Chile: a vitória de Pirro de Michelle Bachelet

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Especial para o Jornal GGN

Altíssima abstenção nas eleições reflete crise de representatividade

Diz a história que, ao receber os parabéns de seus oficiais pela vitória na Batalha de Ásculo, na qual perdeu metade de suas tropas, Pirro, o ruivo macedônio, teria respondido: “Mais uma vitória como esta, e estou perdido”.

É o que Michelle Bachelet, ex-presidenta (2006-2009) e candidata favorita à sucessão de Sebatián Piñera, remoeu em repetidos e cruciais momentos que antecederam sua vitória no primeiro turno das eleições majoritárias e proporcionais, ocorridas no Chile no último dia 17 de novembro.

Aberta mais da metade das urnas, na noite do dia 17, Bachelet exultava: “”Aquí no hay dos lecturas: hemos ganado y con amplia mayoría”. Era verdade, ela tinha arregimentado 46% dos votos válidos, mais de 20 pontos de vantagem sobre sua principal rival, Evelyn Matthei (25%), candidata de Piñera, mas também do pinochetismo duro.

Abstenção, o fantasma vitorioso

Contudo, o que Bachelet e a direita chilena não ousam admitir em público, é que a grande vitoriosa da eleição de 17 de novembro foi a abstenção e que, portanto, os 6,0 milhões de votos amealhados em um universo de 13,5 milhões de eleitores, obrigam, sim, os partidos políticos chilenos a uma segunda leitura: a de que a maioria dos chilenos não se sente mais representada pelos poderes constituídos. Pior: sente-se, sim, excluída do tão decantado “modelo econômico chileno”, erguido pelo gal. Pinochet, cuja continuidade o decrépito ditador exigiu dos partidos democráticos da Concertación, com quem negociou a transição em 1990, que ampliada pelo Partido Comunista, na recente campanha apresentou-se como a coligação Nueva Mayoría.

São favas contadas entre observadores e analistas chilenos, que o preocupante índice de abstenção reflete duas causas principais: o desgaste da democracia amputada, engendrada e legada pelo gal. Pinochet, e o não atendimento das reivindicações dos movimentos sociais – com destaque para as mobilizações estudantis e contra o sistema de aposentadorias – pelo Executivo, mas também pelo ineficiente e desacreditado Legislativo.

A rigor, o alerta, de que algo cheirava à podre no reino herdado do tirano dos Andes, fora dado em novembro de 2012. Inaugurando o novo expediente do voto voluntário, para atrair novos 5,0 milhões de jovens eleitores, o resultado das eleições municipais atingiu governo e oposição com um tiro pela culatra: 60% dos eleitores sabotaram o escrutínio.

Sebastián Piñera reagiu imediatamente: “Es una señal de alerta que no debe pasar desapercibida”. Contudo, no curso dos meses, passado o susto, a admissão do presidente mais soou como frase de efeito inconsequente, do que efetiva preocupação com a voz das ruas, principalmente das multitudinárias manifestações estudantis por um novo sistema de ensino público, sem fins lucrativos.

Cidadania “impugna” o Estado

“Não resta dúvida”, afirma a cientista política Marcela Ríos, funcionária da ONU em Santiago, “que as pessoas que não votavam antes, não se omitiam por preguiça de inscrever-se, mas, sim, devido a um descontentamento muito mais profundo com os partidos, o sistema político, com a democracia, pois um voto automático não resolve estes problemas”.

Alberto Mayol, jovem professor de Sociologia da Universidade do Chile – que teve que se reinventar como filho de Manfredo Mayol, ilustre ex-diretor do canal estatal TVN e colaborador da DINA durante a ditadura Pinochet – vai mais longe: segundo ele, a relação entre o poderes constituídos e a Cidadania vive a “era da impugnação” dos primeiros pela última.

“A água chegou ao rio!”, já advertia Mayol após as eleições municipais de 2012, e Marcela Ríos prevenia a urgência de “uma mensagem da classe política à cidadania, realizando modificações estruturais cobradas, tais como o fim do sistema eleitoral binominal desenhado pela ditadura Pinochet – que garante maiorias para minorias eleitas -, a reforma da Constituição pinochetista e o atendimento das reivindicações estudantis”. Sem o atendimento da ampla pauta de pleitos populares não haveria reconhecimento da legitimidade das instituições da frágil democracia chilena.

Sondagens feitas pelo próprio CEP-Centro de Estudos Públicos, órgão governamental, alardeavam meses antes das eleições de 17 de novembro, que 53% dos consultados responderam “estar pouco ou nada interessados nas eleições”. 

Marta Lagos, socióloga e diretora da ONG Latinobarómetro, reitera as observações de Alberto Mayol e Marcela Ríos, assinalando que o abstencionismo no Chile é “uma crítica muito forte ao sistema”, que nos últimos 20 anos gerou “prosperidade econômica para alguns, excluindo a maioria”. Segundo a socióloga, a análise que importa fazer após as eleições é observar quê resposta darão os poderes constituídos no país à contundente crítica da desigualdade social (leia também “A face perversa do ´modelo chileno´”).

Entre promessas e credibilidade: o desafio de Michelle Bachelet

Durante sua campanha, Michelle Bachelet prometeu um governo focado em três grandes vetores de interesse social: gratuidade universal da educação superior dentro de no máximo seis anos, reforma tributária com aumento entre 20% e 25% dos impostos de empresas, que deverá financiar a universidade sem fins lucrativos e – pedra de toque de todo avanço democrático – a reforma da Constituição do ditador Pinochet, que ee.oo. amputou a transição com a Lei de Segurança de Estado e a Lei Antiterrorista, aplicada em atitude infeliz pela própria Bachelet contra insurgentes da etnia Mapuche em seu primeiro governo.

Virtualmente eleita no segundo turno da eleição presidencial, do próximo dia 15 de dezembro, para seu programa Bachelet deverá contar com o apoio da Nueva Mayoría integrada por socialistas, socialdemocratas, democrata-cristãos e comunistas – que arrebatou 70 dos 120 assentos da Câmara dos Deputados em Santiago, também impondo sua maioria no Senado, com 21 legisladores contra 16 da direitista Alianza por Chile.

Antecipando-se com um recado para o centro e a direita, ao afirmar que “governarei para o Chile todo”, Bachelet é alvo de duras críticas à esquerda, porque retrocedeu de seu projeto inicial de promover a reforma constitucional mediante uma Assembleia Constituinte, ampla e popular, que agora prefere viabilizar exclusivamente por via parlamentar. Daí a gigantesca profusão de cédulas marcadas com as iniciais “AC”, como primeiro sintoma de protesto dos movimentos sociais e sua campanha “Marca tu voto!”.

Tendo dobrado o número de seus deputados de três para seis, com a eleição das ex- dirigentes estudantis, Camila Vallejo e Karol Cariola, além de Daniel Núñez, membro do comitê central, o Partido Comunista se manifesta cautelosamente sobre a eventualidade de intregrar um futuro Governo Bachelet. É o que deixou transparecer em entrevista neste sábado, 22 de novembro, seu secretário-geral, o deputado Guillermo Teillier, lembrando que a posição da maioria, antes das eleições, era a de não participar do governo, mas que, agora, o partido estudava “o desdobramento do resultado das eleições”.

Camila Vallejo também saiu-se com uma evasiva, assinalando que “se bem tenho uma posição, este não é o espaço para apresentá-la”. Contudo, sabe-se através das numerosas entrevistas concedidas anteriormente, que a então “musa das ruas” não se sentia à vontade com o apoio direto à campanha de Bachelet, recomendada por seu partido, quanto mais fosse integrar seu futuro governo.

