Contra extinção do MinC, artistas ocupam prédios em 14 capitais

Jornal GGN – Em protesto contra a extinção do Ministério da Cultura pelo governo interino de Michel Temer, artistas e trabalhadores da cultura ocupam 14 prédios do Ministério da Cultura, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Fundação Nacional de Arte (Funarte) em diversas capitais do país. As ocupações contam com shows de músicos como  Frejat, Leoni, Lenine e Pedro Luís, Arnaldo Antunes, Otto, Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Outros artistas, como as atrizes Andrea Beltrão e Teresa Seiblitz e o cineasta Ruy Guerra, também declararam apoio ao movimento.

O presidente interino, Michel Temer, transformou o MinC em uma secretaria, subordinada ao Ministério da Educação. Nesta semana, ao menos cinco mulheres recusaram convites para assumir a pasta, que será comandada por Marcelo Calero, que foi secretário de Cultura do município do Rio de Janeiro.

Do Estadão

De Macapá a Curitiba, já são 14 os prédios da Cultura ocupados no País
 
Artistas e trabalhadores do setor protestam contra governo Michel Temer e extinção do Ministério da Cultura
 
De Macapá a Curitiba, artistas e trabalhadores da cultura já ocupam 14 prédios do Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Fundação Nacional de Arte (Funarte) em 14 capitais do País. As ocupações começaram no domingo, na sede da Funarte em Belo Horizonte e, nos últimos cinco dias, o movimento se espalhou para o Rio, Brasília, São Paulo, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, Curitiba, Cuiabá e Macapá. Os artistas protestam contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer, e a extinção do MinC, com sua subordinação ao Ministério da Educação.
 
No Rio, o Palácio Gustavo Capanema, onde funciona a representação do MinC para o Rio e Espírito Santo, e também órgãos como o Iphan, a Funarte e a Fundação Palmares, a presença dos artistas, das áreas da música, dança, teatro e cinema, e de trabalhadores da cultura, vem ganhando força e visibilidade a cada dia. São cerca de 50 pessoas dormindo no segundo andar do prédio, e centenas participando de shows, oficinas, performances e plenárias. No Facebook, são pedidas doações de alimentos, materiais de limpeza e de papelaria, para confecção de cartazes, que chegam a todo momento.
 
Ontem, apresentaram-­se no palco montado sob os pilotis os músicos Frejat, Leoni, Lenine e Pedro Luís. Anteontem, houve shows de Arnaldo Antunes e Otto. Hoje, são esperadas as presenças de Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Artistas de peso, como as atrizes Andrea Beltrão e Teresa Seiblitz e o cineasta Ruy Guerra foram até lá para dar seu apoio ao movimento e gravaram vídeos de endosso, veiculados no Facebook.
 
O anúncio, anteontem, do nome do novo secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, até então secretário de Cultura do município do Rio, não mudou em nada os rumos da ocupação carioca, que recusa diálogo com a gestão Temer, por considerá­la ilegítima. O manifesto do grupo diz: “Exigimos a deposição imediata do governo ilegítimo que tenta se instaurar. Não reconhecemos Michel Temer como presidente do Brasil. Qualquer tipo de negociação com o Palácio do Planalto é uma forma de legitimação do golpe. Faremos a governança real e simbólica na luta pelos nossos direitos, ocupando ­- de forma pacífica, mas contundente -­ o Palácio Gustavo Capanema. Reafirmamos que o espaço público é o lugar da luta política e que as ocupações são legítimas e necessárias.”
 
“Não aceitamos migalhas, não ficaremos no varejo. Isso aqui não é só um setor reivindicando sua subsistência, embora o que está acontecendo atinja nosso fazer cultural e artístico. A questão é muito maior”, disse a atriz e professora Ana Lúcia Pardo, uma das ocupantes.
 
À frente da Secretaria de Cultura da prefeitura do Rio por um ano e quatro meses, Marcelo Calero conquistou a simpatia da classe artística carioca pelo diálogo aberto com diferentes setores. Nesse período, trabalhou pela descentralização e democratização do acesso à cultura. Inaugurou arenas culturais, reabriu teatros que estavam fechados, implementou políticas de fomento às artes e de residências artísticas na rede municipal de teatros. Por outro lado, foi criticado por ter fechado o Centro de Referência Cultura Infância, parâmetro de teatro infantil de qualidade, que funcionava no Teatro do Jockey, alegando que os recursos deveriam ser empregados em regiões com menos equipamentos culturais.
 
Aliado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, do mesmo PMDB do presidente em exercício Michel Temer, ele tem 33 anos e trabalha na área cultural há três. Advogado e diplomata, é considerado um bom articulador. Na segunda-­feira, como ouvinte, chegou a participar de um encontro promovido pela Associação dos Produtores de Teatro do Rio (APTR) em que representantes do setor cultural pediam a manutenção do MinC.
Redação

3 Comentários

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  1. Preparem-se porque a chinela

    Preparem-se porque a chinela vai cantar. O Lex Luthor tupiniquim vai mandar desocupar na força. Se nem com estudante ele pega leve, imagine artista.   

  2. A corporação

    Por Wanderley Guilherme dos Santos

     

    OS BONS DE MÍDIA

     

    18 de maio de 2016

    Segunda Opinião, , , ,

     

    Não posso deixar de perguntar: cadê o Caetano Veloso que escreveria contra a fusão dos ministérios das mulheres, da igualdade social, da juventude e dos direitos humanos, absorvidos pelo ministério da Justiça?! Medida claramente policialesca, mas os atingidos não contam com celebridades cinematográficas, telenovelescas, teatrais, musicais, tudo pessoal da chamada “cultura”, os únicos com divulgadas ocupações, concertos, discursos inflamados, autocongratulações e demandas, sem a mínima referência à presidenta expropriada, aos negros, mulheres, vulneráveis e indefesos, entregues ao escárnio da televisão e jornais. Corporação da pesada, essa, monopolizadora da “cultura” em holofote, que inclui desde produtores brilhantes a medíocres burocratas aparelhadores. Sejam solidários a todos os expropriados! Tenham vergonha!

    1. Que acusação mesquinha.Os

      Que acusação mesquinha.

      Os artistas tem protestado não apenas por questões relativas à cultura, mas contra o golpe e as medidas antipopulares do vice-presidente traíra e usurpador.

      Toma aí Caetano Veloso cantando na ocupação do MinC, no Rio, com um belo coro de vozes, contra o golpe.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=egsUkhOkybQ%5D

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