Investimento não é despesa, por Motta Araújo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por André Motta Araújo

 

Em um Pais onde mais de metade das casas não tem esgoto, onde não há falta de mão de obra, cimento e tubos de concreto, cortar gastos de investimento parece uma insanidade.  Havendo fatores de produção, havendo a necessidade, não tem logica, APENAS POR RAZÕES CONTABEIS, cortar investimento publico como se esse ato ajudasse a economia a se mover. Vai produzir efeito oposto. A ECONOMIA VAI PARAR MAIS.

A solução é NÃO CONSIDERAR NO ORÇAMENTO INVESTIMENTO COMO DESPESA. Muitos paises adotam esse critério racional. Investir não é gastar, quem investe cria ativos que vão ter retorno futuro, não é custeio.

O orçamento de investimento desliga-se do orçamento de custeio e deve ser tratado como outra peça contabil.

Grande parte do ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO tem como fonte de financiamento recursos extra-orçamentarios, como fundos acumulados para esse fim, FGTS, Fundo de Telecounicações, Fundo Nacional de Aviação Civil, FAT e dezenas de outros. Isso não pode ser misturado com despesa pura, que vai e não volta.

A organização desses investimentos e de suas fontes de funding deveria ser tratada em outro conjunto de contas.

Estamos com crescimento nulo do PIB, com a economia parada, cortar investimentos publicos por causa de quimicas contabeis é suicidio. Produz de imediato redução de arrecadação e ao fim do dia essa perda de receita anula o corte.

OS CORTES NO ORÇAMENTO não vão produzir nenhum crescimento. A teoria classica diz que COM ORÇAMENTO EQUILIBRADO os investidores voltarão a invesrtir. Isso é apenas uma PRESUNÇÃO. Pode haver cortes no orçamento, exigindo um esforço absurdo e os investidores não voltarão o que é o que provavelmente vai acontecer.

POLITICAS ORTODOXAS EM PLENA RECESSÃO nunca funcionaram para fazer a economia girar novamente.

Foi o que prounha o Presidente Herbert Hoover em 1933, em plena crise economica. Roosevelt foi eleito e fez o contrario, AUMENTOU OS GASTOS PARA TIRAR A ECONOMIA DA RECESSÃO.

Não acredito nas receitas ortodoxas em situações de paralisia da economia.

Simplesmente não vai dar certo, aprofunda a recessão, explode o desemprego, cai a arrecadação.

Essa receita já foi tentada nos ultimos 80 anos sem sucesso.

Acredito em reformas de programas e instituições, não simplesmente cortar despesas, estas aumentam a recessão, a arrecadação cai , na conta de padaria volta-se à estaca zero, cai o gasto mas tambem cai a receita, qual a vantagem?

As desvantagens são terriveis, especialmente no desemprego e na perda de oportunidades e de tempo para o conjunto da economia. O Brasil teve anos de extraordinario crescimento com orçamento completamente desequilibrado, o que mostra a escasssa correlação entre uma coisa e outra, mas concordo que a longo prazo

e nunca em plena recessão deve existir o objetivo do equilibrio que é mais sadio em periodos de crescimento do que em plena crise. A recieta GRECIA é ruim para o Pais em seu conjunto embora possa agradar setores do mercado.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

20 Comentários

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  1. Excelente

    Excelente colocação André!

    Tudo o que o Estado bota dentro do país (Bolsa Família, aumento real do salário mínimo, etc.) gira e se multiplica em favor do Brasil. Trata-se de um investiento, na perspectiva nacional do fato.

     

  2. Economistas

    Mas os economistas não entedem assim. Inclusive o Nassif. São contábeis-políticos, ou sei lá o que, e distorcem o que é real. É incrivel a fuga da realidade deles baseadas em teorias mirabolantes e falsas. Para eles estamos em crise, embora seja impossível estacionar onde tem comercio em qualquer parte do país.

    Eu aposto que o Bolsa Família, por exemplo, entre dezenas de vantagens, devolve rápido,um tempo incerto mas breve que poderia facilmente ser definido, se quizessem, o que nele se gastou.

    Os bobos são obrigados a escutar  as besteiras dos miriam-sademberg fazendo analises matemáticas simples e imediatas sempre com o intuito de defender suas indefensáveis besteiras.

    1. Defesa sem terem pedido…

      Êpa “hc”, até onde sei o Nassif “fecha” com os conceitos emitidos no texto do AA… Sei lá… Quanto ao resto, “fecho” contigo, rs.

      Um abraço.

  3. Caro Articulista

    .. valeu pela lembrança mas nao vi nenhuma sinalizaçao no sentido de que seriam tomadas açoes nesse sentido.

    agora, o que espero é que nao administrem a economia com medidas pontuais como as divulgadas pela Casa civil em fim de dezembro, e basicamente para correçao de excessos na area social.  

    é o momento da equipe economica ser ousada e fazer acertos consistentes como a desindexaçao da economia – preços e salarios por exemplo, que vai obrigar os empresarios e estatais a se reiventarem. isso sim muda a cara do Brasil.

     

  4. O motivo disso é óbvio. Tudo

    O motivo disso é óbvio. Tudo o que não é carreado para o financiamento direto dos endinheirados e suas esbórnias, é gasto, e não investimwento, capice?!? Quer que desenhe uma charge !?! Lembrando que EU NÃO SOU CHARLIE HEBDO.

     

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES é um braZil-ZIl-ZIL para TOLOS”

  5. pois é, concordo com a proposta…
    … agora precisa explicar para o russo.
    Ou para a banca (nacional e internacional) e seus acólitos… Principalmente o PIG.

    No mais, pensei que já fosse assim a muito tempo. Vejo que fui um tremendo desinformado.

  6. Um artigo de Bresser-Pereira

    Bresser-Pereira, cuja lucidez Nassif elogiou em mais de uma oportunidade, escreve:

    “O essencial [para o desenvolvimento] é aumentar a taxa de investimento, e, portanto, a capacidade produtiva do país, o que só é possível se o Estado reduzir relativamente sua despesa corrente aumentando a poupança pública, e se expectativas de lucro claramente superiores à taxa de juros estimularem as empresas a investir.”

    Note-se que ele defende o controle das depesas correntes, e não de todo e qualquer gasto, para que esse equilíbrio seja atingido. Contudo, é suficientemente claro que deve haver um equilíbrio.

    Segue o link:

    http://www.bresserpereira.org.br/papers/2014/345-Desenvolvimentistas-liberais-consumoimediato.pdf

    Detalhe: mais adiante, no mesmo artigo, o autor esclarece que a parte mais difícil de realizar, politicamente, é a administração da taxa de câmbio, e não propriamente o controle dos gastos. Faz sentido, mas, a meu ver, o grau relativo de dificuldade depende do tamanho do corte necessário para alcançar o equilíbrio fiscal.

    1. Bem por aí, companheiro.

      Bem por aí, companheiro. Muito bom o texto do Bresser.

      A macroeconomia e o planejamento se sobrepõem ao aspecto contábil.

      Não precisa haver um pingo de dúvida a respeito.

       

      1. Auditoria da DÌVIDA, nem

        Auditoria da DÌVIDA, nem pensar, né !?!?

         

        “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  7. Faro fino e olho vivo

    Muito bem, Motta Araujo. Problema: parece que a Dilma ouviu demais as reclamações da imprensa oposicionista durante a campanha e escolheu um Joaquim Levy para a Fazenda e o resto, é isso ai que vc esta nos lembrando. Na Europa, a escolha do arrocho e cortes para todos os lados foi um desastre… até aqui não sairam da crise.

  8. Judiciário roda presa

    Andre,

    Para conseguir alterar os conceitos Investimento ( $$ para poder produzir mais adiante) e Despesa ($$ para o papel higiênico), ambos bastante simples, ao alcance de qualquer idiota que passe pela rua, o Governo se defrontará com o de sempre, o Poder Judiciário roda presa,que, através do TCU aparelhado prá xuxu, se encarregará de passar o pente fino prá xuxu para fazer o Governo federal ajoelhar no milho.

     

      

    1. Nâo tem absolutamente nada a

      Nâo tem absolutamente nada a ver com isso.

      Gastar energia concentrando-se na alteração de conceitos é pura babozeira… Mais uma da tonelada que se produz diariamente.

       

      1. De outra maneira

        Chico Pedro,

        É o que eu disse, não alterei conceito coisa nenhuma, e garanto que a maioria não tem a menor idéia quanto aos tais conceitos e mais outros.

        Vou descrever a diferença de outra maneira, mais educada,

        Investimento -valores gastos com a aquisição de bens como máquinas, equipamentos, veículos, etc…

         Despesas – valores gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa em aluguel, salários e encargos, pró-labore, telefone, etc… Podem ser fixas ou variáveis.

    2. A questão nao passa pelo
      A questão nao passa pelo judiciário ou pelo TCU. Essa alternativa que citou nao devia nem ser cogitada.

      Porque é muito menos que isso…

      Os carros nao vão andar mais rápidos porque a Barata Ribeiro mudou o nome para Afonso Pena.

      E se houvesse esse tipo de ideia louca não é preciso falar em departamento de transito ou seus fiscais.

      Ele inventou uma coisa que demorou seculos até o atual estagio.

      Que no final é o que você disse: entradas e saídas, receitas e despesas. Ponto final.

      Se o governo quer ajustar a economia a técnica contabil nao tem nada a ver com as medidas.

  9. Prezado Motta
    Como diz o

    Prezado Motta

    Como diz o banqueiro Marc Tourneuil do Filme O Capital de Costas Gravas.

    ” É tirar dos pobres para dar aos ricos “

    Abração

  10. Aproveitando a deixa…

    …quando a Petrobras retomará o pagamento aos fornecedores?

    O efeito cascata no setor metal-mecânico, devido à inadimplência da Petrobras, já está sufocando muitas empresas. Caso as senhoras Rousseff e Foster não encontrem uma solução rápida a quebradeira será generalizada.

    1. Quando parar de bater records de produção

      O pessoal da petrobrás “esqueceu” de pagar os fornecedores porque está comemorando os recordes seguidos de produção. qundo o chop acabar, eles pagarão.

      Rebola, vá escutar a cbn!

  11. Ridículo, não fosse tido

    Ridículo, não fosse tido seriamente.

    Uma porção minúscula do nonagésimo segundo desastre econômico brasileiro se deve a nuances contábeis. Até alcançar esta medida do problema há um oceano que a separa das principais causas.

    O governo que aí está assumiu o poder em 2002 na hora dos bons ventos. Cantarolou como cigarrinha inocente, descuidou de ações em sua estrutura… Continou o processo de esfolamento da indústria, os juros lá no alto, a gastança, a cegueira…

    E toca os bajuladores insuflando egos…

    O resultado é esse aí. Continuem aí viajando na maionese..

  12. Mas, afinal, quais vão ser os

    Mas, afinal, quais vão ser os investimentos públicos que vão passar pela tesoura?

    Não gosto nem um pouco da idéia de cortar investimentos, mas o que fazer quando não se tem o dindin?

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