Desafio da educação pública é o de atrair mão de obra qualificada

Por ArthurTaguti

Comentário ao post  “Os indicadores de educação no Brasil

Concordo que gestão seja importante, mas gestão não pode existir sem planejamento e grandes decisões políticas prévias.
 
Existem os indicadores para medir os avanços na educação, mas o poder público, seja federal, estadual ou municipal, tomou alguma decisão política que faça ser esperado grandes saltos qualitativos no setor? Ou nada foi mudado e espera-se que com engenharias e reengenharias de gestão algum milagre seja operado?
 
Um dos grandes desafios para a nossa educação pública é atrair de mão de obra qualificada.
 
Dos últimos anos para cá, foi elaborado algum plano articulado para valorizar a sua carreira?
 
Não desmerecendo nossos educadores, que resistem às mais diversas intempéries ao exercer seu ofício, mas falta valorizar o Professor a ponto do Magistério se tornar uma carreira tão ou mais atraente que a Magistratura, por exemplo, como fora em outros tempos.

 
“Utopia! Se nem para Professor Universitário está fácil, imagina para o da educação básica?”
 
Com certeza, só que a carreira dos Professores, em todas as instâncias, está desvalorizada, porque a lógica de ganhos dos sindicatos está na sua capacidade de pressão, e não conforme as prioridades que os nossos governantes deveriam estabelecer.
 
Sindicato de Professores nenhum, neste contexto, conseguirá com greves conquistar uma carreira tão valorizada como a de Fiscais e Promotores. Mas se a população de um modo geral começar a aderir a causa deles, engrossando o coro das ruas para pressionar políticos, como agora está ocorrendo no RJ, podemos ver algumas mudanças no front.
 
Enquanto for mais atraente ministrar aulas em colégios privados, ou prestar concurso em outras carreiras públicas, não conseguiremos mudar esta lógica imperante, do ensino público ser enxergado como aternativa última, que só tem valia para os que não conseguem arcar com colégios privados.
 
Aliás, este próprio conceito do “gestor” aplicado a educação pública gera um pouco de mal-estar.
 
Não é a toa que Cláudia Costin seja tão valorizada pelos nossos governantes. Ao invés dos números serem instrumento para implementar melhorias, conforme Nassif pontuou neste tópico, as planilhas e os resultados se tornam instrumentos em si, e todos os fatores envolvendo a educação se tornam variáveis, custos que talvez tenham que ser cortados, e assim doravante.
 
Saudades do tempo em que nossos Secretários de Educação eram profissionais respeitados por todos os Professores e Pedagogos, como Darcy Ribeiro e Paulo Freire, que vislumbravam o lado humano da questão, que acreditavam em grandes mudanças de conceitos ao invés de milagres de gestão.
 
O grande problema também na administração pública é a descontinuidade de políticas acertadas. Depois de Brizola no RJ e Erundina na cidade de SP, o quanto ainda subsiste de herança dos seus mandatos para a educação?
Redação

30 Comentários

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  1. Auditores fiscais valem dez

    Auditores fiscais valem dez professores , ou quatro médicos , ou um monte de policiais , se olharmos a remuneração de cada função. São o topo do funcionalismo público , ao lado das carreiras que cuidam da grana. Não é culpa deles , é claro , a questão é socialmente atávica.  Os profissionais que salvam vidas , que lidam com o humanismo , com a arte , etc. , são as vítimas desse caldo de cultura , vítimas da estupidez da Casa Grande , são vítimas do patrimonialismo. Romper com essa visão mesquinha e provinciana é um desafio para a atual e as futuras gerações … 

    1. A explicação é mais econômica

      A explicação é mais econômica que sociológica, sem imposto não tem como manter a máquina funcionando. Todo o resto pode parar, mas ficar sem arrecadar não dá.

    2. Se Cláudia Costin fosse

      Se Cláudia Costin fosse diretora de um grande colégio privado, administradora eficaz que é, já teria montado uma política de recursos humanos para reunir os melhores Professores disponíveis no mercado, contratando-os a peso de ouro. Isto é um tanto comezinho, pois na educação privada tirar o escorpião do bolso para recrutar bons Professores é investimento necessário, obrigatório para uma instituição que não queira ser tragada por seus concorrentes.

      Lembro da época de cursinho, em que os que davam aula na Anglo Tamandaré (em SP) eram sub-celebridades, com vários deles egressos da Usp, Unicamp, pessoal que poderia muito bem galgar espaço na iniciativa privada, ou em universidades públicas, mas que estava lá dando aula e sendo muito bem pagos, obrigado. 

      Na educação pública, o panorama muda completamente.

      Primeiro, por que o poder público (Estados e Municípios) possui um grande número de atribuições e competências e, na maioria esmagadora dos casos, orçamentos apertadíssimos. 

      Segundo, por que investimento em educação, para dar algum resultado palpável, é de médio e longo prazo, e todo governante precisa apresentar resultados rápidos, em até 3 anos e meio, para se reeleger ou eleger sucessor. Assim, o recapeamento de uma rua, a reforma de uma praça ou a construção de um viaduto se torna muito mais importante, para o Prefeito ou Governador, do que investir em educação.

      Terceiro, por que, ao contrário do que ocorre no ensino privado, em que o Professor é peça fundamental para boas aprovações dos seus alunos e, consequentemente, publicidade positiva para aumentar o número de matrículas, um resultado positivo em avaliações públicas – que, repita-se, é fruto de anos e mais anos de investimento pesado – não traz recursos financeiros como a lavratura de um auto de infração por um fiscal de rendas do ICMS.

      Assim, Professores de ensino básico, para os nossos políticos, se tornam um fardo difícil de ser suportado, e o sucateamento da carreira uma regra basilar da administração pública. É bizarro, mas é muito comum Secretários de Educação Brasil afora serem escolhidos por sua capacidade de ser “linha-dura” com Sindicatos, ou por saber criar soluções “jeniais” para cortar custos na educação pública.

      Desta forma, ao contrário do que vimos nos colégios privados que mais “aprovam” – com mão de obra qualificadíssima e regiamente remunerada -, a carreira pública acaba se tornando lugar ou para heróis que possuem vocação natural para tanto, ou para profissionais que não encontraram nenhuma outra oportunidade no mercado de trabalho.

      Se houvesse um grande pacto nacional para mudar este panorama HOJE, precisaríamos de pelo menos alguns bons anos para atrair mão-de-obra qualificada, e mais alguns vários outros para começarmos a obter os primeiros resultados positivos. É trabalho de uma década, para nossos filhos e netos usufruirem.

      Lógico que pequenas melhoras podem ser feitas com gestão, ou medidas cosméticas aqui e acolá.

      Só que o poder público deveria ser mais ambicioso, planejando trazer para a carreira pública profissionais que vislumbramos aos montes no ensino privado, tal qual um Engenheiro da Poli dando aula de física, um egresso do ITA dando aula de matemática, ou outro que, se atualmente estudaria para ser Juiz, presta concurso para dar aula de Redação (olha..os Professores do Anglo de Redação eram bons..e todos de esquerda..), e assim doravante.

      Soluções setoriais, ou repasse de verbas a Governadores e Prefeitos ineptos, de pouco adiantará. Assim como ocorreu com a questão da falta de médicos no interior, a União precisa tomar as rédeas neste movimento, para procurar soluções globais, sistematizadas, a fim de garantir apoio técnico e financeiro a Prefeitos e Governadores.

    3. Não é nem tanto por questão

      Não é nem tanto pelo viés ideológico, mas porque ocupam setor altamento estratégico da administração. Uma espécie de nó funcional do sistema. 

      Uma simples greve para toda a máquina de arrecadação do estado e aí o que acontece.?

      Fica sem arrecadar.?

  2. ARTUR.

    Um dos grandes

    ARTUR.

    Um dos grandes desafios para a nossa educação pública é atrair de mão de obra qualificada. Dos últimos anos para cá, foi elaborado algum plano articulado para valorizar a sua carreira?’ Licença para aplaudir: CLAP…..CLAP…..CLAP……CLAP……CLAP……

  3. “Existem os indicadores para

    “Existem os indicadores para medir os avanços na educação, mas o poder público, seja federal, estadual ou municipal, tomou alguma decisão política que faça ser esperado grandes saltos qualitativos no setor?”

    Não concordo com essa afirmação tão radical.

    O Ministério da Educação, considerando exatamente os avanços medidos pelos indicadores, tomou uma grande decisão política de cortar o mal pela raiz – instituiu o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, que teve por base a metodologia de Sobral, um dos municípios pobres que mais se destacou nessa área.

    Esse programa está sendo feito por meio da adesão dos municípios, que recebem do MEC todo o material didático necessário para alunos e professores, bem como capacitação para os professores alfabetizadores, pela universisades.

    As ações de Pacto apoiam-se em 4 eixos:

    1. Formação continuada presencial para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo;

    2. Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais;
    3. Avaliações sistemáticas;
    4. Gestão, mobilização e controle social.

    Até onde venho acompanhando, o programa tem tido a adesão da quase totalidade dos municípios brasileiros. Os resultados não dependem somente da área federal, mas principalmente da adesão e empenho das redes municipiais.

    Com relação às redes estaduais que ainda mantém escolas de ensino fundamental, não tenho informação sobre a adesão.

    A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, certamente não aderiu. 

  4. Acho que nao eh um problema

    Acho que nao eh um problema apenas de professores.

    Nao sei como existe uma diferenca tao grande de salarios para profissoes que requerem nivel superior.

    Um professor ganha 5 a 10 vezes menos do que qualquer profissao.

    Nos EUA, um professor ganharia 40 mil a 70 dolares anuais, um engenheiro, 50 mil a 100 mil, etc …

    Eh soh pesquisar no site glassdor.

    Nao eh soh o professor, mas a diferenca entre profissoes eh gritante! Quem quer virar professor?

  5. Os estados e municípios não

    Os estados e municípios não possuem capacidade de investimento devido ao pouco que arrecadam em comparação com o custeio de suas máquinas. 

    Isso significa que a cada míseros 100 reais de aumento nos salários há uma fortuna multi-milionária A MENOS em seus orçamentos. 

    Educação é investimento, não custo.? Claro, óbvio. Mas o “problema continua o mesmo” caso alterem a perspectiva em relação ao negócio. 

    De onde vem uma conclusão relativamente simples: ou o GOVERNO FEDERAL assume a educação como prioridade DE FATO e passa a se dedicar pra valer no assunto, ou continuará assim do modo que a vemos… 

    P.s: a maior decepção em relação ao PT vem justamente desse descuido. 

    Perderam uma oportunidade de ouro para mudar definitivamente o desenrolar das coisas no país através de uma revolução educacional. 

     

    1. Concordo em gênero, número e

      Concordo em gênero, número e grau. Não há dinheiro, ponto. 

      O “grosso” da arrecadação tributária nacional está nas mãos da União, mais alguns poucos Estados e Municípios com atividade econômica intensa. O resto, está de pires na mão, e se não houver repasses estaduais e federais, quebram.

      Existe um descompasso aí.

      A Constituição de 88 deu a competência mais importante pra Municípios e Estados, mas colocou a grana nas mãos da União. Então, ou se reforma a CF para equilibrar um pouco mais a arrecadação entre os entes federativos, hipótese completamente improvável, ou se federaliza a educação.

      Não existe solução aí sem o governo federal no meio. Aliás, já tem uma PEC neste sentido em trâmite, a 32/13, da autoria do Senador Cristóvem Buarque, que quando deveríamos discutir a contento aqui no Blog. Quando eu estiver mais sossegado, dou uma lida no projeto inteiro para ver “qual que é”.

      http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=113364

      1. Pois é. Está aí para quem tem

        Pois é. Está aí para quem tem olhos mas pelo que se nota ou nao querem ver ou sao ignorantes simplesmente (talvez ambas as possibilidades).

        Apenas um detalhe.:

        Quantos presídios a União é obrigada a administrar.? Quantos tiros dispara um soldado das Forças Armadas.?

        Qual foi a última vez que nós discutimos numa mesa de bar a postergação da compra de caças.?

         

        Claro que um Presidente possui responsabilidade muito maior que um governador ou prefeito. 

        Mas está claro que em certos casos os problemas impostos aos dois últimos sao bem maiores. 

        1. Voce tem toda razao quanto a

          Voce tem toda razao quanto a responsabilidade do Governo Federal.

          Mas o problema nem é só falta de dinheiro.

          Porque a carreira de Professor, que é de nivel superior é menor valorizada do que a de burocratas de nivel medio ?

          Isso dai nao da para engolir. Independente de ter muito ou pouco recurso.

          1. Dani Boy,
            Não sei se foi a

            Dani Boy,

            Não sei se foi a mim que vc se referiu, mas isso que diz não há como discordar.

            Acho que é uma questão de manejar símbolos de modo mais incisivo que temos costume de ver.

            Também sonho com o dia que o discurso será mais potente em favor da educação.

            Está longe de acontecer muito embora TODOS digam que é prioridade.

            Isso é – ainda – uma questão de definição de agenda, do agente político ser capaz de “moldar a realidade”.

             

    2. Um reparo

      A União transfere, só para o Fundeb, algo em torno a 10 bilhões de reais por ano. Esses recursos, hoje, vão para AL, AM, AP, CE, MA, PA, PB, PE, PI. A União também transfere algo em torno também de uns 10 bi referente ao salário educação para todos os estados e municípios.

      O problema é que esse dinheiro que parece grande é ainda pouco para uma população escolar que é bem maior do que 40 milhões de alunos. É necessário o realismo dos números para ver que o problema é bem mais complexo e que palavras de ordem não vão resolvê-lo.

      Fico preocupado com essas ideias de federalização na medida em que não adianta trocara a secretaria municipal pelo mec. Não é criando uma gigantesca rede nacional de escolas é que vamos resolver os problemas da educação. Ao contrário, talvez eles piorem.

      1. Acho bom toda vez que posso

        Acho bom toda vez que posso mudar de opinião.

        Apenas gostaria de dizer que em outras ocasiões de debate sobre educação surgiu essa questão do FUNDEB e a coisa não ficou clara.

        Ele cumpre lá um papel, claro, não há dúvida.

        Mas “parece” que o montante completo não é realmente utilizado. Ao contrário, já disseram aqui que – na verdade – é uma parte ínfima.

        Por essa e principalmente pelo pouco que se tem notícia o assunto é um tanto obscuro, infelizmente.

        Se você está convencido do que diz porque conhece, então peço que faça a gentileza de passar maiores informações.

         

        Mesmo assim gostaria de dizer o seguinte., por último:

        Com ou sem FUNDEB os salários são MUITO BAIXOS e a existência do fundo não altera o fato de que estados e municípios são incapazes do ponto de vista orçamentário para definí-los em patamar “recomendável”.

        Essa é a realidade. E também é realidade que a União possui recursos – não só orçamentários, diga-se de passagem – muito maiores que todos os outros entes.

        Então, não há muito para onde correr. Esperar uma solução diferente de maiores responsabilidades para a União é mais um ato de fé que uma proposta razoável.

        P.s: não me referi a federalizar a educação. O outro amigo foi quem disse. Eu “apenas” simpatizo com a proposta.

        O que gostaria – entretanto – é que a cooperação fosse, neste primeiro momento, MUITO MAIOR..

        Os políticos de esquerda precisam entender que EDUCAÇÃO é questão de ESTADO.

        E que por isso é necessário TODOS os esforços para que seja prioridade de fato, não de campanha eleitoral. 

        1. Vamos lá…

          Sobre o Fundeb o melhor é ver a página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE): http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/fundeb-apresentacao

          Sobre o salário educação também as informações estão na página do FNDE: http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao/salario-educacao-entendendo-o

          Lá, além das informações sobre o funcionamento, estão os dados sobre os valores envolvidos. Além disso, é possível acompanhar pela página do tesouro nacional os valores transferidos: http://www3.tesouro.gov.br/estados_municipios/transferencias_constitucionais_novosite.asp

          O Fundeb não é deprezível. Aliás, é um mecanismo muito eficiente para fazer a redistribuição dos recursos dentro dos estados. Em relação ao antigo Fundef ele é tem a vantagem de obrigar a União a entrar com muito mais dinheiro do que antes.

          Os recursos do Fundeb são importantes e não há município ou estado que vai desprezá-lo. O problema é que a nossa realidade é cruel. O valor transferido por aluno dos primeiros anos do ensino fundamental (4 primeiras séries) este ano é de 2221 reais por ano nos estados mais pobres. Ou seja, com a arrecadação de 20% do ICMS, dos fundos de participaçaõ de estados e municípios, e das cotas do IPI para os estados, uma Alagoas, por exemplo, não conseguiria nem distribuir esse valor por aluno. Aí recebendo a complementação da União (que como disse, vai bater uns 10 bi este ano) vai chegar a esse valor magérrimo.

          É pouco. Sim. Mas é o que temos hoje (e muito melhor do que o antigo Fundef).

          Se o município aplica mau. Há um conselho de acompanhamento em cada município. Ele deveria fiscalizar. Sei que isso é difícil. Mas, qual outra forma de fiscalizar?

          Daí eu digo: a educação não é apenas um compromisso do governo ou do Estado (com letra maiúscula) mas da Sociedade. Se ela não assumir, quem assumirá?

          1. Três coisas cara.:
            Vc copia

            Três coisas cara.:

            Vc copia as informações prestadas pelo governo. As fontes são boas.? Sim. Mas há parcialidade nisso.? Também, pois não tem crítica nenhuma. É o lado oficial prestando informações.

            Segundo, de que adiante o montante transferido atualmente ser muito maior que o anterior (mesmo adimitindo isso) se ele continua muito baixo? Porque no final das contas o problema continua SEM SOLUÇÃO: os salários são baixíssimos. 

            Terceiro, esperar que a “sociedade” fiscalize é escapar à realidade. HOJE ela faz alguma coisa – há vários movimentos que mostram isso – mas é claramente insuficiente.

            Então, nesse processo histórico, quanto tempo vc acha que devemos esperar até que esta (“sociedade”) tenha peso para mudanças efetivas.? Uma década.? Duas décadas.?

            Nós temos tempo até essa conscientização.?

            Ademais, não há um compromisso implícito dos candidatos em priorizar a educação..? Quantas vezes vc ouviu da boca da Dilma que era o principal projeto de governo dela.?

            Então, além de confiar neles através do voto o cidadão tem que “exigir” através de canais que HOJE não funcionam.?

             

            Portanto, amigo, dadas as nossas condições reais e PRÁTICAS, a falta de orçamento de estados e municípios, a gravidade do problema e a necessidade de SOLUÇÃO, mantenho minha opinião:

            A União representada através de um partido de ESQUERDA deveria assumir sua responsabilidade.   

            Fora essa alternativa, esqueça. Sem dinheiro e sem consciência das “autoridades” o tema jamais será prioridade.

  6. Creio que não tem nadica de

    Creio que não tem nadica de nada a ver com o valor intríseco da profissão, mas  sim a um fator meramente quantitativa: enquanto existem uns 5.000 auditores da Receita, devem existir uns 20.000 professores de universidade pública, uns 15.000 médicos, e por aí vai… A

  7. Enquanto um professor

    Enquanto um professor esforçado e vocacionado ganhar o mesmo que outro professor vagabundão, não haverá atração de bons professores para as escolas  públicas.

    E são os sindicatos dos professores que travam todas as iniciativas de diferenciar salários, separar os competentes dos vagabundos. 

    Há temas que são absolutamente proibidos pelos sindicatos, tais como avaliação das escolas, professores, gratificações diferenciadas. 

    Quem sofre com isto são os pais e seus filhos, das camadas mais pobres, e que não conseguem pagar uma escola decente. O resultado é a perpetuação das classes sociais e cada vez mais a ascenção social torna-se algo inacessivel.

    Até acho que a fúria dos black bloc vem dessa desesperança quanto a ascenção social.

    1. Não, Iron

       

      A política de remuneração que você propõe, ou uma forma muito próxima dela, tem sido enfiada goela abaixo dos professores do estado de SP por sucessivas gestões tucanas com resultados pífios. Sem resolver algumas questões básicas, é tapar o sol com peneira.  

       

      Como o autor do post formula muito bem, não adianta nada vir com reengenharias, soluções de gestão, meritocracia e todo esse bla-bla-blá de gestão neoliberal se faltam recursos para o funcionamento adequado da educação básica. Esse é o ponto. TODOS os professores devem trabalhar bem e para isso é fundamental atrair os melhores e garantir que tenham condições de fazer seu trabalho da melhor forma possível. Cursos de formação continuada e suporte pedagógico adequado também são necessários.

       

      A mera concorrência entre professores não resolve o problema; antes, agrava-o.

       

       

    2. Caro Iron
      Então quer dizer

      Caro Iron

      Então quer dizer que certos governos vem se esforçando para melhorar a Educação, e os sindicatos é que atrapalham?!

      Serra, Alckmin, entre outros do ramo, assinariam em baixo.

      Meusdeuses.

      Saudações

       

       

    3. É necessário enfrentar

      Você tem razão quando diz que há temas proibidos.

      O problema é como enfrentá-los.

      Em relação à remuneração talvez melhor que o “bonus por produtividade” seja o incentivo para fazer o trabalho mais difícil. Por exemplo, trabalhar na escola que ninguém quer trabalhar, aquela que apresenta os piores resultados.

      Daí eu já estou esbarrando em outro tema proibido: a preferência é sempre trabalhar nas “melhores” escolas – aquelas que geralmente estão situadas nas melhores localizações, em que estudam os alunos que apresentam maior rendimento, etc. Ou seja, a remuneração é a mesma para todos, mas ninguém fala de uma vantagem como a que descrevi. Ora, isso não deixa de ser um bônus (que geralmente é alcançado pelos professores que se obtém melhores posições nos concursos, aqueles que tem mais experiência, que são, enfim, melhores.  E, assim, o “bônus por produtividade” é bem antigo e ninguém discute. 

      1. Pena q nao tenham entendido isso q vc fala, pq é super important

        Na época da tao propalada “escola de antigamente” era um dos modos como a seleçao social era feita. As crianças passavam por “testes de prontidao”. Que eram feitos de um modo em que as crianças de classe média levavam uma vantagem danada. Aí se agrupavam alunos em classes diferenciadas de acordo com os resultados dos testes. E os professores mais antigos da escola, mais experientes, tinham direito de escolher primeiro… Quem tinha mais recebia mais, e quem já partia de menos recebia menos. 

        Testes de coordenaçao motora nao eram feitos com bola de gude (o que permitiria q crianças de classes populares obtivessem bons resultados). Eram feitos com o uso de quebra cabeças. Crianças de classe média estavam super familiarizadas com eles. Os outros estavam vendo pela primeira vez… 

        Testes de vocabulário eram feitos mostrando objetos para ver se as crianças sabiam os nomes. Objetos que havia na casa de uns (abajur, cadeira de balanço, RELÓGIO DE PÊNDULO! — é o fim da picada, nao?), e que os outros nao conheciam. Tb se via se as crianças sabiam reconhecer certas festividades a partir de ilustraçoes. Natal e Carnaval OK, eram familiares a todos. Páscoa a partir de ovos de chocolate? Todas as crianças os ganhavam? E FESTA DE HALLOWEEN?!!! (porque nem ao menos bem adaptados para a realidade brasileira os testes eram). 

        E, claro, professores mais antigos escolhiam zonas mais centrais da cidade, e professores recém formados iam para as zonas rurais. 

    4. Sem meias palavras

       

      Sem meias palavras…

      Sou professor federal e, na minha carreira, o salário inicial para um prof. dr. 40 hs DE é 8.000,00.  Moro no DF e aqui o piso para prof. dr. 40 hs DE é de 5.100,00 – são duas realidades bastante diferentes do restante do país. Sei desta realidade e de que não é sobre ela que discutimos.

       O piso nacional para professores é de 1.500,00 (dois salários mínimos) e é esta a média nacional. Com estes números, não faz qualquer sentido comparar carreiras ou falar em meritocracia. Se implantarmos e darmos bônus de 100% para os melhores mestres teremos 3.000,00 de salário. Em que mudamos o quadro? Em nada!  Estamos falando de 2 salários mínimos… a faxineira da minha mãe em Bhte ganha mais que os professores das redes estaduais  e municipais. 

      Como falar em valorizar carreiras se as opções que estão na mesa são estas? Por esta média salarial posso ser: professor, faxineiro ou trocador de ônibus… e é bom não dar ideias pois em breve poderemos ter catracas ensinando nossos filhos… e por um custo menor.

    5. Em todas as carreiras

      Em todas as carreiras principalmente publicas existem bons e maus profissionais ganhando o mesmo tanto.

      O problema dos professores é que o salário de todos é baixo e menor que de diversas outras categorias com qualificacao visivelmente inferior.

      Cargos de professor da educacao básica, de nivel superior, ganham menos do que diversos cargos de burocratas de nivel medio, e isso funciona e ocorre nos tres entes da federacao.

      Portanto, o que voce diz nao é o principal problema.

  8. Caro Nassif e demais
    Tema

    Caro Nassif e demais

    Tema fantástico, mas eu quero um arrastão da Educação p’ra ontem.

    Já estamos com 11 anos de atraso.

    Por uma nova federalização da Educação.

    Saudações

  9. Atrair mão de obra

    Atrair mão de obra qualificada,: simples, vejam quantos engenheiros do ITA,IME, e outras escolas fazem concurso público fora da área de estudo. Será por que amam o legislativo o judiciário?

  10. É evidente que apenas o

    É evidente que apenas o enfrentamento dos mercadores da educação, assim como dos da saúde, fará esses serviço melhorarem no Brasil, e esse enfrentemento começaria oferencendo-se salários e condições melhores nas rede públicas do que nas particulares.

    Mas, pelo contrário disso, a nossa política de Estado é  pela privatização silenciosa de ambos os serviços, através da fragilização do serviço oferecido pelo Estado,. em contra-partida os mercadores financiam os parasitas que controlam o Estado.

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