Economista Peter Temin mostra o subdesenvolvimento dos EUA

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Sugerido por Jackson da Viola
 
Este é o nosso “sonho de consumo”?

Por Lynn Parramore

Do Institute for New Economic Thinking

EUA REGRIDEM E MAIORIA DE SUA POPULAÇÃO JÁ VIVE NO SUBDESENVOLVIMENTO

O novo livro do economista Peter Temin mostra que os EUA não são mais um país, mas um mundo político-economicamente separado

Traduzido por Edson Cunha

Você provavelmente já ouviu que o coração pulsante da América do pós-guerra, conhecido como classe média, está agora “sobrecarregado”, “espremido” ou “prestes a morrer”. Talvez você tenha ouvido menos sobre o que exatamente está surgindo em seu lugar.

No novo livro The vanishing middle class: predudice and power in a dual economy, Peter Temin, professor emérito de Economia no MIT, retrata a nova realidade de forma assustadora e indelével: os EUA não são mais um único país. Ele está se partindo em dois, cada um com recursos, expectativas e destinos muito diferentes.

Dois caminhos divergentes

Em um desses países vivem os membros do que Temin chama de “setor FTE” (que significa finanças, tecnologia e eletrônicos, as indústrias que suportam predominantemente seu crescimento). São vinte por cento dos estadunidenses que desfrutam de educação superior, têm bons empregos e vão para a cama sabendo que eles têm dinheiro não apenas para encarar os desafios de suas vidas, como também redes de contatos para assegurar seus sucessos. Têm pais que leem livros para eles, tutores para auxiliar nos exercícios escolares e uma plenitude de fontes de estímulos e lugares para frequentar. Os cidadãos desse país estão cercados de crescimento econômico por todos os lados e têm possibilidades empolgantes para o futuro. Eles fazem planos, influenciam políticas e se consideram sortudos por serem americanos.

Os cidadãos do FTE raramente visitam o país onde oitenta por cento dos estadunidenses vivem: o setor de baixa renda. Aqui, as possibilidades estão encolhendo, às vezes dramaticamente. As pessoas estão cheias de dívidas e ansiosas a respeito de seu trabalho sem segurança – quando têm um. Elas se contentam com o transporte público sucateado e com carros que têm dificuldade para pagar. A vida familiar é incerta aqui: as pessoas frequentemente não têm relacionamentos duradouros, mesmo quando têm filhos. Se vão à faculdade, eles a financiam se endividando pesadamente. Elas não pensam a respeito do futuro, pois estão preocupadas em sobreviver no presente. O mundo em que elas vivem é bem diferente do que lhes foi ensinado a acreditar. Enquanto os membros do primeiro país protagonizam suas vidas, a essas pessoas é dito o que fazer.

Os dois setores, observa Temin, têm sistemas financeiros, moradia e oportunidades educacionais completamente diferentes. Situações muito diferentes ocorrem quando eles adoecem ou interagem com as leis. Eles se movimentam de maneira independente um do outro. Existe apenas um caminho para cidadãos do país de baixa renda entrarem no país abastado, e esse caminho está repleto de obstáculos. A maioria não tem saída.

A economia mais rica do mundo, afirma Temin, está adquirindo uma estrutura política e econômica mais próxima de um país em desenvolvimento. Entramos em uma fase de regressão e uma das maneiras mais fáceis de observar isso está em nossa infraestrutura: nossas estradas e pontes se parecem mais com as da Tailândia e da Venezuela do que as da Holanda e do Japão. Mas a situação é muito mais profunda. É por isso que Temin usa um modelo econômico famoso criado para entender os países em desenvolvimento para descrever o quanto a desigualdade avançou nos Estados Unidos. O modelo é do economista W. Arthur Lewis, a única pessoa descendente de africanos a ganhar um prêmio Nobel em economia. Pela primeira vez, o modelo foi aplicado com precisão sistemática aos EUA.

O resultado é profundamente perturbador.

No modelo de dupla economia de Lewis, a maior parte do setor de baixa renda tem pouca influência nas políticas públicas. Confere. O setor abastado manterá baixa a renda do outro setor para que ele lhe forneça mão de obra barata para os negócios. Confere. O controle social é usado para evitar que o setor de baixa renda desafie as políticas que favorecem o setor abastado. Confere. Encarceramento em massa – confere. O objetivo principal dos integrantes ricos do setor abastado é diminuir impostos. Confere. Baixa mobilidade social e econômica. Confere.

Nos países em desenvolvimento estudados por Lewis, as pessoas tentam passar de um setor a outro migrando das áreas rurais para as cidades à procura de emprego. Algumas vezes, funciona. Mas, frequentemente, não. Temin afirma que hoje, nos EUA, a saída é a educação, o que é difícil por duas razões: é preciso gastar dinheiro por um período muito longo, e o setor FTE está tornando esses gastos cada vez mais intensos ao encolher o orçamento das escolas públicas e implementar políticas que aumentam os débitos estudantis.

