Geradoras de energia pretendem operar concessões vencidas

Jornal GGN – A Copel, via associação de geradoras de energia, pretende apresentar ao governo uma propostas para que as empresas continuem com as concessões apenas na condição de operadoras, sem necessidade de relicitação, como era previsto pelo Ministério das Minas e Energia.

As principais concessões do setor de geração elétrica estão vencendo, como as licenças de 21 hidrelétricas controladas por Copel, Cesp e Cemig, que expiraram ontem. O Ministério das Minas e Energia determinou um leilão para relicitar 30 usinas que tiveam suas licenças expiradas. 

Do Valor

Elétricas querem ser operadoras de concessões vencidas, sem relicitação

Por Natalia Viri e Rodrigo Polito

As empresas que não aceitaram antecipar a renovação das concessões de hidrelétricas por preços menores, conforme proposto pelo governo federal em 2012, mudaram o discurso e agora trabalham para manter os ativos. A Copel informou, com exclusividade para o Valor, que estuda apresentar ao governo, via associações de geradoras, uma proposta em que as empresas continuariam com as concessões apenas na condição de operadoras, sem a necessidade de relicitação dos ativos, conforme era previsto pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Em evento realizado ontem em São Paulo, o secretário de energia do Estado, João Carlos Meirelles, também sinalizou que a Cesp não desistiu de manter as concessões de Jupiá e Ilha Solteira. “Estamos conversando com o ministério para verificar uma forma em que a Cesp, Cemig e Copel possam encontrar uma alternativa mais razoável para esse ativos [que venceram]”, disse.

A mudança de postura ocorre ao mesmo tempo em que estão vencendo as principais concessões do setor. Ontem, expiraram as licenças de 21 hidrelétricas controladas por Copel, Cesp e Cemig, com capacidade total de 5 gigawatts (GW), equivalentes a cerca de 7% da potência total de usinas hídricas do país.

Os projetos respondem pela maioria das licenças que expiram neste ano, de quase 8 GW e, que, juntas tem potencial para reduzir as contas de luz em R$ 6 bilhões, segundo estimativas do Ministério de Minas e Energia (MME), apresentadas no fim do ano passado. A economia diz respeito à diferença entre a média dos R$ 150 por megawatt­hora (MWh) pelos quais é comercializada a energia dos atuais contratos e os cerca de R$ 27 por MWh que serão cobrados do consumidor após o vencimento das concessões.

Durante a concessão, as geradoras incluem valor das tarifas os investimentos que incorrem para erguer os projetos, mais uma margem. Com o fim das licenças, o governo passa a remunerar as empresas apenas como prestadoras de serviço de operação e manutenção e não as considera mais como detentora dos ativos.

De acordo com o diretor de geração e transmissão da Copel, Sérgio Lamy, a proposta em estudo é que além do pagamento da tarifas de operação e manutenção sejam incorporadas às tarifas também as eventuais indenizações por investimentos não amortizados durante o período de concessão. “Isso é bom para o governo, que está em busca de realidade tarifária e precisa fazer o ajuste fiscal”, pondera o executivo.

Os laudos dos eventuais investimentos não amortizados ainda não foram apresentados. Mas os números tendem a ser controversos. No caso da usina de Três Irmãos, que venceu em 2013 e já foi relicitada, a Cesp pede R$ 6 bilhões, enquanto o governo reconhece apenas R$ 1,7 bilhão.

Segundo Lamy, a iniciativa não denota uma mudança de postura, já que, em 2012, o que havia sido proposto era a antecipação da renovação das concessões por tarifas menores. “Não tinha como justificar isso para o acionista, cobrar um preço menor sem ter terminado o contrato. Teríamos perdido três anos”, diz.

Desde 2012, as estatais estaduais que não aceitaram renovar as concessões tiveram receitas vultosas com a venda de energia descontratada no mercado de curto prazo, que praticou preços elevados em meio à crise hídrica do país. No caso da Cesp, apenas em 2014, a receita de vendas no mercado spot somou R$ 1,4 bilhão, ou um terço do faturamento.

A Cesp foi a mais atingida pelo vencimento das concessões, com a perda das concessões de Jupiá e Ilha Solteira, que representam 75% de sua capacidade de geração. No caso da Cemig, venceram ontem cerca de 600 MW, equivalentes a 10% de suas usinas hidrelétricas. Já na Copel, as concessões de duas usinas, com 268 MW de capacidade representam 6% da potência total.

A estatal mineira já vinha brigando na Justiça pela manutenção das usinas de Jaguara, de 400 MW, que venceu em 2013, e São Simão, de 1,7 mil MW, que expirou em janeiro e estava mantidas sob liminar, derrubada na semana passada no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Apesar da derrota, o presidente Mauro Borges já sinalizou que segue buscando uma solução negociada com o governo para manter os ativos por um preço intermediário. Segundo apurou o Valor, na mesa está também a proposta se seguir como operadora das outras usinas de menor porte que vencem neste ano por tarifas de operação e manutenção, sem necessidade de licitação. Procurada, a empresa não quis se pronunciar.

O MME determinou que se promova um leilão em setembro para relicitar 30 usinas cujas concessões expiraram. O ministério não respondeu a pedido de entrevista. Até hoje, a única usina que foi relicitada foi a de Três Irmãos, da Cesp. O vencedor foi um consórcio formado por Furnas, da Eletrobras, e o fundo Constantinopla, depois adquirido pela Triunfo, por receita anual de R$ 31,6 milhões, com deságio R$ 0,87 em relação ao preço-­teto.

Redação

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Esta me parece ser a mais

    Esta me parece ser a mais importante notícia deste 2015. É um dos principais motivos da tentativa de golpe do DEMO, do PSDB, do PPS e outros ainda piores contra a presidente Dilma Rousseff. Tanto quanto os atuais administradores (Estados) dessas companhias, os investidores privados, acostumados a receber vultosos bonus por sas ações, estão desesperados. Esero que o Nassif nos brinde com uma análise aprofundada desse assunto.

  2. Copel, Cesp e Cemig em 2012, sob comando

    tucano torpedearam a renovação das concessões com diminuição dos preços da energia.

    Agora querem continuar como antes sem ônus nenhum.

    Vamos ver o que a Cemig decidir fazer, já que agora o governo mineiro não é tucano, e o maior acionista privado, a Andrade Gutierrez tem seu presidente numa cadeia no Paraná…

  3. Proposta indecente

    Nassif,

    Esta tal proposta é um escárnio.

    Caso os valores para investimentos não amortizados sejam aqueles calculados pelo MME, combinados com os R$ 27,00 por MWh poderia ser uma possibilidade.

    Ganharam, ou melhor, assaltaram com os 150 por MWh durante anos e ainda querem favores, e todo o esforço do governo em 2012, vai pro brejo ?

  4. Acorda nassif

    Você andou escutando os “especilistas” sobre energia elétrica, que de especialistas só tem que quanto maior o preço e menor a disponibilidade melhor para os seus negócios e consultorias, e informou “a la pig” o que seriam erros da Dilma, quando na verdade ela acertava tudo. Os trinta bi, por aí, que se gastou, nassif, foi porque faltou agua (são pedro) e fomos obrigados a queimar petróleo; mas se não tivessemos esta possibilidade, criada pela Dilma, o prejuizo do apagão seria da ordem de 120 bi, entendeu. 

    O governo tem agora, tentou a três anos atrás e foi torpedeado ( com a ajuda do nassif, mas deixa para lá), quase 10 Gw (10.000 Mw) (equivalente a oito usinas de Furnas) para ser leiloado. Quem ganhar tem que pagar o “bonus” ao governo ( algo como 10 bi R$), o peço da enrgia, agora sem a remuneração dos investimentos de construção das usinas que venceram na primeira concessão, vai baixar e muito. Tudo perfeitamente certo e vantajoso, sem descumprimento de nenhum contrato ou acerto anterior, dando mais um exemplo de compromisso com contratos.

    Estas empresas não mudam de conversa, elas foram derrotadas na justiça, pendindo o que não tinham direito.

    É obrigação do governo fazer novos leilões porque a lei obriga ao governo re-leiloar concessões vencidas e que voltam obrigatóriamente para a propriedade do mesmo.

    Agora uma notícia que em qualquer lugar do mundo seria explendida, mas que aqui até o nassif esconde: estamos gerando 2,9 Gw de energia eólica (equivalente a duas e meia furnas à plena carga) e até setembro devemos chegar a 5 Mw.

    Viva!!!! 10.000 Mw a serem leiloados e 5 000 Mw de energia eólica !!!!!  Brilhante Dilma!!!!

    E o nassif querendo ensinar a Dilma como governar!

    1. Eu nunca fui apaixonado pela geração eólica, porém….

      Eu nunca fui apaixonado pela geração eólica pois ela tem problema de confiabilidade, porém o tempo mostrou que EU ESTAVA ERRADO, e só na costa do Rio Grande do Sul podemos gerar mais energia eólica do que muito país europeu, o vento é contínuo e forte (por isto as praias do RS são uma bosta) e estamos atingindos valores históricos tanto aqui no sul como no nordeste que fazem inveja a qualquer gerador eólico no Mar do Norte, que são caros e difíceis de operar.

      Combinando a geração eólica com a hídrica vamos longe.

      Agora uma pequena e grande observação, se há uma coisa que Dilma entende é de geração de energia, foi a melhor secretária de minas e energia do RS.

  5. Operar uma usina pronta não é difícil!

    Operar uma usina pronta de grande porte como estas que estão vencendo a concessão tem o mesmo grau de complexidade do que operar uma de porte muito menor, a única dificuldade é a engenharia financeira, logo há no Brasil dezenas de operadoras menores que se associarem a grupos financeiros de porte podem assumir estas usinas, não quiseram quando tiveram chance agora vão chupar um prego.

     

  6. A didática na Comunicação do GGN é tão ruim quanto da Dilma

    A Dilma e a Mídia Progressista vão perder a Batalha da Comunicação.

    Comunicação, como ensinaria Goebbels, se fosse professor da ESPM, é muito mais do que a tal Mídia Técnica, a ascensão da Internet ou a afabilidade do Edinho Silva.

    Também não é um Band-aid, como o João Santana, chamado só nas Crises.

    Comunicação é uma Construção diária, sutil, quase imperceptível (que não se reviva o Termo “Diabólico”).

    Michael Douglas exemplifica bem o Fenômeno:

    http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2015/07/michael-douglas-diz-que-falta-masculinidade-atores-americanos.html

    Se MD soubesse que o Malhação da Globo está fazendo 20 anos, entenderia as razões desse mesmo Fenômeno no Brasil (vá ao Google e digite “Angel Gui Verdades Secretas e veja a carinha angelical do Gui).

    Vamos ao Artigo do Valor.

    Extremamente Técnico.

    O Preâmbulo do GGN também não ajuda.

    Aos Amigos, eu compartilhei com o seguinte Comentário Inicial:

    Assunto: E aí? Se a MP do Setor Elétrico era tão ruim, por que, agora, não querem largar o Osso?

    Fulano (ele tem uma Consultoria especializada no Mercado de Energia),

    Não fosse você um Aecista convicto, sugeriria a Contratação da sua Consultoria para melhorar a Comunicação/Marketing da Dilma…

    No último Fantástico, a respeitável Jornalista Sônia Bridi, claro que orientada pela Globo, recitou um rol de besteiras (Ressalte-se que, pelo menos, informou que o Descasamento entre Geração/Transmissão das Eólicas foi corrigido).

    http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/07/falta-de-planejamento-provoca-prejuizos-que-afetam-conta-de-luz.html

    Entrevistou as Concessionárias (Belo Monte, Santo Antônio, etc.) que choraram pela Anistia das Multas por Atraso aplicadas pela ANEEL.

    Uma até ameaçou com o Jargão: “… é muito Grande para quebrar”

    “Esqueceu” que a descapitalização delas deveu-se, majoritariamente, às Especulações malsucedidas no Mercado de Energia.

    As Perdas referentes às Greves/Invasões e Índios/Licenciamento Ambiental já foram expurgadas na apuração das Multas Bilionárias que foram aplicadas por Atraso na Geração.

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,hidreletricas-perdem-julgamento-na-aneel-e-podem-ter-prejuizo-de-r-4-5-bi,1677862

    As Concessionárias PSDBistas que não aderiram à MP, agora querem ficar com o Filé (Investimento quase Zero).

    Mas as Condições Econômico-financeiras não eram tão ruins?

    Aí segue o Artigo do Valor…

    Com Bilhões em Jogo, será que não está havendo Lobby/Patrocínios escusos???

  7. Não renovaram o contrato de

    Não renovaram o contrato de concessão por 30 anos com o Governo Federal por opção política.

    Agora, prestes ao vencimento do contrato que NÃO QUISERAM renovar, vem com essa de deixe conosco mesmo porque sim.

    Se o Governo for fraco e renovar, será uma catastrofe para o setor.

  8. perdas das concessões empresas elétricas

    Salve! Boa noite Espírito Santo! meu povo brasileiro a Paz esteja convosco! vamos orar p/ Dilma cancelar as concessões empresas distribuidoras de energia elétricas,motivo: 1 – qual o preço de 100kw antes de privatizar? e hoje qtº custa 100kw? pense! qtºs bilhões sai da c/c e vem p/mão peão (mercado,lojas…)? 2- após cancelamento das concessões a PF,MPF vão colocar na cadeia os políticos q cometeram crimes contra os trabalhadores do gov.FHC-1995a2002 ou seja os ANISTIADOS POR LULA.(1995 A 2002) EX. CRIMES SONEGAÇÃO FISCAL,FAP,SAT,A LISTA  HSBC : – FONTE DA PF É A GRANA DA CORRUPÇÃO DAS PRIVATIZAÇÃO GOV.FHC,AÉCIO/ACM. e aí? pergunte a PF A QUEM FHC PAGOU AS PERDAS PLANO COLLOR 84% DOS REAJUSTE SALARIAL AOS FUNCIONARIOS DA COELBA? Obrigado Deus te abençoe,rezem por mim! e q Deus abençoe Dilma,Lula,e meu povo brasileiro!

    Atenciosamente,

    Edwaldo dos Santos- O Poder da Oração

    —————————————————————————————————

    O Pagador de Peniência.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador