Novos movimentos sociais tendem a se manter apartidários

 
A tendência dos novos movimentos sociais apartidários, que nasceram da desesperança com os meios tradicionais de representação política, é que continuem fora do sistema político, não se ligando a partido algum. Essa é a análise do filósofo e professor de políticas públicas da USP, Pablo Ortellado, que acompanha a atuação de coletivos que questionam os sistemas econômicos e políticos bem antes de junho de 2013.
 
Segundo Ortellado, os movimentos apartidários estão sendo gerados desde 1990, e não são ligados aos movimentos sociais dos anos 70 e 80 que originaram o Partido dos Trabalhadores (PT). Quando fundado, em 1980, o PT procurou renovar “de forma profunda” o conceito de participação política, “nasceu como uma espécie de federação dos movimentos sociais e tentou reverter a lógica pela qual partido e movimentos se ligavam. Esse experimento chegou ao limite hoje”, explicou o professor durante sua participação no programa de debates Brasilianas.org, na TV Brasil.

 
Com o uso da internet os movimentos sociais ganharam força e rapidez para organizar protestos pressionando os políticos, assim como foram os atos de junho de 2013, quando o movimento Passe Livre levou milhões de pessoas às ruas, em várias cidades do país, para exigir a redução das passagens de ônibus. O mesmo ocorreu mais recentemente na cidade do Rio de Janeiro, quando o movimento de professores reunidos pelo aumento salarial arrastou milhares de pessoas às ruas, que não eram ligadas aos sindicatos da categoria.
 
Essa nova forma de articulação e pressão dos movimentos sociais está obrigando os cientistas políticos a estudarem formas do velho sistema político ser alterado para responder de modo mais célere a pressão popular das ruas. Um deles é Antonio Flavio Testa, que acompanha os trabalhos do Senado há pelo menos 30 anos. Segundo ele existem várias propostas no Congresso de reforma política, entretanto elas são barradas pelo que o professor Testa chamou de “problemas de modelo mental” da burocracia institucional dos poderes legislativo e executivo.
 
“Se houver [em muitas questões] vontade política [no Congresso e na presidência] se vota. É só olhar [o uso] das medidas provisórias. Um exemplo recente é a medida provisória da seca, aprovada a toque de caixa por conta da pressão da maior bancada do parlamento, que é a do Nordeste. Mas depois, na hora da regulamentação, foi barrada pela burocracia do Banco do Nordeste e por outros problemas legais e jurídicos que não deram condições nenhuma para que aqueles penalizados pela seca pudessem ter seus processos renegociados”, completou Testa.
 
O cientista político acredita que a saída para melhorar o sistema político brasileiro, reduzindo as tensões entre os movimentos sociais e os representantes políticos, está na revisão do pacto federativo. No modelo atual os municípios possuem pouco poder de decisão e acesso aos recursos para dar conta dos seus problemas sociais.
 
“Os municípios estão totalmente afastados do poder decisório central. Os governadores nem sempre tem interesses com seus prefeitos. Há uma discussão enorme e tudo isso desemboca no Congresso. E é claro que a imagem que mais sofre é a do parlamento”, ponderou.
 
Não está certo como o sistema político atual irá se reconfigurar nas próximas décadas para dar conta da crescente pressão popular, cada vez melhor organizada graças às tecnologias. Ortellado compreende que o cenário aponta para a coexistência entre os novos movimentos sociais e o sistema de representação política. Este último, cada vez mais “testado e empurrado por novas formas de participação política de mobilização direta”, completou.
 
http://www.youtube.com/watch?v=niubdJZDFCs width:700 height:394]
 
A Constituição Federal de 1988 prevê mecanismos de participação social mais direta, como os plebiscitos e referendos, mas para o professor titular de Ética e Filosofia do Departamento de Filosofia da USP, Milton Meira, são pífios “em relação ao que pode se fazer em uma nova forma de, sobretudo, criar responsabilidade política”.
 
A pulverização de diversos movimentos sociais da nova sociedade, movida pelas tecnologias e redes sociais, apresenta problemas para o tipo de organização política que deverá acontecer à frente para a concretização de políticas públicas. Portanto, o professor compreende que ainda estamos em um processo onde é necessário reinventar o exercício do poder público muito mais pela questão da responsabilidade política individual.
 
“Hoje o cidadão é um puro expectador da política, mas ele quer participar e não vê como fazer isso. O grande desafio é como transformar essa necessidade de participação com o uso efetivo de um poder que venha do cidadão e não só do representante”, observou.
 
A internet e as novas articulações sociais
 
O professor de políticas públicas Pablo Ortellado discorda da teoria de que a internet foi a responsável pelo surgimento dos novos movimentos sociais. “[Na verdade], foram as tecnologias que foram moldadas por esses movimentos, do que os movimentos são frutos dessas tecnologias”,. Ele relembrou que as redes sociais, ou mídias participativas, nasceram ou dos movimentos sociais ou da academia. “Google, Facebook vieram da academia, enquanto Twitter, Flicker e Youtube vieram de movimentos sociais”.
 
Ortellado explicou, ainda, que a forma de atuação dos novos movimentos sociais é bastante diferente das instituições comuns. “As instituições, por definição, [mantêm] uma relação social que se reproduz no tempo, e os movimentos sociais, esses novos, tem características próprias, são coalizões ad hoc. Eles surgem para enfrentar determinados problemas. Podem ser vitoriosos ou podem ser derrotados. Eles se reconfiguram. [Assim, você tem uma base de ativismo difuso na sociedade que vai se reorganizando a medida que os problemas surgem”, concluiu.
Redação

30 Comentários

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  1. O terrorismo dos

    O terrorismo dos incentivadores de linchamentos começou aqui no RS. Nem bem a copa saiu de POA, e estes abutres indignos, que para ter salários, emprego, têm que ter sangue jorrando, já colocaram suas podridões em marcha. Até quando será permitido esses bandidos na tv incentivando a barbárie? Não temos, mesmos, órgãos confiáveis. Com esses bandidos midiáticos berrando, vomitando seus dejetos todo santo dia, é difícil não se indgnar e exigir que sejam presos por incentivo a desgraça, a violência de famílias brasileiras.  VERGONHOSO.

    1. Cara Cristiana.
      Sou professor

      Cara Cristiana.

      Sou professor aposentado da UFRGS depois de mais de 35 anos de trabalho PARA a Universidade. No início de minha carreira a minha sábia e já falecida mãe me advertiu sobre o ambiente acadêmico, que de forma prepotente pretende conhecer a sociedade mais do que os outros, porém esta pretensão tem um viés que é facilmente identificado pela prática do dia a dia de um docente/pesquisador.

      Quando se realiza um trabalho acadêmico é necessário citar as fontes e como a cada dia menos textos básicos estão sendo escritos, a produção fica restrita a “papers” que são limitados a poucas páginas. Como nestas poucas páginas é necessário relembrar o que já foi feito começa aí à síndrome da citação. Quanto mais baseado em artigos já escritos mais parece que o “paper” escrito é mais sólido cientificamente, até determinado ponto isto é válido, porém em trabalhos mais das áreas de ciências sociais a citação e transcrição de partes de textos de outros tornam os trabalhos quase que impessoais. Parece em muitos casos que os autores não tem opinião própria, é fulano disse isto e beltrano disse aquilo, até para rebater opiniões conflitantes se utilizam citações de outros.

      Com esta cultura de citação, muitos acadêmicos transformam-se em cultos papagaios e muitos desses levam até esta sistemática para discussões de mesas de bar. Já sentei em um restaurante com um representante da academia que a cada duas frases citava literalmente o que já havia sido dito por fulano ou por beltrano.

      A partir desta cultura, todo o assunto que é moda, torna-se um show de opiniões vagas que no fim não se conclui nada, mas mesmo assim parece algo culto e inteligente. Neste assunto da “nova governança” onde magicamente e independente de partidos, milhares de opiniões conflitantes serão compatibilizadas via Internet e darão uma resposta imediata para os problemas do mundo.

  2. Engraçado esse medo do

    Engraçado esse medo do apartidarismo nos comentários.

    Os movimentos sociais devem ser correios de transmissão de partidos?

    Os sindicatos devem ser apartidários ou correias de transmissão de partidos?

    1. Não existe movimento

      Não existe movimento apartidário!

      É puro sofismo ou hipocrisia.

      Todos nós temos uma posição social, ideológica… uma bandeira, uma forma de pensar…

      1. Pois bem, mas quando um

        Pois bem, mas quando um movimento se diz apartidário, que é o mesmo sentido usado nesse artigo, ele diz que nãp é atrelado a nenhum partido e que pessoas de qualquer partido podem participar dele. Não significa qe ele não tenha posilção sobre os fatos da vida (política em sentido amplo), evidentemente.

        1. Leo V, respeito sua

          Leo V, respeito sua posição.

          Acredito que somos seres políticos. Vivemos numa sociedade.

          Se há um movimento social, esse movimento precisa numa sociedade buscar aliados par que suas reivindicações sejam ouvidas e acatadas.

          Aí tá a hipocrisia!

          Talvez o movimento não tenha a sigla de um partido, mas vai ter a ideologia de um!

          Talvez uma confusão apartidário e apolítico…

           

          1. A confusão está no

            A confusão está no leitor.

            Apartidário significa, na forma que tem sido usada neste artigo e por alguns movimentos, uma afirmação de que não estão a serviço de nenhum partido político.

  3. Não tem nada de

    Não tem nada de apartidário.

    os líderes sempre tem ligações com os partidos políticos.

    O que houve é que o PT perdeu a interlocução com os tais movimentos para os PSOLs da vida.

    Não existe movimento sem din din, quem banca, manda!

     

  4. MOVIMENTOS SOCIAIS APARTIDÁRIOS?????

    Discordo frontalmente do Professor Doutor, até pelonfato da não apresntação de pesquisa com base cintífica. Mera especulação. 

    Na prática o que vemos são filiados partidários cuja única diferença é que os pimpolhos estão apartados de conteudo político, ideológico e filosófico. Presa fácil e disponível.

    1. Pois é… um movimento

      Pois é… um movimento apartidário que só tem professores do PSOL e PSTU na liderança e que usam os alunos para dar volume às manifestações. Esse filme a gente já viu em vários países do mundo no ano retrasado; de fato foi um experimento das Universidades, não tem nada a ver e nunca teve com trabalhadores de um modo geral. Um movimento das elites e para as elites como uma forma de impor uma substituição do modelo de representação já que quem anda sem representação pelo mundo é a elite, mesmo. Com o advento da internet, a coisa ficou ruim pro lado deles pq a mídia que era a porta-voz de seus interesses cai no descrédito. Ser apartidário ou anti-partidário, não é uma problema, o problema é querer simular academicamente um contexto que favoreça, apenas, os próprios interessados. Com isso vão acabar conseguindo o que todo mundo tenta evitar desde junho de 2013, expôr o lado capitalista/imperialista da Academia. Que todo mundo já sabia desde o início que esses movimentos saíram das Universidades não é novidade mas era constrangedor demais para ser debatido. Qdo a molecada pulou fora e os professores ficaram na friagem, a coisa toda falou por si. Não aceitam a representação política pq não se sentem representados mas querem, de alguma forma, representar a sociedade inteira, simulando não liderança e horizontalidade.

      1. Excelente Cristiana! Conheci

        Excelente Cristiana! Conheci vários na USP que precisam aparecer sempre como “professor da USP” para terem autoridade e poderem de forma “isenta e apartidária” darem seus pitacos de direita.

         

         

        1. Sim, e para que isso

          Sim, e para que isso funcionasse, a “alta intelectualidade” disparava tt’s em todos os idiomas para o mundo inteiro pedindo socorro contra a ditadura brasileira, além de produzir textos e veicular teses prontas muito antes dos movimentos estarem nas ruas… Ora, a quem os sem liderança pediam socorro mundo afora? Obviamente, um movimento articulado e muito bem financiado de fora para dentro que contou com o apoio dos que, a princípio, jamais poderiam ser considerados ” massa de manobra”. Os títulos chancelavam as teses. Nada mais elitista, arrogante e prepotente. Eu tenho títulos, eu sei do que estou falando, eu sou um cientista, um especialista e portanto, o que vc está vendo é isso que eu estou dizendo. Pode ver aí, desde o ínício que é isso… só aparecem professores nesses movimentos, sem liderança e extremamente autoritários. Para parecer que eram a patuleia, vieram, disfarçados de Anonymous e BB’s. Aliás, aqui e no mundo inteiro.

          1. Cristina,
            Muito interessante

            Cristina,

            Muito interessante essa sua avaliação. Aqui em Recife tem o movimento Ocupe Estelita, do qual já se falou aqui no blog, e esse movimento muito me intriga. Pensando a partir de suas observações, vejo que essa influência intelectual no movimento é grande. Como se trata de questão urbana, os principais intelectuais envolvidos são os de arquitetura e desenvolvimento urbano. Mas tem muita gente da sociologia também. Mas sabe aquela pulga que fica atrás da orelha? A discussão do movimento é absolutamente razoável e pertinente, mas por enquanto só tenho vontade de chegar pertto por curiosidade científica, não por vontade de aderir, pois não me identifico. Acho que suas observações oferecem um bom caminho para entender o que se passa por aqui também.

          2. Minha questão é de onde saiu

            Minha questão é de onde saiu a ” ordem unida” para todos cursos, cada qual com sua comptência e todas as universidades. A grosso modo, parece aquelas festas de colégio em que os professores de todas as matérias entram num Projeto que vai envolver a escola toda. Sei lá… meio ambiente é o tema e os de Geografia falam do clima/vegetação, os de matemática trabalham estatísticas, os de artes, maquetes, etc… É um projeto, é internacional, vários países participaram ( basta ver as imagens que rolaram nas redes em 2012 – Canadá, Alemanha, Inglaterra… ). todos seguem um mesmo padrão… violência verbal e física, reivindicações não específicas, anonimato e em todos os países um evento menor serve de pretexto para a eclosão do movimento como um todo. Os daqui, logo no início, receberam apoio, de universidades mundo afora; a França, foi a que pulou fora primeiro, enviando mensagens pela redes sociais, explicando que estavam retirando o apoio pq o Brasil era uma democracia… Vai entender isso… As Universidades mundo afora já esperavam os protestos aqui no Brasil e foram apoiadores de primeira hora e, só retiraram esse apoio, como no casa dessa Universidade da França pq o “projeto” só seria apoiado em regimes ” autoritários”? Quem definiu quais países estavam sob regimes autoritários? No caso de países avaliados como ” ditaduras” ( no movimento daqui há uma necessidade quase imperiosa de rifar o país como uma ditadura ), o projeto incluia a derrubada de governos? Quem banca isso? A quem interessaria um estado permanente de caos? Qual seria o limite? A violência física e verbal procurando gerar violência institucional é a justificativa para o uso das máscaras? A necessidade de “queimar” a imagem do país no mundo atende aos interesses nacionais, em que medida? As propagandas que foram veiculadas para marketar o “despertar do gigante” bem como o pau nas redes sociais pouco antes dos protestos foram negociados com quem? OAB e defensoria pública a disposição de PARTE dos manifestantes, pq razão não de todos eles? Qdo manifestantes da Zona Oeste do RJ, foram manifestar-se quebrando tudo, foram tratados como vândalos e não houve por parte do grupo universitário qq tipo de identificação com aquele segmento da sociedade, pq?  Um investimento bilionário desses, vem sendo tratado como movimentos populares espontâneos, horizontais, anárquicos, etc… pela Academia brasileira e pela Mídia A Mídia,a gente entende mas qual o interesse acadêmico em simular um cenário em que grupos específicos podem tudo? Ora, nenhum brasileiro, pode fazer o que essa molecada fez no país, portanto, eles não estão fazendo nada além de mostrar seu poder de classe ( 1% ) sobre os outros 99%. Estão nas ruas dizendo ou é o que a gente quer ou não é nada pq nós somos inimputáveis. Propostas de “mobilidade urbana” ( o fato de até Ronaldo Gordo, já estar repetindo isso, dá bem a dimensão do marketing que envolveu esses movimentos ), poderiam ser elaboradas por esses mesmos doutores que o país banca; aliás, propostas em todas as áreas; não é para isso que o contribuinte banca mestrados, doutorados, etc…? Agora, gastar uma fortuna para formar os gênios de Pindorama e me aparecerem concluindo que o mais legal e quebrar tudo, mandar os outros tomarem sei lá onde e que o correto é derrubar tudo para depois levantar, é dureza… Não tenho qq dúvida de que o objetivo desse ” projeto” era a derrubada do governo constituído mas perderam o timming e, agora estão por aí tentando se reorganizar na sociedade e mesmo dentro dos Governos. Meu único interesse é saber de onde partiu a ” ordem unida” e, qual a proporção de envolvidos que, de fato, sabiam o que estavam fazendo. Difícil acreditar que pessoas muito bem formadas fossem cair num conto do vigário que nem militante adolescente recém chegado a qq partido, cairia.

          3. É, acho que termos que

            É, acho que termos que esperar mais um pouco para sair de onde vem as ordens. Por enquanto é muito bombardeio, não dá para clarear. Concordo no lance de que não tem inteclectual inocente, mas acho que as disposições são variadas, embora tenham o mesmo alvo. Acho que alguns acadêmicos (que conheço e que me vêm à memória) são motivados pela questão de classe mesmo; é do tipo classe média que faz questão de ignorar tudo o que vem da América Latina (o velho viralatismo mesmo). Outros têm interesse explícito na mudança do governo porque são articulados com políticos de oposição. Alguns são tipo PSOL e PSTU, qué vivem a nutrir o ciúme doentio do sucesso petista. Mas no final todos parecem ter um desejo secreto de provar que o governo petista se afastou totalmente do seu projeto popular e que os movimentos sociais não pertencem mais ao PT, prova de sua traição. Claro que minhas suposições lidam com a esfera local do fenômeno, mas tem que ver como isso se articula com o que é externamente manipulado. Desde o ano passado que eu ouço que essas manifestações são articuladas, mas ainda não consegui ver como ou o porquê dessa articulação, mas vc está dando algumas pistas.

    2. Quem começou com essa

      Quem começou com essa hipocrisia foi a REDE GLOBO… eles não querem partidos politicos comprometidos com movimentos sociais…o compromentimento dos partidos politicos é exclusivo da GLOBO. 

  5. Difícil

    É um assunto muito difícil este. Complicado dizer que um movimemto é apartidário, pois logo, logo,  aparece quem queira se aproveitar e pegar carona, levantar bandeiras contra um determinado partido, e de forma subreptícia apoiar outro, ou pelo menos, as bandeiras de outro partido. Vimos isso nas manifestações de junho de 2013, quando um monte de coxinhas tentou (com a ajuda de figuras manjadíssima de parte da imprensa), através das redes sociais, manipular as manifestações para seus interesses. 

  6. Esse negócio de apartidário é

    Esse negócio de apartidário é coisa de analfabeto político. Um curral perfeito para os terroristas midiáticos derrubarem governos populares. Pior, o psol se acha. Já viram com seu único prefeito eleito, que ele, numa demicracia, não governa sem alianças com politicos eleitos pelo voto, sejam eles de direita extrema ou de esquerda extrema. Sonhar com a pureza política num mundo capitalista, é ser muito bobinho. Culpam o PT por ter o apoio do Sarney, mas ficam indiferentes aos apoios que a “santa” marina está tendo (aliás, não é apoio, é participação de um provavel governo psb, que levará na sua mala medonha, todos os esqueletos ressuscitados por esse partido. Vergonha, nesse momento, é perceber que o psol se une ao atraso, mesmo reconhecendo que o governo trabalhista alcançou muitos avanços para o BRASIL. Isso, pra mim, de ressuscitar coronéis(quase todos), é traição com o povo nordestino que levou centenas de anos para livrarem-se deles, do atraso que eles personificam.

  7. Esses movimentos

    Esses movimentos apartidários serão um tiro contra o pé por longos anos.

    Esses grupos sociais de pressão ao se afastarem dos políticos os colocará (ainda mais) de mão beijada nas mãos dos grupos financeiros e oligopólios da imprensa e produção.

    A estrutura de decisão política ainda estará nas mãos de políticos e partidos por longos anos e essa pressão das ruas, repito, ligará ainda mais os grupos não populares aos políticos e partidos.

    Mas, o caminho da representatividade proporcional parece ter se exaurido.

    Espero que o Decreto (bolivariano rsrs) de Dilma de nº 8.243 que regulamenta a participação social nos debates sobre o país prospere, senão veremos muitas mobilizações de ruas e violências de parte à parte.

    1. Os partidos políticos perderam o foco das demandas do povo

       Concordo contigo. Há uma crise de representatividade no Brasil. O livro Intitulado Ciencia Política do Paulo Bonavides ainda é atual quando versa sobre conceitos de representação e mandatos. É teórico, mas dá uma luz para começar este tipo de assunto.

      ftp://ftp.unilins.edu.br/leonides/Aulas/Ci_ncia%20Pol_tica%20-%20I/Paulo%20Bonavides-Ci_ncia%20Pol_tica%20(pdf)(rev).pdf

       Na minha opinião, nossos políticos não estão preparados para vivenciarem o exercicio do poder político dentro de uma democracia. No Brasil PARTIDO POLÍtTICO tem dono. O comportamento dos filiados dentro de um partido muda quando ele é eleito,pois ele acha que dá as cartas.

       Esta conversa de movimentos sociais sem vinculo com partidos políticos mostra que a sociedade não quer ficar a reboque de políticos que tem a fama de corruptos e do jeitinho brasileiro defazer política.

       Este poste me faz lembrar do filme de Danton, que se reporta a reveolução francesa.

      Ocorre que ninguem quer uma relação com o políticos que reflita uma hierrarquia, como se a sociedade tiovesse dado a eles um cheque em branco. Algo que os políticos no Brasil perceberam foi a fragilidade de organizanlção e falta de capacidade de cobrança de seus eleitores. Por exemplo: por que quatro anos de mandato? Por que não começar um movimento da SOCIEDADE pressionando para que dimiinua o tempo de mandato dos parlamentares.

       Como vivemos com um político como o Sarney que virou dinossauro do poder? Como podemos evitar que outros Sarney’s se multipliquem?

       

  8. APARTIDÁRIOS, NA DEMOCRACIA?

    Claro está que isto não existe.

    Ninguém carrega bandeira sem um partido.

    Podemos, sim, pessoas de várias tendências políticas carregar uma bandeira, como foi o caso das Diretas Já.

    Lá estávamos pelejando pela Democracia.

    Agora, por vezes, grupos se reúnem em torno de uma causa, por determinados reclamos  da população,  tomam assim partido, como o próprio nome diz,  seria um grupo de pessoas unidas pela mesma opinião, mesmos interesses.

    Mas queiram ou não são políticos. Não há reclamos que não sejam políticos.

    Para quem reclamam?

    Para Juízes?

    Para Deus?

    Talvez Sócrates explique!

    É claro que protestos são feitos para sensibilizar autoridades, que foram, é claro, eleitas pelo voto do povo, seja a que nível for, municipal, estadual ou federal.

    Sendo estas autoridades políticas, o grupo, unido por uma determinada bandeira, é um movimento político.

    Pena que estes movimentos não queiram participar da política. Seria fácil.

    Muito fácil: formem ou entre para um partido político, elejam seus representantes e façam a mudança que estão a exigir. Sejam elas justas ou não, exdrúxulas ou perfeitamente passíveis de serem realizadas, é suficiente que a força política do povo que sai às ruas venha se tornar parte de governos.

    Não há nenhuma justicativa para prejudicar o direito do próximo de ir e vir, criando tumultos, exacerbando cada vez mais este nosso trânsito já caótico, para buscar pedidos, que todos sabemos que, atualmente, de pronto, são impossíveis de serem atendidos, como o passe livre. Não há recursos suficientes.

    Mesmo sendo uma justa reividicação, bo seria que aqueles que fazem o movimento ingressassem em partidos, tornassem governo, lutasse pela sua eleição e, se vitoriosos, tentassem fazer o que pregam.

    Estamos esperando.

     

  9. Boi em estado de sonolência…

    O professor de filosofia  foi preciso ao dizer que a tal da reforma não será feita pois vai de encontro aos interesses dos próprios parlamentares entrincheirados no  Congresso.

    Perfeito!

    Quanto à democracia representativa, ora que bobagem pensar nisso pessoal ! não passa de um engodo milenar.

    Não existe democracia nem aqui e nem na china ( rsrs) lá não existe mesmo.

    Democracia NÃO se compatibiliza com a economia de mercado. Simplismente impossível! Como , se não estou enganado, já teria dito o Gabriel Cohn ao tratar do Weber protestante.

    Ademais, o orçamento participativo não lhe permite participação alguma. Balela pura.

    Alías, no Brasil, mesmo com todo arcabouço jurídico , sempre se encontra um jeito para dar aquele drible do neymar e marcar um gol de placa contra o orçamento. Alguém aqui duvida? Ora, leiam ADCT nº 76. Começa , salvo engano, lá em 1994 e caminha até hoje. Ora!….

    A democracia direta é   utopia  aristotélica. Não passa de teoria.  Servia para o estagira explicar-nos o poder do “cosmos”,   desde que, obviamente,  respeitassem o NÃO direito dos  semoventes, mais conhecidos como  “escravos”.

    A democracia representativa não passa de um engodo para enganar desorientados. O norberto bobbio tinha razão. O voto serve para eleger e para por ai. Só um imbecil não percebe isso.

    Sem essa de sulfrágio universal como direito de votar e de ser votado. Balela. Será votado se tiver dinheiro suficiente ou melhor,  quem lhe financie para que possa ser votado e ponto final.

    Essa coisa de poder uno do povo é papo de aranha, isto é, é de aranha mas  não o do Oswaldo Aranha…

    Todavia, nem tudo está perdido. Se conseguirmos, ao menos, respeitármos o pacto de 1988, mais conhecido como CR/88, ai sim, podemos avançar com o  desenvolvimento.

    Mas, não nos enganemos. Os donos do poder, como diria o raymundo continuarão ai forever and ever…

    O Joaquim b…ops, o joaquim nabuco daqui, assim com o tocqueville de lá e daqui também ,  haja vista nosso complexo de inferioridade –  mais conhecido como de vira latas, conquanto, eu discorde disso,  pois, sou um vira lata puro de origem –   já flertavam com a monarquia não era a toa…

    Democraticamente, flertamos com ela também em 1992/93.

    Outro papo de aranha que certamente não é compartilhado pelo  pensador bandeira de melo, é propor uma constituinte específica para a tal reforma política. Balela que o professor de filosofia fez questão de dizer, au passant, que poderia ser discutita juridicamente. Ora, aqui ele comete equívoco.

    Não há discussão jurídica positivada para tratar numa constituinte.  Poder originário é poder originário ,  pronto e acabou. Fará qualquer coisa e não se limitará a nada sob pena de NÃO ser poder originário.

    Lado outro, o povo deveria participar mais de uma forma ou de outra. É claro, pacificamente, até mesmo para se evitar o estado de sítio.

     

    Portanto, em que pese a importância da reportagem dirigida pelo respeitável jornalista acima, vamos deixar de cantiga de ninar para boi dormir  e pensar em como será distribuido o próximo plano plurianual( por exemplo)

    Olhe para o país que você mora e decida:  Você quer mais lucros? Menos tributos? Menos Estado e crescimento econômico, como sempre, no LONGO PRAZO. Então, siga a “lente” x e esqueça o pacto de 1988.

    Caso contrário, pense nela, isto é, na cidadã de 1988 e que mesmo  “apesar de você” amanhã já vem  sendo outro dia”… 

     

    Saudações

     

     

     

     

     

     

     

     

  10. Como será a gestão através da participativa sem partidos?

    As pessoas esquecem que para haver soluções para problemas é necessário não só a construção de estruturas que as conduzam bem como a realização de obras tanto de infraestrutura como as que produzirão novos produtos que estamos carentes.

    Mesmo hoje em dia em que ainda não estamos sujeitos a esta “governança” virtual, para se realizar uma obra de saneamento, de construção de moradias populares ou mesmo presídios modernos que considerem os direitos básicos dos apenados, o caminho para a realização de algo é um verdadeiro parto.

    Vamos imaginar um cenário de decisão sobre um fato simples, uma pequena colmunidade rural que se encontra isolada pela falta de uma pequena estrada para escoar a sua safra de mandioca. Para isto deverá ser construída uma pequena estrada que interligue esta comunidade ao mercado consumidor de mandioca.

    Como a decisão deve ser democrática e expandida a toda a população via discussões virtuais, no primeiro momento se discutirá a necessidade desta estrada, e aparecerão na discussão ecologistas e cientistas sociais que procurarão mostrar que além de prejudicar a natureza esta estrada retirará da comunidade isolada as suas características ímpares de miséria e falta de recursos, uma miséria que é péssima para os moradores da região, mas é bucólica e mas fantástica para os ecoturistas que se embrenham no meio da mata para ver como é interessante a miséria dos outros.

    Vencido este primeiro passo, virá a luta pela escolha do trajeto da estrada, serão verificado os aspectos ambientais tanto os conhecidos como os desconhecidos e depois de três anos de estudo será definido um trajeto que apesar de custar cinco vezes mais do que algo em linha reta, preservará uma espécie de mosquito que é único na região mas faz parte da biodiversidade, afinal os sapos que existem na região e são alimento de cobras raras poderão diminuir a sua quantidade e as cobras raras ficarem ainda mais raras.

    Definido o trajeto temos ainda que definir o método de construção, deverá ser um método inovador para não abalar o ecossistema dos mosquitos, mas deverá ser conservador para permitir que pequenas empresas da região se beneficie com a obra.

    Passado tudo isto, virá o aspecto legal de quem construirá, se o estado, se uma PPP ou algo misto com participação da comunidade local.

    Depois de dez anos de discussão se verificará que a maior parte dos moradores que seriam se beneficiado com os 5quilômetros de estrada migrou para as cidades para ter oportunidade de emprego, saúde e educação, com isto voltamos ao primeiro passo. É necessária a Estrada.

  11. O Pablo Ortellado, quando nós

    O Pablo Ortellado, quando nós seremos livres daquelas manifestações que não queremos?

    A maioria da nação está cançada de movimentos que entopem o livre acesso nas ruas.

    A vontade daqueles que respeitam a política constituida é uma escolha dos manifestantes ou a liberdade relativa ficará sempre dependendo de constrangimentos externos?

    O principio da vontade popular faz parte da eleição para cada um escolher o que quer espontaneamente, e não pela solução de sermos determinados pelos interesses contrariados.

    Vou mais longe, qual o seu interesse em justificar esse racioncínio patético?

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