Ciro: Qualquer bodega no Ceará tem projeto, mas o Brasil não

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

“Brasília está dominada por uma coalizão de gatunos”, diz Ciro Gomes

Da CartaCapital

Agora na iniciativa privada, como chefe da ferrovia Transnordestina, o ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador do Ceará Ciro Gomes não poupou o Congresso Nacional e as coligações partidárias durante sua participação na 3ª edição do Fórum Brasil promovido por CartaCapital, cujo tema neste ano é “Crescer ou crescer”. Para Ciro, o parlamento está dominado por ladrões.

Ciro participou de uma mesa de debate com o ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais Celso Amorim e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), David Barioni Neto. Os três se reuniram na tarde desta sexta-feira 22 para falar sobre o tema “Exportações, o Caminho para Sair da Crise”. Segundo a falar, Ciro revelou seu pessimismo em relação à retomada do crescimento econômico: “O Brasil não tem projeto”, afirmou.

Ciro, candidato ao Planalto em 1998 e 2002, é difícil criticar os rumos da política industrial e de comércio exterior brasileira porque eles simplesmente não existem. “Temos de forçar a elite brasileira a ajuizar nossa agenda, que é inexistente. O Brasil não tem projeto. Qualquer bodega no Ceará tem projeto, mas o Brasil não.”

A culpa, afirmou Ciro Gomes, começa pelas alianças partidárias no Congresso, considerado o mais conservador desde a redemocratização do Brasil. “Brasília está dominada por uma coalizão de gatunos e incompetentes”, afirmou. “E isso é grave menos pela novela moralista e mais pelo cinismo de um Congresso de ladrões convocando CPIs e bandidos acusando gente séria de ser bandido”, disse.

Gomes poupou a presidente Dilma Rousseff das críticas, a quem considerou “uma exceção, porque é honrada e tem espírito público”.

O comentário de Ciro, ex-governador do Ceará, vai ao encontro do que afirmou seu irmão Cid, ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff. Em evento na Universidade Federal do Pará, Cid disse haver no Congresso “400 ou 300 achacadores” se aproveitando da fraqueza do governo para levar vantagens. A frase provocou indignação contra Cid no Congresso, e ele acabou deixando o governo.

A terceira edição do Fórum Brasil faz parte da série Diálogos Capitais, uma iniciativa da Editora Confiança que busca apresentar e discutir temas de grande relevância para o País.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Não espalhem.Não contem pra

    Não espalhem.Não contem pra ninguém: eu já votei nesse cara.

      O mesmo que disse( depois de eu ter votado) que mulher só serve pra cama e não opinar.

        Quase não acreditei,

       Mas Ciro confirmou.

        Se eu pudesse entraria na urna e retiraria meu voto.

          Sinto muito mesmo que o nome desse troglodita ainda seja lembrado neste blog.

               Fadado ao esquecimento, é seu destino.

    1. Perdemos amigos, por causa de piadas.

      A frase de Ciro, foi num contexto sobre o papel da sua esposa Patricia Pilar, com relação a politica e suas posições. Talvez quisesse blindar sua mulher. Banca e vaidade derrubam os tontos, como diz uma musica da Elis. Considero Ciro uma excelente pessoa e admiro sua franqueza e capacidades. De qualquer modo, acredito que faria bem a Ciro ele pedir desculpas, foi mal interpretado. Por certo foi uma daquelas piadas infelizes e qualquer pessoa está sujeita e o remendo só piora.

  2. Digam aí Ciro, Nassif e

    Digam aí Ciro, Nassif e ‘Vanderlei Luxemburgo’:

    – qual é o tal ‘projecto’, seus eventuais resultados,  e como aplicá-lo nas condições políticas brasileiras atuais?

    Os três únicos projetos de país que presenciei na minha vida no Brasil foram:

    – Ditadura Militar, com o ‘Brasil Grande’, nacionalismo moderado e vacilante, com crescimento baseado em endividamento externo, proteção ao mercado interno e principalmente aos industriais e banqueiros, com o tal de ‘capitalismo sem risco’, e com o ‘crescimento do bolo, para depois dividi-lo’.

    – FHC, com neo liberalismo radical, com a venda de patrimônio público(privatizações) de U$ 100 bilhões para pagar “somente” os juros da dívida pública, sem nenhum centavo de reinvestimento interno, atralamento ao Ocidente e pricipalmente aos USA, política e econômicamente, e o tradiconal “cada um por si e Deus pelos mais ricos” na área social.

    – Lula e Dilma, com crescimento baseado na distribuição de renda, no  grande aumento do consumo interno, no aumento das exportações e divesificação de parceiros estratégicos, com independência dos USA e países centrais, e fortalecimento do Estado brasileiro, valorização cambial exagerada, subsídios públicos em épocas de crise internacional e recuos estratégicos moderados nesta política, e que tenta ainda o equilíbrio justo entre o ‘deus mercado’ e as ‘demandas públicas sociais seculares’.

    Me parece que o último foi o que mais rendeu bons resultados para o país e seu povo até o momento, e em todos os sentidos, econômicos e sociais.

    Alguma outra alternativa viável de projeto de país a apresentar?

    Fortalecimento da indústria nacional! Simples, não! Óbvio, não?

    Sim!

    Mas como? Com o nível do empressariado que temos no Brasil, e que pensa somente a curto prazo e a lucro máximo, custe o que custar, sendo capaz de até matar a ‘galinha de ovos de ouro de fome’, o povo, para que isto seja possível.

    Aliás há séculos que pensam e agem assim! Pensando e cuidando somente do próprio umbigo!

     

     

     

     

     

  3. Dupla

    Nassif,

    Não sei se são 300 ou 400 achacadores, mas são necessariamente em número superior a 267, esta a quantidade de eleitos pelo povo que votaram pela eleição de Eduardo Cunha.

    Este é o grupo de pior qualidade que já andou por ali, o grupo mais retrógrado dos últimos sessenta anos, capaz de cometer as maiores barbaridades em nome daquilo que a maioria de lá nunc a teve, moralidade e da honestidade.

    ECunha e, fora do Congresso, Sergio Moro formam uma dupla difícil de ser superada, o primeiro muito esperto, o segundo um perfeito boçal.   

    1. Deu mais um bug no blog.

      Deu mais um bug no blog. Portanto, não é contigo, não. Alfredo.

      Eu nem desgosto dele, Ciro Gomes, não. Mas, é o típico comentário que não acrescenta nada. Faz até gol contra. Como não tem projeto? Reduzir a desigualdade, aumentar salario mínimo, conteúdo nacional, Estado indutor de infra estrutura, negócios e políticas sociais, garantia e amplação de Direitos… Como não tem projeto? O quê ele quer, slogan? O que ele quer é aparecer!

      É assim que se fala com ele. Quando ele se candidatou falou e renegociar os contratos financeiros. Porque não insiste nisso e para de conversa fiada?! Repito: é assim que se fala com ele

      1. Surrealismo

        Lucinei,

        Considero pertinente a crítica de Ciro Gomes em relação ao Congresso Nacional.

        O governo vem encontrando dificuldades para levar adiante qualquer tipo de projeto, pois tudo o que DRousseff resolver fazer será alvo de bombardeio difuso, oposição e parte desta base aliada que pouco vale.

        RCalheiros e ECunha são do PMDB, portanto, da base aliada, e veja o que temos, e como se não bastasse, existem os petistas que também votam ou se dizem contra iniciativas do governo federal, o caso de Lindinho em relação ao ajuste fiscal – é surrealismo na veia.

        Um abraço 

  4. inversão de valores

    Por falar a verdade e por não baixar a cabeça ao achacador mor – Presidente da Câmara – Cid entregou o cargo, é o cúmulo da inversão de valores. Será que os achacadores irão convocar o Ciro?

  5. Jogar gasolina no fogo é

    Jogar gasolina no fogo é fácil. Difícil é apagá-lo. Quando surgiu no cenário nacional, simpatizava com a figura do Ciro. Porém, com o passar do tempo não vejo nele a frieza necessária para ser presidente. Agir com o fígado só ajuda aos adversários. É só ver o resultado do embate entre Dilma e Eduardo Cunha, entre o impulso e a cálculo frio. 

  6. Um palanque em 218 com Ciro

    Um palanque em 218 com Ciro Gomes no topo não faria mal a ninguém. Ele seria, com certeza, uma das vozes mais necessárias para incomodar os malandros da política inservível, de baixo nível, porque nunca se vendeu, nunca deixou um pelo de rabo pra que alguém ousasse descontruí-lo como um grande político, de trajetória sabida e respeitada, sem contar que conhece o Brasil como a palma da mão, e é, sem sombra de dúvida, um homem estudioso e culto. Na pior das hipótese, ele, que conheceu à fundo as tramoias do PSDB, partido do qual foi filiado, considerando ser o bateu-levou de sempre, faria muta diferença se se candidatasse a Presidente. Meu voto seria dele.

  7. Eu gosto do Ciro

    O Ciro tem uma rapidez e uma inteligência muito boa, e não fala abrobrinha, cada frase acerta na mosca, ou 

    na ferida. Como se dizem aqui no nordeste, tem uma língua ferina que doe.

  8. Os irmãos Gomes seriam bons para o início de qualquer …

    Os irmãos Gomes tem uma sensibilidade política típica de elementos necessários para o início de qualquer revolução, não importando qual seja.

    Seriam aqueles que se colocaria para determinar quais cabeças deveriam ser cortadas, depois limpa a oposição se colocava os dois num barco, avião ou helicóptero e ocorria um acidente. Toda a culpa dos desmandos cairiam sobre os mesmos e a revolução ficaria limpinha!

    Ou seja, esta sinceridade cavalar, a famosa figura de um elefante numa loja de cristais, vai inviabilizar qualquer grande protagonismo dos mesmos na história brasileira, pois por mais que todos saibam que o congresso é composto por um monte de picaretas, não se deve dizer isto!

    1. Cargos para os dois numa imaginária revolução!

      Ministro da Justiça e Minstro da Segurança interna, em seis meses estaríamos livres de alguns milhares de vigaristas com uma dezena de injustiças! O problema seriam as injustiças, por isto a solução do “acidente”.

      1. Mais um adendo.

        Getúlio Vargas deu a fórmula mágica da criação de um Ministério ideal. 10 homens, probos, republicanos e legalistas e um para fazer o que tem que ser feito.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador