Data venia, ministra Cármen Lúcia, por Pasquale Cipro Neto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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foto de Pedro Ladeira – Folhapress

Jornal GGN – A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ao ser eleita por dez votos para a presidência do Supremo, resolveu subir nas tamanquinhas em questão perfeitamente dispensável: ela ironizou o desejo da presidenta eleita por 54,5 milhões de votos, Dilma Rousseff, em assim ser tratada. A questão rodou as redes sociais, pontuando como sendo de uma grosseria dispensável. A presidente do STF, com seus 10 votos, poderia ter ficado sem esta nódoa em sua primeira ação como chefe dos ministros indicados por presidentes eleitos. 

Pasquale Cipro Neto, em seu artigo de hoje, fala sobre o presidente e a presidenta, explicando aos puros a questão. Leia a seguir.

da Folha

Data venia, ministra Cármen Lúcia

por Pasquale Cipro Neto

Na sessão de 10.ago, o atual presidente do STF disse o seguinte : “Então eu concedo a palavra à eminente ministra Cármen Lúcia, nossa presidenta eleita… Ou presidente?”. A resposta da ministra foi esta: “Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa, eu acho que o cargo é de presidente, não é não?”. ‘Data venia’, Excelência, o cargo é de presidente ou presidenta.

Essa questão atormenta o país desde que Dilma Rousseff venceu a primeira eleição e disse que queria ser chamada de “presidenta”, porque, para ela, a forma feminina acentua a sua condição de mulher, a primeira mulher a presidir o país.

Esse argumento me parece frouxo e um tanto infantil. O que acentua o fato de Dilma ser mulher é justamente o fato de ela ser mulher, mas respeito a escolha dela e os que acham justo esse argumento.

O que não se pode, de jeito nenhum, é ditar “regras” linguísticas totalmente desprovidas de fundamento técnico, mas foi justamente isso o que mais se viu/ouviu/leu desde que Dilma manifestou a sua preferência por “presidenta”, forma que não foi inventada por ela.

Na bobajada que se lê na internet, o argumento mais frequente é justamente o da inexistência de “serventa”, “adolescenta” etc., como se a língua fosse regida unicamente por processos cartesianos.

Não é, caro leitor. Se assim fosse, não teríamos como fatos consagrados inúmeros casos que nem de longe seguem a lógica. Ou será que no padrão culto se registra algo como “Fulano suicidou”? Pela “lógica”, seria essa a forma padrão, mas…

A língua não funciona assim. Um exemplo: às vezes, o falante não tem noção histórica da formação de um termo e acrescenta algo que “ressuscite” o seu sentido literal. É isso que explica, por exemplo, a pronominalização de “suicidar” (“Ele se suicidou”, “Tu te suicidarias?”). O verbo não é “suicidar”; é “suicidar-se”. Pode procurar no “Houaiss” etc.

A terminação “-nte”, que vem do particípio presente latino, forma (em português e em outras línguas) adjetivos e substantivos que indicam a noção de “agente” (“pedinte”, “caminhante”, “assaltante”).

99,9999% desses termos não têm variação; o que varia é o artigo ou outro determinante (o/a viajante, o/a estudante, nosso/nossa comandante), mas é claro que há exceções.

Uma delas é justamente “presidenta”, registrada há mais de um século. Na sua edição de 1913, o dicionário de Cândido de Figueiredo registra “presidenta”, como “neologismo”. Um século depois, esse “neo-” perdeu a razão. A edição de 1939 do “Vocabulário Ortográfico” registra o termo. A última edição de cada um dos nossos mais importantes dicionários e a do “Vocabulário Ortográfico” também registram.

Deve-se tomar muito cuidado quando se usa como argumento o registro num dicionário. Nada de dizer que “a palavra existe porque está no dicionário”; é o contrário, ou seja, a palavra está no dicionário porque existe, porque tem uso em determinado registro linguístico.

Tenho profundo respeito pela ministra Cármen Lúcia, não só pela liturgia do cargo, mas também e sobretudo pela altivez com que o professa. Justamente por isso, ouso dizer que teria sido melhor ela ter dito simplesmente “Prefiro presidente”.

Aproveito para lembrar que não tenho feicibúqui, tuíter, instagrã etc., portanto toda a bobajada internética a mim atribuída é falsa. É isso.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

61 Comentários

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  1. Nem tanto

    Quanto ao último parágrafo, os portugueses levam isso a sério. Lá é eletrão – não eletron-, para citar apenas um exemplo, e estamos conversados.

  2. Lixo

    O que a inveja não faz..A grosseria dessa senhora contra a PresidentA Dilma, é pura inveja. Essa  togada se junta a outros cínicos, hipócritas e invejosos porque sabem, lá no fundo, o que a história reservará para eles, o lixo onde estão entre outros,  nomes como joaquim silvério dos reis.

    1. Inveja é coisa de comadres,

      Inveja é coisa de comadres, nas altas esferas de poder existe ambição, não inveja. Trotsky teria inveja de Stalin?

      Claro que não, Trotsky se achava infinitamente superior a Stalin. A Ministra Carmen Lucia tem traços de dureza

      que não são muitas vezes agradaveis mas seria a ultima pessoa no planeta a ter inveja de alguem, muito menos de Dilma.

      E porque teria inveja? Carmen Lucia teve uma solida carreira que culmina com a presidencia do STF, vai ter inveja de que?

      1. Falou o finório que conhece

        Falou o finório que conhece tanto as altas rodas que pode falar até sobre o íntimo da Carmém Lúcia de “sólida carreira”: a última pessoa a ter inveja de Dilma. E pejorativamente diz ainda que “inveja é coisa de comadres”.  E comadre aí é no sentido de pobre. Tão arrogante quanto a ministra. 

      2. Não confundir líderes de
        Não confundir líderes de primeira grandeza como Trotsky – no Brasil, Lula, Brizola, Getúlio e mesmo Dilma – com seres pequenos como Gilmar Mendes e Carmen Lucia. A história dará o tratamento devido a cada um.

      3. A razão reveste seu comentário

        De fato, a juíza não inveja a presidenta porque na sua egolatria míope, entende-se como superior àquela que alfinetou, principalmente pela concepção sobre política e mandatos, versus cargos da burocracia, notadamente as autoridades (como bem pontuou Nassif em textos pretéritos).

        É esse desprezo que desemboca na falta de decoro, nessa espécie de cotovelada institucional intencional.

        Não se trata aqui de discutirmos quem é mais ou menos importante, do ponto de vista histórico, mas sim a visão que o sujeito(a) tem de si e de seu papel, que o leva a desejar suplantar o outro, o qual enxerga um rival às suas ambições.

        Claro que dona carmen não chega nem a poeira debaixo dos pés de Dilma, mas isso é outra discussão.

      4. Inveja é coisa de qualquer um, AA…

        Não são só as comadres que tem inveja, qualquer um tem ou pode ter. Dos maiores aos menores, de Caim a Abel, de Iago a Otelo, de Hemingway a Fitzgerald, passando por Leviatã e chegando em FHC, que com todos os seus doutorados e duas presidências, vai morrer com uma inveja absurda de Lula.

        A inveja atinge qualquer um, e foi justamente a isso a que se reduziu Cármen Lúcia quando exibiu a sua sabedoria de almanaque: a uma pessoa qualquer.

        As pessoas realmente de grandeza jamais iriam se prestar àquela patacoada pseudo-intelectual – principalmente estando erradas, como ela, Cármen Lúcia, está. Nem o Conselheiro Acácio se prestaria a tão triste, lamentável e medíocre papel. 

        1. A inveja é um sentimento

          A inveja é um sentimento intelectualmente menor e pessoas em altos niveis de poder costumam ter sentimentos de ambição ou ganancia, não de inveja, porque não há como um ser igual ao outro. Isaac Deutscher tratou desse tema na trilogia  biografica de Trotsky,  quando disse que Trotsky tinha desprezo por Stalin, mostranto que o intelectual tem por maior ambição ser elogiado por seus pares em inteligencia, aos que considera menos inteligentes dá o desprezo.

          É um completo absurdo dizer que alguem nas culminancias do poder tem enveja de outro tambem nas culminancias do poder, cada qual é IMPAR, não há a mesma similitude que tem dois vizinhos numa vila porque são pessoas, carreiras e

          biografias imcomparaveis, trajetorias que nem remotamente se parecem como estaveecer inveja entre seres tão diferentes?

          O que não se pode é usar categorias da vida comum, a do vizinho que tem inveja do outro da casa da frente que comrpou carro novo com alguem que é Governador de São Paulo e que teria inveja do Governador de Minas, isso não existe como categoria narrativa, foi o que eu quis dizer, dizer que um Ministro do STF tem inveja de Dilma é sandice, besteirol, não porque o do STF seja melhor e sim porque são situações impares por sua propria natureza, é um caso de ontologia, do ser em sua essencia.

          1. Chega, André!

            Você é maior do que isso. Ficar construindo discurso tipo textão pra defender essa bobagem infantil da Cármen Lúcia, pra querer provar metodicamente que ela é imune a inveja, me poupe! Você se engrandece mais reconhecendo com simplicidade e poucas palavras o auto-aviltamento da Cármen Lúcia do que escrevendo tratados filosóficos pra defendê-la!

          2. Não há discurso algum apenas

            Não há discurso algum apenas um debate interessante sobre sentimentos humanos, nem todos tem os mesmos sentimentos, tem gente arrogante e tem gente modesta, tem gente generosa e tem gente maldosa, o que não se pode é atribuir inveja a quem não se conhece, como alguem a distancia pode achar que uma pessoa que só se conhece pela TV é invejosa? A partir de que percepção ou informação? É preciso conhecer a alma da pessoa para saber que é invejosa, aliás é um sentimento raro, em minhas sete decadas de vida conheci poucas pessoas invejosas, conheci muito mais pessoas ambiciosas, gananciosas, desonestas, maquiavelicas, inveja é um sentimento tão pobre e inutil, faz mal ao proprio invejoso.

      5. Inveja É Coisa De Comadres?
        Boa tarde. Inveja é inerentemente atributo humano. É o que faz Mary Shelley escrever Frankesntein, os Deuses do Olimpo almejarem e, eventualmente, desejarem (aqui, no sentido puro) humanos e o Data querer conhecer a alma, o âmago, dos “Unidades Carbono” da Enterprise, err, humano. Inveja, como admiração ou cobiça, inerentes ao homem. Carmen Lúcia é passível de invejar a qualquer mortal, inclusive Dilma, eleita por 54 milhões de votos e que teve a coragem que ela jamais teve ou teria, qual seja a de lutar contra os algozes do povo brasileiro.

          1. Sim. Concordo.
            Mas justamente sra. Carmen Lúcia e outros ali naquela Casa de Licenças, sensu latu, não parecem ser tão superiores. Superior, ali, só o nome da choupana. A beberagem que sai dali é bem jubuticabana…

      6. Shakespeare em Otelo prova

        Shakespeare em Otelo prova que inveja não é “coisa de comadres”. É um sentimento humano e portanto perpassa todas as classes sociais. Salieri invejava Mozart. FHC inveja Lula.  O magistral Dostoievski invejava Tolstoi. Machado de Assis magistral também dizem que invejava Eça de Queirós. Recentemente tivemos o filme O Cisne Negro versando sobre a inveja. Em Dom Casmurro Santiago inveja Escobar. Enfim não é um cargo de PRESIDENTA do STF que vai purificar uma pessoa e impedi-la de sentir inveja.

         

        1. FHC inveja Lula? Como vce

          FHC inveja Lula? Como vce sabe?  Será que inveja em saude? Em cultura? Em refinamento?

          Deve-se se discutir politica em outro nivel.

          1. FHC inveja Lula ?

            André, acho que escolher campos,onde um é mais conhecedor que outro, não diz muito.

            Talvez o mais aconselhável seja verificar a vida de cada um, de onde partiram e onde chegaram.

            Mas para usar tua métrica de avaliação se poderia perguntar a pessoas aleatoriamente escolhidas qual o melhor presidente do Brasil.

            Como políticos, ambos são, sem dúvida, muito sensíveis a esse item. E, nesse caso, FHC teria sim inveja de Lula.

            Mas concordo contigo. Quem vai saber quem inveja quem ?

            Posso falar por mim e só.

             

             

          2. Só você não percebe a inveja

            Só você não percebe a inveja que FHC tem do sucesso do Lula. E FHC não é refinado, é esnobe. Pois refinamento traduz-se em sutileza e educação. Os ataques de FHC a Lula, um ex-presidente, não condiz com as atitudes de uma pessoa refinada e culta. Aliás, a inveja de FHC fez com que ele arruinasse inclusive a sua biografia apoiando o golpe que esta aí. 

            A propósito , passei o mês de março na Itália e onde fui depois da prisão coercitiva do Moro me perguntavam o que estava acontecendo com Lula. É isso que FHC inveja: o prestigio que Lula tem aqui e lá fora. 

          3. Apesar de você…….

            Ser um dos mais “prestigiados” dentre os colaboradores do blog, jamais senti inveja de vc e prá falar a verdade, te acho muito  snob para meu gosto, além do que ainda não se decidiu se é americano ou Sul Americano.

            E tb acho que a inteligência, a intuição, a compreensão da vida, já se nasce com elas ou não. A faculdade somente a aperfeiçoa , p/ o mal ou para o bem. Vide o nosso supremo e quase toda nossa justiça. Para não falar de nossos legisladores, muitos dígnos de pena . O que uma rede de TV e uma revista de esgoto podem fazer de mal a um povo !

            Minhas desculpas, se vc não gostou do que eu disse, mas é o que penso desde que li sua 1ª resposta, começando com ” nada a ver” .

  3. Tiro curto.Bento

    Tiro curto.Bento Carneiro,vampiro brasileiro.Segundo Elio Gaspari,dos chapeus para os intimos,ela assumiu com a faca entre os dentes.Idiota,nem prescisa da faca.

  4. Nível cada vez mais de esgoto

    Seja sim presidente de rodizio dona Carmen deste este stf de adjetivação impublicável.

    Não será nunca Presidenta eleita como a Dilma, torturada e lutadora pela democratização deste Brasil. Do teu concurso e das muitas bolsas ajuda apenas a lembrança da tua covardia na historia.

  5. Se a ministra tiver tanto amor ao direito e à justiça quanto tem

    Se a ministra tiver tanto amor ao direito e à justiça quanto tem ao português estaremos perdidos!

    1. se a….

      O nível do nosso STF não é dos melhores. Mas para quem a lingua portuguesa é o instrumento de trabalho, numa profissão em que virgula ou a forma daquilo escrito tem peso de lei, a dominância da lingua deveria ser imprescíndivel. Da educação e da discrição também. 

  6. Minas tem inegáveis

    Minas tem inegáveis qualidades, é verdade.

    Mas, tem também renitentes atavismos.

    Ai, meu Santo Antônio, e os santinhos e santinhas de pau oco?

    Não é verdade?

     

     

  7. Aprenda, Presidenta Cármen Lúcia, e deixe de ser grosseira…

    Machado de Assis já utiliza a palavra presidenta no clássico Memórias póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, capítulo LXXX (“De secretário”): 

    “Respirei, e não tive ânimo de olhar para Virgília; senti por cima da página o olhar dela, que me pedia também a mesma cousa, e disse que sim, que iria. Na verdade, um presidente, uma presidenta, um secretário, era resolver as cousas de um modo administrativo.”

  8. Nassif;
    ” O cala boca já

    Nassif;

    ” O cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”  esta é uma das citações lapidares desta “juiza” que mostra o quão erudito é o seu saber. 

    Será esta coisa que irá “presidir”  o supremo  nos próximos dois anos.

    O coiso  que esta saindo marcou sua gestão pela coragem e por grandes vitórias entre elas os 41% de reajuste para ele e seus pares.

    Mas como presidente do CNJ ele se superou, nada fez além da cara de paisagem. 

    Esperamos pela conquistas desta erudita de inquestionável saber jurídico e da língua pátria, o consolo é que a mesma deverá se sair melhor do que o ilibado teori, quando e se chegar a vez do mesmo.

    O povo brasileiro paga muito alto para ser injustiçado. Misericórdia para o nosso povo.

    Genaro

    1. Não sou defensora de Carmen

      Não sou defensora de Carmen Lucia ou de Lewandowski, mas é preciso dizer mais uma vez:

      Os Ministros do STF, assim como os demais juízes do Brasil, NÃO receberam 41% de reajuste, na verdade até agora não receberam nenhum aumento nos subsídios. A proposta que está em apreciação no Congresso, é de 16,4%, parte agora e o resto a partir de janeiro de 2017.

      O reajuste de que fala o comentário foi concedido aos servidores do Judiciário e do Ministério Público. Magistrados tem reajuste próprio, votado em lei apartada.

      Aliás, sou contra qualquer reajuste para magistrados nesse momento. Sou juíza aposentada, mas considero extremamente inoportuno, diante do quadro econômico do país. Pode parecer “cascata”, mas é o que penso. 

      1. Prezada Zuleika;
        Muito

        Prezada Zuleika;

        Muito obrigado pelos esclarescimentos, eu havia me enganado. Para mim estava muito claro que o levandowsky e sua corja haviam se vendido por 41%, eu estava redondamente errado.

        Eles se venderam por 16,4% e em duas parcelas. Realmente o preço deles foi bem menor.

        Não podemos negar que mesmo não possuindo notável saber jurídico e conduta ilibada, ao menos possuem uma auto avaliação bem mais precisa do que eu imaginava.

        O povo brasileiro paga muito alto para ser injustiçado. Reforma do judiciário já!!!!!!!

        Genaro

  9. Carmem Lucia se mostrou o

    Carmem Lucia se mostrou o perfeito retrato da arrogância, e eu devo lembrar que a maioria dos juízes brasileiros age da mesma forma.

    1. É verdade. Arrogância e

      É verdade. Arrogância e prepotência tem de sobra nesse terreiro. Já competência e imparcialidade …

      E, pelo já exibido, as mulheres do STF deixam muito a desejar.

      Enfim, um poder do qual temos muito a lastimar e que nesse processo de impeachment teve atuação decisiva na concretização do golpe. Seus integrantes agiram de forma tão comprometida com o “plano” que leva a suposições algo conspiratórias. Parece que o esquema de megaespionagem conseguiu acessar os registros akáshicos dessa turma, obtendo, assim, submissão irrestrita.

       

      1. Registros akáshicos

        Gostei dos “registros akáshicos”.

        Estariam os viajantes do astral  comprometidos com “entidades trevosas”?

        Submissão dessa turma só ao vil metal.

        Que outra força temeriam?

        Estão a salvo do vilipêndio, da vergonha pública, da necessidade, da opinião pública, do preconceito, das perdas, do desempoderamento.

        O super homem teme a impotência enquanto homem e a kriptonita enquanto super herói.

        O magistrado de última instância não teme nem a si mesmo por justamente ser deus.

  10. Inveja do caráter,da

    Inveja do caráter,da integridade e  da coragem. Essas qualidades são intangíveis ou invisíveis. A postura da ministra  apenas ecoa o que a mídia e seus serviçais  repetem e reescrevem  desde a posse  do primeiro mandato de Dilma,hostilidades,escaramuças e manipulações.

  11. É Assustador

    A ministra Carmem Lúcia, em junho, durante o congresso da Abraji, deu uma declaração curiosa, a propósito do “erro judiciário”: a saber, que este somente ocorre em instâncias de província. Ou seja, a partir do momento em que começa a ocupar postos mais elevados, o magistrado perde a capacidade de errar. É curioso como certas instituições que vão, no mundo moderno, assumindo protagonismo cada vez maior na sociedade, começam a se revestir de uma aura de infalibilidade. É o que se dá com o Mercado (outrora conhecido como Deus), e agora, ao que parece, com o judiciário. Recomendo a todos que assistam ao filme “Cadáveres Ilustres”, de Francesco Rosi, que aborda o caos político na Itália às vésperas do chamado “compromisso histórico” da Democracia Cristã com o Partido Comunista, nos anos 70, e o papel do Judiciário italiano naquele momento. Max Von Sydow, o grande ator sueco, que interpreta o presidente do judiciário, faz uma declaração bastante parecida, explicando que o erro judiciário não existe. O judiciário existiria para corrigir o erro, ou pecado original, da civilização, que seria a tolerância com a prática chamada ilícita, que fez com que o julgamento de certos atos se tornasse necessário. Para essa visão do mundo, a partir do momento em que se define – seja por senso comum, ou por um critério bastante particular, devidamente apropriado pela elite dominante – que alguém cometeu um ato condenável, esse alguém já está condenado, razão pela qual o erro judiciário não existe. E a razão de ser necessário um julgamento, ou seja, a Tolerância, este é o mal que está corroendo a sociedade. É assustador. Mas é rigorosamente o que está acontecendo no Brasil.

  12. Chegamos a isso sem constangimentos

    Esse tema e seus desdobramentos servem para demonstrar a quantas andamos.

    Todos têm uma bobagem ou uma pitada odienta a destilar quando o outro envolvido é um petista.

    Do senso comum até se pode esperar esse tipo de raciocínio, mas vindo de uma senhora da suprema corte do país, se espera um pouquinho mais.

    Lamentável! Mas chegamos a isso. 

  13. Só pra espezinhar

    Evanildo Bechara, considerado dos maiores gramáticos do Brasil, membro da Academia Brasileira de Letras e da Comissão de Lexicografia daquela casa, já havia dito, desde 2010, que as duas formas estão corretas. Luiz Antônio Sacconi também admite a correção das duas formas. 

    O próprio Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela ABL, registra as duas formas. 

    Então, se a douta ministra estudou a língua portuguesa, é óbvio que não foi muito…

    1. Negativo. Sou completamente

      Negativo. Sou completamente independente e critiquei aqui, em artigo, a Ministra Carmen e o Ministro Teori quando mandaram prender o Senador Delcidio, a meu ver de forma ILEGAL, pois ele não estava em flagrante delito,  a fundamentação da prisão foi absurda, coversar sobre uma hipotese de fuga não é crime nem aqui e nem nos EUA,

      não havia base legal alguma sobre esse pedido de prisão destituido de fundamentação e eles dois assinaram e ainda a Ministra disse “”os criminosos não passarão”, referindo-se a Delcidio? Delcidio não era criminoso naquele momento

      como não é é hoje, ele é apenas investigado, o mote da Ministra era dispensavel.

  14. Aí, que ministra culta e

    Aí, que ministra culta e intelectual!!!!!!!!!! Pena que não tenha lido Machado de Assis nem Carlos Drumond de Andrade. Esse último citado por Renato Janine Ribeiro na sua tradução de As Relações Perigosas. E olha que As Relações Perigosas é  livro clássico e básico para quem quer ter um verniz intelectual. Ou que não use livros apenas para decorar estantes.

    Eu tenho o livro As Relações Perigosas traduzido por Sérgio Milliet que faz uso da palavra presidenta na Carta V da marquesa de Merteuil ao Visconde de Valmont: … “Vós, possuirdes a Presidenta de Tourvel!”

    Mas… vai se saber de qual e como é a língua que a ministra gosta.

     

    1. Se for com molho madeira

      Tem uma muito boa em Brasília lá no Fred, da 405 Sul. E também no Rubayat, lá no Lago Sul. Bom, isso pra ela, que deve ser fresca que dói. Pra mim, a que servem lá no Feira do Guará já tá excelente!

      1. Pois é.  E também o uso

        Pois é.  E tem também o uso sexual da lingua. Vai se saber, não? A ministra disse que é amante da língua.

  15. President, Substantivo Comum de Dois Gêneros
    Boa tarde.
    President, substantivo | adjetivo comum de dois gêneros. Não carecia, da parte de Dilma, insistir em tão ínfimo tema, nem da parte de D. Carmen Lúcia tripudiar sobre este ainda mais irrelevante tópico. Lembro-me, de, recentemente, a mesma Ministra ter feito trocadilho com frase facilmente atribuível a Lula. A necessidade soez dos nossos fundamentalistas magistrados em mostrar o seu enviesamento classista.

  16. Todos os comentários lidos,

    Todos os comentários lidos, daqui para baixo, observações muito pertinentes e percucientes, maaaaaaaaas, ninguém comentou o quanto a vida tem cobrado da excelsa senhora, olhem a foto atentamente e os fios de cabelos e as marcas faciais nos mostram um ser humano que tem lutado bravamente para viver, não deve ser fácil a luta e, por isso alguma besteirinhas por vezes escapem. Deixem o presidento prá lá.

    1. Coitada!!!
      Sabe quem luta

      Coitada!!!

      Sabe quem luta bravamente para viver: o povo carente desse país que vai se ferrar com o golpe que a mulher de cabelos brancos e marcas faciais está ajudando a dar. Deficientes, aposentados, pensionistas e trabalhadores em geral. Além dos que morrerão vítimas da redução das verbas para saúde e educação. Se ela tem rugas não é porque vai ficar desempregada com esse governo de terra arrasada que vem aí. E não seja por isso: todas as mulheres de uma certa idade, a não ser que se botoquem ou façam essas plásticas horrorosas, tem as mesmas rugas que ela. E quanto aos cabelos: não tinge porque não quer. O salário e os penduricalhos que ganha dá e sobra pra ela pintar o cabelo até de azul e amarelo do Psdb, se quiser.

      1. Cara Vera Lúcia, seu

        Cara Vera Lúcia, seu comentário como outros aqui colocados é, para dizer o mínimo, pândego (consulte o dicionário). Você como os outros se apegam a filigranas relegando a segundo plano o fato histórico. Assim como o nobre professor Pasquale e o próprio colunista. Os anos dessa senhora à frente do Governo Brasileiro, seguindo os ensinamentos e cartilha de seu antecessor, afundaram nosso país numa profunda “idade média” cultural, educacional, política, administrativa e econômica, ajudando a estabelecer 13 anos de inquisição política no país, onde quem pensa de forma diferente daqueles que se dizem esquerda, estão condenados ao umbral da história.


  17. Ela só está dizendo que prefere ser chamada de Presidente quando assumir a Presidência da República.

    Outra coisa infantil de Dilma foi o uso do vermelho.
    Já sua relação com os militares não podemos chamar de infantilidade mas apenas demonstrar que nunca esteve pronta e que foi sim uma escolha incorreta.
    Mas a culpa não é dela pois a escolha foi de outro. Ela continua sendo competente mas tem seus limites.

    1. Para de fazer graça,

      Para de fazer graça,  Athos.

      Declaração de Carmém Lucia: “Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, não é não?”, disse, rindo.Claramente ela ridiculariza a presidente Dilma Roussef chamando-a de analfabeta. Tanto que em seguida o juiz do Psdb Gilmar Mendes completou: “Ontem até dizem que teve uma presidenta inocenta — completou Gilmar Mendes, em referência a discurso da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B – AM) em defesa de Dilma, na sessão que tornou a petista ré no processo de impeachment no Senado.

      Ambos, Carmém Lucia e Gilmar Mendes são dois juizes deselegantes, mal educados e militantes do Psdb. E lambe botas da Globo e da imprensa golpista. Além do que conhecem pouco a lingua portuguesa e principalmente a sua literatura. Se tivessem lido Memórias Póstumas e Ligações Perigosas saberiam que o termo presidenta é perfeitamente aceito. Dilma com certeza leu esses livros pois a cultura dela não é de coluna de coluna de jornal e por isso teve tanta segurança e FEMINISMO ao preferir ser chamada de PRESIDENTA.

  18. Alguém, seria José

    Alguém, seria José Ingenieros?, disse há muito tempo:  “Invejar é uma maneira aberrante de se prestar homenagem à superioridade”. Hoje aprendo que uma comadre presidente, de 10 votos, não tem nenhuma inveja da outra comadre, presidenta, de 54 milhões. Só ambição. E meus 2 neurônios, 1 que já anda de muleta, criaram uma nova frase: “Quando a ambição presta homenagem à superioridade, o ambicioso, ou a ambiciosa paga um tremendo mico”

    1. Eu ouvi

      Eu ouvi, mas o que o “engraçadinho” do ministro Gilmar Mendes falou foi “presidenta inocenta”, referindo-se à expressão que a senadora Vanessa Grazziotin usou aquele dia na tribuna, sem querer, claro. Ele ainda riu ao fazer o comentário. Estou perplexa com a falta de elegância, para dizer o mínimo, desses representantes da “mais alta corte” do país. E Carmen Lúcia, do alto da sua ironia, ainda errou ao desconhecer a língua pela qual ela diz ter tanto apreço. Deveria se desculpar.

  19. De formsa geral, como quase

    De formsa geral, como quase sempre gostei do texto e dos comentários dos frequentadores do Nassif. Mas gostaria de fazer uma observação. De uma certa arrogância e pretensão também do Pasquale Neto ao dizer a respeito de a presidente Dilma querer ser chamada de presidenta: “Esse argumento me parece frouxo e um tanto infantil.” Muitos analistas e estudiosos de peso também não acham que seja um argumento “frouxo e infantil”, uma vez que o uso e prevalência da língua tem um componente de afirmação e opção política. Optar pelo termo feminino presidenta, além de correto, de acordo com a Língua Portuguesa, é uma afirmaçao política da mulher.

    Enfim, o Pasquale mostrou um pouco a cara (preconceituosa?) também.

  20. Confesso que fui midiotizado

    Confesso que fui midiotizado nesse episodio, pelo fato de não procurar a palavra no dicionario. Por outro lado sempre defendi a posição da Presidenta nesta ação afirmativa que não considero feminista, mas é uma posição importante num pais machista e conservador como o Brasil. Esta mesquinharia prova ainda mais que a direita brasileira capitaneada pela “grande” imprensa(?), tiveram que decer muito fundo pra derrubar esse governo.

  21. O Brasil se arrebentado, se
    O Brasil se arrebentado, se destruindo e vários indiduos que se posicionam como intelectuais, professores, analistas e etc., se preocupando se é presidente ou presidenta. Muita falta do que fazer. Por isso que estamos desse jeito. Vamos nos preocupar com melhorias, com reformas, com coisas que possam melhorar a vida do povo brasileiro.

  22. A presidentA do STF devia cuidar da aplicação das leis do país.

    Cuidar das normas da língua não está nas suas atribuições, deve se limitar a cuidar das normas para o funcionamento da nação, que passa por um período de grande instabilidade, devido, entre outras coisas, à judicialização da  política, que traz risco de partidarização de instituições vinculadas à justiça, que se revela em pequenos episódios de tratamento deselegante entre autoridades .

    Ela se confessa apenas amante da língua, uma amadora, não tem militância ou carreira profissional para se considerar uma autoridade nesse campo. Ao opinar sobre a norma da língua, a presidenta  do STF descuida ou parece, veremos adiante, desconhecer a norma da lei.

    No meio acadêmico ninguém desconhece a existência das duas designações, de que há uma variação de genero gramatical, que ambas, presidente e presidenta, podem ser empregadas sem ferir a norma culta, para designar ocupante feminina do cargo, a escolha é uma questão de conveniência ou estilo. Para sanar qualquer dúvida leiam o seguinte artigo em http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3493200.

    Há mais de um século Machado de Assis escreveu: “Na verdade, um presidente, uma presidenta, um secretário, era resolver as cousas de um modo administrativo”. Clique no endereço a seguir para conferir: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capítulo LXXX. Érico Veríssimo também fez uso: “Pois sua avó vai ser a primeira presidenta do Estado do Rio Grande do Sul, hein?” Confira clicando em O tempo e o vento – O Continente vol.2. São dois renomados exemplos de estilistas da língua que optaram por presidenta. Não são os únicos, Antônio Feliciano Castilho e Carlos Drummond de Andrade são citados como outros.

    O “gênero gramatical” de presidente, assim como de governador, senador, deputado, ministro, embaixador, juiz, prefeito, etc. são todos “genèricamente variáveis” e “consagrados na lexeologia do idioma”. Não há dúvida disso. Os autores literários estão livres, para esccolher a forma como designar a ocupante feminina do cargo de presidente, mas…  e a liturgia do emprego legal do Idioma Oficial? Neste caso, temos de olhar o que diz a lei:

    Lei Nº 2.749, de 2 de Abril de 1956
    Dá norma ao gênero dos nomes designativos das funções públicas.

    Art. 1º Será invariàvelmente observada a seguinte norma no emprêgo oficial de nome designativo de cargo público:
    “O gênero gramatical dêsse nome, em seu natural acolhimento ao sexo do funcionário a quem
    se refira, tem que obedecer aos tradicionais preceitos pertinentes ao assunto e consagrados na lexeologia do idioma. Devem portanto, acompanhá-lo neste particular, se forem genèricamente variáveis, assumindo, conforme o caso, eleição masculina ou feminina, quaisquer adjetivos ou expressões pronominais sintàticamente relacionadas com o dito nome”.

    Art. 2º A regra acima exposta destina-se por natureza as repartições da União Federal,sendo extensiva às autarquias e a todo serviço cuja manutenção dependa, totalmente ou em parte, do Tesouro Nacional.

    Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

    Portanto, o tratamento presidenta não é um capricho da detentora do cargo, mas uma obrigação legal. Cumpra-se.

    1. Asno tambem come milho, nem

      Asno tambem come milho, nem por isso é agricultor, a tentativa de colocar a ministra do STF em saias justas não cola principalmente quando vem de pessoas que usam a ligua segundo sua propria interpretação e interesse como no caso das pedaladas fiscais, desta forma a ortografia e a concordancia tem que ser exatas . Não da para fazer como na revolução dos bichos cada dia troca-se uma letra e la se vai o entendimento dado a frase e do compromisso assumido.

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