A militância não esquece e cobrará de Vallejo o que ela prometeu: usar seu mandato como espaço de manifestação dos movimentos sociais.
 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. De nada difere do que ocorre nos EUA

    “Nas eleições presidenciais a percentagem da população em idade de votar que se apresenta às urnas desceu gradualmente de cerca de 65% em 1960 para cerca de 55% em 1984. Nas eleições presidenciais de 1996 menos de metade do eleitorado votou; nunca a abstenção fora tão elevada neste tipo de eleições. A situação não se modificou substancialmente nas eleições presidenciais seguintes, pois em 2000 a taxa de participação foi apenas de 51%. Todavia, nas eleições presidenciais de 2004 foi já 61% do eleitorado a votar, uma tendência que se tornou mais acentuada em Novembro de 2008, quando votou 63% do eleitorado, a menor taxa de abstenção desde 1960.”
    http://passapalavra.info/2009/03/1579

  2. Na UE

    Nas eleições para o Parlamento Europeu a taxa média de participação, que foi de 62% em 1979, diminuiu de 1984 para 1989, passando de 61% para 59%, (…) Em 1999 a participação igualou as abstenções, ambas com 50%, e continuou a descer nas eleições de 2004, quando mal ultrapassou os 45%, embora com grandes variações, desde a Itália, com uma participação de 73%, até à Suécia, com 37%. Entre os novos membros da Europa de Leste o desinteresse foi mais notório ainda. Na Hungria a participação nas eleições de 2004 foi de 39%, na República Checa foi de 28%, na Polónia foi de 20% e na Eslováquia foi a mais baixa de toda a União, com 17%”
    http://passapalavra.info/2009/03/1579

  3. Uma releitura

    A abstenção ocorrida está completamente dentro dos partamares do que ocorre há décadas em qualquer país onde o voto não é obrigatório.

    Em 2009, Piñera teve 44% dos votos, portanto, menos do que Bachelet teve neste ano.

  4. Desculpa de perdedor

    O Voto facultativo é um discurso de direita, e que serve de desculpa para quando perdem.

    No Brasil estão fazendo campanha anti política (ou seja, anti-PT), justamente porque sabem que a direita na ganha nas urnas.

      1. Abstenção é boa prá direita, sempre

        A alta abstenção evitou a vitória de Bachellet no primeiro turno. No Brasil não seria diferente, basta olhar os mapas de votação da cidade de SP, a periferia é vermelha, exatamente a parcela da população que deixaria de votar por qualquer motivo, seja por manipulação da mídia, através dessa campanha de aversão à política, ou para não gastar com passagens de ônibus. Só sei que o mínimo que um cidadão pode fazer  quanto a obrigação cívica é dirigir-se à cabine de votação, nem que seja para votar em branco, se não quiser votar.

        1. Vc não sabe nada de São Paulo

          Vc não sabe nada de São Paulo mesmo. Desde o último recadastramento, as seções eleitorais de maioria da população fica a menos de 1km das residências…O voto é algo que se faz a pé.

      2. Não, o que ele disse é que os

        Não, o que ele disse é que os perdedores sempre vão arrumar alguma desculpa.

        Uma delas é que o voto facultativo, que é, de fato,  um discurso de direita, além de tudo, com viés elitista.

        A verdade é que com voto obrigatório ou não, o resultado será o mesmo.

        Pobre tem consciência política e rico também.

        Lembro que em 2010, no segundo turno,  votei de manhazinha e fui para Santos, achando que eu era o único esperto da face da Terra. Chegou na Bandeirantes, tudo parado (8p0). Ou seja, a classe média, de boba não tem nada. Foram lá votar no candidato derrotado, não o abandonaram ferido na estrada (Paulo Afro descendente)

        A ilusao da direita é essa, ou seja, despolitiza a política, torna o voto não obrigatório, achando que os pobres são um monte de idiotas. Bom que eles continuem pensando assim e vamos ganhar todas.

    1. Vivendo e aprendendo

      Interessante, só nessa semana aprendi duas coisas novas :

      Primeiro que o Wall Street Journal, o The Economist e o Financial Times são todos de esquerda, já que os petralhas, também de esquerda fazem coro com eles no elogia a privatização dos aeroportos brasileiros.

      E agora descobri que os milicos eram também todos de esquerda, porque obrigavam os brasileiros a votar.

      Genial.

  5. > (…) a de que a maioria

    > (…) a de que a maioria dos chilenos não se sente mais representada pelos poderes constituídos (…)

    Besteira. Essas pessoas simplesmente preferem fazer outra coisa do que pegar fila no dia da eleição. Onde quer que haja voto facultativo, é alta a abstenção.

  6. Nada disso. Antes o voto era

    Nada disso. Antes o voto era obrigatório e agora e pela PRIMEIRA VEZ deixou de ser. Somente isso. No futuro os chilenos descobrirão/sentirão que o voto é importante e aumentarão sua participação nas eleições

  7. A questão central é que a

    A questão central é que a política, da maneira que está, não estimula de fato o voto.

    Porém, não é o caso do Brasil, onde a população, apesar de todas as contradições, ainda acredita na política.

    Até porque acredito que o processo político/partidário no Brasil é muito mais politizado que na Europa/EUA.

    De mais a mais, parte da abstenção cresce a cada ano por pura crocodilagem no TSE, que não atualiza as listas de eleitores. Um dia desses, apareceu uma convocação para eu trabalhar na eleição lá em Campinas, só que meu título é de SP há mais de 10 anos, vai entender?

    Fora os óbitos, logo, essa abstenção no Brasil precisa ser revista. Mesmo assim não é alta se comparada com outros países.

    E parte da abstenção, apesar de eu não concordar, é na prática, o voto em quem está ganhando. Pois a população está dizendo mais ou menos assim: eu não vou votar neste(a) cara, porém, também não vou votar contra.

    1. Inclusive, quando na primeira

      Inclusive, quando na primeira eleição do Obama, a massa, especialmente a negra, saiu de casa, enfrentou todas as dificuldades que o sistema eleitoral estadunidense impõe, e tiveram uma das menores taxas de abstenções.

      Ou seja, quando a população vê que são diferentes (ainda que isso não seja tão simples) vai lá e vota.

  8. Patrulhas

    Parece que estão havendo patrulhas por tudo que é lugar. O fato do voto não ser obrigatório obriga – isso sim – aos partidos políticos buscar a representativadade que não têm. Sejam de esquerda ou de direita ou muito antes pelo contrário. O fato de haver baixa presença nas urnas e altos níveis de voto nulo, apenas mostra que os partidos não estão atendendo os anseios da população. Precisamos aqui no Brasil também de voto facultativo. Isto não é atitude “de direita”, como algumentam os arraigados no poder. Devem ser os mesmos que defendem que roubar é válido, desde que seja um roubo “de esquerda”. É o bom e velho leninismo em que os fins justificam os meios. O mesmo que fica feliz com fuzilamentos, desde que os fuzilados sejam “de direita”, “inimigos do povo”. Quem pensa assim não entendeu nada o que significa democracia. Realmente a vitória da esquerda no Chile é uma vitória de Pirro, muito bem colocada pelo Frederico. Espero siceramente que a coligação que venceu saiba tratar com estas questões e que a nossa queridinha do Movimento Estudantil, honre suas promessas de ser a voz dos movimentos sociais que estão descontentes com o que estão aí. E também que as minorias étnicas não sejam massacradas, como estão sendo aqui no Brasil. Um Brasil que tem um governo dito “de esquerda”, mas que se alia com as oligarquias mais atrasadas para massacrar nossos índios e acabar de forma nunca antes vista com o meio ambiente. O futuro nos mostrará…

    1. É golpismo barato

      Parece que estão havendo patrulhas por tudo que é lugar. O fato do voto não ser obrigatório obriga – isso sim – aos partidos políticos buscar a representatividade que não têm. 

      “Buscar a representatividade que não tem”, assim sem mais, uma afirmativa. Bem próprio. Não existem regras, a eleição foi fraudada, o estado é de exceção no Chile?

