Economistas discordam de avaliação da S&P

Jornal GGN – Para José Antonio Ocampo, professor da Universidade de Columbia e ex-ministro das Finanças da Colômbia, a agência de ratings Standard & Poor’s errou ao rebaixar o grau de investimento do Brasil. Ele crê que o país não tem problemas para pagar suas dívidas, e também acha que o ajuste fiscal promovido pelo governo é exagerado e aprofunda a recessão. “A função das agências é prever o comportamento dos bônus no longo prazo, e não atuar de modo oportunista numa crise”.  Para Ocampo, isso reafirma “a péssima imagem” que ele tem das agências de classificação de risco, e que elas tem um grande histórico de erros.

Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-­secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp, critica a importância dada à avaliação da Standard & Poor’s para o Brasil. Ele diz que as pessoas “prestam reverência” a essas agências, que deveriam ter perdido sua credibilidade em razão de sua atuação no período que antecedeu a crise de 2008.

Do Valor

Para heterodoxos, importância é relativa

A Standard & Poor’s (S&P) errou ao tirar o grau de investimento do Brasil, um país que não tem nenhum problema para pagar as suas dívidas, segundo o economista José Antonio Ocampo, professor da Universidade de Colúmbia. Ocampo também afirmou que o Brasil faz um ajuste fiscal exagerado, que acaba por aprofundar a recessão. “A função das agências é prever o comportamento dos bônus no longo prazo, e não atuar de modo oportunista numa crise”, disse ele. “Isso reitera a péssima imagem que eu tenho das agências de classificação de risco. Foi um erro [a decisão da S&P], e elas têm um grande histórico de erros.” Ocampo disse não ter “a menor dúvida” de que o Brasil tem capacidade de pagar as suas dívidas. 

Leia mais

Redação

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Quando Lula elogiou o Investment Grade as agências ainda tinham

    reputação , foi antes da queda do Leman broders que a S@P dava trple A (AAA).e ecomendava investimento no subprime

    Agora a Band tá espinafrando Lula sem dizer qual era o contexto da época.

  2. Gostaria de saber como é que
    Gostaria de saber como é que uma empresa que tem aproximadamente 380 bilhões de dólares em caixa, vai ter dificuldade pra pagar uma marreca de dívida?

  3. A S&P tem um grande histórico

    A S&P tem um grande histórico de erros, diz o economista. Verdade, embora tais agências erram dentro de uma programação mais ampla de “erros”. No caso brasileiro, até demoraram para “errar”.  O processo de tocar o terror foi desencadeado faz tempo. Imagino que as ferramentas do kit de desestabilização são usadas aos poucos.  O rebaixamento da S&P neste momento reanimou o “Fora Dilma”. O movimento impichatório tava um tanto desanimado. Agora a tropa está de novo eufórica, a ponto de perder o fôlego. Pode até passar do ponto.

    1. O que importa são os efeitos para o Brasil da queda da nota

       

      Jaide (sexta-feira, 11/09/2015 às 11:54),

      A questão não é o histórico da S&P, ou o que os economistas acham sobre a S&P ou sobre a decisão de rebaixar a nota do Brasil. O importante é saber qual é a consequência desse rebaixamento e, caso haja consequência, se ela será boa ou ruim.

      Ontem eu fiz um comentário expressando a minha opinião sobre esse assunto junto ao post “Dilma diz que rebaixamento não é “catástrofe”, e Lula, “que não significa nada”” de quinta-feira, 10/09/2015 às 16:19, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-diz-que-rebaixamento-nao-e-catastrofe-e-lula-que-nao-significa-nada

      O meu comentário lá no post “Dilma diz que rebaixamento não é “catástrofe”, e Lula, “que não significa nada””, enviado quinta-feira, 10/09/2015 às 20:58, fora destinado para Mauro Silva1 para o comentário dele enviado quinta-feira, 10/09/2015 às 18:31 e para o qual ele deu o título de “A S&P perdeu a credibilidade”. O comentário de Mauro Silva1 fora enviado para junto do comentário de Ana Torres enviado quinta-feira, 10/09/2015 às 18:03, em que ela menciona como são distintas as declarações de Lula sobre a S&P em momentos diferentes.

      Eu deixei expresso o que eu penso sobre a consequência do rebaixamento da nota do Brasil pela S&PD no título que eu dei ao meu comentário: “A nota conta, mas o Brasil cresce quando a nota é baixa”, que por sinal foi enviado equivocadamente para junto do comentário de Ana Torres. Transcrevo a seguir o meu comentário:

      – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

      “Mauro Silva1 (quinta-feira, 10/09/2015 às 18:31),

      Não vejo razão para questionar a validade, confiabilidade, ou credibilidade das Agências de Riscos. Elas existem, há fundos que só fazem investimentos seguindo a orientação dessas Agências. E uma vez ocorrido o rebaixamento da classificação ou o aumento do risco, esses fundos são obrigados por estatuto a retirar o dinheiro do investimento realizado.

      Ainda assim, não custa apontar o que Paul Krugman disse na época que a Standard & Poor’s rebaixou a classificação dos Estados Unidos. Na UOL há o artigo “Standard & Poor’s não tem credibilidade para avaliar dívida dos EUA” de terça-feira, 09/08/2011, há portanto, 4 anos, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/paul-krugman/2011/08/09/standard–poors-nao-tem-credibilidade-para-avaliar-divida-dos-eua.htm

      E vale também a repercussão deste artigo em matéria na Exame intitulada “Paul Krugman chama analistas da S&P de “palhaços’” de segunda-feira, 08/08/2011 (A repercussão deve ter sido com base no texto original de Paul Krugman que deve ter saído no New York Times no dia anterior, da publicação do texto dele no Uol) e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/paul-krugman-chama-analistas-da-s-p-de-palhacos

      Bem, agora eu como leigo em economia, não fico submetido aos ditames do mercado. E venho dizendo há bem mais tempo que Paul Krugman que essas notas das agências de riscos devem ser tomadas como se a classificação fosse invertida, de cabeça para baixo. Não que eu pense exatamente assim, mas há alguns tipos de classificações de que eu desconfio bastante. Nesse sentido serve como exemplo a classificação da percepção de corrupção em um país. Eu tenho por mim que em um país muito corrupto ninguém no país percebe a corrupção como elevada. Ou pode até perceber, mas não diz.

      Há, entretanto, um dado real sobre as classificações de risco feita por essas agências no que diz respeito ao Brasil. Se você fizer um levantamento vai verificar que sempre que o risco era alto, ou a nota era baixa, iniciava-se um processo de recuperação econômica do país. E o contrário ocorria quando a nota era alta. Pode ser só coincidência, mas pode ser que para nós brasileiros essa nota seja um bom presságio”.

      – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

      Enfim, há consequências. Alguns podem até dizer que de imediato essas consequências são ruins. Só que o que interessa para o Brasil é o histórico das consequências do rebaixamento da nossa nota pelas agências de risco. E o histórico é que o rebaixamento traz consequências que no longo prazo mostram-se como consequências em favor de um maior crescimento econômico e para mim que defende para países em desenvolvimento taxas mais elevadas de crescimento econômico, o rebaixamento traz consequências boas para a economia.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 11/09/2015

  4. Quem é do ramo me tire uma

    Quem é do ramo me tire uma dúvida, por favor: qual a diferença entre essas agências de classificção [preferi não corrigir a digitação] de risco e as agências de propaganda?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador