, dado que a JBS tornou-se a maior potência mundial do setor e o Brasil o segundo maior exportador de carne, só perdendo para os EUA. Cabe registrar também que outras empresas do setor foram apoiadas e bem sucedidas, como a Mafrig.
Esse volume de recursos ao longo de nove anos (menos de R$ 1 bilhão por ano) não chega a ser absurdo, já que o Banco desembolsou mais de R$ 100 bilhões em média por ano nesse período.
A maior parte dos R$ 8,1 bilhões se deu por participação societária. O BNDES tem em torno de 20% das ações da JBS. Essa participação deu e dá muito lucro ao banco.
Os recursos da bndespar (participação acionária nas empresas) não são subsidiados e a carteira toda vem dando bastante lucro ao banco. O lucro da carteira de renda variável permitiu reduzir o spread nas operações de crédito, retornou como dividendos pagos ao Tesouro Nacional ou ampliou o patrimônio de um banco 100% da União.
Outro mito é que o BNDES não apoia pequenas empresas. Tirando infraestrutura e exportações (Embraer e Serviços de Engenharia pesam muito nas exportações), mais da metade dos desembolsos do BNDES vai para micro, pequenas e médias empresas. Um terço dos desembolsos totais vai para MPMEs.
Grata pela atenção
POR FAVOR. Voces
POR FAVOR. Voces COMENTARISTAS DESSE BLOG, que são especialistas, me digam se o que pergunto abaixo é muito SEM SENTIDO.
Eles(OS GOLPISTAS) já “saquearam” os 100 bilhões do caixa do BNDES? Na “grobo” não saiu nada. Será que foram usados para pagar JUROS aos irmãos marinho e seus amigps banqueiros?
E as reservas MONETÁRIAS DE 400 BILHÕES DE DÓLARES(QUASE) JÁ estão sendo “distribuidas”? Já saquearam as economias dos Trabalhadores , como FGTS e FAT, para o programa “Meu TRIPLEX Minha Vida” que aumentou o financiamento da casa própria para os “coxinhas para 1,6 milhões, e, outros “programas” como os saldos parados por pedidos de demissão.
Com a paralização de milhares de OBRAS do PAC, sobraram quantos BILHÕES (além dos milhões de EMPREGOS perdidos)?
Os 20 a 30 bilhões de LUCRO da Petrobras (boa parte do Governo) não estão fazendo falta?
E os EMPREGOS (com certeza mais de um milhão)da Petrobrás(JÁ DEVIDASMENTE doada ÀS MULTI) e suas centenas e centenas de FORNECEDORAS Brasileiras, não estão fazendo falta?
E a redução do Salário Mínimo de 2017 (na hora de reajustar a inflação-heheheheheh-caiu de 12% para 5% de repente diz o ibge do globogolpe), por acaso não reduz o CONSUMO e , por consequência, a atividade industrial e comercial?
Será que REDUZINDO a possibilidade de aposentadoria para o POVO TRABALHADOR(não incluuir funcionários públicos) , não haverá redução do CONSUMO das GRANDES massas?
Agradeço.