Conseguir uma boa formação, observa Temin, não diz respeito apenas ao diploma superior. Ela precisa começar na primeira infância, e você precisa de pais que possam gastar tempo e recursos durante todo o percurso. Se você tem a intenção de ir à faculdade e sua família não dispõe de recursos para lhe dar durante o curso, boa sorte. Mesmo com um diploma, você provavelmente vai se dar conta de que empregos de alta remuneração vêm de redes de contatos e de parentes. O capital social, assim como o capital econômico, é crítico, mas devido ao longo histórico de racismo dos EUA e aos obstáculos que ele criou, pessoas negras com diploma universitário conseguem empregos apenas na educação, na assistência social e no governo em vez de empregos de maior remuneração como tecnologia ou finanças – algo que a maioria das pessoas brancas não se dá conta. Mulheres também são prejudicadas por um longo histórico de machismo e os encargos, cada vez mais pesados, do cuidado e da falta de acesso aos serviços de saúde.

Como os EUA chegaram neste ponto?

Cerca de 20% das crianças vivem na pobreza nos EUA.

O que aconteceu com a classe média americana, que cresceu triunfante nos anos do pós-guerra, impulsionada pelo G. I. Bill, pelas vitórias sindicais e pelos programas que concederam aos trabalhadores e suas famílias saúde e seguridade social?

A economia dupla não aconteceu da noite para o dia, afirma Temin. A história começou apenas alguns anos após o Verão do Amor, de 1967. A partir de 1970, a produtividade dos trabalhadores começou a se dividir a partir de seus salários. O advogado corporativo e, posteriormente, juiz da Suprema Corte Lewis Powell motivou o empresariado a fazer lobby vigorosamente a favor de seus interesses. A Guerra à Pobreza do presidente Johnson foi substituída pela Guerra às Drogas de Nixon, que levou muitos membros do setor pobre, desproporcionalmente negro, à prisão. Os políticos, cada vez mais influenciados pelo setor FTE, migraram do universalismo público para o individualismo de livre mercado. À medida que a política orientada pelo dinheiro avançou (fenômeno explicado pela Investment Theory of Politics, como assinala Temin), líderes do setor FTE ficaram cada vez mais propensos a ignorar as necessidades do setor de baixa renda, ou até mesmo a atuar ativamente contra elas.

O racismo subjacente dos Estados Unidos tem um impacto distorcido contínuo. O setor de baixa renda é composto majoritariamente por brancos, com o restante de negros e latinos, mas os políticos aprenderam a falar como se o setor pobre fosse majoritariamente negro, pois isso lhes permitiu apelar ao preconceito racial, o que é útil para manter a estrutura da economia dupla – e prejudicar todos do setor pobre. Temin observa que “o desejo de preservar o status inferior dos negros motivou políticas contra os membros de todo o setor de baixa renda”.

Temin ressalta que a corrida presidencial de 2016 revelou e ampliou a fúria do setor pobre com esse desequilíbrio crescente. Brancos de baixa renda, invisíveis para as políticas públicas até recentemente, abandonaram o desespero silencioso para serem ouvidos. Infelizmente, as tendências atuais não apenas continuam, como também agravam seus problemas, aprofundando a economia dupla.

Como os EUA poderiam reverter esse processo?

Poster do filme Estrelas Além do Tempo.

Estamos cavando nossa própria cova há mais de quarenta anos, mas Temin afirma que sabemos como parar de cavar. Se gastássemos mais tempo em atividades domésticas do que militares, a classe média não desapareceria tão rapidamente. Os efeitos da globalização e das mudanças tecnológicas poderiam ser modificados por ações políticas. Poderíamos restaurar e expandir a educação, deslocando recursos de políticas como encarceramento em massa para a melhoria do capital social e humano dos estadunidenses. Poderíamos melhorar a infraestrutura, perdoar a dívida hipotecária e educacional no setor de baixa renda, rejeitar a ideia de que a iniciativa privada deve substituir governos democráticos no direcionamento da sociedade e nos concentrar em abraçar um povo integrado. Poderíamos taxar não apenas os rendimentos dos ricos, como também seus ganhos de capital.

O custo de não fazer isso, alerta Temin, é incalculavelmente alto, e até mesmo os ricos acabarão sofrendo as consequências:

“Repare o filme Estrelas Além do Tempo: ele conta uma história muito dramática sobre três afro-americanas condenadas a uma vida de baixa remuneração dando aulas em escolas para negros, e seus destinos foram alterados quando foram convidadas pela NASA para contribuir com a exploração o espaço. Hoje, estamos perdendo a capacidade de encontrar pessoas daquela forma. Temos uma estrutura que predetermina vencedores e perdedores. Não estamos colhendo os benefícios de todas as pessoas que poderiam contribuir para o crescimento da economia, para avanços medicinais e científicos que poderiam melhorar a qualidade de vida de todos – incluindo alguns dos ricos ”

Ao lado de Thomas Picketty, cujo O Capital no Século XXI examina a desigualdade histórica e a moderna, o livro de Temin fornece uma enorme bandeira vermelha, ilustrando a trajetória que continuará a se agravar à medida que se permita que os vinte por cento integrantes do setor FTE operem um país dentro das fronteiras dos Estados Unidos somente em nome de seus interesses, em detrimento da maioria. Sem uma classe média robusta, os Estados Unidos não apenas regridem ao status de país em desenvolvimento, como também ficam cada vez mais vulneráveis a uma séria turbulência social que não se vê há várias gerações.

Uma economia dupla separou os EUA da ideia do que a maioria de nós pensava que o país deveria ser.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

21 Comentários

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  1. Abrasileiramento dos EUA

    Li que a maior desigualdade social no Brasil é de Alagoas. Então podemos concluir que os EUA estão se tornando a nova República das Alagoas. Com a destruição das grandes empresas de engenharia e do setor de petróleo e gás do Brasil, 20%, além do Golpe de Estado de 2016, isso vai ser ainda pior no Brasil. Com a redução do Estado, nem para os bem nascidos que têm oportunidade de fazer cursinhos para concurso, decorando para provas como para vestibulares encontrarão algum Estado. Voltaremos a ser colônia de exploração direta. E isso com o aplauso de muitos brasileiros, com acentuado déficit cognitivo.

  2. Guadadas as devidas

    Guadadas as devidas proporções, parece a descrição de nossa sociedade, uma Belíndia. As causas são as mesmas: concentração brutal da riqueza e o Estado dominado pela Banca. O pior é que elegeram um Dória para governá-los. Não tivessem a máquina de guerra, o cenário seria bem mais trágico. 

  3. Lá no Tio Sam há coisas próprias do capitalismo selvagem

    Há muito tomei conhecimento das diferenças de classes sociais,  por lá.                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Não é só aqui, no Brasil, portanto.  

    Veja este artigo, que colecionei há bastante tempo:

    A pobreza presente em Nova York se espalha por cidades dos EUA

    Bairro periférico de Nova York – EUA

    Durante seu discurso de posse no cargo, em 1º de janeiro deste ano, o novo prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, se comprometeu a enfrentar como prioridade principal a obscena diferença na distribuição de riqueza na Grande Maçã, como a cidade é conhecida nos Estados Unidos. Ele havia chamado este problema de uma “história de duas cidades” ao longo de sua campanha, mas no discurso de posse reafirmou que o fim das “desigualdades econômicas e sociais que ameaçam desintegrar a cidade que amamos” não era um discurso barato, uma promessa eleitoral, mas o princípio básico do programa de sua administração.

    Por Teresa Albano, no People’s Worker

    Os outros altos funcionários da cidade que acabavam de assumir o cargo, a defensora pública Leticia James e o procurador Scott Stringer, também fizeram promessas semelhantes, embora tenham ampliado ainda mais o alcance delas. Leticia, a primeira negra eleita para ocupar um cargo oficial, que é responsável por toda a cidade de Nova York, criticou as políticas favoráveis a Wall Street aplicadas pelo prefeito que deixava o cargo, Michael Bloomberg, e que levaram a cidade “à idade dourada da desigualdade, na qual refúgios para desamparados e projetos de urbanização decrépitos para pessoas de recursos escassos foram esquecidos para dar lugar a brilhantes condomínios de vários milhões de dólares”.

    Stringer disse que adotaria uma agenda progressista, baseada na “responsabilidade fiscal” que pudesse “levantar a todos os nova-iorquinos”, destacando que os dois elementos não são mutuamente excludentes.

    Nova York é uma cidade excepcional, mas seus problemas não são únicos. O que de Blasio descreveu como uma “crise silenciosa” das disparidades em matéria de riqueza afeta a todas as cidades dos EUA. De fato, se trata de um trem fora do controle que ameaça criar o caos, não só para os setores urbanos, mas também para as periferias, reservas e povoados de forma geral. Para o escritor, procedente de Chicago e onde o atual prefeito ganhou o título de “prefeito do um por cento”, a promessa de mudar as políticas que favorecem os multimilionários é música para os ouvidos.

    Entretanto, a crise não é igual em todos os lugares. Detroit – uma cidade que também poderia ser descrita como singular – enfrenta uma falência provocada por anos de desigualdades raciais e de classe, condições econômicas e sociais que, talvez somente nos detalhes, sejam muito diferentes das de Nova York, mas todas as cidades estão com dificuldades, de um modo ou de outro, em áreas de interesse público, como educação pública, aposentadorias, impostos, empregos e salários, moradias acessíveis e prejuízos raciais nas políticas de aplicação das leis e da justiça penal.

    Os moradores das grandes e pequenas cidades veem que suas escolas públicas precisam desesperadamente de financiamento, enquanto que as corporações privadas e as escolas particulares seguem absorvendo recursos públicos. Os empregos com baixos salários na indústria de alimentos e no comércio varejista travam as economias urbanas. Os sistemas de transporte em massa são sucateados e as políticas em matéria de policiamento são dirigidas para acossar a juventude negra e seguir alimentando o “complexo industrial de prisões”, com novas gerações de jovens.

    A lista poderia continuar indefinidamente e com cada problema aumentam e intensificam as desigualdades raciais e de classe. Alguns chamam isto de “o urbanismo neoliberal”, no qual os mercados de capitais regem livremente a economia local e, com isso, assumem o controle social, político e ideológico. Para dizer de outro modo, a crise das cidades tem sua origem no capitalismo.

    A luta pelo progresso tem muitas formas e é livrada em muitos âmbitos, com diferentes coalizões e movimentos. A vitória de de Blasio ofereceu uma nova esperança de que se pode produzir uma mudança progressiva nacionalmente, em relação à luta contra as desigualdades raciais e de distribuição da riqueza que assolam as cidades dos Estados Unidos.

    No início de dezembro, de Blasio e mais de uma dezena de outros prefeitos eleitos foram convidados para a Casa Branca, para se encontrarem com o presidente Obama. Depois do evento, de Blasio descreveu o que se poderia definir como um “consenso de interesses” entre os prefeitos que poderia ser a base de um movimento nacional.

    “Algo está ocorrendo aqui”, quando prefeitos de todo o país dizem ao presidente o mesmo com relação à pobreza e à educação infantil”, disse de Blasio depois da reunião.

    “A luta contra a desigualdade é a missão da nossa era”, disse.

    Esse movimento – que combina as lutas contra as desigualdades raciais e de classe – tem preocupado os titãs corporativos e seus cães de guarda. De Blasio, da mesma forma que Obama, será desafiado pelos acontecimentos e uma oposição feroz, em primeiro lugar por parte da extrema-direita. Wall Street se assegurará disso. As grandes corporações se alimentaram dos contribuintes durante décadas, seja mediante a privatização dos recursos públicos ou por meio de incentivos fiscais e créditos com a promessa de criar postos de trabalho.

    Um exemplo, há pouco tempo a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME na sigla em inglês) – uma das maiores instituições financeiras do mundo – recebeu US$ 15 milhões da cidade de Chicago para pagar a renovação de seu balneário, em troca de algumas centenas de postos de trabalho e a promessa de permanecer em Chicago até o ano de 2017. Em outras palavras, a cidade estava disposta a pagar o “resgate” depois que a Bolsa ameaçou abandonar a cidade. Depois que os cidadãos repudiaram e protestaram contra a negociata, a Bolsa voltou atrás e “recusou” o dinheiro.

    O movimento progressista também terá o objetivo de sair de sua zona de conforto e construir coalizões com aliados, começando com o movimento operário, para ampliar seu alcance. Para fazer frente aos problemas da desigualdade é essencial aplicar uma nova política industrial, verde, que seja baseada nos salários propostos pelos sindicatos. Reconstruir pontes e fábricas e proporcionar moradias acessíveis é inevitável. Isso significa soluções a nível nacional e estatal. Entretanto, as eleições legislativas de 2014 foram parte do desafio e a derrota para os republicanos e para o Tea Party, renovando o domínio deles sobre o Congresso, criou um obstáculo muito maior para o movimento progressista nos Estados Unidos.

     

                                                                                                                                        

  4. Já era!

    A lógica de funcionamento do sistema socioeconômico norte-americano se consumou sob a forma da maximização da predação.

    Isso não só está na cabeça dos 20% do FTE, como nas cabeças de todos os americanos, inclusive os 80% trash (não importa de white ou colored). É isso que legitima a política eleitoral, o funcionamento dos lobbies, as políticas públicas, enfim, a possibilidade mesma da vida política na tal da “democracia” americana.

    Quando Houston fica debaixo d’água não é só por causa de um furacão provocado pelo aquecimento global que Trump & Co. não querem ver. É porque o espaço público do planejamento urbano e da regulação foi apagado a ponto de permitir que os vorazes empreendimentos imobiliários aterrassem todas as áreas de charco que continham a carga pluvial de Houston.

    A cabeça de 99% dos americanos funciona pela lógica da racionalidade de meios, do tipo “pra qualquer farinha, meu pirão primeiro”. A única coisa que, em úlltimo termo, prospera nessa selva individualista dos meios atomizados é a apropriação utilitarista da “identidade”.

    No que diz respeito ao fim do túnel, ele já foi inteiramente ocupado pelo capitalismo em estado absoluto.

    No estado a que chegou o individualismo liberal, simplesmente falta aos americanos a capacidade de apreender o público. Essa categoria se tornou progressivamente inapreensível, ininteligível.

    Norberto Bobbio fez uso certa vez de um exercício lógico para reconhecer a relação entre liberdade e igualdade. Lógica formal  significa identificar numa relação quem é o antecedente (“dado que X”) e quem é o consequente (“então Y”). Para Bobbio é possível deduzir a liberdade (consequente) da igualdade (antecedente), porque uma vez que todos sejam iguais, serão igualmente livres em direito. Mas não é possível deduzir a igualdade da liberdade, porque dada a liberdade como ponto de partida, uns poderão invadir livremente o espaço de direito dos outros.

    O pensamento liberal (e os valores que regem a sociabilidade na sociedade norte-americana) toma a “liberdade” como o precedente absoluto. O estado social que em última instância pode ser deduzido disso seguramente não é um estado de justiça, mas um estado de guerra social, uma vez que a (preciosa) linha vermelha do contratualismo seja rompida.

    As políticas de identidade a vinham repuxando, na esperança (distributivista — à la Raws) de que ela solucionasse o paradoxo de uma justiça já de antemão inviável (não dedutível). O que a eleição de Trump parece ter demonstrado é que essa linha pretensamente elástica pode ter chegado no limite de arrebentar.

    1. Muito se discute, em termos

      Muito se discute, em termos metafísicos, sobre a dicotomia entre liberdade individual e coletividade, sem atentar para como essas coisas funcionam NA PRÁTICA. 

      NA PRÁTICA, se não houver uma cultura que cultive o respeito pelo que é público, o respeito às individualidades não floresce porque, NA PRÁTICA, quando não há qualquer ligação afetiva à coletividade, as pessoas se tornam imbuídas do sentimento de que é cada um por si e todos contra todos – como nós vimos acontecendo recentemente no Espírito Santo.

      NA PRÁTICA, onde não há senso de coletividade, as pessoas passam a roubar e a adotar outros tipos de comportamentos abusivos assim que a perspectiva de punição se esvai; e NA PRÁTICA, somente a re-valorização do que é público parece ser o antídoto contra o sentimento de anti-coletividade que, por sua vez, culmina não no respeito aos direitos individuais, mas sim na criação de pequenos tiranos que irão desrespeitar os direitos individuais e a individualidade de outros indivíduos assim que for possível fazê-lo sem serem punidos depois.

      Este é o projeto neoliberal: uma transformação psicológica da sociedade para que esta seja povoada de pequenos tiranos e de novas formas de relações abusivas que venham a substituir os antigos preconceitos (machismo, homofobia, preconceitos contra religiões minoritárias, etc.) de modo a manter baixos os níveis de empatia e de capacidade de cooperação na população a ser dominada. 

      O sistema quer que você seja um sociopata porque assim você vive embriagado pela necessidade emocional de se sentir perfeito e, portanto, emocionalmente incapaz de questionar a própria inteligência; e é justamente ao questionar a própria inteligência que você consegue perceber que está sendo manipulado e escravizado.

       

      PS. https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs12152-011-9140-6

       

      1. Caro Ciro

        A “prática”  (ou o que na teoria sociológica se chama um tanto pomposamente pelo nome de “ação social”) é sempre determinada pelo seu sentido.

        Toda ação social só é efetiva (como ação) e reconhecível (como social) quando ela é inteligível.

        Bakhtin dizia que todo enuciado (e aqui podemos ver uma ação simplesmente como uma forma de enunciação) é dialógico. Ele só faz sentido se outros entenderem. O “louco” nada mais é que o ininteligível. Suas ações sociais não fazem sentido: ele vive num mundo que se inflete apenas sobre si mesmo, e seus significados são maximamente idiosincráticos (só “funcionam” para ele, louco).

        Assim, qualquer “prática” só subsiste porque goza de um fundo de linguagem, de inteligibilidade; e só prospera politicamente se gozar de um fundo de legitimidade.

        O que os antropólogos fazemos é buscar a forma como são arranjadas as arquiteturas de sentido; essas, que tornam as práticas inteligíveis.

        Não se trata de metafísica. Trata-se de sintaxe.

    2. Questão primoridial: o que futuro guarda?

      O artigo descreve uma sociedade em situação dramática e traça um cenário assustador. O comentário complementa ilustrando-o perfeitamente. No Brasil a situação é muito mais grave. Nunca alcançamos o desenvolvimento da sociedade norte-americana e, agora, estamos importando exatamente aquilo que a tornou pior.

      E, me pergunto, como aceitamos? Por que seres humanos racionais se submetem a isso? Como romper com esse ciclo de concentração de oportunidades e multiplicação da miséria?

      Olhamos um modelo falido. O que colocar no lugar? E como o faremos? Que mundo estamos deixando aos nosso filhos?

  5. Postagem fantasiosa

    Esta postagem mais parece um delírio, um desejo do autor, que não corresponde bem à realidade.

    Vamos fazer algumas perguntas que vão desmontar o que foi dito neste post:

    Os cidadão dos EUA tem um passaporte que lhes permite migrarem para os melhores países do planeta, e para quase todos os outros países, incluindo Europa, países nórdicos, Canadá, Austrália, e a língua deles, o inglês é altamente compreendida na maior parte do mundo.  Então porque eles preferem ficar ” sofrendo ” nos EUA ao invés de irem embora daquele ” inferno ” ?

    Os EUA tem 43 milhões de imigrantes, só o Brasil tem 3 milhões de migrantes vivendo nos EUA. Se é tão ruim, por que tanta gente vai morar e trabalhar lá? 

    Muitos migrantes que entram nos EUA são mestiços, latinos, asiáticos, negros, e conseguem emprego assim mesmo. Isto, de pobreza se relaciona muito mais ao perfil do trabalhador que os EUA querem, se a pessoa não se enquadra no perfil desejado, se a pessoa é rebelde eles chamam um migrante para fazer o trabalho do americano, uma vez que não podem obrigar ninguém a mudar de atitudes.

    Vemos muita gente indo do Brasil para os EUA e quase ninguém vindo dos EUA para o Brasil. se lá é tão ruim, porque é assim?

    É mais fácil ver um europeu indo trabalhar nos EUA do que o oposto, se os EUA é tão ruim, porque os europeus vão trabalhar lá ? É comom ver portugueses, italianos, etc, que trabalham ou já trabalharam nos EUA.

    Muitas brasileiras, da elite vão ter seus filhos nos EUA, para que seus filhos tenham cidadania americana e possam entrar para trabalhar naquele país. Se os EUA é tão ruim, por que elas fazem isto?

    —————

    Vê-se muita gente morando na rua, ou em treilers, porque os EUA não admitem favelas, eles destróem qualquer construção irregular. O alto número de encarcerados nos EUA refletem a tolerância zero com qualquer transgressão à lei. Os juízes ficam só esperando alguém violar a lei, para prendê-lo por décadas e mendar o elemento para campos de trabalho forçado, afinal todos os presos trabalham pesado, para dar lucro ao estado.

    Ou seja, eles perseguem quem não se enquadra na sociedade deles com tamanha determinação, que acabam por destruir a pobreza que vai sendo empurrada para os confins da sociedade americana até sumir de vez. A pobreza nos EUA dificilmente sobrevive a mais que uma gerção.

    No final o objetivo é de que só sobrem ricos, e que os trabalhadores pobres sejam só migrantes. Os próprios pobres nascidos nos EUA são migrantes dentro dos EUA, pois moram em treilers e migram de cidade em cidade em busca de empregos melhores.

    A esquerda brasileira critica quase todos os países desenvolvidos, mas não citam um país sequer que seja perfeito, ou que seja modelo para se copiar.

     

     

    1. Perguntas não destróem

      Perguntas não destróem argumentos, caro Zé Guimarães. Só argumentos é que destróem argumentos.

      – “Ah, mas minhas perguntas são retóricas. Todo mundo sabe as respostas.”

      Uma: quem é essa pessoa, “Todo mundo”? E depois de identificada, será que essa pessoa tirou suas certezas da propaganda ideológica-comercial a que chamam “mídia” daquele país? Ou verificou, estudou? Olha que estudar nos EUA não é para qualquer um, hein? Com certeza não é para essa pessoa chamada “Todo mundo”…

      1. Não é tão dificil

        Caro Sr. Lazzari

        Não é tão difícil assim para um americano nascido nos EUA conseguir fazer faculdade. Basta servir o exército ( que não é obrigatório lá ) e após o fim do serviço militar, o Governo dos EUA pagam uma faculdade para o ex soldado. Aqui no Brasil o governo jamais faria isto, é mais difícil do que lá. E como as Forças Armadas nos EUA são um dos locais com menor racismo daquele país, até onde se pode pensar nisto, quase qualquer americano pode mesmo começar a vida por este caminho. A não ser que tenha alguma deficiencia física grave que o impeça de servir nas Forças Armadas. 

        Os imigrantes naturalmente não tem esta facilidade lá. 

        A única coisa, é que os EUA dão oportunidades, diferente do que acontece aqui, só que eles cobram caro dos que não aproveitam tais oportunidades, algo muito justo. 

        Mas também aqui no Brasil, não é tão injusto quanto parece, pois quase  qualquer cidadão pode também seguir carreira militar, com estudos pagos pelo Governo, para cargos de Sargento, ou de Oficial, com faculdade paga e tudo, só não pagam faculdade para soldados. Nisto o governo dos EUA dá mais do que o governo brasileiro, pois paga faculdade para soldados lá.

        E mesmo os que não passarem aqui num concurso, podem seguir carreira em polícia militar, polícia civil, guarda municipal, etc. Também lá, dizem que muitos seguem carreira na polícia, a tal ponto de existirem muitos brasileiros trabalhando de policial nos EUA. Naturalmente que uma grande maioria não vai conseguir isto, mas o desemprego lá é bem mais baixo do que aqui. E o Governo americano dá um bolsa alimentação para quem ganha até um salário mínimo, ou seja, quem tem emprego não morre de fome lá. Não é tão ruim quanto parece. 

        O viés do capitalismo é ser anti demográfico, só os mais espertos sobreviem e tem sucesso no sistema. Se eles ajudassem todo mundo, mesmo os que falharam e fracassaram na vida profissional,  provavelmente em pouco tempo os EUA teriam 1 bilhão de habitantes como a China. Isto não seria bom para o planeta. E proibir as pessoas de terem filhos como fazemna china também não seria possível num país que cultua a liberdade. 

        O segredo do capitalismo tanto aqui quanto lá,  é não ficar escolhendo muito o serviço, aceitar trabalhar com qualquer coisa legal que aparecer. Os que pensam demais para aceitar um serviço, perdem a chance e são segregados pelo sistema. 

        Achei excelente a sua disposição a aceitar críticas, e a argumentar, parabéns, muito democrático, Sr. Lazzari. 

         

        1. O que o artigo diz, caro Zé

          O que o artigo diz, caro Zé Guimarães, é que o que faz um pais ser considerado sub-desenvolvido não é o PIB e nem haver “ilhas de oportunidade e prosperidade” sob outros aspectos além de dinheiro, e sim a desigualdade. A concentração de poder econômico e político. E esta, tanto pelo que diz esse artigo quanto muitos outros, só tem feito aumentar naquele país.

          Agora, sobre esses outros pontos que você acrescenta… De nada adianta, a meu ver, apontar coisa pretensamente boas nos EUA ou pior, comparar aquele pais com o nosso e menos ainda acreditar que só é possível que nosso pais seja soberano, livre, independente e próspero ser copiarmos algum modelo. Pelo contrário, o que nos coloca na lamentável posição de pouca prosperidade é justamente ficar admirando o bom daquele país sem ver que sua política externa nos prejudica das duas formas: abertamente – caso do “lawfare” – e enrustidamente, através de sabotagens, espionagens, e isso em todos os níveis, desde o dia-a-dia com cidadãos estadunidenses que moram aqui até no relacionamento entre nações.

          Claro que a responsabilidade sobre babar ovos dos outros é de quem baba, nunca dos outros. A responsabilidade por haver uma liderança é sempre dos que optam por eleger e seguir alguém que se arvora lider. Ou seja, não existe líder sem seguidores.

          Então sobre o que você nos trouxe – e não sobre o assunto do artigo – não me parece ser imprescindível que elejamos e aceitemos algum modelo. Estávamos indo bem, a meu ver, nos governos do PT (que de “esquerda” não têm nada, a propósito, no máximo de bem-estar social), tanto em prosperidade quanto em soberania. Estávamos mais próximos de alternativas aos EUA (BRICS, América do Sul, África etc.). Os EUA têm sido um país que nos prejudicado (apesar de haver quem, mesmo assim, ainda o tenha em boa conta). Só cachorro apanha e continua seguindo o dono…

          1. O PT não é sustentável no poder

            Caro Lazzari

            ” Estavamos ” bem no PT. Aí que está, o PT não vai voltar. Caiu por culpa da lawfare, mas caiu também porque todo o sistema era feito para excluir o que não se enquadre nos interesses da elite e dos EUA. Por isto não adiantam saudosismos, o Lula só governou porque os EUA assim o desejaram, pois precisavam del para mapear o pre sal… para os EUA saquearem. 

            A esquerda nunca consegue pensar de modo prático, numa saída. Não têm modelo, não tem rumo. Desejam um passado que não voltará, a menos é claro que seja do interesse dos EUa a volta de um govrno populista ao poder no Brasil, e isto por curto tempo, seja bem considerado. 

            O Brasil nunca mais voltará a fazer parte dos Brics, pois os EUA não o permitiriam. Não tem como peitarmos o Império americano, estando tão próximos deles. A represália viria sem tardar, como veio na forma de lawfare. Os únicos que conseguiram peitar os EUA são os que tem bombas atômicas, o que não éo nosso caso, e os EUA nem permitiriam que viesse a ser. 

            A qual Brics o Sr. se refere? Se é a Índia, com sua miséria de bilhões não é uma boa idéia para ser seguida. Agora se é a China e a Rússia, os modelos a que se refere,  não podemos nos esquecer que estes países só funcionam bem por que tem uma ditadura com censura fortíssima, coisa que para o brasileiro é um tabu absoluto. 

            Para a esquerda brasileira falta maturidade e praticidade de um debate que leve realmente a algum lugar. 

            ————-

            Sem um modelo que possa ser posto em prática, não se chega a lugar algum. Eu sugiriria ao Brasil copiar o modelo canadense, ou australiano. Pelo controle de natalidade voluntário, chegaríamos a uma população de 20 ou 30 milhões de habitantes, então o desemprego seria definitivamente extinto de nosso país. E o Canadá se enquadrou perfeitamente em tudo o que o Império americano queria dele. Ou seja perceberam que não vale a pena sustentar uma luta contínua, contra um adversário muito mais forte e próximo deles, e se estabilizaram num padrão de vida elevado, sem grandes ambições. 

            ————

            Os EUa fazem lawfare? Mas quase todos os Impérios fizeram e ainda fazem assim. Tirando o Império Inca, que era benéfico para seus povos quase todos os outros exploram seus povos. O Império Romano, o Império britânico, Portugal e Espanha assim o fizeram, a China também explora o Tibet, como se vê, é difícil um Império que não explore sesu povos comandados. 

            ————

            Sobre a desigualdade

            Ela sempre existiu e sempre existirá. Me cite um país onde a igualdade tenha dado certo. O que pode ser melhorado é os debaixo terem o suficiente para viverem com dignidade. Isto é possível, mas sem desafiar muito as normas do capitalismo pois os EUA nõ tolerariam . 

            Mesmo os países do bem estar social, os países nórdicos, estão desmontando seu assistencialismo, por que o mercado assim o exigiu. Só mantiveram o estado de bem estar social para fazer frente aos países comunistas, que se foram. 

            Mesmo nos países comunistas, acabaram por ter uma elite burocrática, e um povo subordinado. O sistema de castas é o alicerce de todas as civilizações. Utopias são algo fantasioso, e desvia de um debate que realmente leve a um futuro melhor para o povo. 

            Mesmo os países que tentaram o comunismo, acabaram retrocedendo a um sistema semi-capitalista, como Rússia e China.Utopias não funcionam em lugar algum no mundo moderno. 

            O que pode ser melhorado, e está em jogo é que os de baixo da pirâmide social ganhem o suficiente para viverem com dignidade e se alimentarem bem. Mas para isto não precisariamos ser de esquerda, Canadá e Austrália já fazem isto muito bem. O que nos remete a buscarmos um modelo que funcione para o nosso país e que seja exequível.  

          2. PT foi exemplo apenas, caro

            PT foi exemplo apenas, caro Zé. O importante é que o povo brasileiro gosta de estados com orientação socialista. Algo como a social-democracia ou o estado de bem-estar social, isso está provado. E isso independe de lulas.

            Cada país tem suas próprias histórias. O estado de bem-estar social nórdico não serviria para nosso país.

            Agora quanto aos EUA… o estudioso que aponta o declínio da classe média por lá é estadunidense. E nem de longe está só nessa constatação. O tempo não para, Zé, e na minha opinião é bobagem insistir em um capitalismo como o conhecemos há nem faz tanto tempo assim, uns 200 anos… Esse está tão fraco como ideia que está apelando para as armas como nunca fez antes. Como diria a revista Veja, agoniza em praça pública. Seus estertores ainda vão ferir e matar muita gente mas seu fim é inevitável e está mais perto do que alguns saudosistas podem desejar. Ainda se fosse um ou outro comunista a dizer isso… mas toda gente de todas as orientações e convicções tem apontado para esse fim.

            Da mesma forma estamos assistindo ao fim das pretensões das firmas privadas que tomaram o estado dos EUA de tornarem aquele país no “Grande e Único Chefe do Mundo”, uma pretensa unanimidade, um “xerife global”. A China, por exemplo, está comprando petróleo em yuan, não em dólar… Ademais ninguém aguenta um ditador por muito tempo.

            O tempo não para, caro Zé, resistir é perda de tempo. Que venha o novo, que tal?

          3. Concordo em parte

            Caro Sr. Lazzari

            Concordo em parte o fundamentalismo de Mercado dos EUA não é bom pra ninguém, nem para o planeta, nem para as pessoas. Um dia ele cairá, nem que demore milênios

            Mas duvido que alguém  tenha forças a curto prazo para peitar e vencer os EUA, pois estão armados até os dentes, com armas nucleares e tecnologia de ponta. 

            ————-

            O povo brasileiro pode gostar de socialismo, mas para por em prática precisaria da benção do tio Sam. Além do mais, o povo brasileiro pode até gostar de socialismo, mas a elite detesta, e são eles quem dão as cartas. 

            Provavelmente se os EUA caísse seria substituido por outro Império, tão explorador quanto o atual, a menos que houvesse um colapso na civilização mundial. 

            Quem sabe um dia, Sr. Lazzari?

            Até o Império Romano que durou milênios chegou a um fim um dia, nada dura pra sempre.  

    2. Os cidadão dos EUA tem um

      Os cidadão dos EUA tem um passaporte que lhes permite migrarem para os melhores países do planeta, e para quase todos os outros países, incluindo Europa, países nórdicos, Canadá, Austrália, e a língua deles, o inglês é altamente compreendida na maior parte do mundo.  Então porque eles preferem ficar ” sofrendo ” nos EUA ao invés de irem embora daquele ” inferno ” ?

      Sério? Qualquer redneck com escolaridade pública dos EUA pode chegar na Alemanha, mal sabendo falar inglês direito, imagine então, alemão, e os locais vão fazer fila para lhes oferecerem os melhores empregos…

      Cada um que me aparece…

      1. Até portugueses vão pra Alemanha

        Caro Sr. Luis

        Até portugueses e gregos, vão para a Alemanha, sem falar inglês, para arrumar emprego, porque não so americanos que realmente falam inglês?

        Opa, tem alguma coisa errada no seu comentário, americanos que não sabem falar inglês… mas qualquer analfabeto nos EUA fala inglês perfeitamente, além de que o nível de analfabetismo nos EUa é baixíssimo, e o nível das escolas americanas , padrão excelente, pelo menos em comparação ao resto do mundo. 

        ———–

        O salário nos EUa é maior que o da Europa, o desemprego é menor, e a economia dos EUA é muito mais dinâmica do que a da Europa, por isto americanos não saem dos EUa para trabalhar em outros países, a menos que seja por curto tempo, para aprenderem uma segunda língua. 

    3. Bebeu ?
      O que vc bebeu para falar tanta sandice , tantas coisas sem nexo e sem respaldo na realidade ?
      Pois eu afirmo , com a experiência de ter vivido nos EUA por 2 anos e fazer negocios com eles continuamente nos ultimos 30 anos , que , sim , 80 % do povo americano não tem cultura ( não confunda dinheiro com educação cultural) , a grande maioria da população é idiotizada e robotizada por uma filosofia de vida , sistema socio econômico e comportamento psico-social que , absolutamente e definitivamente , não servem de modelo para a humanidade , e que certamente levará à sua ruina moral !
      Para não ser maniqueísta , reconheço o grande legado que aquele povo legou ao mundo (mais do que a tecnologia , endeusada por tantos ) : a sua maravilhosa e riquissima musica , principalmente ritmos como o blues , o jazz , o soul, que ironicamente ( como no Brasil ) foram criados pela camada da população mais pobre e oprimida , os afrodescendentes !

      1. O que tem a ver…

        Caro Sr. Pereira

        O que tem a ver uma coisa com a outra? Que a população dos EUA é imbecilizada isto sabemos. Os EUa inunda seu povo com toda sorte de mentiras, especialmente sobre as guerras sujas que fazem. 

        Mas o assunto aqui é sobre economia, e não sobre imbecilização do povo americano, em matéria de economia os EUA são fortes, a maior prova, o Sr. disse que ficou 2 anos nos EUA, provavelmente procurando por oportunidades financeiras.

        O Sr. foi só um dos 43 milhões de migrantes que vivem nos EUA. A maior comunidade de brasileiros vivendo fora do Brasil está nos EUA, e garanto que procuram oportunidades financeiras. 

        Os EUA são sujos, isto ninguém duvida, mas são eficientes. 

    4. Eu vivo nos USA a 25 anos.
      Eu vivo nos USA a 25 anos. Posso dizer por experiência própria, e por ler e estudar muito aqui, que o artigo está 100% correto. Novamente citando minha experiência neste tipo de coisa, posso imaginar que voce está vivendo na chamada “bolha conservadora”. Se vivesse aqui, seria um típico espectador da Fox News.

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