      Não importa se é de esquerda ou de direita, isto tem um nome: Golpismo barato. A eleição só dá “representatividade” se é o candidato de vocês que ganha, senão: É vitória de Pirro…

      Vocês não estão nem aí para representatividade da população! E ainda posam de vestais. 

  9. Mas serah tao dificil assim

    Mas serah tao dificil assim de entender?

    Eu cidadao NAo Quero votar. Eh soh isto, mas este artigo fascista da C.F. me diz que nao.

    Que caral…….-…de democracia.

    Malditos sejam .

     

     

  10. Perda de credibilidade no sistema político dos EUA

    Quer dizer que maior abstenção significa perda da confiança do eleitorado no sistema político-eleitoral vigente?

    Então vejam estes números dos EUA:

    “…Nas eleições presidenciais a percentagem da população em idade de votar que se apresenta às urnas desceu gradualmente de cerca de 65% em 1960 para cerca de 55% em 1984. Nas eleições presidenciais de 1996 menos de metade do eleitorado votou; nunca a abstenção fora tão elevada neste tipo de eleições. A situação não se modificou substancialmente nas eleições presidenciais seguintes, pois em 2000 a taxa de participação foi apenas de 51%. Todavia, nas eleições presidenciais de 2004 foi já 61% do eleitorado a votar, uma tendência que se tornou mais acentuada em Novembro de 2008, quando votou 63% do eleitorado, a menor taxa de abstenção desde 1960…”.

    fonte: http://passapalavra.info/2009/03/1579

    Ou seja: desde os anos 60 a parcela de eleitorado votante dos EUA diminuiu acentuadamente, só recuperando-se em níveis equivalentes a partir de 2004 – e ninguém analisou essa tendência como “perda de representatividade”, fraqueza ou desilusão popular de lá com o processo político (que é indireto e apenas bipartidário, num sistema republicano bem menos representativo que o nosso).

    E sabem o porquê dessa ausência de análise crítica lá? Porque pimenta no c#$@ dos outros é refresco!

    A análise crítica só é aplicada quando atende a um viés específico. Abs.

  11. “Golpismo é a…”

    Sr. Gilberto de Carvalho,

     

    em primeiro lugar quero adverti-lo que pseudônimos – nem o do Ministro, que não vai gostar das suas palhaçadas – o protege de medidas cabíveis: “golpista” é acusação de desespero, despreparo para debates democráticos e amigáveis, mas é também insulto que pode lhe custar caro, cidadão – o sr. não me subestime!

    Em segundo lugar, seus posts são ilustre manifestação de espírito rancoroso e defendido, de pessoa mal resolvida consigo e a coletividade. Inicia suas mal paridas com outras duas adjetivações ridículas, mas agressivas, o tal “ambientalista” (mas quem é ou está falando em “ambientalismo”??) e o tal Magnoli. O sr. deveria preocupar-se com sua saúde, sr. De Carvalho: está severamente desequilibrado, ou puxou fumo estragado.

     

    Já seus “argumentos” são ilustração cabal de pobreza de espírito, má informação e tortuosa formação ideológica. Exemplo disso é o caso da Suíça, citado por v.s.: é possível que a maioria dos suíços se sinta representada eleitoralmente, porque mal ou bem o Estado do Bem-Estar Social os protege; noves fora os estrangeiros de pele e olhos escuros, desde já excluídos das benesses. Que lhe ocorra tão péssima comparação apenas mostra o desnorteio de sua argumentação.

     

    Já o que ocorre no Chile é o protesto maciço de grandes contingentes politizados da população (em oposição à acomodada classe média suíça) contra a vigência do Saque Neoliberal com outras roupagens – entendeu bem, sr:? É a resistência contra a Privataria iniciada pelo Pinochetismo, mas aprofundada pela Concertación: foi o Pres. Ricardo Lagos que PRIVATIZOU e VENDEU os recursos hídricos da República do Chile à espanhola ENDESA – hoje, 60% da água do Chile pertencem a uma empresa da Espanha! Que também engoliu a Cia Telefónica do Chile. Quer mais? SÃO 17O EMPRESAS ESTATAIS PRIVATIZADAS, E O ENSINO TAMBÉM!

     

    Este é o país que Michelle Bachelet promete consertar, e para fazer isso, também terá que botar atrás das grades 1.100 perpetradores do Terrorismo de Estado necessário para impor a ferro e fogo o

    Saque Neoliberal.

     

    O resto, sr., são picuinhas deste seu rancoroso e golpista modo de debater.

     

    Informe-se, leia, estude, converse, entenda, APRENDA e respeite as bandeiras do POVO CHILENO!

     

    1. Lamentavel.
      Bastou um

      Lamentavel.

      Bastou um contraponto, para o senhor entupir o blog de ameaças :medidas cabiveis, lhe custará caro, sabe com quem está falando, etc, etc,

      Ridículas ameaças. Definitivamente, entenda que aqui é um forum, ninguem o ofendeu.

      Talvez não seja sua praia.

       

    2. Autor Anonimo…

      É muito covarde fazer imputações e ameaças anonimas.

      Creio que você não entendeu nada do que foi colocado. É em defesa do povo chileno. É em defesa da maioria que votou e escolheu Michelle Bachelet, por ampla maioria.

      1. Nunca me vendi como ministro. É justamente para não causar dúvidas que posto como “Gilberto .”  

      2. Frederico Füllgraf, que escreveu o artigo, é um ambientalista. Aliás razoavelmente conhecido. Procure se informar.

      3. Demetrio Martinelli Magnoli é um jornalista, sociólogo e geógrafo brasileiro. Em 2012, foi denominado pela revista “Época” de um dos “novos trombones da direita”

      4. O exemplo suíço foi justamente para demonstrar que baixo comparecimento às urnas não desqualifica alguém que se elegeu através de regras claras e de um processo eleitoral limpo. A vitória de Bachelet no primeiro turno portanto, NÃO é uma vitória de Pirro.

      Por último, pare de fazer ameaças e desqualificações pois este é um lugar de debate e não de imprecações. Além do mais, não tenho como subestima-lo: Não o conheço e você não teve a hombridade necessária para sair do anonimato.

      E ainda assim afirma que sou eu quem tem despreparo para debates democráticos e amigáveis…

       

       

  12.   Sigo na mesma linha que os

      Sigo na mesma linha que os colegas. Quando ganha a direita, seja como for, ninguém vê problema nenhum.

     

      Apenas para dar um exemplo: quando Mariano Rajoy ganhou as eleições na Espanha, num pleito com abstenção recorde e GRITANTE e REITERADA falta de representatividade, ninguém falou em vitória de Pirro nem nada. O cara foi lá e pôs em prática o horroroso programa de direita dele.

  13. O mesmo velho argumento

    Nassif, 

    Esta é uma provocação de domingo? “Especial” para o GGN? O GGN encontrou seu Magnoli?

    Incrível como os “ambientalistas”, não confundir com pessoas sérias que se dedicam ao tema, se aproximam dos conservadores. Começar um artigo com uma teoria tão sem fundamento, “baixa participação” (?), desqualifica qualquer outro argumento apresentado pelo autor.

    A premissa é falsa, conforme já foi destacada por alguns. Nas democracias mais antigas e consolidadas, onde o voto não é obrigatório, o comparecimento chileno às urnas ocorre dentro das expectativas. A Suiça, costuma ter menos de 50% de participação nas eleições (Ver .http://bit.ly/dGuz8E). Nunca vi um artigo afirmando que o suiço não se sente mais representada pelos poderes constituídos… 

    Então, porque a direita tem sempre o vezo de questionar processos democráticos sob esta alegação?

    Para, pobremente, justificar o próprio fracasso e falta de representatividade. Do governo, recém terminado, e das eleições, onde foram fragorosamente derrotados. Qualquer semelhança com o que assistimos por aqui (a cada nova pesquisa que não consegue alçar seus prediletos), não é mera coincidência. É a repetição desta mesma velha e clássica “racionalidade”.    

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador