Fora de Pauta

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Luis Nassif

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  1. http://upload.wikimedia.org/w

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3e/NestleHQ.jpg

    EMPRESAS HISTORICAS – NESTLE – Fundada em 1866 pelos irmãos George e Charles Page, americanos de Lee, Illinois, naturalizados britanicos e pelo suisso de origem alemã Henri Nestlé, a empresa começou como Anglo Swiss Milk Co. , alterando sua denominação em 1947 para Nestlé Alimentana S.A.

    Seu carro chefe era a farinha lactea, leite de vaca em pó com farinha de trigo do qual se retiravam alguns elementos que prejudicavam a digestão dos bebés. Na época havia grande mortalidade infantil na Europa causada em parte pela deficiencia do leite materno e a solução Nestlé ajudou a reduzir a mortalidade.

    A empresa é pioneira da internacionalização, hoje está em 194 paises com 447 fábricas e 330.000 empregados, é a maior emprea de alimentos do planeta, maior tambem em alimentação infantil, agua engarrafada e uma infinidade de outros alimentos, tem 8.000 marcas registradas, entrou no ramo de medicamentos com a compra da Alcon, Inc., de remedios para a visão, pela qual pagou US$48 bilhões. No campo da agua mineral controla as marcas Perrier, Vittel, San Pellegrino e muitas outras, inclusive a São Lourenço no Brasil. Tem uma participação de 29,7% no capital da maior empresa de cosmeticos do mundo, a L´Oreal, da França. Seu valor de bolsa é de US$233 nilhões.

    A Nestle na sua existencia de quase 150 anos sofreu grandes campanhas de paises e ONGs, é um dos alvos

    de muitas causas, uma das quais é a de que incentivou o desuso do leite materno pelas mães para vender mais leite em pó. Agora sofre campanhas de ongs ambientalistas pelo seu crescente controle da agua engarrafada.

    No caso do leite em po, uma invenção da Nestle, sua defesa é que o leite em pó, por sua durabilidade e portabilidade, sem necessitar refrigeração e pasteurizaçao, salvou milhões de vidas, inclusive nas guerras e desastres naturais.

    E grande tambem sua participação no mercado de chocolates e sorvetes, biscoitos, achocolatados, cereais e agora especialmente cafés com a solução Nespresso. Seu marketing é considerado insuperavel, quase subliminar, não faz ruido com propaganda mas ela existe e está por toda parte, uma das grandes empresas globais de nosso tempo.

    Acima, a sede mundial da Nestle em Vevey, cidadezinha suissa perto de Montreaux, onde morou até o fim da vida Charles Chaplin. O Brasil ocupa grande relevo na corporação Nestle, é o terceiro mercado após União Europeia e EUA, a Nestle brasileira é uma operação gigantesca que sozinha é uma das maiores empresas brasileiras.

  2. Cinco falácias e cinco verdades sobre a Copa no Brasil

     

    Cinco falácias e cinco verdades sobre a Copa no Brasil

    Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança.
     

    Com base na cobertura da velha mídia nacional e internacional podemos afirmar sem medo de que eram e são falácias:

    1. Acreditar que o Brasil não tem condição para organizar eventos deste porte, porque é um país onde grassam apenas a corrupção, a violência e a incompetência. Quem acreditou nisto perdeu a aposta. E tem mais: o Brasil já ganhou prêmio da ONU pelo combate à corrupção e lidera a comissão a respeito na OCDE.

    2. O Brasil é e será um país de eternos pobretões, miseráveis e favelados para sempre. O Brasil está se superando e deixando outras nações a ver poeira em matéria de combate à pobreza. No recente Congresso da Confederação Sindical Internacional, que elegeu o brasileiro João Felício (ex-presidente da CUT e da Apeoesp) como seu presidente, o pronciamento da representante da ONU a respeito foi enfática: em matéria de dminuição da pobreza o Brasil é um exemplo a ser estudado e seguido. Mas não esqueçamos: isto não deve ser motivo de desprezo em relação a outros países. Ao contrário, deve ser motivo de maior solidariedade internacional.

    3. A população brasileira tornou-se contrária à realização da Copa no país. Esta é a oração mais repetida da ladainha contra o nosso país. Não é verdade. Sucessivas reportagens de outros países atestam o entusiasmo de nossa população com a Copa, além de depoimentos oriundos do Brasil também. 80% da população é a favor, indicam as últimas pesquisas.

    4. O Brasil não deveria aplicar em estádios o dinheiro que deveria aplicar em educação e saúde. Não só isto não é verdade (os investimentos motivados pela Copa, inclusive nos estádios, são pequenos em relação ao que o país investe em educação e saúde), como revela má fé ou ignorância por parte de quem os manipula ou repete. Quem faz isto ou oculta ou ignora a complexidade econômica, social e cultural de um país como o Brasil. Os investimentos em infra-estrutura de mobilidade urbana, viária, ou ainda aérea geraram mais de 700 mil empregos no país. Eles deveriam ter sido feito antes – isto sim pode ser uma crítica construtiva. Mas agora saíram do papel. Graças, em parte, à Copa.

    5. As vaias e os insultos do setor VIP no Itaquerão e as manifestações “Não vai ter Copa” são representativas do sentimento e mal estar geral da população. Não são. As vaias e xingamentos provocaram mais repúdio do que aplauso, inclusive por parte de gente do setor conservador e/ou que por qualquer razão não votou nem votaria na presidenta em outubro. As manifestações minguaram em frequência e em número de manifestantes e só ganham espaço na mídia devido à busca de sensacionalismo.

    Vamos agora às verdades:

    1. Esta pode não ser a Copa das Copas em matéria de futebol (confesso que para quem viu, a de 58 não sai das retinas), mas decididamente é a melhor Copa nestes termos nos últimos tempos. Hospedar futebol de tamanha qualidade, ofensivo, bonito e eletrizante por vezes, além de ser uma honra para um país, certamente será um incentivo para nossos jogadores – presentes e futuros – ostentarem algo parecido. Além disso é lindo ver times como os do Uruguai, da Costa Rica e de Gana fazerem das tripas coração e jogarem bonito contra equipes milionárias e tidas como imbatíveis.

    2. Nosso povo está dando um show de bola em matéria de alegria, hospitalidade e esportividade. Incidentes isolados e menores não conseguem tapar esta realidade com as peneiras do descrédito e do desprezo, que insistem que as cidades brasileiros são verdadeiros faroestes de violência, desorganização, furtos, roubos e assassinatos. A Copa renderá dividendos no futuro: a grande maioria dos visitantes vai desejar voltar e conhecer o que ainda não teve oportunidade de conhecer, do Oiapoque ao Chuí e do Acre à Paraíba.

    3. O nosso povo pensa com a cabeça e o coração e ama o nosso país. Estão correndo mundo cenas como a da camareira supreendida no quarto de hotel a cantar e a dançar o hino nacional que vioa e ouvia pela televisão. Também correm mundo as cenas dos estádios inteiros a cantar nosso hino com vontade e… afinação também! Nem por isto viramos nacionalistas xenófobos e que não vêem o próprio país com discernimento e também críticas. Atesta isto a rotação do nome “Não vai ter Copa”, uma ilusão deste sempre, para o de “Vai ter luta na Copa”, ou “Copa com luta”, que pode ser algo positivo e produtivo.

    4. A realização da Copa está contribuindo para construir uma imagem muito positiva do Brasil e disseminando-a pelo mundo afora. Aos poucos populações de todo o mundo vão pulando por cima dos noticiários preconceituosos e exclusivamente negativos e percebendo por trás deles ou mesmo nas entrelinhas o entusiasmo com que o nosso povo recebe a Copa e seus benefícios. Comentários de leitores indignados com notícias ou artigos que torcem tudo para mostrar apenas o que é ruim – ou o que deveria ser ruim – se multiplicam.

    5. Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança, na expectativa de que ainda haja alguma catástrofe dentro dos campos (por exemplo, uma possível eliminação precoce do Brasil) ou fora dele: aqui serve qualquer coisa, de inundação a desastre. Afinal, velha mídia é velha mídia, e tem uma reputação a manter.

    http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=5c0c3007f1af27e1191082e12a27b0b8&cod=13879

    Cinco falácias e cinco verdades sobre a Copa no Brasil

Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança.
Flávio Aguiar Foto: Ricardo Stuckert/CBF

Com base na cobertura da velha mídia nacional e internacional podemos afirmar sem medo de que eram e são falácias: 

1. Acreditar que o Brasil não tem condição para organizar eventos deste porte, porque é um país onde grassam apenas  a corrupção, a violência e a incompetência. Quem acreditou nisto perdeu a aposta. E tem mais: o Brasil já ganhou prêmio da ONU pelo combate à corrupção e lidera a comissão a respeito na OCDE.

2. O Brasil é e será um país de eternos pobretões, miseráveis e favelados para sempre. O Brasil está se superando e deixando outras nações a ver poeira em matéria de combate à pobreza. No recente Congresso da Confederação Sindical Internacional, que elegeu o brasileiro João Felício (ex-presidente da CUT e da Apeoesp) como seu presidente, o pronciamento da representante da ONU a respeito foi enfática: em matéria de dminuição da pobreza o Brasil é um exemplo a ser estudado e seguido. Mas não esqueçamos: isto não deve ser motivo de desprezo em relação a outros países. Ao contrário, deve ser motivo de maior solidariedade internacional.

3. A população brasileira tornou-se contrária à realização da Copa no país. Esta é a oração mais repetida da ladainha contra o nosso país. Não é verdade. Sucessivas reportagens de outros países atestam o entusiasmo de nossa população com a Copa, além de depoimentos oriundos do Brasil também. 80% da população é a favor, indicam as últimas pesquisas.

4. O Brasil não deveria aplicar em estádios o dinheiro que deveria aplicar em educação e saúde. Não só isto não é verdade (os investimentos motivados pela Copa, inclusive nos estádios, são pequenos em relação ao que o país investe em educação e saúde), como revela má fé ou ignorância por parte de quem os manipula ou repete. Quem faz isto ou oculta ou ignora a complexidade econômica, social e cultural de um país como o Brasil. Os investimentos em infra-estrutura de mobilidade urbana, viária, ou ainda aérea geraram mais de 700 mil empregos no país. Eles deveriam ter sido feito antes – isto sim pode ser uma crítica construtiva. Mas agora saíram do papel. Graças, em parte, à Copa.

5. As vaias e os insultos do setor VIP no Itaquerão e as manifestações “Não vai ter Copa” são representativas do sentimento e mal estar geral da população. Não são. As vaias e xingamentos provocaram mais repúdio do que aplauso, inclusive por parte de gente do setor conservador e/ou que por qualquer razão não votou nem votaria na presidenta em outubro. As manifestações minguaram em frequência e em número de manifestantes e só ganham espaço na mídia devido à busca de sensacionalismo.

Vamos agora às verdades:

1. Esta pode não ser a Copa das Copas em matéria de futebol (confesso que para quem viu, a de 58 não sai das retinas), mas decididamente é a melhor Copa nestes termos nos últimos tempos. Hospedar futebol de tamanha qualidade, ofensivo, bonito e eletrizante por vezes, além de ser uma honra para um país, certamente será um incentivo para nossos jogadores – presentes e futuros – ostentarem algo parecido. Além disso é lindo ver times como os do Uruguai, da Costa Rica e de Gana fazerem das tripas coração e jogarem bonito  contra equipes milionárias e tidas como imbatíveis.

2. Nosso povo está dando um show de bola em matéria de alegria, hospitalidade e esportividade. Incidentes isolados e menores não conseguem tapar esta realidade com as peneiras do descrédito e do desprezo, que insistem que as cidades brasileiros são verdadeiros faroestes de violência, desorganização, furtos, roubos e assassinatos. A Copa renderá dividendos no futuro: a grande maioria dos visitantes vai desejar voltar e conhecer o que ainda não teve oportunidade de conhecer, do Oiapoque ao Chuí e do Acre à Paraíba.

3. O nosso povo pensa com a cabeça e o coração e ama o nosso país. Estão correndo mundo cenas como a da camareira supreendida no quarto de hotel a cantar e a dançar o hino nacional que vioa e ouvia pela televisão. Também correm mundo as cenas dos estádios inteiros a cantar nosso  hino com vontade e... afinação também! Nem por isto viramos nacionalistas xenófobos e que não vêem o próprio país com discernimento e também críticas. Atesta isto a rotação do nome “Não vai ter Copa”, uma ilusão deste sempre, para o de “Vai ter luta na Copa”, ou “Copa com luta”, que pode ser algo positivo e produtivo.

4. A realização da Copa está contribuindo para construir uma imagem muito positiva do Brasil e disseminando-a pelo mundo afora. Aos poucos populações de todo o mundo vão pulando por cima dos noticiários preconceituosos e exclusivamente negativos e percebendo por trás deles ou mesmo nas entrelinhas o entusiasmo com que o nosso povo recebe a Copa e seus benefícios. Comentários de leitores indignados com notícias ou artigos que torcem tudo para mostrar apenas o que é ruim – ou o que deveria  ser ruim – se multiplicam.

5. Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança, na expectativa de que ainda haja alguma catástrofe dentro dos campos (por exemplo, uma possível eliminação precoce do Brasil) ou fora dele: aqui serve qualquer coisa, de inundação a desastre. Afinal, velha mídia é velha mídia, e tem uma reputação a manter.

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=5c0c3007f1af27e1191082e12a27b0b8&cod=13879Flávio Aguiar Foto: Ricardo Stuckert/CBF Curti

     

  3. Maior legado da Copa no Brasil é a força do povo

    Do blog do Ricardo Kotscho

    http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2014/06/24/maior-legado-da-copa-no-brasil-e-a-forca-do-povo/

    Maior legado da Copa no Brasil é a força do povo

    Faz duas semanas deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.

    Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um avento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo, confundindo Jesus com Genésio, jogando sempre no popular quanto pior, melhor.

    Estádios e aeroportos não ficariam prontos ou desabariam, o acesso aos jogos seria inviável, ninguém se sentiria seguro nas cidades-sede ocupadas por vândalos e marginais. Apenas três dias após o início da Copa, o New York Times, aquele jornalão americano que não pode ser chamado de petista chapa-branca, tirou um sarro da nossa mídia ao reproduzir as previsões negativas que ela fazia nas manchetes até a véspera. Certamente, muitos torcedores-turistas que para cá viriam ficaram com medo e desistiram. Quem vai pagar por este prejuízo provocado pelo terrorismo midiático?

    Agora, que tudo é festa, e o mundo celebra a mais bela Copa do Mundo das últimos décadas, com tudo funcionando e nenhuma desgraça até o momento em que escrevo, só querem faturar com o sucesso alheio e nos ameaçam com o tal do “legado”. Depois de jogar contra o tempo todo, querem dizer que, após a última partida, nada restará de bom para os brasileiros aproveitarem o investimento feito. Como assim? Vai ser tudo implodido?

    A canalhice não tem limites, como se fossemos todos idiotas sem memória e já tenhamos esquecido tudo o que eles falaram e escreveram desde que o Brasil foi escolhido, em 2007, para sediar o Mundial da Fifa. Pois aconteceu tudo ao contrário do que previam e ninguém veio a público até agora para pedir desculpas.

    Como vivem em outro mundo, distantes da vida real do dia a dia do brasileiro, jornalistas donos da verdade e do saber não contaram com a incrível capacidade deste povo de superar dificuldades, dar a volta por cima, na raça e no improviso, para cumprir a palavra empenhada.

    Para alcançar seus mal disfarçados objetivos políticos e eleitorais, após três derrotas seguidas, os antigos “formadores de opinião” abrigados no Instituto Millenium resolveram partir para o vale tudo, e quebraram a cara.

    Qualquer que seja o resultado final dentro do campo, esta gente sombria e triste já perdeu, e a força do povo brasileiro ganhou mais uma vez. Este é maior legado da Copa, a grande confraternização mundial que tomou conta das ruas, resgatando a nossa autoestima, a alegria e a cordialidade, em lugar das “manifestações pacíficas” esperadas pelos black blocs da mídia para alimentar o baixo astral e melar a festa. Pois tem muito gringo por aí que já não quer mais nem voltar para seu país. Poderiam trocar com os nativos que não gostam daqui.

    Que tal?

  4.  
    Barack Obama, o novo

     

    Barack Obama, o novo profeta do Destino Manifesto

     

    Barack Obama confessou que acredita com cada fibra de seu ser no excepcionalismo de seu país sobre qualquer outra nação no mundo.

     

     

    Gilberto López e Rivas – La Jornada

    https://www.flickr.com/photos/soldiersmediacenter/14201860383/sizes/c/in/photostream/

     

    Na cerimônia de formatura da Academia Militar de West Point, no último dia 28 de maio, o presidente Barack Obama confessou que acredita com cada fibra de seu ser no excepcionalismo de seu país sobre qualquer outro no mundo e enfatizou, num exaltado discurso nacionalista, que os Estados Unidos “é e continua sendo a nação indispensável. Isso foi certo no século passado e será certo no próximo século”. Essa mentalidade abertamente imperial – que se assenta na crença quase religiosa de que os Estados Unidos constituem um Estado-nação escolhido e predestinado, com direitos e responsabilidades em âmbito planetário autorreferenciados e acima do marco jurídico internacional, estabelecido particularmente no último pós-guerra – se expandiu em outros dogmas e sofismas, transformados em políticas de Estado, igualmente reveladores: “A disposição dos Estados Unidos para aplicar a força em todo o mundo é a última salvaguarda contra o caos” (e o que acontece com o caos ocasionado pelo intervencionismo imperialista?)

    “Os Estados Unidos devem sempre liderar no cenário internacional. Se não o fizermos, nenhum outro o fará. A força militar à qual vocês se incorporaram (refere-se aos oficiais da academia militar) é, e sempre será, a espinha dorsal dessa liderança”. E, caso tenha ficado alguma dúvida: “Os Estados Unidos usarão sua força militar unilateralmente, se necessário, quando nossos interesses básicos assim exigirem, quando nosso povo se sentir ameaçado, quando nossos meios de vida estejam em jogo, quando a segurança de nossos aliados esteja em perigo… A opinião internacional (e, eu acrescentaria, o direito internacional) importa, mas os Estados Unidos jamais devem pedir permissão para proteger nosso povo, a nossa pátria, a nossa maneira de viver”.

     

    Essas ideias expressadas por Obama revelam a continuidade do pensamento da classe dirigente daquele país por mais de dois séculos.

    O suposto direito de intervir militarmente quando e onde seus interesses assim requisitarem, a se expandir e conquistar territórios por qualquer meio, incluindo a guerra colonial (por certo, levada a cabo em 1898 contra a Espanha, apoderando-se de várias de suas colônias), a partir da justificativa de impor a povos e nações as leis e formas de governo consideradas “as melhores na terra” conformam a mentalidade das elites governantes desde o século XVIII. Naquela época, os Pais Fundadores da República, que acabara de se ver independente da Inglaterra, planejavam se apoderar de todo o continente. Jefferson acreditava em 1786 que a nascente confederação deveria se considerar “o ninho” por meio do qual “toda América, a do Norte e a do Sul, será povoada”, e o preocupava que a Espanha fosse tão frágil para manter seus domínios coloniais, “até que nossa população tenha avançado o suficiente para ganhar seu domínio palmo a palmo”.
     
    A declaração de James Monroe em 1823 – baseada nas ideias de John Quincy Adams sintetizadas na frase “América para os americanos”, que rapidamente se transformou em “doutrina” para lhe dar seu ar de misticismo e outorgar alguma respeitabilidade – e a crença de que o “Destino Manifesto” constituem as formas ideológico-discursivas para indicar aos poderes coloniais da Europa que os Estados Unidos entravam, em igualdade de condições, na partilha colonial do mundo.

    Nela, a América deveria ser considerada como campo livre de toda a ingerência europeia para benefício exclusivo dos norte-americanos. Além dessa renovação das crenças do povo escolhido, o profeta Obama, certamente com maior capacidade retórica e intelectual do que seu antecessor Bush, distorce a verdade histórica ou demonstra sua profunda ignorância na realidade contemporânea ao defender que:
     
    “Os Estados Unidos tiveram a sabedoria de estabelecer instituições para manter a paz e apoiar o progresso humano – desde a OTAN até as Nações Unidas, desde o Banco Mundial até o FMI”. A iniciativa de fundar um novo organismo internacional foi discutida no final da Segunda Guerra Mundial pelas potências vencedoras, e a carta de criação da ONU foi assinada inicialmente por 51 estados. Por outro lado, a OTAN foi a própria expressão do militarismo, das provocações e das agressões bélicas norte-americanas e europeias, especialmente durante a Guerra Fria – muito longe da paz e do progresso humano.
     
    Por sua vez, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional constituem as principais instituições da exploração financeira dos países capitalistas ao mundo subdesenvolvido, bem como a imposição da atual transnacionalização neoliberal em escala planetária.

    Obama defende que um dos elementos da liderança de seu país é “sua disposição de atuar em nome da dignidade humana. O apoio dos Estados Unidos à democracia e aos direitos humanos vai além do idealismo, é um assunto de segurança nacional”. E, nesse sentido, lembra “que, devido aos esforços dos Estados Unidos, devido à diplomacia dos Estados Unidos e à ajuda ao exterior, assim como ao sacrifício de nossos militares, mais gente vive hoje com governos eleitos, mais do que em nenhum outro momento da história humana”.

    O Iraque é um dos exemplos mais recentes e notáveis dessa disposição de atuar em nome da dignidade humana e, sobretudo, dos sacrifícios dos militares norte-americanos: um país devastado, com toda a infraestrutura sanitária, de saúde e educação destruída; com mais de um milhão de motos; 4 milhões e meio de desalojados e refugiados; 5 milhões de órfãos; mais de 8 milhões que requerem ajuda humanitária; 70% da população não dispõe de água potável; e um país imerso no caos de uma guerra confessional propiciada pela potência ocupante.

    Parafraseando Simón Bolívar: “Os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a infestar o mundo com misérias e morte em nome da liberdade”.
     
    Tradução: Daniella Cambaúva

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Barack-Obama-o-novo-profeta-do-Destino-Manifesto/6/31237

     

  5. OS BONS MOÇOS DA CAMPANHA – DE PAULO MOREIRA LEITE

    Numa eleição disputadíssima, bom mocismo de petistas costuma dar conforto a adversários

     

    O aspecto mais curioso da campanha presidencial de 2014 é o surgimento de  bons moços dentro do PT.

    Não faltam exemplos. Os bons moços lamentam  que o governo  não tenha dado respostas aos protestos de junho – esquecendo que Dilma Rousseff foi a única política brasileira que pelo menos tentou, entre milhares do Congresso, nos governos estaduais, nas prefeituras, na oposição e na situação, em mais de 30 partidos, a apresentar um conjunto de projetos que respondiam a questões colocadas pelas ruas, a  começar pela  reforma política. As propostas tinham vários defeitos, todos sanáveis. Foram destroçados sem piedade pelos adversários em função de suas qualidades.  

    O bom moço não cobra a responsabilidade de quem enterrou mudanças que todos diziam querer. Faz auto-crítica pelas falhas de seus aliados. 

    O bom moço é assim. Se aparece um erro no lado adversário, corre para descobrir uma falha equivalante entre aliados.

    Quando apanha numa face, mostra a outra.

    Quer ser o melhor da classe, ainda que todos saibam que não é o queridinho da professora e sempre será colocado de castigo por razões injustas. 

    Imagine um bom moço do PSDB. Começaria dizendo que o governo Fernando Henrique entregou uma inflação de 12% ao ano — e que esse patamar nunca foi alcançado depois da posse de Lula. Também diria que a falta de reservas daquele tempo colocou o país de volta ao FMI. Falaria também da compra de votos para a emenda da reeleição. 

    Este é o jogo real. 

    Tenho certeza de que não sou o único brasileiro que tem estranhado o comportamento recente do ministro Gilberto Carvalho, uma liderança histórica do PT, com um papel imenso nas conquistas do governo Lula-Dilma.

    Hoje me atrevo a questionar suas declarações recentes. 

    E me atrevo  a dizer que sinto aí um espírito de bom mocismo.

    Dias depois do VTNC do Itaquerão, Gilberto Caravalho considerou que era necessário colocar em seu devido lugar  a reação do partido – e de amplos setores democráticos sem relação com o PT e até seus adversários — em defesa da presidente.

    “No metrô vi muito moleque que nada tinha a ver com a elite branca gritando palavrão.”

     No inicio desta semana, quando faltam 72 horas para o Supremo rever medidas absurdas contra dirigentes  condenados da AP 470, que se dizem inocentes da maioria das denúncias apresentadas no julgamento, que também são rejeitadas por grandes mestres do Direito, Gilberto Carvalho faz questão de dizer a Natuza Nery, da Folha:  

    “Não nego atos de corrupção que tivemos. Infelizmente, eles aconteceram, têm de ser reprovados.”

    Falando sobre a campanha eleitoral o ministro afirma é que necessário fazer uma “grande mobilização que não parta da ilusão de que o povo pensa que está tudo bem.”

    É bom sublinhar alguns pontos.  O repúdio ao VTNC era necessário porque o xingatório, naquelas circunstancias, nada tinha a ver com eventual descontentamento da população. Era uma atitude de desrespeito a democracia que pretendeu, pela violencia verbal, intimidar e silenciar seus adversários. Nada a ver com palavrões no metrô.  Quem esteve nos encontros recentes do PT sabe que o partido está longe de acreditar que o “povo pensa que está tudo bem.” Dizer o contrário ajuda quem gosta de dizer que a campanha tem uma postura arrogante. 

    Os votos de outubro irão idefinir se conquistas históricas dos últimos 12 anos serão renovadas a partir de 2015, se possibilidades novas de progresso podem ser mantidas. Ou se haverá um retrocesso, de duração imprevisível.

    Num confronto dessa natureza, cada frase, cada palavra, cada vírcula e cada ponto de exclamação se traduz pelo valor político. E quem traduz são meios de comunicaçao em sua maioria engajados – como Gilberto Caravalho admite – em auxiliar os adversários de Dilma, de Lula e do PT. 

    O horizonte  das palavras e dos silêncios é o mesmo – a disputa pelo poder. Falhas e erros devem ser admitidos com franqueza. O debate, interno e público, é necessário.

    Mas cabe levar em conta um elemento básico das campanhas eleitorais: cada passo em falso prejudica aliados e dá conforto ao inimigo.

    Essa é a questão do bom mocismo.

  6. Google Trends monitora tendências da Copa do Mundo

    Diversão pura. Segundo o aplicativo:

    – Antes do 1º jogo contra a Croácia, na abertura da Copa, a pergunta “Como fazer pipoca doce?” foi a segunda mais frequente no Brasil.

    – As pessoas no Brasil estavam se sentindo “invencíveis” logo após a vitória sobre a Croácia; “bem”, logo após o empate com o México e “descontraídas”, logo após a vitória sobre Camarões.

    – No Brasil, as buscas por Freddie Mercury dispararam após o artilheiro Fred aparecer com um bigode parecido com o do cantor do Queen.

    “Pela primeira vez, você terá uma experiência do Google Trends criada especificamente para te ajudar a descobrir mais sobre os jogadores, seleções e momentos que conquistam a atenção do mundo inteiro. Confira em google.com/worldcup e veja as tendências de todos os 32 países que competem no torneio”, publicou o Google.

    Entre os pontos analisados estão:

    Sentimento: Veja como um país inteiro se sente – seja otimista ou ansioso -, conforme refletido nas tendências de pesquisa e conversas públicas no Google+.Foco do mundo: Para toda partida, descubra qual seleção está capturando a atenção do mundo na Pesquisa do Google.Principais perguntas: Quer saber mais sobre um pênalti? Provavelmente você não é o único. Confira as principais perguntas de todos os países na disputa antes e depois do apito inicial.Jogadores em ascensão: Descubra quem são os jogadores para ficar de olho e como se comparam a seus companheiros de equipe na pesquisa.

    Fonte: blog Google Discovery:

  7. A morte do ator Eli Wallach

    Faleceu o ator Eli Wallach de 98 anos e entre suas principais atuações estão o último filme de Marilyn Monroe (The Misfits) e Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugky) de Sergio Leone. Uma carreira que contabiliza 167 filmes e um Oscar Honorário recebido em 2011.

    O mais interessante é que ele atuou até os 94 anos, tendo realizado 2 papeis pequenos em filmes de Polanski (Escritor Fantasma) e Oliver Stone (Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme).

    http://www.nytimes.com/2014/06/25/movies/eli-wallach-multifaceted-actor-dies-at-98.html?ref=arts&_r=0

  8. Iraque: EIIL é terrorismo?

    O que é terroismo o que é libertação?

    O Estado no Iraque é legítimo? Para quem?

    Da Deutsche Welle

    O Estado Islâmico do Iraque e do Levante e seus financiadores

    Desde a tomada da cidade iraquiana de Mossul, a milícia sunita EIIL é considerada a mais rica organização terrorista do mundo. A origem de seus meios financeiros é controversa e especula-se sobre a aplicação deles.

    Quando tomaram a cidade de Mossul, no norte do Iraque, os militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) saquearam de um banco 500 bilhões de dinares iraquianos, o equivalente a mais de 420 milhões de dólares. Assim, o grupo já disporia de um total de 2 bilhões de dólares para sua “guerra santa”.

    A origem exata de todo esse dinheiro é controversa. O governo xiita do Iraque acusa o governo saudita de apoiar os insurgentes. “Responsabilizamos a Arábia Saudita pelo apoio financeiro e moral dado ao EIIL”, declarou o primeiro-ministro Nuri al-Maliki nesta terça-feira (17/06). Os Estados Unidos, aliados de Riad, rejeitam as acusações de Al-Maliki. A declaração é “imprecisa e ofensiva”, segundo Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.

    Dinheiro dos países do Golfo?

    “Não há evidência publicamente disponível de que o governo de um Estado esteja envolvido na criação ou no financiamento do EIIL como organização”, afirma Charles Lister, do Brookings Doha Center, no Catar.

    Já Günter Meyer, diretor do Centro de Pesquisas sobre o Mundo Árabe da Universidade de Mainz, não tem dúvidas quanto aos fluxos de caixa. “A mais importante fonte de financiamento tem sido os países do Golfo, especialmente a Arábia Saudita, mas também Catar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos”, disse à Deutsche Welle.

    A motivação dos Estados sunitas do Golfo é a luta do EIIL contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, explica Meyer. Três quartos da população síria é de muçulmanos sunitas, enquanto o país é governado pela minoria alauita, um ramo do Islã xiita.

    Hoje o governo da Arábia Saudita está ciente dos riscos, prossegue o especialista em assuntos árabes. “Os sauditas já formam o maior contingente de combatentes estrangeiros no EIIL. Se esses militantes retornarem ao país, há o risco de se voltarem contra o regime saudita.” Mas há razões para continuar acreditando que o dinheiro venha da Arábia Saudita, “não tanto do governo, mas da parte de sauditas ricos”.

    Dinheiro do petróleo e da extorsão

    A segunda principal fonte de financiamento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante são os campos de petróleo no norte da Síria, explica o pesquisador. “O EIIL conseguiu o controle sobre esses campos. Ele leva o petróleo através da fronteira turca, em caminhões. Essa é uma importante fonte financeira.”

    Nuri al-Maliki, primeiro-ministro do Iraque

    Segundo Charles Lister, a organização terrorista consegue em grande parte se autofinanciar. “Ela se esforçou para se consolidar em redes da comunidade e assim garantir um fluxo constante de dinheiro.” Como exemplo, ele cita a extorsão sistemática em Mossul.

    “Isso atinge pequenos empresários e grandes firmas, empresas de construção e, se os rumores forem corretos, até mesmo funcionários do governo local”, relatou Lister à DW. “Suspeita-se também que em áreas controladas completamente pela organização sejam recolhidos impostos – por exemplo em Raqqa, no nordeste da Síria.”

    Günter Meyer, do Centro de Pesquisas sobre o Mundo Árabe, descarta a possibilidade de ex-correligionários do ditador iraquiano Saddam Hussein, morto em 2006, financiarem o EIIL, pois as metas são muito diferentes: embora ambos queiram derrubar o governo xiita do Iraque, a intenção do EIIL é fundar uma teocracia islâmica. Os sunitas do partido Baath, de Hussein, por sua vez, almejam uma democracia secular.

    Dinheiro para o jihad

    O maior golpe financeiro do EIIL foi com certeza o saque do Banco Central em Mossul. Também outras instituições bancárias e outras áreas controladas pela organização teriam sido roubadas, diz Meyer.

    Com o dinheiro, a organização poderia comprar muitos jihadistas, tuitou o blogueiro sírio britânico Eliot Higgins, que usa o peudônimo Moses Brown. “Com 429 milhões dólares, o EIIL poderia pagar 600 dólares mensais a 60 mil combatentes, durante um ano.”

    Estima-se que o EIIL disponha atualmente de 10 mil militantes. Contudo, a forma como a organização gasta seu dinheiro não é exatamente documentada. “Acredita-se que o EIIL pague pelo menos os seus combatentes estrangeiros, mas talvez toda a tropa”, estima Charles Lister. “Nas áreas que controla, a organização subsidia pão, água e combustível. E ainda financia a reparação e a organização de serviços públicos básicos. Tudo isso custa dinheiro.”

    O EIIL provavelmente também vai canalizar o dinheiro para a aquisição de material militar, acredita Günter Meyer. Na tomada de Mossul, os insurgentes se apoderaram de muitas armas norte-americanas e veículos. “Com os meios financeiros de que dispõem, agora ficou fácil levantar mais armas no mercado internacional”, conclui.

     

  9.  
    Wikileaks revela plano para

     

    Wikileaks revela plano para desregulamentação financeira mundial

     

    Documento comercial escondido a sete chaves, se posto em prática, fará muitos países reféns das mesmas políticas econômicas desastrosas dos anos 1990

     

     

    Redação do Common Dreams

    Herder3 / Wikimedia Commons

     

     
    O Wikileaks publicou quinta-feira um documento comercial escondido a sete chaves, que se promulgado, daria ao mundo financeiro uma posição ainda mais dominante no controle da economia global, pois evitaria regulações e a prestação pública de contas.
     
    Conhecido como TISA: Trade in Services Agreemente, o projeto representa as posições de negociação dos EUA e da União Européia e estabele as estratégias desregulatórias defendidas por alguns dos maiores bancos e firmas de investimento do mundo.
     
    De acordo com o Wikileaks:
     
    Apesar dos fracassos na regulação do sistema financeiro que se evidenciaram na Crise de 2007-2008 e os clamores por uma melhora de estruturas regulatórias relevantes, os proponentes do TISA pretendem desregular ainda mais o mercado financeiro global. O projeto Serviçoes Financeiros Anexos coloca regras que ajudariam a expansão de financeiras multi-nacionais – principalmente aquelas com sede em Nova Iorque, Londres, Paris e Frankfurt – na direção de outras nações com barreiras regulatórias. O projeto vazado também mostra que os EUA é particularmente a favor de aumentar o fluxo de dados transfronteiriços, o que permitiria uma troca de dados pessoais e financeiros muito maior.
     
    As negociações do TISA já estão ocorrendo fora do Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (GATS, em inglês) e do quadro da Organização Mundial do Comércio (WTO, em inglês). No entanto, o Acordo está sendo lapidado para ser compatível com o GATS, para que uma boa parte dos participantes sejam capazes de pressionar os membros do WTO a assinar o Acordo no futuro. Entre os 50 países ausentes nas negociações estão Brasil, Rússia, Índia e China. A natureza exclusivista do TISA enfraquecerá as posições destes países em futuras negociações de serviços.
     
    Lori Wallach, diretor do Public Citizen’s Global Trade Watch, declarou que o acordo descrito no projeto, se aprovado pelos governos nacionais, seria um desastre para quaisquer esforços regulatórios que tentassem colocar em xeque o financismo global.
     
    Em uma declaração em resposta ao TISA liberado pelo Wikileaks esta quinta, Wallach disse:
     
    “Se o texto vazado for posto em prática, ele reverteria as melhorias feitas depois da crise financeira global que salvaguardavam os consumidores e a estabilidade financeira, assim como nos jogaria novamente dentro do modelo extremamente desregulado dos anos 1990 que nos levou à crise e aos bilhões em perdas para os consumidores e governos.
     
    “Este é um texto que os grandes bancos e os especuladores financeiros adorariam que pudesse causar um dano real ao resto de nós. Isto inclui um trecho chamado literalmente de “standstill” (paralisação) que proibiria os países de melhorarem a regulação financeira e os deixaria presos àquelas políticas às quais eles estiveram reféns no passado”
     
     
    Tradução de Roberto Brilhante

     

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Wikileaks-revela-plano-para-desregulamentacao-financeira-mundial/7/31200

  10. Da situação em Europa.

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    O unilateralismo

    por ADRIANO MOREIRA

    O perigo crescente da situação internacional que a questão da Ucrânia suscita, e embora não seja possível antecipar a dimensão das consequências, sublinha, com evidência, o erro do unilateralismo numa época de globalismo, uma realidade mais invocada do que conhecida na sua estrutura, interdependências e consequencialismos. Talvez a evolução do Iraque pudesse já servir de aviso para o unilateralismo exclusivamente imputável aos EUA, reforçado pelo que aconteceu com a Líbia, e não parece imprevisível no Afeganistão. Não era imaginável, depois do que se passou na Segunda Guerra Mundial, e da gravidade do que acontecera no interior de cada um dos países que foram ocupados, que os unilateralismos atuais levassem povos a meditarem sobre o passado abolido como sendo visivelmente desejável em comparação com o desastre em curso, em que as principais vítimas são as populações, nestas os jovens, sobretudo as crianças, acrescendo o facto de as crenças religiosas contribuírem para agravar os enfrentamentos e não para ajudar a consolidar a paz e o desenvolvimento. Como é de tradição, o jogo de imputação de culpas e assunção de virtudes torna-se dominante na tarefa de orientar a opinião pública internacional. Nestas circunstâncias, a visão internacional é mais obscurecida do que informada da realidade, incluindo a circunstância de o Estado espetáculo intensificar a sua ação em termos de mobilizar as componentes nacionais, culturais, ou ideológicas, agravando a dificuldade das intervenções pacificadoras ou preferivelmente preventivas. No caso do unilateralismo que se agrava na Ucrânia, e que progressivamente exige a atenção dos europeus, e dos americanos, o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder, que pode, sem riscos eventuais, personalizar a perspetiva alemã dominante na União Europeia em regime de tolerância, considera que a União Europeia é a principal responsável por ter levado Kiev a escolher entre a União e a Rússia, não atendendo à profunda divisão cultural da Ucrânia. Nesta culpa coletiva é duvidoso que inclua a própria Alemanha, por razões evidentes de relacionamento económico, e consequentemente político. Talvez porém a principal causa política esteja no facto de a política de fronteiras, que tanto a oeste como a leste do Muro de Berlim, sofreu uma inquietante modificação no entendimento de conceitos estratégicos de governo. Quer a NATO quer a Rússia, que viu desmantelado o Pacto de Varsóvia, definiram, para além das fronteiras geográficas, conceito tradicional, as fronteiras de interesses como orientadoras do seu conceito de governo. O unilateralismo americano teve as consequências sofridas e frequentemente referidas, e a Rússia não admitiu o esquecimento da sua proclamação de Império do Meio, cuja fronteira dos interesses o levou a dar um passo exemplificativo na Crimeia, com esquecimento da violação do direito internacional vigente, e, não obstante ocasionais encontros aparentemente apaziguadores, que dificilmente escondem que os passos seguintes são de obrigar a uma Ucrânia culturalmente dividida. O credo do mercado vigente entre ocidentais usa a sua excomunhão privativa que são as sanções económicas, mas quando tanto fala em contágio na área das finanças que aflige os ocidentais, talvez esqueça o contágio que pode multiplicar-se em pequenas pátrias na sua área específica, em vista dos separatismos que animam movimentos em alguns dos países da União, e cujas populações não parecem satisfeitas com o supranacionalismo que pratica, o qual mais uma vez se ocupou de alargar o seu espaço à Ucrânia sem estudos prévios cuidadosos da governabilidade em paz, nem com estudos de fronteiras amigas que o alargamento poderia afetar. O desamor europeu, num inquietante crescimento que as últimas eleições mostram, exige que as inquietações com os orçamentos não façam esquecer que governar tem ainda outras questões essenciais.

     

  11. Para refletir em tempos de eleição.

    Martela o ditador

    Iraquiano que primeiro atacou estátua de Saddam Hussein em 2003 critica os Estados Unidos e diz que se arrepende de seu ato

    SAMY ADGHIRNIENVIADO ESPECIAL A BAGDÁ

    RESUMO

    Em 9 de abril de 2003, quando tropas dos EUA invadiram Bagdá, TVs do mundo inteiro divulgaram imagens de um iraquiano que dava marretadas em uma estátua do então ditador, Saddam Hussein. A queda da estátua, que exigiu a ajuda de um guindaste, se tornou símbolo do fim do regime. Onze anos depois, Kadom al-Jabouri, dono de uma loja de peças de moto, está arrependido de ter iniciado o ataque e diz ter saudade de Saddam.

    Eu treinava em uma academia perto da praça Firdos e, toda vez que me deparava com aquela estátua, sonhava em, um dia, vê-la cair.

    Algo me dizia que esse momento chegaria. Saddam era muito cruel. Ele mandou prender e enforcar vários membros da minha família, que estava envolvida com partidos islâmicos.

    Eu mesmo passei anos detido [por exigir que um filho de Saddam pagasse uma moto que foi tomada da loja].

    Quando ouvi que as tropas americanas estavam entrando em Bagdá, pensei que havia chegado a hora de eu mesmo derrubar a estátua.

    Corri até a loja para pegar minha marreta, fui até a praça Firdos e comecei a dar pancadas na base da estátua.

    Naquele instante, um porta-voz militar do regime dava uma entrevista à imprensa no hotel Sheraton, que fica na mesma praça.

    Ao saber o que estava acontecendo do lado de fora, todos os jornalistas correram para me ver. Deixaram o porta-voz falando sozinho.

    Vários agentes do regime, que estavam à paisana, me cercavam. Se eu estivesse sozinho, certamente me pegariam e matariam. Mas conheço muita gente naquele bairro e meus amigos me cercaram para eu continuar.

    Pessoas foram chegando e me ajudando, mas estava difícil destruir a estátua. Após uns 40 minutos, tanques americanos chegaram à praça. Um general se aproximou e me perguntou se eu queria ajuda. Amarramos uma corda entre um tanque e a estátua para puxá-la para baixo, mas a corda quebrou.

    Um soldado americano colocou uma bandeira dos EUA no rosto de Saddam. Eu arranquei e pus uma bandeira do Iraque.

    A estátua finalmente caiu quando um guindaste foi trazido e continuou sendo destruída, no chão, por centenas de pessoas. Realizei meu sonho e, na hora, fiquei muito grato aos americanos. Hoje estou arrependido.

    Achei que os EUA haviam chegado para nos libertar, mas passei a odiá-los quando os ouvi dizendo que queriam ocupar o Iraque.

    E os governos que vieram depois de Saddam foram todos piores que ele. Eles fracassaram em tudo. Nossa infraestrutura é pavorosa.

    Os preços dispararam, e há gente que morre de fome enquanto a turma do governo desvia bilhões de dólares da venda do petróleo. Eu disse bilhões de dólares.

    No tempo de Saddam havia sanções econômicas, mas a vida era tão mais barata, da gasolina à comida.

    Pior mesmo é a incapacidade de prover segurança.

    Passamos séculos sem nos importar com quem era xiita, sunita, curdo ou cristão e agora, por causa deste governo, a violência sectária não para de aumentar. Sou xiita, como o governo, mas e daí? Qualquer um, até mesmo um judeu, seria melhor para o país do que esta gente.

    Na época do Saddam, tínhamos um ditador. Hoje temos cem. Saddam provia segurança à população. Ele era um criminoso e um líder cruel, mas quem não se envolvia com política vivia em paz e em liberdade.

    Torço para que os rebeldes [do Estado Islâmico no Iraque e no Levante] cheguem a Bagdá. Não apoio especialmente o grupo, mas estou do lado de quem quiser derrubar o governo. Se eu pudesse, eu mesmo colocaria aquela estátua de volta ao lugar e bateria continência.

  12. Os 50 anos de A Hard Day’s Night

                                 

    Os 50 anos de A Hard Day’s Night – o apogeu da Beatlemania, de Música em Revista

    Por Alberto Mawakdiye

    Classificado pela revista Village Voice como “o Cidadão Kane dos filmes jukebox”, A Hard Day’s Night – o primeiro filme dos Beatles, lançado em 1964, portanto há exatos 50 anos – é provavelmente um dos mais sem pé nem cabeça da história do cinema, mas ainda assim delicioso de assistir.

    Em trepidante preto e branco, quase se resume a um amontoado de cenas mostrando os Beatles fugindo (literalmente) de fãs ensandecidas, com várias canções do disco homônimo, lançado simultaneamente, servindo de trilha musical.

                                           

    Mas esta pegada algo anárquica só pôde ser desenvolvida pelo diretor Richard Lester porque o filme – que no Brasil recebeu o nome de Os Reis do Iê, Iê, Iê – tratava dos Beatles.

    É um filme praticamente sem personagens. Já gozando então de fama mundial, os garotos de Liverpool não precisaram representar papel algum. A principal atração do filme era a própria banda e o seu rock’n’roll. Isso deu à fita um caráter antes documental do que de ficção, embora com o uso de recursos narrativos ficcionais.

    Nesse aspecto, embora os objetivos promocionais fossem os mesmos, A Hard Day’s Night é totalmente diferente dos filmes de um Elvis Presley, por exemplo, que no cinema sempre interpretou personagens fictícias – e eram estas personagens que “cantavam” as suas canções.

    A comparação dá a medida do fenômeno de massa que foram os Beatles na década de 1960 – uma popularidade que nem hoje, em plena Era das Celebridades, pode mais ser reproduzida. Os Beatles não eram somente autores de ótimas músicas. Também encarnavam o otimismo e a ingenuidade blasée da juventude da época.

    Mas seria injusto dizer que A Hard Day’s Night é um filme meramente “constatativo”, ou “comemorativo”, da fama dos Beatles. Longe disso. Na verdade, o filme partiu desta fama para criar em torno do grupo uma espécie de aura benigna, de tons demasiadamente humanos, que a partir de então sustentaria a “Beatlemania”.

                                            

    Fez isso trabalhando habilmente as imagens. É preciso lembrar que, naquela época, a difusão das imagens não era tão massificada e instantânea como atualmente. As figuras dos Beatles só eram conhecidas até certo ponto – principalmente, por suas músicas e pelas eventuais fotografias na mídia impressa e flashes na TV.

    O filme “materializou” os Beatles, por assim dizer, na imaginação dos seus milhões de admiradores, mostrando o grupo de maneira desleixadamente trabalhada, mas com ótimos recortes psicológicos. Em A Hard Day’s Night, depois de fugirem das fãs, os Beatles também parecem viver suas vidas como qualquer um de nós.

    De fato, se John, Paul, George e Ringo portam-se da célebre maneira mordaz e próxima do non-sense com que tratavam público e mídia, eles têm as suas personalidades tratadas com tanta nitidez no filme que dão a impressão de que nós sempre os conhecemos – é uma incrível sensação de proximidade.

                                          

    Como na vida real, surgem marcadamente diferentes um do outro. John é o rebelde de tiradas sarcásticas; Paul, o moço educado e meio tiozinho; George, o rapaz doce e sonhador; Ringo, o garotão que poderia ser nosso amigo.

    Na verdade, com o filme cada um passaria a ter o seu Beatle de preferência. O que depois os ajudaria muito nas respectivas carreiras solo.

    Claro que todo esse astral foi minguando à medida que os Beatles amadureciam, aderiam a posições musicais de vanguarda, tangenciavam a política, brigavam entre si por dinheiro e poder.

    Mas o trabalho de Lester estava feito. A melhor banda de rock de todos os tempos foi, por curto período, e por causa dele, também a mais “nossa” e a mais simpática de todos os tempos.

    Leia mais em: 

    O álbum A Hard Day’s Night

    O filme A Hard Day’s Night

    The Beatles – A hard day’s night (1964) 

    Os Beatles pelas lentes de David Hurn  

    Conheça o álbum A hard day’s night

    A Hard Day’s Night, o terceiro álbum oficial dos Beatles 

    A história de A Hard Day’s Night, o primeiro filme dos Beatles 

    Isla Blair & Paul McCartney: A cena esquecida de ‘A Hard Day’s Night’  

    Os reis do iê iê iê (1964) 

    Os reis do ié ié ié chegam ao cinema! 

    Os títulos de “A Hard Day’s Night” 

    “A Hard Day’s Night” – Trailer Oficial 2014  

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=NaAgWeeUWg0%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=PKiYPvwaJb0%5D

                             

                 

                             

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