BC estima queda de 1,1% para a economia brasileira em 2015

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Banco Central (BC) projeta uma retração mais expressiva da economia brasileira em 2015: dados do Relatório Trimestral de Inflação elaborado pela autoridade monetária mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) do país deve apresentar queda de 1,1% no ano de 2015. A estimativa traçada no relatório anterior aponta um retrocesso de 0,5%. O prognóstico para o total acumulado em quatro trimestre até o primeiro trimestre de 2016 é de -0,8%.

A produção agropecuária deverá crescer 1,9%, acima da projeção anterior, que era de 1%. Contudo, a projeção para o recuo da indústria passou de 2,3% para 3%. O BC destaca os impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de 3,4% para 6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de 1,4% para 5,6%. De acordo com o BC, esse cenário reflete aumento da participação de termoelétricas na oferta de energia (mais cara) e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. A projeção para o setor de serviços passou de crescimento de 0,1% para queda de 0,8%.

A autoridade monetária também revisou a projeção para o consumo das famílias, que passou de expansão de 0,2% para queda 0,5%. Segundo o BC, essa revisão está “em linha com a piora no mercado de trabalho e a manutenção da confiança do consumidor em patamares historicamente reduzidos”. Também foi alterada a estimativa de consumo do governo, que passou de crescimento de 0,3% para queda de 1,6%, “consistente com o cenário de ajuste fiscal em curso”.

Em relação à demanda externa, o BC revisou a projeção para as exportações, com aumento de 3,1 ponto percentual para 5,5% de crescimento, em relação à estimativa anterior. No caso das importações, a estimativa é queda de 6%. Segundo o BC, esse cenário repercute os efeitos de redução do consumo e da alta do dólar.

“Os efeitos, no curto prazo, dos ajustes macroeconômicos adotados no âmbito das políticas monetária e fiscal, associados, ainda, a eventos não econômicos, concorrem para que o crescimento da atividade econômica neste ano situe-se abaixo do crescimento potencial. No médio prazo, os impactos das mudanças no ambiente macroeconômico advindas com os ajustes em curso contribuem para a recuperação da confiança de empresas e famílias, com reflexos na evolução do consumo e do investimento. Esse fator, associado ao maior crescimento global – perspectiva que gradualmente se consolida – tende a conferir maior dinamismo à atividade doméstica”, pontua o Banco Central.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Do Relatório:

    “O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários.”

    http://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2015/06/ri201506P.pdf  p9

    Acredito que a “evidencia internacional e a experiencia brasileira” também são bastante fortes no sentido de deixar bem claro que, juros elevados , em alta e sem teto,recessão e o desemprego, os remédios escolhidos pelo BC, são uma péssima opção para melhorar “o horizonte de planejamento das familias e empresas”, além de também gerarem ” distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos”.

    Não resolve o problema e ainda gera infinitamente mais destruição e sofrimento do que uma inflação dois ou 3 pontos acima da meta.

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