Closes e silêncios: o legado de Fernando Faro para a TV

Jornal GGN – Morreu na madrugada desta segunda-feira (25) o jornalista, produtor musical e diretor, Fernando Faro, famoso por criar e apresentar o programa Ensaio, da TV Cultura. Ele tinha 88 anos e estava internado há três meses no hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Faro deu entrada no hospital com um quadro de desidratação, e foi vitimado por uma infecção hospitalar. Ele está sendo velado desde as 9h no Cemitério do Araçá, no bairro de Cerqueira César. Será cremado às 20h.

O programa Ensaio surgiu em 1969, na TV Tupi. Nele, o apresentador recebia grandes nomes da MPB e os colocava em close, interferindo apenas com a voz, permitindo erros e improvisações.

O programa era marcado por um uso consciente do silêncio, quase que como em uma sessão de psicanálise. “O meu vocabulário de TV tem a pausa, o silêncio”, disse Faro em um especial da TV Cultura.

“Eu li uma vez um negócio do McLuhan em que ele dizia que o plano geral, em TV, não mostra nada. Só o close – o big close – pode mostrar alguma coisa”. Dessa forma, ele mostrava aspectos às vezes inéditos dos artistas que recebia.

O programa estreou na TV Cultura em 1990, com o mesmo formato.

Pela ocasião do seu falecimento, Faro recebeu homenagens nas redes sociais. O músico e apresentador Rolando Boldrin disse em sua página no Facebook que “”Hoje a TV Brasileira perde um grande profissional. Nosso Querido Amigo Fernando Faro. A música Brasileira perde a sua Maior Referência, e o Céu ganha um Anjo da nossa Música”.

Faro era conhecido como “Baixo”, apelido dado pelo novelista Cassiano Gabus Mendes. Era sua maneira informal e carinhosa de tratar os amigos. Sua biografia foi lançada em 2007 pela Fundação Padre Anchieta é intitulada “Baixo – Fernando Faro”.

Com informações do G1

Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A memória cultural no Brasil

    A memória cultural no Brasil deve muito a Fernando Faro, principalmente no que tange à música popular, graças ao seu programa Ensaio, com mais de 700 convidados principais (sem contar os músicos acompanhantes). Foi o mais revolucionário produtor de TV do país, devido a sua inteligência, sensibilidade e ousadia. Vide os formatos e o conteúdo do Ensaio.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=qUQ8xu9rteY%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=X5FrC3YQOlI%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=cgqO3PNMRac%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=3cV5F14HyfQ%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=1MGsvU47x8k%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=87FNMfTGSmA%5D

     

    1. A memória cultural… (2)

      Chico Buarque

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=PVzqbQzW9Ic align:center]

      Gonzaguinha

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=8k2HXkKppeY align:center]

      Cartola e Lecy Brandão

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=FD0iMdRnZGk align:center]

      Baden Powell

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=sgb8pz9cncA align:center]

      Tom Zé

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=eAdXvEtOfbI align:center]

      Gilberto Gil

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=pKisn-JvXd0 align:center]

       

  2. Grande Homem, grande

    Grande Homem, grande incentivador de nossa musica, nossa cultura, de uma epoca em que a rede cultura não era esse antro de monstrengos que a atual administração pos la dentro, era a Rede Cultura com c maiusculo. Só senti falta de um programa com o Raul, esses dias estava assistindo o eterno “maldito” Walter Franco.

  3. Entrevistamos o Faro (07/2001) – Uma questão de postura

    Depoimento do Fernando Faro, sobre o golpe de 64:

    Eu lembro que uma vez estava Mino Carta e eu.

    E o Mino disse: “Isso não pode continuar assim. Vamos alugar um ônibus, juntar uns amigos, pegar umas armas e vamos para Brasília”. (risos).

    Eu disse: “Mino, não vai dar certo. Primeiro porque… sabe atirar de fuzil”? (risos).

    E ele: “Não”.

    Nós chegamos lá com fuzis e tudo mais no ônibus… “Não vai dar certo isso”.

    E a gente desistiu a tempo de fazer o papelão.

    Mas valeu, valeu a postura.

  4. certamente a história da mpb


    certamente a história da mpb não teria dimensão que tem sem o

    fino senso estético, catalizador e organico de fernando faro…

    suavidade, beleza, harmonia…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador