Ex-deputado tucano é condenado por evasão de R$ 3,8 milhões

Jornal GGN – O Ministério Público Federal divulgou ontem (3) que o ex-deputado federal Vittorio Medioli (PSDB) foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão por crime contra o sistema financeiro. Ele foi um dos alvos da Operação Farol da Colina, da Política Federal.  Ele foi julgado por evasão de divisas e por manter contas clandestinas no exterior. As operações realizadas em 2002 hoje equivaleriam a R$ 3,8 milhões (em valores corrigidos).

Ex-deputado do PSDB é condenado por evasão de R$ 3,8 milhões

Por Marcelo Portela            

Do Estadão

Vittorio Medioli, empresário e ex-parlamentar, foi um dos alvos da Operação Farol da Colina, decorrente do Caso Banestado que revelou a atuação de Alberto Youssef

Belo Horizonte – O empresário e ex-deputado federal pelo PSDB e PV Vittorio Medioli, de 63 anos, foi condenado a cinco anos e cinco meses de prisão por crime contra o sistema financeiro. O ex-parlamentar foi um dos alvos da Operação Farol da Colina, realizada pela Polícia Federal para desbaratar um esquema por meio do qual foram enviados ilegalmente mais de US$ 3 milhões para o exterior com uso da Beacon Hill Service Corporation.

A sentença contra Medioli foi expedida pela Justiça Federal em Minas Gerais no último dia 28 e divulgada nesta terça-feira, 3, pelo Ministério Público Federal (MPF), que informou ter recorrido da decisão. A Procuradoria da República solicita ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) o aumento da pena para “patamares próximos ao máximo”. O acusado foi condenado a três anos e um mês de prisão pelo crime de evasão de divisas e a dois anos e quatro meses de prisão por “manutenção clandestina de depósitos” no exterior. A lei prevê penas de até seis anos de prisão para cada um dos crimes.

Vittorio Medioli, foi um dos alvos da Operação Farol da Colina, decorrente do Caso Banestado que revelou a atuação de Alberto Youssef

Segundo o MPF, as operações pelas quais Medioli foi acusado foram realizadas em 2002 e totalizaram US$ 595 mil, equivalentes a cerca de R$ 3,8 milhões em valores corrigidos. De acordo com as investigações, o então deputado federal teria entregue a quantia a um doleiro brasileiro, que a enviou para uma conta do empresário na Suíça por meio da subconta Monte Vista, mantida pela Beacon Hill na agência do Banestado em Nova York. Na denúncia, o Ministério Público acusou Medioli de efetuar “operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas” e também de manter “depósito de quantias no exterior sem informá-lo às autoridades competentes”.

Revelia. Proprietário da Sempre Editoria, que publica os jornais O Tempo e Super Notícia, e do grupo Sada, entre outras empresas, Medioli alegou em sua defesa que não sabia sobre o envio de recursos para o exterior, assim como sobre o depósito em banco suíço. Mas fez retificação de declaração de renda para informar sobre a conta.”Não se revela crível que recursos dessa monta tenham sido enviados e mantidos em conta no exterior de titularidade do acusado, a sua revelia”, afirmou a juíza Rogéria Maria Castro Debelli, da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte.

Para a magistrada, o empresário “não só detinha pleno conhecimento de sua existência (conta), mas também dos mecanismos de abastecimento dela”. “As consequências do crime são graves, tendo em vista que os fatos ora julgados integram-se a um esquema de evasão, sonegação e lavagem de capitais, operacionalizados por intermédio da empresa Beacon Hill Corporation, para o qual o acusado emprestou colaboração, disponibilizando para evasão do País e custódia no exterior, recursos financeiros vultosos”, afirmou a juíza.

Um dos advogados de Vittorio Medioli, Fábio Antônio Tavares dos Santos, afirmou que há erros na denúncia do MPF, que não apresenta datas das remessas que teriam sido feitas para o exterior, e já apresentou embargo declaratório contra a sentença por considerar que há contradição da juíza. Segundo Santos, o dinheiro na conta da Suíça foi oriundo de herança recebida por seu cliente, após inventário que tramitou na Itália, terra natal do acusado.

“Existe prova de que ele teve o inventário com o irmão e recebeu os valores lá fora. O fato da manutenção (da conta) lá fora absolve o envio. Não existe prova nenhuma do envio desses valores”, disse o advogado. “Existe na sentença uma série de impropriedades. Ele recebeu os valores em 2002 e fez a retificação (da declaração de renda) já em 2003. (Mas) a juíza afirma em todo o processo que Medioli não comunicou às autoridades fazendárias e na sentença afirma que houve a comunicação. A meu ver essa sentença é nula”, completou. Santos adiantou ainda que também pretende recorrer ao TRF1 contra decisão.

Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. As contas CC-5 do Banestado.

    As contas CC-5 do Banestado. Ai que saudade da CPI do Banestado e do barulho da mídia ontem e hoje. Será que o Vazador Moro lembra dessa história?

  2. ah,…. então tá !

    Sabe quando esse picareta vai em cana ?  Nunca !….  cadeia nesse país só pra preto, pobre, prostituta e petista….

    O cara roubou bastante e é amigo do Aécio, ….  pode esquecer o xilindró, …  não aconteceu nada com um helicóptero cheio de droga,  vai esperar o que?

  3. Belíssimo libelo contra a corrupção

    Acho que deve haver um engano. o Doutor Vittorio Mediolli é autor de um dos mais lindos e veementes libelos contra a corrupção  já publicados no Brasil:

    Do blog do Augusto Nunes (25/06/2013 às 17:48)

    (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/a-mutacao-como-escapar-do-inferno-iii-por-vittorio-medioli)

     

    VITTORIO MEDIOLI

    O terceiro capítulo estava pronto quando fui surpreendido por Dilma. Cercada por governadores e prefeitos convocados na representação de um presépio em volta de uma manjedoura, com promessa de verbas, a presidente apresentou os pontos de uma “pactuação” que estava sendo redigida, burilada nos bastidores, em sintonia com as pesquisas de opinião interpretadas pelo futurólogo e marqueteiro João Santana. No afã da versão, o conteúdo pecou num dia marcado por mais protestos. A “pactuação”, termo cunhado para distribuir responsabilidades aos outros que nunca dividiram méritos, bem no meio de uma crise apocalíptica (apocalipse = revelação), lançou apenas o sinal para sair da crise, e não a vontade e o desejo de corrigir erros.

    Falta-lhe o arrependimento, ponto de partida de uma coisa mais séria. E a seriedade de um pacto maior já era fulminada pela ausência de líderes de partidos, bem como de líderes da Câmara e do Senado. Com o Congresso do outro lado do fosso, mais que pacto, a iniciativa apressada de Dilma inspira um confronto.

    Mas que diabo de pacto sem Legislativo é esse? Por um comitê de ministros do PT contestados pela leniência com a corrupção? E governadores que, convidados pela empreiteira Delta, fizeram farras em Paris? Que legitimidade, e mais, que autoridade moral para apresentar um pacto parecendo castelo de areia para enfrentar a onda das ruas e de estudantes esclarecidos?

    Hereges escrevendo normas eclesiásticas, que serão conduzidas ao plebiscito pela autoridade moral de Renan Calheiros, aquele que botava as amantes na conta das empreiteiras? Lá fora aqueles que desfilam de nariz avermelhado se acalmarão com a pactuação? Ou a considerarão uma enrolação? Baixarão os cartazes que reclamam pressa, justiça e seriedade? Ou continuarão a se sentir palhaços?

    Claro que a tentativa reflete o profundo desconforto, a urgência de estancar uma revolta sem líderes, até uma intenção de aplacar os estudantes cujo sentimento durante o dia se alastrou em rodovias interditadas pela classe E, que reclama passarelas, redes de esgoto, linha de ônibus. Colocaram-se em frenesi os redutos dos bolsistas. Até tu! Como lamentou César caindo sob o punhal do filho Brutus.

    E, para quem tinha dúvida das intenções confusas, o mais lamentável ocorreu na entrevista concedida, no Palácio do Planalto, pelos ministros do Comitê de Crise ─ o da Saúde, o das Cidades, o da Educação, a da Casa Civil e a das Relações Institucionais.

    Para tratar de corrupção, a solução tangenciou a PEC 37, filha de um delirante deputado petista do Piauí, ainda não censurado, e se resumiu ao enquadramento na terminologia de hediondo. Muda o nome para deixar tudo igual; então quem redigirá e aprovará a mudança é o mesmo Legislativo, ausente na “pactuação”, que serve de refúgio aos mensaleiros condenados, presidido por Renan Calheiros.

    A “pactuação” assim revela seu lado sombrio de intenções, parecendo um chute longe da área do Planalto pressionado. Lá no sentido do Congresso, onde se tenta deslocar a atenção e o embate, até a fúria das ruas.

    Proposta anticorrupção que, em tese, poderá ser relatada por José Genoino ou um seu colega de partido. Mais a reforma política jogada para um plebiscito que será elaborado em seus quesitos pelo mesmo Congresso. A educação jogada no colo dos lucros do pré-sal. Sabe o ministro Mercadante que extrair um barril do pré-sal custa dez vezes de quanto custa um barril que se extrai agora do xisto, que a nova tecnologia de furos horizontais, dominada pelas companhias texanas, restituindo aos EUA petróleo barato e abundante? Daí o fortalecimento do dólar, tanto quanto o pré-sal enfraquece? Daí vem a solução?

    Para a saúde, Dilma convocará médicos estrangeiros, notadamente cubanos. No Brasil, a saúde não funciona, por uma questão gerencial, por falta de priorização, de investimentos, de organização. Falta antiga de apetite e vontade. Lula, apesar de sua popularidade geral, no quesito saúde era reprovado por 60% da população, e, na era de sua sucessora, conseguiu-se chegar, em véspera de Copa, aos 78% de descontentamento. Evidentemente, uma dose além do tolerável, mesmo com o circo montado e as bolsas distribuídas em larga escala.

    Ademais, Lula se encarregou de explicar no enterro de Hugo Chávez: “Eu ofereci a ele o Sírio-Libanês…”. Médicos são pessoas que passaram em primeiro lugar nos vestibulares, tem quociente intelectivo maiúsculo e conhecem de perto seu meio de profissão; se receberem mal a proposta, serão mais a engrossar o coro das ruas.

    E amanhã haverá jogo no Mineirão botando em risco um mundo de gente… Que atrevimento.

    Amanhã, depois da crítica, apresentarei propostas para escapar do Inferno.

     

     

  4. quando foi o crime?

    em 2002/2003?

    e só agora “condenado” em 1ª instância?

    certamente, o ‘insigne’ ex-deputado não é preto; não é pobre; não é ‘prostituta’ e NÃO É PETISTA.

  5. Curiosamente, nenhum jornal

    Curiosamente, nenhum jornal noticiou isso! Muito menos os jornais desse empresário e político ítalo-brasileiro. Aliás, ele mesmo assina crônicas e editoriais dos seus jornais, em que é um moralista dos mais descarados. Contra o PT, é claro…

  6. Só mais um.

    Só mais um e na primeira instancia. psdb, pronto. Quem sabe até 20… , deixa pra lá. Vai continuar dando lição de moral no jornal que ninguem lê, mesmo sendo dado.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador