Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Cinco economistas no deserto, por André Araújo

Cinco economistas no deserto, por André Araújo

O Programa Roda Viva de ontem, na TV Cultura, discutiu a crise econômica brasileira. Cinco economistas foram convocados: Bresser Pereira, Luis Gonzaga Belluzo, Marcos Lisboa, Samuel Pessoa e Amir Khair, todos economistas veteranos de nomeada, largamente conhecidos do público.

Ninguém esteve de acordo com ninguém, diagnósticos completamente diferentes, visões de processos e de movimentos que nada tinham a ver um com outro. Bresser como sempre um pouco confuso, Belluzo fazendo outro tipo de confusão, Pessoa com visão sociológica vendo pactos do povo consigo mesmo, Lisboa com todo o vestuário intelectual neoliberalíssimo, Khair foi o mais curto e preciso, na minha visão o melhor debatedor da noite.

Nenhum deles teve propostas simples e claras para a crise econômica brasileira porque são economistas mais acadêmicos que operacionais, embora alguns tivessem tido cargos de comando com avaliações contraditórias.

Na minha visão o grande dirigente de economia deve ser um político de alta categoria e não um economista, aliás esse é o conceito americano, onde muito raramente o Secretário do Tesouro, equivalente ao nosso Ministro da Fazenda, é um economista, são quase sempre empresários, advogados ou executivos. O único economista profissional no período recente foi Lawrence Summers, que todavia era menos acadêmico e mais operador com experiência diversificada.

No Brasil grandes Ministros da Fazenda, com comando operacional de soluções rápidas e sólidas foram, por exemplo, Oswaldo Aranha, Ministro nas décadas de 30 e 50, sem ser economista; Horácio Lafer, industrial, Ministro do segundo Governo Vargas; Sebastião Paes de Almeida, comerciante, Ministro de JK.

Comandante da economia é 90% capacidade de operação política e 10% conhecimento teórico.

Khair atacou o nervo de forma precisa: a conta de juros da dívida publica é muito mais importantes do que o déficit primário, a conta de juros é sete vezes maior que o ajuste fiscal de que tanto se fala e ninguém fala na absurda conta de juros.

As taxas de juros praticadas pelos bancos brasileiros são, na média (ele trouxe dados estatisticos), ONZE vezes maiores que a inflação, enquanto nos EUA, União Europeia e Japão o custo do dinheiro está menor que a inflação.

Segundo Khair as taxas de juros são o verdadeiro freio ao crescimento econômico e induzem a recessão.

Bresser dá importância quase total à abertura excessiva e mal feita da economia no Governo Collor secundada pela globalização financeira do Governo FHC. Belluzo dá importância capital à taxa de câmbio. Pessoa falou um disparate ao comentar a importância que Bresser dá à industria, disse que a industria não é assim tão importante, Lisboa vê tudo tão ruim que é melhor os brasileiros se suicidarem, está tudo uma tragédia, é o diapasão dos economistas de mercado.

Na verdade a economia brasileira está muito longe de estar tão ruim como essas análises apontam. Com reservas cambiais de 370 bilhões de dólares, maior exportador de soja e carne do mundo, bovina, aviária e suína, com gigantescos recursos naturais, o Brasil tem um economia desajustada que todavia tem fatores muito melhores que nas crises do passado, que foram resolvidas sem que o País deixasse de existir. Ao contrário, nas crises do passado o Brasil cresceu nas médias dentro das décadas mesmo com deficiências muito superiores às de hoje, a economia de 46 a 85 nunca perdeu o dinamismo.

O que vemos agora é uma campanha de auto flagelação e de negativismo que não havia nas crises anteriores e essa é a grande dificuldade de retomada do crescimento. A campanha interna alimenta a campanha externa, nós mesmo fornecemos os argumentos para sermos atacados pela mídia e pelo mercado financeiro internacional, quando no mundo vemos crises muito maiores do que a nossa sendo administradas com mais “molejo” e mais auto confiança, que por aqui desapareceu.

Definitivamente, o problema de nossa economia é, antes de mais nada, psicológico e político, os economistas não tem muita contribuição a dar neste cenário.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

53 Comentários

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  1. “Definitivamente, o problema

    “Definitivamente, o problema de nossa economia é, antes de mais nada, psicológico e político, os economistas não tem muita contribuição a dar neste cenário.”

    Correto.

    Economistas de mercado ou bancos são os únicos seres que conseguem fazer com que 2+2 seja igual a três para a grande maioria e igual a cinco para o 1%.

    Estão acabando com o país a partir do BC.

    O Moro faz o resto com a economia real.

  2. Caríssimo André

    Só tive notícias do programa e agora leio teu comentário. Permita-me uma brincadeira: você não está se pondo acima deles? Haja ego.

     

    Abraços

  3. Tenho acompanhado a algum
    Tenho acompanhado a algum tempo estas análises econômicas em canais de televisão. Sinceramente, não se vê uma proposta clara e objetiva . Em resumo, além das lamúrias do caos, todos geneticamente falam que os governos precisam fazer a reforma da previdência, reforma tributária e reforma trabalhista, sem contudo, elencar quais e como seriam estas reformas. Por favor Nassif, acho que com o seu vasto conhecimento econômico e político deveria tentar esclarecer quais seriam estas tais reformas. Pois, ao que me parecem, devem ser medidas extremamente anti populares que estes ditos economistas rebatedores não as explicitam exatamente para não prejudicar aquele ou aqueles partidos às quais são simpáticos ou militantes.

  4. Tenho acompanhado a algum
    Tenho acompanhado a algum tempo estas análises econômicas em canais de televisão. Sinceramente, não se vê uma proposta clara e objetiva . Em resumo, além das lamúrias do caos, todos genericamente falam que os governos precisam fazer a reforma da previdência, reforma tributária e reforma trabalhista, sem contudo, elencar quais e como seriam estas reformas. Por favor Nassif, acho que com o seu vasto conhecimento econômico e político deveria tentar esclarecer quais seriam estas tais reformas. Pois, ao que me parecem, devem ser medidas extremamente anti populares que estes ditos economistas rebatedores não as explicitam exatamente para não prejudicar aquele ou aqueles partidos às quais são simpáticos ou militantes.

  5. Que Beleza

    Se reunidos cinco economistas desse porte não conseguem se entender em relação à tão propalada crise eu pergunto: PRA QUE SE DAR TRELA TODA VEZ QUE ABREM SUAS MATRACAS?? O QUE TEM A DIZER OS DISTINTOS REITORES DAS UNIVERSIDADES AONDE SE FORMARAM TAIS SUMIDADES??

    Sinceramente o operário sem um dedo dá de dez mil a zero nessa turba.

  6. as teorias e a vida dura do povão
    Há certas coisas que os economistas leitores de planilhas não captam, vou dar um exemplo:

    Quando o povão perde o emprego vai correr atrás de outro.
    Quem é da construção civil , vai trabalhar como pedreiro. Quem trabalha na area de serviços via trablahar na portaria de condominio. E sim vão levando a dura vida.

    Quando um profissional liberal,classe média, perde o emprego o que faz: fica depremido, vai reclamar do governo, que está tudo ruim. que o Brasil já era. Depois vai querer um emprego com o mesmo salario porque afinal não vai quer trabalhar de graça.

    Por isso acredito que esta crise como as outras vai passar e vai passar porque não podemos depender de economistas e suas teorias.

  7. faltou o andré nesse programa

    faltou o andré nesse programa para dizer o que disse

    nestes últimos dois parágrafos desse ótimo texto.

    pelo que a gente conhece dos posts do andré, ele tem acurada

    percepção internacional e sente esse negativismo e esta autoflagelação,

    uma epécie de auto-suicídio, não do povão, claro, mas de uma elite

    historicamente escravagista, que assume e defende interesses

    internacionais e parece que quer entregar o país às empresas alienígenas…

  8. Operação política

    André, o cargo de ministro é político, não técnico.  Todos eles.  Aliás, a presidência do Executivo também… O problema de se colocar um técnico no cargo é que ele vai ter uma opinião e, logicamente, imagina que ele está certo e todos os outros estão errados. Em muitos paises civilizados, os técnicos e funcionários de carreira ocupam todos, todos os postos da administração, menos a chefia da pasta.  E o ministro fornece apenas a orientação política, não interferindo na esfera burocrática. Sabe, acho que isso ajuda a evitar corrupção.

  9. Juro pelos juros

    Juro que os juros são o nosso calcanhar de Aquiles. A safadeza da banca, os spreads malditos, a canalhice do setor financeiro que não financia atividade produtiva, a chantagem dos oligopólios subindo o preço dos produtos quando perdem receita em suas aplicações no Tesouro, as multinacionais fazendo arbitragem de juros, tomando dinheiro a taxas baixinhas (no BNDES ou em seus paises) e aplicando alegremente na Selic, etc. Haja paciência.

  10. É UM MILAGRE

    o Brasil continuar a existir tendo a grande #MidiaBandida que tem.

    Temos que ter a MENTE muito forte pra sobreviver a tanta depressão promovida pela tal midia…

     

    Mídia imparcial, já!

    Salve a Rede Brasil Atual, Salve a TVT !!!

  11. Fuga de capitais é o….

    Pelo menos um deles tocou o dedo na ferida dos juros. Houvesse um Ministro da Economia disposto a reduzi-los de uma penada só, sem medo de “fuga de capitais”, pois ela haveria, mas seria muito recompensada com a redução do dispêndio anual de 500 bilhões para coisa de 80 bilhões (falo em reduzir a taxa de juros para 3%, por aí)… Há muita palhaçada no ramo da Economia, com gente colocando até números fajutos para justificar a própria existência e dos negócios que fazem a alegria dos rentistas. O grande mal brasileiro é o grande mal do mundo inteiro: a financeirização da economia. Os bancos deixaram de ser linha auxiliar ao comércio e à indústria: eles são muito mais poderosos que ambos. Se isso não for destruído, não há saída.

  12. “Segundo Khair as taxas de

    “Segundo Khair as taxas de juros são o verdadeiro freio ao crescimento econômico e induzem a recessão.”

    Quem vai querer arriscar investir se pode ganhar 20% a.a. na renda fixa (é só ter mais de um milhão e não querer aplicar na poupança…)?

    Quem vair querer financiar um imóvel se o preços estão congelados e se é possivel pagar pelo aluguel a metade do valor cobrado pelo juro do financiamento?

    Ah, mas tem inflação. Pode ter para os pobres no supermercado, pois os valores dos ativos estão caindo ou estagnados e a taxa de juros nas alturas.

    E os dez maiores bancos sugando mais de 60 bi de LUCRO por ano da economia nacional.

    Se inverter essa lógica redirecionando-a para atividades produtivas geradoras de emprego (dentro de um contexto sustentável de crescimento socioeconomico e ambiental) é possível dar um cavalo de pau na economia. 

    1. Perfeito, passou da hora dos

      Perfeito, passou da hora dos bancos sofrem uma tributação maior ou trabalhar com os juros mais baixos, pois não existe uma lógica para o preço que eles cobram, como os juros dos bancos particulares serem o dobro dos juros dos bancos públicos

  13. Fla Flu

    O debate ficou na disputa ideológica.

    Lisboa e Pessoa bateram na mesma tecla do estado gastador, que devia fazer cortes, só não disseram onde.

    Bresser e Belluzzo criticando a abertura da economia.

    Khair foi o mais objetivo ao criticar os juros praticados, principalmente, desfazendo a retórica sempre alardeada que é para combater a inflação. 

    Como ele disse, a inflação dos alimentos foi mais alta no governo Dilma, implicitamente, por causa da estiagem prolongada que tivemos, repercutindo na agricultura e na geração de energia. O que nos permite perguntar: Pra quê juros alto? Juros vai combater esse tipo de inflação?

    Um ponto que achei preciso no argumento de Bresser foi sobre a taxa de câmbio. Concordo que deixamos o câmbio se pareciar muito, o que tirou a capacidade da nossa produção interna de competir.

    Só não entendo que não mencionaram sobre as reformas, principamente, a tributária.

     

     

  14. Economia

    Como diz um amigo meu, que é economista: 

    “Economia é a ciência com a qual ou sem a qual o mundo continua igual.”

    Pensando melhor, não sei se eu concordo… Acho até que o mundo poderia ser melhor sem essa “ciência”.

    1. Economia.

      Perfeito comentario. Um conselho: Se voce enriquecer sua empresa,o comercio ou industria,enfim negocios. Contrate um economista e prepare a quebradeira generalizada.Economista não é o fim da picada,é o começo. Trabalhei a vida inteira no cartel da confecçao de malha, Cia hering e Sulfabril.Uma debandou seu patrimoneo para o financeiro e foi pra china,abandonando sua maior reliquia ,os clientes tradicionais, A outra,Sulfabrim pediu auto-falencia em 1988 e respirou ate ano passado. dizem que sera ressuscitada nesse ano,por empresarios mineiros.espero que nao sejam empresarios lorenzetti que pregam sustentabilidade e produzem uma tranqueira de chuveiro que consome metade da energia da casa.Lorenzette,sinonimo de chuveiro,se esbaldou com turbinas para hidreeletricas,mamando no governo ate pedir concordata. Sulfabril e Hering,sinonimos de camisetas,maior acervo de mao de obra textil das Americas vem tentando matar a galinha dos ovos de ouro graças a economistas e filhinhos de papai,netinhos assim como o cartel midiatico,entregue a essas baratas.

  15. O economês já encheu

    É impressionante a falta de comunicação de grande parte dos economistas. Eles se apegam em demasia a formulas e designações de dificil compreensão para o público. Todos usaram o bordão deficit público e deficit primário, mas fora Khair, ninguém investiu pesado contra os juros praticados pelos bancos. Dois ou três insistiram no deficit público, nas despesas excessivas do executivo, mas jamais deram exemplos de gastanças, E olha que na falta no Brasil, tanto nolegislativo como no Judiciário. O economês já encheu, muitos economistas falam com soberba, mas esquecem dos subsídios, das subvenções e das gastanças apresentadas como mordomias ou auxílios nas várias áreas dos governos. Aliás, quando houve o confisco famigerado do Collor, referedando pelo congresso cheio de tucanos, não lembro de ninguém (banqueiros e conomistas) virem a público defender o povo, o cliente que acreditou no direito adquirido.

  16. A queda de 3% do PIB e a inflação de 10% são ‘psicológicas’!

    Realmente a Economia do país não está tão ruim assim. No ano passado tivemos só uma queda de 3% do PIB e uma inflação de 10%, com certeza isso é um sinal de que a Economia está ótima.Nenhum pais em crise tem uma queda de 3% do PIB. Alguém pode lembrar que já tivemos inflação de 10% ao dia, mas a maioria da população era relativamente protegida da alta inflação: os salários eram indexados e havia a caderneta de poupança, que Dilma destruiu.Mas uma queda do PIB so superada pelo inicio dos anos 1990 e a previsão que o país so volta a crescer em 2018 não é uma situação economica tão ruim, de forma alguma. Mas talvez o autor do post não confie em dados e conceitos criados por ‘economistas’. Deveria então conversar com trabalhadores que estão perdendo renda real e emprego e com empresários que simplesmente não conseguem vender e investir.

    A queda do PIB é psicológica. Isso parece argumento de …economista!

    1. Falar a inflação é facil

      Falar a inflação é facil entender o motivo do aumento é dificil

      Tem que lembrar que a energia teve que ser ter aumento, devido a seca e uso das termoelétricas

      Tem qeu lembrar que por anos a fio a Petrobras bancou a gasolina mais barata quando o barril do petróleo estava na casa dos 110 dolares.

       

      Resumindo, preços foram recompostos, transferiram para toda a cadeia produtiva, isso é normal não tinha outra saída….infelizmente

    2. A “economia” é feita de decisões pessoais

      Creio que o colega não entendeu. Quanto se diz que a questão é “psicológica” se refere às decisões das pessoas que definem níveis de produção e de compras, bem como de serviços.

      Exemplo claro, ao meu ver, foi o incentivo do governo Lula durante a crise de 2008/2009, que além de subsidiar compras no comércio, agiu na liberação do crédito via bancos oficiais. Naquele período, os lucros de BB e CEF foram históricamente maiores.

      No último Natal, comerciantes perceberam que estavam perdendo vendas porque não tinham estoque para atender a demanda. A decisão de comprar menos é totalmente psicológica, provavelmente sobre as notícias que previam (e preveem) o caos econômico total do Brasil. Efeito manada! 

      Se isso não é “psicológico”, não sei mais o que é.

      É aquela história: os pessimistas sempre poderão falar “não ficou tão ruim porque alertei” se errarem as previsões.

      http://www.fecomercio.com.br/NoticiaArtigo/Artigo/14714

      1. tomando o efeito pela causa…

        Subsidio e liberação de crédito por parte do governo são decisões economicas e politcas que podem influenciar o estado psicológico, mas não são estados psicológicos. As pessoas ficaram otimistas porque tinham mais crédito e não o contrário. A decisão de comprar menos não é psicológica, é um resultado da diminuição da renda real. Posso estar muito feliz da vida, otimista e alegre, mas se estou muito endividado, os juros do crédito aumentaram, perdi o emprego ou minha renda real diminuiu meu estado psicológico nada tem a ver com meus gastos. Ninguem chega no mercado e diz: estou muito confiante, mas não tenho dinheiro para comprar, você pode me vender que eu te dou minha confiança e otimismo e troca?

    3. A questão nesse contexto é a

      A questão nesse contexto é a fundamental importancia das decisões individuais na determinação de investimento.

      Se todos tiverem medo de investir em novas lojas, fabricas e edificos a economia trava , ai entra a formação piscologica de confiança ou não confiança dos agentes economicos. Na Alemanha de 1946 completamente destruida havia confiança na recuperação e o Pais passou a trabalhar nessa direção levando a que em dez anos a economia funcionava plenamente.

      O Premio Nobel de Economia de 2002, Daniel Kanneman, ganhou o galardão por seus estudos sobr o papel da psicologia sobre

      os movimentos economicos, papel que cada vez é visto como mais importante na formação das decisões.

      1. argumento de autoridade não me convence.

        Caro

        Dizer que a crise é psicológica é apenas mais um argumento econômico como os cinco diferentes apresentados pelos cinco economistas. Meu comentário foi apenas para ressaltar que contra os argumentos de outros economistas voce apresentou um argumento economico. A Economia não é uma ciencia exata e por isso temos 6 explicações economicas diferentes para a crise. Mas meu comentário foi principalmente para apontar que independente da explicação para a crise, não se pode deixar de reconhecê-la como um fato.

        Um argumento de autoridade, um psicologo ganhou o prêmio do Banco Central da Suécia(erroneamente chamado de Prêmio Nobel de Economia), não é um argumento. Pelo menos não para quem conhece Economia. Somente a explicação psicologica da decisão dos agentes não é suficiente para chegar a conclusões agregadas. Primeiro porque supõe que aquilo que os agentes esperam é o que realmente acontece. E em algo complexo como a economia isso não é valido, já que são vários agentes diferentes que pensam diferente e agem em condições diferentes, condições que nenhum agente individual é capaz de controlar ou prever com precisão.

        Além disso o ‘estado de confiança’ deve ser explicado:o que faz os investidores se sentirem pessimistas ou otimistas? Um surto inexplicável do insconsciente ou mudanças nas condições reais? Os alemães se sentiram mais confiantes porque existiam novas oportunidades de investimento lucrativo após a guerra ou porque subitamente ficaram mais felizes? Pode se estar tomando o efeito como a causa.

  17. Desigualdade ausente

    O tema mais quente da atualidade no debate econômico, o problema da desigualdade, ficou de fora. Será que as saídas para a crise não precisariam ser tratadas no contexto da necessidade urgente de promover a superação do modelo concentrador de riqueza e de poder que está minando as bases da democracia no Brasil e no Ocidente em geral? 

    Seria uma forma de superar a falsa dicotomia entre desenvolvimentistas e liberais que trava o avanço de debate no Brasil.

    Ou seja, faltou Piketty e Bernie Sanders no debate, os fenomenos mais interessantes no mundo da academia e da politica desse século.

    A saída da crise não pode ser pretexto para reforçar politicas concentradoras de renda, um processo que precisa ser revertido e não acelerado.

    Por outro lado, se reconhecermos que a democracia é um valor fundamental, tanto para liberais como para desenvolvimentistas, e que a concentração de riqueza no topo da piramide é sua maior inimiga, teríamos uma boa base para montar uma agenda que desse conta dessa dupla demanda: sair da crise e conter o o avanço do poder do dinheiro sobre a política.

     

  18. Sabotagem da economia

    Em junho de 2013, a economia do Brasil vendia saúde. Era só felicidade. A aprovação de Dilma/PT situava nas estrelas. Com o início das gigantescas e impunes badernas, por todo o Brasil, seguida de implacáveis persiguições políticas de tudo que é PT, conseguiram empurrar a nossa economia para a atual situação de desemprego e desânimo empresarial. Sabotagem, mesmo. Na China, seriam fuzilados. 

  19. Político e antropológico

    André, parabéns pela lucidez da análise. Os economistas, os politicos e os formadores de opinião de uma forma geral apresentam análises particulares, com vies ideologico forte. Poucos percebem com serenidade a importância de uma negociação que leve ao consenso. No entanto, diferente da sua opinião, o programa Roda VIVA de ontem apresentou alguns dos economistas que mais contribuem para uma analise serena. O prof. Belluzzo, com certeza é um deles e o analista econômico Amir Khair também. Este, a tempos vem escrevendo sobre a necessidade de redução da taxa selic. O nosso problema é político e antropológico (cultura). São poucos os economistas que entendem disso.

  20. Bresser Perreira teve um

    Bresser Perreira teve um papel importantíssimo na modernização do estado, poucos sabem, poucos reconhecem, não sou da direita, mas falar que ele não sabe de gestão é falta de conhecimento

    http://www.bresserpereira.org.br/documents/mare/planodiretor/planodiretor.pdf

    Talvez foi a unica coisa que FHC fez no seu governo que prestou para alguma coisa, infelizmente não teve sequencia e muita coisa foi deturpada.

    1. Nunca diria que Bresser

      Nunca diria que Bresser Pereira não sabe economia. Eu disse que ele é confuso na hora de explicar seus pontos de vista.

      Bresser Pereira foi injustiçado na memoria economica do Pais, foi ele quem criou o que seriam os BRADY BONDS, brilhante solução para reorganização da divida externa do Brasil e que depois foi aplicada a outros emergentes na iminencia de moratorias desorganizadas. Digo injustiçado porque Nicholas Brady em reunião com Bresser em Washington disse qu aquela ideia era ” non starter” , isto é, inviavel, logo depois ele usou a ideia de Bresser e criou os bonus funding da divida externa que indevidamente foram apelidados de BRADY BONDS, usurpando o merito que deveria ser de Bresser. Logo depois que Lula foi eleito Nicholas Brady veio ao Brasil e foi recebido no comite de campnha do PT na Rua Borges Lagoa, o partido pediu que Luciano Coutinho e eu o recepcionassemos, Brady na tipica posição professoral americana deu conselhos a serem transmitidos a Lula, sem nem por elegancia mencionar a ideia brilhante de Bresser que ele copiou e que lhe deu fama internacional indevida como economista criativo.

      1. Reconhecimento a Bresser-Pereira

        Parabéns pelo comentário!

        Muito bom, muito bom mesmo. Digno de considerações na medida em que buscou transmitir um valioso reconhecimento e justeza a um grande economista. Certamente, não saberíamos dessa notícia tão esclarecedora.

         

         

         

         

  21. Para resolver os problemas do Brasil…

    …são necessárias algumas ferramentas: corda e fuzil. A serem utilizadas, não contra os da periferia, mas para algumas famílias e seus asseclas…

  22. Sou fã da honestidade

    Sou fã da honestidade intelectual do Bresser, mesmo não concordando completamente com ele. Na minha opinião é um excelente porta-voz do Nacional-Desenvolvimentismo.

    Mas, a melhor leitura do é do liberal Marcos Lisboa. Penso que todos os leitores desse blog deveriam assistir esse Roda Viva. Esses homens são amostras dos cavalheiros que nós precisamos para debater o país e não os obtusos procuradores e delegados da pf. Isso sem falar na visão rasa e burocrática dos membros judiciário.

    Um homem feito Beluzzo, com sua maturidade, entende a dinâmica do mundo. Enquanto os burocratas da lava jato, com toda sua arrogância, atentam contra o país e os brasileiros, sobretudo a sociedade capitalista.

    Ou seja, o jogo de xadrez é muito complexo para uma mente rasa, burocrática e obtusa. A juridiquez desses caras, além de improdutiva, é de fazer vergonha!!

    Ah, tem um debatedor aqui se fingindo de “de esquerda” e imparcial, mas extremamente conservador em manter as castas jurídicas, em manter as lambanças da constituição. Ou seja, o debatedor deve ser um procurador que vomita o mantra do Cardoso em dizer que as instituições, não eletivas e corporativistas, devem ser autônomas e seus membros vitalícios são, de forma sagrada, cavalheiros. Coisa que não é. Os homens públicos são forjados pelo trabalho, leitura e estudo sério. Por isso que as cortes nababescas e corporações de funcionários públicos não formam, e não formarão jamais, cavalheiros.

    Finalmente, a melhor e mais serena leitura foi a do Khais. Objetivo demais. Didático. Em cinco minutos ele diz mais do que o ministro Toffoli em cinco horas de um voto no supremo. É notório que a juridiquez e o bacharelismo emburreceram o pais.

  23. o problema do Brasil

    O problema do Brasil não será resolvido por nenhum  economistas, o problema do Brasil foi a falta de competência para barrar essa grande Mídia avassaladora , ainda formadora de opinião em massa, que o PT não teve competência para barrar, como  a concessão da chamada REDE GLOBO  e suas afiliadas. Temos um quarto poder no Brasil que se chama Mídia televisiva , que embora toda a tecnologia , aqui, ainda, é o maior meio de comunicação, em nenhum país no mundo se vê em notíciários reporteres com acessos tão restritos a documentos, locais, informações etc sigilosos, em tempo record, julgando, pre-julgando pessoas,  destruindo empresas,  vidas, famílias, seus bens mais preciosos que é a dignidade,  sem o devido processo legal. Enquanto estivermos a mercê das familias Marinho, Srotski etc, amarguraremos tempos nebulosos. Não vejo saída. É o fim dos tempos.

    1. carmen, só para te lembrar

      A mídia não colocou Guido Mantega como Ministro da Fazenda, nem Arno Augustin na Secretaria do Tesouro para devastarem a economia brasileira. Quem fez isso foi a Dilma. Volte ao mundo real, por favor.

  24. Keynes poderia reencarnar

    Keynes poderia reencarnar agora e ser convocado por Dilma. Provavelmente não adiantaria, pois por melhor que seja o economista, ele não tem muito o que fazer se o chefe dele acha que ele entende mais do que o seu economista. Estamos com um governo que almoça pensando como vai conseguir a janta. Para o Brasil não ser uma república de bananas tamanho família Dilma tem que terminar o seu mandato. Mas hoje tenho consciência de que o preço está sendo alto e pode ser ainda mais alto até 2018. Dilma caminha para ser o pior presidente eleito do país. 

  25. O pessimismo decorre de um governo que não sabe o que fazer

    E que, aliás, nunca soube o que fazer. As convicções econômicas de Dilma, Mantega e Mercadante são o caminho certeiro para o abismo, tanto que nos trouxeram à beira dele. Como Dilma não demonstra a menor convicção dos novos rumos a serem seguidos, é óbvio que o pessimismo irá imperar. Alguém ficaria tranquilo à bordo de uma nau sem rumo com várias tormentas internacionais no horizonte?

  26. Márcio Pochmann: a receita para destruir de vez o Brasil
    Enquanto alguém como o Márcio Pochmann continuar sendo o mentor das políticas econômicas pré-adolescentes que o PT defende, recomendo que nenhum cidadão vote no partido. O cara oferece o caminho mais seguro e certeiro para o buraco econômico e para o colapso social. Diga-se de passagem, Aécio Neves é outro que não merece votos, por estar sabotando qualquer ajuste. Ele se tornou o maior aliado da política econômica suicida que o PT sugere. 

  27. ¨Definitivamente, o problema

    ¨Definitivamente, o problema de nossa economia é, antes de mais nada, psicológico e político, os economistas não tem muita contribuição a dar neste cenário.¨

    O Delfim Netto vive falando isso.

  28. Reproduzo o comentário que

    Reproduzo o comentário que postei no artigo do Sr. Nassif.

    Boa tarde Sr. Nassif.

    Primorosa sua análise. Entretanto discordo quando vc diz que o governo Lula se apoiou na economia real. No meu ponto de vista Lula, tal qual FHC, se apoiou no setor financeiro, distribuindo nacos generosos à economia real e migalhas à “gentalha”, financiado pelo boom das comodities.

    Agora que o boom passou, o que vivemos nada mais é do que a luta política (inclusive golpes abaixo da linha da cintura) pela repartição do bolo. O setor financeiro surfa com a onda de um dos maiores juros do planeta, quando , na maioria do mundo, os juros nunca estiveram tão baixos e até mesmo negativos. Com o enfraquecimento do BNDES, o setor real da economia ficou a míngua, tendo suas dificuldades amenizadas pela desvalorização do real, tal qual o setor agropecuário.

    Como sempre a conta está sendo paga pela “ralé”. Assalariados, pequenos empresários, etc.

    Para resolvermos o problema fiscal deveríamos atacar em três frentes: 1)Racionalização dos gastos (melhora na gestão e aplicação dos recursos públicos); 2)Taxar a renda proveniente de ganhos financeiros da mesma forma que a renda proveniente do salário e 3) reduzir a conta juros levando as taxas a patamares compatíveis com o praticado no resto do mundo.

    Outro ponto em que a sociedade precisa ser esclarecida é o porquê de se remunerar, pela taxa Selic, os depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a recolher ao BC. O custo de captação destes recursos é zero para os bancos, que já cobram taxas nada módicas de manutenção de contas e pelos serviços oferecidos.

  29. Apenas a Venezuela vai ter recessão pior que a do Brasil em 2016

    Coincidência esses dois países serem os piores? Não, meus caros. O esforço dos desenvolvimentistas foi muito grande para conseguir devastar o Brasil a esse ponto.

      1. espanta

        3% de cresceimento negativo no ano passado, 4% de crescimento negativo no atual e sabe-se lá como será 2017. Nos últimos 100 anos não houve nada igual.

  30. Não está tão ruim assim?

    “Na verdade a economia brasileira está muito longe de estar tão ruim como essas análises apontam.”

    Sério mesmo que vc acha isso, André? Dois anos seguidos de recessão a -3,0% pelo menos — como nunca antes na História deste país — e vc acha que não está tão ruim assim?

    Pessoas perdendo emprego, salários em queda, nível de atividade econômica desabando, empresas fechando, inflação persistindo em patamares em torno de 10%, déficit praticamente incorrigível nas contas da União… e absolutamente nenhum, repito, NENHUM sinal por parte do governo de reversão desse quadro.

    E não está tão ruim assim como as análises apontam?
     

    1. Os fatores basicos estão

      Os fatores basicos estão muito melhores do que nas crises anteriores, reservas internacionais enormes, pouca divida externa. grande exportação de produtos essenciais, soja e carnes, o que está havendo é FALTA DE CAPACIDADE de lidar com a crise.

  31. Roda Viva

    https://www.youtube.com/watch?v=uBQ-p-98LiE

    Bresser Pereira

    Esta crise que é antiga, ela apenas se agravou.  Alem de corrigir o déficit publico tem que corrigir o cambio.

    Uma das reformas mais urgentes é a desindexação.

    Precisa restabelecer a confiança…Precisa. É uma questão de sobrevivência nossa restabelecer a confiança.

    Estamos numa crise, é um ciclo e todas as crises terminam num certo momento. Uma crise aguda como não existia a muito tempo.

    O que esta em jogo realmente é… qual é o futuro do Brasil.

    Estamos ficando pra tras desde 1990, não é desde que começou o PT, a impressão que a mídia da é que o Brasil começou a ficar pra tras qdo começou o PT, não é verdade. Quer dizer, começou a ficar pra tras no governo Collor, Collor abriu toda a economia. A abertura da economia em si mesma não foi o mal, a maneira como foi feita que prejudicou todo o parque industrial e iniciou-se ali a desindustrialização chegando ao descalabro atual.

    Qual é projeto que o Brasil precisa ter, é muito simples. O Brasil precisa se reindustrializar. Para isto é necessário que os juros sejam baixos e a taxa de cambio competitiva. São as duas coisas que a muito tempo estão fora do lugar.

    “Triste mas… real, discute-se interminavelmente o futuro do brasil, porque é impossível aos brasileiros melhorar o próprio presente.”

    Necessario equilíbrio macroeconômico.

    Cinco preços macroeconômicos no lugar certo.

    1-Taxa de lucro. Nos últimos 30 anos aqui no Brasil não teve taxa de lucro para as empresas industriais, colocando o cambio muito apreciado e os juros muito alto. O cambio esteve ciclicamente apreciado.

    Taxa de salários cresceu mais do que a produtividade.

    Como a inflação vai ser mantida baixa se a economia é toda indexada.

    Esta é a reforma fundamental que precisa ser feita.

    O plano real começou a fazer a indexação, mas deixou uma boa parte.

    O estado brasileiro não pode entrar em qualquer contrato com indexação.

     

    Ou o Brasil aproveita a oportunidade para realizar uma nova politica desenvolvimentista ou… mas uma nova politica desenvolvimentista não esta politica desenvolvimentista populista adotada pelo PT, e ai, quer dizer, o brasil volta a crescer, qual é o projeto que o brasil tem que ter hoje?

    – É muito simples. O Brasil precisa Rendustrializar. Lendo os jornais a solução parece outra, a solução é liberalizar…

    Nos estamos liberalizando desde 1990 ——.

    O fundamental é rendustrializar… Pra isto, o que que é fundamental?

    É fundamental que a taxa de juro seja baixa e a taxa de cambio seja competitiva. Porque são as duas coisas que há muito tempo estão fora do lugar. Por acaso, agora na crise a taxa de cambio ta no lugar certo, mas não tem duvida, é só esperar um pouco que ela volta se não houver uma politica cambial forte e firme.

    É fundamental que não se tenha o déficit em conta corrente e aqueles que quer liberalizar… liberalizar… liberalizar, nunca fala em déficit em conta corrente. Que é o Brasil inteiro se endividando, quer dizer, tornando a taxa de cambio, ainda, porque o déficit em conta corrente significa uma taxa de cambio mais apreciada. Uma taxa de cambio mais apreciada, significa que as empresas não tem mais condição de investir. Então temos que enfrentar estes problemas e o momento pra isto é agora.

    Como vamos ter uma inflação baixa, se temos uma economia toda indexada???

    Então isto é uma reforma extremamente fundamental. Ideal um projeto de Lei que proíba o governo a assinar qualquer contrato com indexação. Precisamos acabar com a Selic.

    A Selic é um instrumento exclusivamente do Brasil de taxa básica de juros. Todos os outros países não tem uma taxa pos fixada. Necessario a reforma da Selic e a desindexação.

     

    XXXX

     

    Beluzzo

    Deficit primário são as despesas do governo  menos as receitas exceto as despesas financeiras as despesas com juros.

    Deficit nominal incluem as despesas com juros.

    A situação do sistema bancário é muito rium, porque ninguém paga ninguém, as empresas não estão pagando suas dividas. Os bancos estão pedalando também, estão empurrando com a barriga o negocio da provisão dos devedores duvidosos porque a inadimplência esta crescendo. Este é um assunto que não esta sendo tocado nesta crise, algumas pessoas falam que sera necessário fazer um novo PROER.

     

    Vc assistiu o Big Shorts? Não? Devia.

    Em Seul toda empresa que se beneficiava de incentivos do governo assumia o compromisso de cumprir metas.

     

    Teve um ciclo de commodities muito favorável, assim que desacelerou o que o governo fez? – Tudo errado!

    – Fez desoneração… Mexeu nas coisas erradas e não fez o que devia fazer que era na verdade recuperar o cambio e fazer um ciclo de investimentos públicos em vez de gastar em outras coisas, gastar em investimento publico pra manter a economia funcionando.

    XXXX

    Amir Khair

    A inflação de 2015 foi causada principalmente pelos preços monitorados.

    Energia, combustível, transporte coletivo, agua e esgoto dos governos estaduais, estes preços em media subiram 18% foram responsáveis por metade da inflação dos 10,7%. Em 2016 não vai se repetir a mesma inflação dos preços monitorados,

    Vai aumentar o desemprego porque as empresas resistiram em demitir porque custa caro, a legislação tem uma serie de encargos que é muito penoso para as empresas, para demitir e também para admitir. As empresas sustentaram até onde puderam, neste ano vai continuar as demissões.

    Aquilo que mata a economia brasileira há muitos anos isto atravessa vários governos, uma taxa de juros extremamente fora da realidade, uma taxa de juros  extremamente alta no Brasil, não falo apenas da Selic que é a taxa mais discutida, mas falo da Selic e principalmente da taxa de juros ao tomador, aquele vai ao bco a uma financeira e tenta obter um financiamento para a atividade dele.

     

    Isto é um freio tremendo na economia.

     

    O grande desafio não é tanto a inflação, mas é o crescimento econômico, tem que remover esta barreira, que é a taxa de juros ao consumo, este é o primeiro ponto, segundo ponto, a questão fiscal.

    XXXX

    Samuel Pessoa

    Educação fundamental de qualidade.

    A poupança é fundamental. Enquanto a China, as famílias chinesas tem um taxa de poupança de 50% do PIB, cada cidadão chines poupa muito sobre a renda disponível.

    2016 vai ser melhor do que 2015, vai haver uma recuperação, mas, muito medíocre.

    XXX

     

    Marcos Lisboa

     

    Uma economia que se fechou, uma economia que resgatou o velho modelo que o Bresser chamou de, desenvolvimentista populista, que o nome não é ruim, que é… de conteúdo nacional, proteção, desonerações tributarias… eh… pra um eh… não pra outro, esta politica desastrada dos últimos anos que acabou levando para uma queda de produtividade os indicadores de produtividade setoriais começam a cair a partir de 2011 e se tornam negativos no caso de capital dos últimos anos, queda de produtividade… queda de produtividade nos setores que foram mais protegidos… estes são uns dados surpreendentes…

     

    Preciso dar um passo a frente nesta polarização mais simples do debate.  Ou é liberal ou é antiliberal, ou defende o consenso de Washington ou não, isto tem mais de 20 anos… A literatura evoluiu, desde la.

    Os países que se desenvolveram nos últimos 50 anos tem a casa relativamente em ordem.

    -Tem a macro razoalvelmente em ordem.

    -Tem educação.

    -Tem todo um ambiente institucional. Estavel e com diretrizes claras e compreensíveis para a sociedade.

     

    O problema é a trajetória do gasto. Se reformas não forem feitas, o gasto financeiro vai continuar subindo.

    Tem algo mais profundo nos problemas brasileiro, na nossa economia, que não se resume a decisões voluntaristas…

    Decisões voluntaristas tendem ao fracasso. Qdo o Brasil abaixa a taxa real de juros tem problema com a inflação que o resto do mundo não tem.

    Precisamos entender um pouco as razões pelas quais nosso cambio esteve onde esteve, os juros, e acho que estes problemas é menos do que um ato de vontade politica, tem causas estruturais que precisam ser investigadas com calma, tentamos um experimentalismo no passado, reduzir juros e cambio e o resultado foi inflação e não foi bem sucedido. Alias… o experimentalismo de intervenções voluntariosas em cambio e em juros não são obvias, nos anos 80 tentamos também prefixar cambio, prefixar correção monetária, e foi um desastre daquele.

    Vamos para o mundo real, sair da macro, vamos para as firmas.

    Este ponto é fundamental para o Brasil, porém, ele trata o mal resultado das empresas brasileiras comparadas com as dos países desenvolvidos como ineficiência alegando por alto diversas razões.

    As diversas razões que colocam as empresas brasileira bem abaixo em produtividade com as dos países desenvolvidos pode ser sintetizado com o famoso custo brasil e todas as mazelas e dificuldades dai decorrentes.

    O ciclo de criação e desenvolvimento das empresas nos países desenvolvidos segue um padrão de economias solidas e estáveis, com nascimento crescimento e estabilidade durante o termo de vida as quais as empresas brasileiras não podem contar. O alto índice de fechamento das empresas brasileiras logo nos dois primeiros anos de sua abertura apontam para esta realidade.

    Resgatar o bom ambiente corporativo das empresas  brasileiras é fundamental, que permitam ganhos consistentes de produtividade. Senão daqui a dez anos, vamos  estar discutindo a macro e o pais vai continuar se distanciando da fronteira do mundo.

  32. AA diz:”O problema de nossa

    AA diz:”O problema de nossa economia antes de mais nada é psicológico e político…”

    Concordo!Acredito que tudo isso que está aí é provocado mesmo!

    Querem e conseguiram tirar a sensação de que o Brasil avançou muitos nestes anos

    em vários setores,quebraram a autoestima que estava em ascensão nos Brasileiros!

    A quem interessa o caos? Se pensarmos um pouquinho acharemos as respostas!!!

  33. Muita gente fala dos juros…

    Eu recordo que uma vez o Mário Henrique Simonsen propôs que se criasse uma nova estatal. Tínhamos Petrobras, Eletr obras, Telebras, Nuclebras e tantas outras bras…faltava a JUROBRAS.

    Tem o pessoal da Auditoria Cidadã da Dívida que há decadas levanta o assunto. Para quem não sabe, nossa Constituição Cidadã prevê no artigo 26 das disposições constitucionais transitorias:

    Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional promoverá, através de Comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo brasileiro.

    O prazo venceu há 26 anos.

    Algumas pessoas falam do peso dos juros no orçamento nacional há muito tempo mas por uma estranha razão são muito pouco ouvidas. Já tivemos até uma CPI da Dívida em 2010 e, surpresa…naquele momento os juros cairam. Só pode ser coincidência…

    É imperativo que se ataque o problema dos juros que estão colapsando não apenas o orçamento público mas também os privados e freiando a economia.

  34. O Capital no século XXI

    Aliás, a propósito, Tomas Piketty que escreveu o Capital no século XXI, afirma que os governos deveriam instituir um imposto baixo sobre capitais inclusive como uma forma de assegurar uma maior longevidade do atual status quo. Do contrário haverá uma concentração tão grande de capitais em maos de poucas pessoas que poderá por em risco o sistema atual.

    Piketty diz que os governos devem cobrar impostos dos ricos e não dar-lhes dinheiro na forma de pagamento de juros da dívida pública.

    Ele também escreve algo interessante e que talvez possa ser útil no Brasil. Diz que a Alemanha pagou sua dívida colossal com inflação. Oideal seria cobrar impostos e com eles quitar a dívida mas como isso é politicamente inviável a solução pode ser rodar a maquininha de imprimir dinheiro. Para-se de rolar a dívida e a cada vencimento de títulos estes quitados com dinheiro recém saído da impressora. É verdade que muitos títulos são pós-fixados mas ao final de algum tempo teremos uma boa redução da dívida e com certeza da taxa de juros também.

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