O mito da educação coreana

Sempre quando vamos discutir o atraso do Brasil, a questão da educação vem à tona e o exemplo educacional coreano é colocado como argumento, de um caminho que poderíamos ter trilhado, mas por miopia dos governantes nos foi negado. O exemplo coreano não pode ser negado, deve ser aceito como verdade absoluta. Mesmo quando poucos dados, quando são apresentados, sejam colocados como argumento.

Durante as eleições, o economista e apresentador de TV Ricardo Amorim colocou em sua página do Facebook o exemplo coreano de investimento na educação como principal tema a ser debatido no segundo (veja aqui). Apesar de não apresentar fontes dos dados, os coreanos fizeram pesados investimentos em educação básica desde os anos 70 e hoje investem 6 vezes mais por aluno no ensino médio do que nós, brasileiros. 

No entanto, os dados do Banco Mundial nos mostram o quanto de idealização e fantasia existe neste tipo de argumento. O investimento médio na década de 70 foi de apenas 2,95% do PIB na Coréia, tendo chegado a irrisórios 2,12% do PIB em 1975. O pico de investimento na educação foi de 3,75% do PIB em 1971.

Para termos uma base de comparação, o INEP apontou que investimos 6,1% do PIB em educação em 2011, portanto, mais do que o dobro do que os coreanos investiram em educação nos anos 70. Em 2011, o Banco Mundial mostra que os coreanos investiram “apenas” 5,24% do seu PIB em educação.

Os dados da Unesco também refutam a tese de que Ricardo Amorim de que os coreanos investem 6 vezes mais por aluno do ensino médio do que o Brasil. Enquanto, os coreanos investisram US$ 7,1 mil dólares PPP por aluno do ensino médio em 2011, o Brasil investiu US$ 2,39 mil dólares PPP. Desta forma, a diferença de investimento por aluno é completamente explicada pelo maior PIB per capita da Coréia, não havendo um maior empenho dos coreanos em investir na educação secundária.

Outro mito é que diferença estaria na priorização que o Brasil dá ao ensino superior. Os números da Unesco mostram que o governo brasileiro investiu 0,92% do PIB em suas universidades, o que não deixaria nenhum coreano boquiaberto, uma vez que seu governo investiu 0,82% do seu PIB no ensino superior. Cabe também mostrarmos que a situação brasileira não é nenhuma excrecência tropical: Áustria (1,56%), Argentina (1,22%), Canadá (1,92%), Chile (0,95%), Dinamarca (2,42%), França (1,29%), Alemanha (1,38%), Índia (1,26%), Suiça (1,37%) e Estados Unidos (1,39%) retiram qualquer culpa de investirmos em universidades.

Na educação primária, o Brasil investiu 1,82% do PIB em 2010, um exemplo para a Coréia do Sul que destinou apenas 1,58% para tão importante fase na educação de uma criança. 

O exemplo educacional coreano estranha o mais importante economista daquele país, o professor de Cambridge Ha-Joon Chang. Segundo este iconoclasta professor coreano, a arrancada coreana e de Taiwan ocorreram em momentos que a educação desses países era pior do que a de Filipinas e Argentina, países que ficaram claramente para trás no processo de desenvolvimento econômica.

O premiado professor coreano questiona até mesmo a importância da instrução formal nos processos de desenvolvimento, pelo menos na escala que tem sido recomendada. Segundo Chang, o mais relevante da produção do conhecimento não se dá nas escolas, mas dentro das empresas e de forma coletiva. Por isso, o mais relevante é a capacidade dos países de organizarem produtivamente as potencialidades dos seus cidadãos.

Chang mostra que uma das sociedades mais produtivas e inovadoras do mundo, a Suíça, possuía até meados dos anos 90 taxas de matrícula universitária de 16%, número muito próximo dos nossos 13% criticados por Ricardo Amorim.

A crítica de Chang avança para a forma como a educação está organizada em todo o mundo. Qual a importância de toda a matemática ensinada para o trabalho de um grande designer? E qual a importância do aprendizado de biologia para a produtividade de um banqueiro?

Durante o processo eleitoral, Dilma apontou para a necessidade de repensarmos os currículos. Uma discussão muito mais profunda e relevante do que a proposta por Amorim. Mas o cavalo passou encilhado e ninguém montou, pois ainda estávamos presos a velhos mitos.

Fontes:

 

Unesco: http://www.uis.unesco.org/Education/Pages/education-finance.aspx

Banco Mundial: http://data.worldbank.org/country/korea-republic

Chang, Há-Joon: 23 Coisas que não nos contaram sobre o capitalismo. Editora Cultrix (2013) 

Redação

36 Comentários

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    1. “Chang mostra que uma das

      “Chang mostra que uma das sociedades mais produtivas e inovadoras do mundo, a Suíça…”. O sujeito é professor em Cambridge, imagino que alguma coisa do que ele fala/escreve deve ter valor. Agora, “Qua qua qua”???

    1. Boa. E para aqueles que
      Boa. E para aqueles que criticam o ensino de humanas — a quem vocês pretendem recorrer quando precisarem desconstruir um paradigma?

      1. Aqueles q criticam o ensino de humanas?

        Nao devem ser especialistas em Educaçao. E sao seguramente pessoas com idéias muito distorcidas sobre conhecimento e sobre finalidades da Educaçao. 

        1. Normalmente é o pessoal de

          Normalmente é o pessoal de exatas.

          No meu colégio em SP na década de 90, a desinformação era tão grande que para o segundo e terceiro ano formaram duas turmas de Exatas e uma de Bio. Nenhuma de Humanas. Eu tive que ir para Bio, e depois estudei História e Direito…

          1. Pessoas real/ gdes em exatas sabem q isso nao basta

            O problema, além de uma equivocada visao de Ciência e conhecimento, é o pragmatismo e o tecnocratismo como visao de Educaçao. Ser educado nao é só estar preparado para o mercado de trabalho. 

  1. Só faltou um fator na Receita de Sucesso Coreano

    Parabéns Victor, é uma Análise bem resumida, mas bastante didática e inovadora.

    Creio que faltou um Segredo do Sucesso (sem Mitos) da Coréia (e da China).

    É a salutar “Pressão” e Acompanhamento dos Familiares.

    Dilma poderia fortalecer as Políticas Sociais, porém conclamando à Responsabilidade e Participação das Familias.

    Acabaria com a Imagem de Assistencialismo, sem as tais Portas de Saída, argumento usado pelos Neoliberais para se criticar qualquer Programa Social.

    Sejamos sinceros, em todos os Níveis de Idade e Sócio Econômicos dos alunos, observa-se que a Escola é encarada pelos Pais como sendo uma “Creche”, onde se deixa o filho e se pode entregar às Obrigações Diárias (Hedonistas ou não).

    As Empresas no Brasil eram verdadeiros Centros de Formação.

    Poucas atualmente ainda o são.

    O Neoliberalismo tornou-as simplesmente Montadoras e Importadoras de Equipamentos e Processos das Matrizes.

    Exemplo?

    A VW desenvolvia seus Projetos (ou, pelo menos os “tropicalizavam”) no Brasil.

    Hoje, Robôs, Programados via Intranet, simplesmente replicam o que é feito lá fora.

    Fiz Universidade Pública, mas dentro da Empresa (com as suas Bolsas) aprendi diversas Línguas, fiz Pós em Diversas Matérias, sempre, como você menciona, dentro dos Objetivos da Empresa.

    Infelizmente, a pseudo Educação/Formação, atualmente, fica por conta das Faculdades Privadas que só visam o Lucro.

    Estes Jovens ao perceberem que só terão Empregos no “Moderno” Setor de Serviços (Faturistas, Caixas, Auxiliares de Serviços Gerais, etc) engrossarão os Protestos nas Novas Manifestações que estão sendo gestadas contra a Dilma.

    1. A educação no Brasil é um

      A educação no Brasil é um fracasso completo, e não é culpa desse ou daquele governo, mas de toda a sociedade ao longo da últimas décadas.

      Metade ou mais dos alunos termina o primeiro grau sem saber interpretar um texto simples (os chamados analfabetos funcionais).

      O ensino superior é cada vez mais dominado por particulares que são meras vendedoras de ilusões (e de diplomas), de onde o cara sai sem saber PN, como as Anhangueras e Unibans da vida.

      Mesmo as públicas, apesar da boa qualificação de alunos e docentes, no geral não passam de “escolas de terceiro grau”, onde pouco se produz conhecimento, o aluno apenas senta e assiste passivamente aulas e mais aulas expositivas, do mesmo modo que é feito há séculos. Raras são as exceções a esse modelo, onde realmente se produz conhecimento e pesquisa.

  2. As aparências enganam

    Quanto vale de custo benefício real o investimento de 0,92% em educação no Brasil e de 1,38% na Alemanha, por exemplo.As variantes são qualidade do ensino e produtividade dos valores investidos. São diferenças que deixam nosso país bem atrás de determinados países.

    1. É mesmo? fonte dessa afirmaçao? motivos para ela?

      Ou vc desenvolve porque isso aconteceria — e nao na base do palpite, mas com fontes, análises, etc — ou está apenas propagando preconceitos, uma visao de vira-latismo. Por que a qualidade do ensino aqui seria pior NAS MESMAS CONDIÇOES DE FINANCIAMENTO E IMPORTÂNCIA? Nao há motivo nenhum, a menos que vc ache q brasileiros sao menos capacitados. Claro que, nas condiçoes terríveis em que anda o ensino atualmente, mesmo aumento do financiamento iria demorar para causar os resultados desejados (sobretudo em decorrência da anti-seleçao de professores havidas e das péssimas condiçoes de formaçao deles), mas, combatendo-se os problemas, esses resultados finalmente viriam. 

  3. Pra que mais dinheiro?

    Pra que mais dinheiro, se o rumo tomado é errado? A questão não é quanto cada país investe, mas como investe. O sistema educacional brasileiro tem sido um dos penúltimos colocados no quesito qualidade, por que a metodologia é totalmente errada. Qualquer país do mundo tem disciplina em sala de aula, até os países de esquerda, mas o Brasil, onde a utopia da liberdade total é aplicada em todos os setores da sociedade, não tem disciplina alguma. Democracia e liberdade não poderiam ser confundidos com indisciplina.

    Não seriam só os casos de professores espancados em sala de aula por alunos, de alunos praticando bulling contra colegas e outras pérolas do sistema educacional brasileiro, entre outras como a aprovação automática.

    Vai mais além. poderia se escrever livros e livros sobre o assunto, como o caso do corporativismo absurdo que rege a formação de Ensino superior, para se ter uma idéia, para validar um diploma estrangeiro, é uma maratona no país, nem na Europa conhecida por sua rigidez não existe nada parecido. Ou o caso do estágio Universitário, onde o estudante fica refém do mercado de trabalho, quanto a lhe oferecer ou não uma oportunidade de estágio. São leis corporativistas que dificultam o ingresso e formação de novos profissionais no mercado de trabalho, que nos obrigam a importar médicos de cuba, engenheiros da Europa e outros casos mais, enquanto que aos brasileiros é dificultado ao máximo o direito de se formar para não fazer concorrência com os que aí estão formados. Tudo isto encarece o custo Brasil, e faz o sistema educacional servir à uns poucos.

  4. Como é fácil tentar iludir os

    Como é fácil tentar iludir os outros com % de PIB… Tenta traduzir para $$$ per capita na educação, meu caro Victor Hugo.

     

    Coréia do Norte tem US$ 1,5 Trilhão de PIB para 50 milhões de habitantes. Dá para comparar?

  5. Exemplos práticos

    O noso país é  prodigo em estudantes de medicina e  direito ,exigem muito empenho do aluno para se formar de forma adequada ,alem do corporativismo aplicado ao infinito,qual a contribuiçao que esses setores tem dado ao avanço social ou tecnológico do noso país ?

  6. Crianças

    Em uma década se dobra a oferta de mão de obra. Salários arrasados. Famílias desestruturadas crianças abandonadas , a Tv de baixa qualidade formando o caráter da juventude . Se iniciarmos hoje uma retomada dos valores imprescindíveis levaremos duas décadas para recuperar…. mãos à obra…!!!

  7. bom texto.
    sem abordar a

    bom texto.

    sem abordar a desiguladade social, difícil analisar

    qualquer tema no brasil, principalmente a educação. 

    a educação vem do berço, que deve ter o mínimo para

    embalar o crescimento humano.

  8. Mitos educacionais

    Educação é sem dúvida um dos temas centrais de nossa época e sem dúvida o mais mal compreendido e mitificado deles. 

    A Coréia é bem sucedida pois lá a educação é feita pela sociedade toda, como deve ser, não apenas nos processos formais escolares, o Chang está coberto de razão.

    Não dá para se limitar a estatísticas capengas como essa de porcentagem do PIB em investimentos educacionais, é preciso ver a situação dos ambientes educacioanais existentes na sociedade. Família, meios de comunicação de massa, associações comunitárias, valores… é assim que uma sociedade gera conhecimento e os transmite às novas gerações.

    No Brasil, vivemos uma realidade educacional monstruosa, análoga à de nossos presídios e hospitais.

    Nunca vi na TV nenhuma reportagem sobre como são dadas as aulas na escola pública. É tão chocante como imagens de presídio ou de hospitais com as quais já nos acostumamos.

    O PROUNI é um escândalo de subsídio às Universidades privadas, hoje comandadas por fundos de investimento internacionais que viram o valor  de suas ações multiplicarem nos últimos anos, entregando apenas estatísticas de alunos com curso “superior” para serem exibidas em debates politicos ou ao Banco Mundial.

    É um debate que carece de muito mais substancia do que as estatísticas conseguem captar.

     

    1. Assédio

      Uma reprtagem televisiva mostrando uma aula em grande maioria das nossas escolas só seria possível se não fosse identificado o estabelecimento escolar, o professor e os alunos.Caso contrário geraria vários processos judiciais  por exposição indevida de atividades vexatórias de seres humanos.

  9. Mas que falácia!

    O cidadão desbanca um argumento percapita com dados por PIB! Ora tenha a santa paciência! Prá resumir, imagina um pai que ganha dez mil por mês e tem dez filhos e outro que também ganha dez mil, mas tem apenas um filho. Qual deles suprirá melhor as necessidades do filho? É isso, se compararmos dois paises com o mesmo PIB, mas um deles com a população em idade escolar dez vezes maior que a do outro, sendo que os dois investem na educação a mesma proporção do PIB, qual deles estará atendendo melhor sua população de estudantes? Ora bolas!

    E o país investe muito mais no ensino superior SIM! Por exemplo, quem conhece um programa de pós-graduação qualquer por aí sabe que é uma ilha de prosperidade no meio de um deserto de recursos. Gasta-se por aluno de pós-graduação aqui muito mais que na maioria dos países desenvolvidos. É só tentar contrariar essa máxima que temos: o Brasil tenta implantar o BOLSA PARA TODOS na pós-graduação. Quem por aí faz ou fez o mesmo?

  10. “Na educação primária, o

    “Na educação primária, o Brasil investiu 1,82% do PIB em 2010, um exemplo para a Coréia do Sul que destinou apenas 1,58% para tão importante fase na educação de uma criança. “

    Quase igual… o PIB do Brasil e da Coréia são quase iguais, a população do Brasil é 4 vezes maior que a da Coréia…

    Resultado líquido do “apenas” é de quatro vezes mais per capita…

    1. Contas

      Seu argumento só estaria correto se o PIB coreano fosse igual ao PIB brasileiro.

      Como o PIB brasileiro é pouco menos de duas vezes maior do que o coreano, e o investimento em educação no Brasil como proporção do PIB é pouco maior do que na Coreia, podemos dizer que o investimento em educação per capita na Coreia é cerca do dobro do Brasil, não quatro vezes.

      1. Um pouco mais de três vezes…

        A população alvo na Coréia do Sul é de 14% do total, no Brasil 24%.

        Não adianta querer se enganar, além dos números é preciso ver também como é a operacionalização.

        Enquanto no Brasil o aluno e o professor trocarem conhecimentos a merda permanecerá.

  11. A questão é:

    Não quanto se gasta, mas como!

    Pode-se enterrar 10% do PIB em educação que o resultado no Brasil será pífio. Somente jogando no lixo os ismos que determinam o modelo educacional brasileiro o resultado aparecerá.

    É preciso jogar no lixo Piaget, Freire, Montessori e outras aberrações destrutivas, assim a escola brasileira cumprirá o seu papel.

      1. Rindo, rindo muito…

        O quê os citados têm a ver com o meu comentário?

        Concordo com uns 60% / 70% do que o Olavo diz. Tenho ojeriza de algumas opiniões dele e acho muito engraçado quando ele separa a sua América ideal, coisa de conto da Carochinha, da superestrutura que a controla.

        O Rodrigo Constantino é um bosta!

        Felipe quem? Será aquele rapaz que serviu de secretaria para o Olavo na edição de uma coletânea de artigos?

        Lobão o velho e decadente roqueiro. O quase sexagenário em busca de uma causa? Talvez para que alguém o chame ao telefone…

         

        1. Parto do pressuposto de que

          Parto do pressuposto de que se se joga um no lixo, deve-se colocar um no lugar para reposição. Desde os gregos antigos com Platão e Aristóteles se investigava sobre os qualificadores e atribuições da educação. Daí imagino que náo existe educação sem pensadores para a investigação deste processo.

          Mas se tirarmos os malditos (que nem são mais estudados amiúde) citados por você, não sobra nada. Há sim, as diretrizes tecnocráticas adotadas pelos educadores CEO – veja o caso da Neca Setúbal – em prol de um sistema que forme ”apertadores de parafusos” que trabalhem sob pressão e sem desperdício.

          Há ainda os psicólogos organicacionais – por exemplo, Içami Tiba – que defendem que famílias adotem as diretrizes empresariais para que haja um salto qualitativo no processo de criação dos filhos, ou seja, querem que as famílias (e por extensão a escola) virem empresas para otimizar o output familiar – ou filhos.

          Estes últimos são os mais nefastos e, assim como Içami que escreveu Pais e Educadores de Alta Performance, são a última moda na psicologia / psicopedagogia, com cadeira cativa em regabofes corporativos e seminários educacionais (sic) patrocinados por ONGs empresariais. 

  12. Bem criterios para

    Bem criterios para investimento á parte, o que importa é ver o que é a Coreia do Sul hoje e o que é o Brasil

    E depois a gente vê quem é que investiu certo na educaçao…rs

  13.  
    RIQUEZA  = SEM RECUROS

     

    RIQUEZA  = SEM RECUROS NATURAIS + EDUCAÇÃO DE QUALIDADE  (Correia do Sukl,m Fibnânida, Suécia,,,) =  COM  RECURSO NATURAS  + MUITA IGNORÂNCIA (bRASIL, IBERO AM[ERICA, ETC)

  14. Na minha opiniao o problema

    Na minha opiniao o problema nao foi a educaçao, mas a mentalidade da nossa elite empresarial que nao investe em pesquisa e inovaçao,na decada de 70 criou se a zona franca de Manaus e fecharam o mercado aos produtos eletronicos importados ,tinhamos diversas marcas nacionais (Sharp,gradiente,cce,quasar) e o que faziam, importavam projetos das japonesas sony ,jvc ,panasonic ,trocavam as etiquetas e nos vendiam a preços estratosfericos, ( quem se lembra da diferença de preço entre um videocassete nacional e um contrabandeado) ninguem investiu em tecnologia reversa para se obter know how,quando Fernandinho l abriu o mercado foi aquela choradeira,idem lei de informatica era proiido importar computadores para beneficiar meia duzia de empresarios que visavam somente o lucro imediato e a fronteira fechada.

    Alguns alegam que era preciso ter lucro primeiro para investir depois, mas empresas como a Cofap ,Metal Leve,thermomecanica, invetiram pesado em tecnologia,sendo que as duas primeiras foram globalizadas graças as trapalhadas cambias do FHC l e ll.

    Alguns anos atras durante a fase de aquecimento  da economia epresarios gritavam que nao existiam engenheiros no mercado , aqui no blog mesmo,surgiram varios relatos de que nao era bem assim o problema era quanto queriam pagar pelo trabalho desses profissionais qualificados.

    Ricardo Amorim e a tropa de analistas economicos adoram ressaltar o fracasso da politica economica do governo Dilma, mas e se os bancos tivessem emprestado com juros baixos, e se os empresarios beneficiados com a queda real das tarifas de energia e desoneraçao fiscal tivessem abaixado os preços dos seus produtos sera que teriamos defict fiscal e baixo crescimento?

    Acho que nossos agentes economicos ja passaram da hora de fazer um mea culpa ou deixar claro o modelo de politica industrial que querem .

     

  15. A realidade eh que a cultura

    A realidade eh que a cultura asiatica em geral eh muito mais rigorosa em relacao a educacao dos filhos e as expectativas que os pais impoem aos filhos em relacao a educacao.

    Esse choque cultural eh visto por exemplo quando uma empresa tenta implantar alguma metodologia asiatica em empresas ocidentais.

    Um bom exemplo sao os memes sobre pais asiaticos, muitos deles feitos provavelmente por descentendes asiaticos americanos.

    http://highexpectationsasianfather.tumblr.com/

  16. “Mania de educação”

    O artigo abaixo talvez possa ajudar na discussão. Seguem os primeiros parágrafos; o texto completo pode ser achado em

    http://mrs-pt.com.br/ler_noticias.php?id_noticia=41

    “Mania de educação”

    Uma das obsessões periódicas da burguesia brasileira é a educação. Ao mesmo tempo em que pagam aos trabalhadores salários que inviabilizam a aquisição de livros, jornais, revistas e que confinam as crianças da classe trabalhadora ás escolas públicas, ao mesmo tempo em que pressionam contra a escola pública, em que se rejubilam com os salários de fome pagos aos professores, em que encaram cada centavo investido em educação pública como desperdício de dinheiro, ao mesmo tempo em que não se cansam de propor e incentivar a cobrança de mensalidades na escola pública, os patrões brasileiros sistematicamente reclamam da “falta de educação” do povo a quem eles roubam essa educação.

     

    Enquanto na prática negam às crianças brasileiras o direito à educação, reclamam, no abstrato, que os trabalhadores não são educados. Esta dicotomia tem uma explicação muito simples: a “educação” que falta aos trabalhadores brasileiros é o treinamento para o trabalho, particularmente a reciclagem da força de trabalho em face do avanço tecnológico. Quando implementam novas tecnologias em suas empresas, os empresários precisam treinar eles mesmos a mão-de-obra, diretamente ou através de organismos que financiam; e, para eles pior, precisam pagar salários mais altos aos poucos profissionais capacitados enquanto a nova técnica não se torna de domínio geral. Eles gostariam que o Estado assumisse esta tarefa, e, dentro da confusão mental que os caracteriza, imaginam que o Estado possa fazê-lo de uma vez por todas, inoculando nos trabalhadores alguma espécie de vacina preventiva que os habilite a entender todas as tecnologias ainda por inventar. Desta forma, imaginam eles que “a educação resolve o problema do desemprego”.

     

    Ora, a educação que é tarefa do Estado não é a formação de mão-de-obra para o patronato, cujo perfil muda cada vez mais rapidamente, mas a formação generalista que habilita o indivíduo para uma compreensão mínima da realidade que o rodeia – o conhecimento da língua que fala e dos diversos dialetos e jargões que a compõem, das linhas gerais do desenvolvimento histórico da sociedade em que vive e do mundo que rodeia esta sociedade, das noções básicas de geografia que lhe permitam situar-se no espaço, o conhecimento geral dos avanços científicos incorporados à maioria dos processos produtivos, das principais linhas em que se situa a pesquisa científica contemporânea, uma noção clara do método científico, um conhecimento geral da organização política e jurídica em que se situa, um delineamento da tradição artística nacional e internacional e as habilidades matemáticas indispensáveis à vida numa sociedade capitalista moderna. Esta formação não resolve o problema do desemprego, e não deve ser voltada para isto. Por isto mesmo, devemos ser claros: a educação formal não erradica a pobreza.

     

    Particularmente, é importante fortalecer uma escola pública de qualidade, voltada para a educação geral, formadora de consciência crítica, e não direcionada para programas de formação de mão-de-obra. Formar mão-de-obra deve ser visto como função da área de Trabalho e Emprego, e não de Educação. E se essa formação deve ser financiada pelo Estado, e de que forma, constitui toda uma outra discussão, a qual precisa estar situada dentro da percepção de que o ritmo de progresso tecnológico contemporâneo dificilmente permitiria que as estruturas estatais tivessem a agilidade necessária para acompanhá-lo, e de que o investimento em uma determinada tecnologia constitui uma ação de risco, decisão que em princípio deveria, segundo uma compreensão capitalista correta das coisas, ser ônus dos capitais individuais, e não oportunidade para desperdício de dinheiro público.

     

    Também é preciso compreender que a “formação de mão-de-obra”, ou “qualificação do trabalhador”, ainda quando concebida corretamente, isto é, como um processo fundamentalmente econômico-tecnológico, e não pedagógico, não “resolve o problema do desemprego” nem “erradica a miséria”. O seu papel é aumentar a concorrência entre os trabalhadores, e assim reduzir o salário dos trabalhadores capacitados. Evidentemente, para cada trabalhador individual, a capacitação é indispensável para continuar no mercado de trabalho; mas acreditar que resolve o problema coletivo é como acreditar que se todos os estudantes de segundo grau estudarem muito, o número de vagas na universidade aumentará.

  17. tsk tsk tsk

    Cara… isso é comparar BANANA com MAÇÃ!!!

    Independente de PERCENTUAL de PIB que a coréia e brasil investem, você mesmo deixou bem claro que o PIB per CAPITA da coréia é bem maior que o Brasil, portanto foda-se se brasil usa 1% do PIB Bruto ou 10%, se o VALOR MONETÁRIO FINAL deses percentuais é menor, investe menos e fim de papo.

    Povo tem mania de falar em PIB bruto…. que investe X% aki, X% ali…. ng investe percentual, todo mundo investe VALOR, dinheiro e é isso que conta no final.

    PIB per Capital é muito mais importante do que o PIB Bruto (quando trazudidos para percentuais) porque é o que realmente demonstra o PODER AQUISITIVO daquele grupo que está sendo analisado.

    Adianta o Brasil investir os tais 6,1% de PIB na educação se, no final, esses 6,1% representam apenas pouco amis de 2 mil dólares e o outro investe 1/3 disto que equivale a 3x o valor monetário de investimento do brasil????

    No fim, o que vale é o VALOR MONETÁRIO desta brincadeira queridão.. Se a coréia consegue fazer MAIS com MENOS, é parabéns a eles e vamos aprender a fazer mais com menos tb e parar de MIMIMI!!!!

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