O preconceito contra o Bolsa Família e a cultura do desprezo

Sugerido por Fiódor Andrade

Do Estadão

“Preconceito contra Bolsa Família é fruto da imensa cultura do desprezo”, diz pesquisadora

Roldão Arruda, com Isadora Peron

O Programa Bolsa Família fez 10 anos no domingo, dia 20. Quando foi lançado, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, atendia 3,6 milhões de famílias, com cerca de R$ 74 mensais, em média. Hoje se estende a 13,8 milhões de famílias e o valor médio do benefício é de R$ 152. No conjunto, beneficia cerca de 50 milhões de brasileiros e é considerado barato por especialistas: custa menos de 0,5% do PIB.

Para avaliar os impactos desse programa a socióloga Walquiria Leão Rego e o filósofo italiano Alessandro Pinzani realizaram um exaustivo trabalho de pesquisa, que se estendeu de 2006 a 2011. Ouviram mais de 150 mulheres beneficiadas pelo programa, localizadas em lugares remotos e frequentemente esquecidos, como o Vale do Jequitinhonha, no interior de Minas.

O resultado da pesquisa está no livro Vozes do Bolsa Família, lançado há pouco. Segundo as conclusões de seus autores, o incômodo e as manifestações contrárias que o programa desperta em alguns setores não têm razões objetivas. Seria resultado do preconceito e de uma cultura de desprezo pelos mais pobres.

Os pesquisadores também rebatem a ideia de que o benefício acomoda as pessoas. “O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida como qualquer pessoa”, diz Walquiria, que é professora de Teoria da Cidadania na Unicamp.

Na entrevista abaixo – concedida à repórter Isadora Peron – ela fala desta e de outras conclusões do trabalho.

Como surgiu a ideia da pesquisa?

Quando vimos a dimensão que o programa estava tomando, atendendo milhões de famílias, percebemos que teria impacto na sociedade. Nosso objetivo foi avaliar esse impacto. Uma vez que o programa determina que a titularidade do benefício cabe às mulheres, era preciso conhecê-las. Então resolvemos ouvir mulheres muito pobres, que continuam muito pobres, em regiões tradicionalmente desassistidas pelo Estado, como o Vale do Jequitinhonha, o interior do Maranhão, do Piauí…

E quais foram os impactos que perceberam?

Toda a sociologia do dinheiro mostra que sempre houve muita resistência, inclusive das associações de caridade, em dar dinheiro aos pobres. É mais ou menos aquele discurso: “Eles não sabem gastar, vão comprar bobagem.” Então é melhor que nós, os esclarecidos, façamos uma cesta básica, onde vamos colocar a quantidade certa de proteínas, de carboidratos… Essa resistência em dar dinheiro ao pobres acontecia porque as autoridades intuíam que o dinheiro proporcionaria uma experiência de maior liberdade pessoal. Nós pudemos constatar na prática, a partir das falas das mulheres. Uma ou duas delas até usaram a palavra liberdade. “Eu acho que o Bolsa Família me deu mais liberdade”, disseram. E isso é tão óbvio. Quando você dá uma cesta básica, ou um vale, como gostavam de fazer as instituições de caridade do século 19, você está determinando o que as pessoas vão comer. Não dá chance de pessoas experimentarem coisas. Nenhuma autonomia.

Está dizendo que essas pessoas ganharam liberdade?

Estamos tratando de pessoas muito pobres, muito destituídas, secularmente abandonadas pelo Estado. Quando falamos em mais autonomia, liberdade, independência, estamos nos referindo à situação anterior delas, que era de passar fome. O que significa dizer de uma pessoa que está na linha extrema de pobreza e que continua pobre ganhou mais liberdade? Significa que ganhou espaços maiores de liberdade ao receber o benefício em dinheiro. É muito forte dizer que ganhou independência financeira. Independência financeira temos nós – e olhe lá.

O que essa liberdade significou na prática, no cotidiano das pessoas?

Proporcionou a possibilidade de escolher. Essa gente não conhecia essa experiência. Escolher é um dos fundamentos de qualquer sociedade democrática. Que escolhas elas fazem? Elas descobriram, por exemplo, que podem substituir arroz por macarrão. No Nordeste, em 2006 e 2007, estava na moda o macarrão de pacote. Antes, havia macarrão vendido avulso. O empacotamento dava um outro caráter para o macarrão. Mais valor. Elas puderam experimentar outros sabores, descobriram a salsicha, o iogurte. E aprenderam a fazer cálculos. Uma delas me disse: “Ixe, no começo, gastei tudo na primeira semana”. Depois aprendeu que não podia gastar tudo de uma vez.

A que atribui a resistência de determinados setores da sociedade ao pagamento do benefício?

O Bolsa Família é um programa barato, mas como incomoda a classe média (ela ri). Esse incômodo vem do preconceito.

Fala-se que acomoda os pobres.

Como acomoda? O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida, como qualquer pessoa. Quem diz isso falsifica a história. Não há acomodação alguma. Os maridos dessas mulheres normalmente estavam desempregados. Ao perguntar a um deles quando tinha sido a última vez que tinha trabalhado, ele respondeu: “Faz uns dois meses, eu colhi feijão”. Perguntei quanto ele ganhava colhendo feijão. Disse que dependia, que às vezes ganhava 20, 15, 10 reais. Fizemos as contas e vimos que ganhava menos num mês do que o Bolsa Família pagava. Por que ele tem que se sujeitar a isso, praticamente à semiescravidão? Esses estereótipos tem que ser desfeitos no Brasil, para que se tenha uma sociedade mais solidária, mais democrática. É preciso desfazer essa imensa cultura do desprezo.

No livro a senhora diz que essas mulheres veem o benefício como um favor do governo.

Sim, de 70% a 80% ainda veem o Bolsa Família como um favor. Encontramos poucas mulheres que achavam que é um direito. Isso se explica porque temos uma jovem democracia. A cultura dos direitos chegou muito tarde ao Brasil. Imagino que daqui para a frente a ideia de que elas têm direito vai ser mais reforçada. Para isso precisamos, porém, de políticas públicas específicas. Seriam um segundo, um terceiro passo… Os desafios a partir de agora são muito grandes.

Qual é a sua avaliação geral do programa?

Acho que o Bolsa Família foi uma das coisas mais importantes que aconteceram no Brasil nos últimos anos. Tornou visíveis cerca de 50 milhões de pessoas, tornou-os mais cidadãos. Essa talvez seja a maior conquista.

Entre as mulheres que ouviu, alguma foi mais marcante para a senhora?

Uma das mais marcantes foi uma jovem no sertão do Piauí. Ela me disse: “Essa foi a primeira vez que a minha pessoa foi enxergada”. Tinha uma outra, do Vale do Jequitinhonha, que morava num casebre, sozinha com três filhos. Quando começou a contar a história dela, perguntei qual era a sua idade, porque parecia que já tinha vivido muita coisa. Ela respondeu: “29 anos”. E eu: “Mas só 29?” Ela: “Mas, dona, a minha vida é comprida, muito comprida.” Percebi que falar que “a minha vida é muito comprida” é quase sinônimo de “é muito sofrida”.

Redação

49 Comentários

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  1. a maior importância do bolsa

    a maior importância do bolsa família é justamente romper com a “caridade” e proprocionar um mínimo de autonomia. O livro é excelente e emociona ler os depoimentos das mulheres que começaram a  conquistar espaço e auto determinação

  2. A Direitolândia se desespera

    A Direitolândia se desespera e liga imediatamente para o Mesquita exigindo uma matéria informando os desvios do programa. Caso contrário corta-se a verba publicitária e acordos por debaixo dos panos. 

    Provocações a parte, isso mostra o quanto uma coisa que, mesmo sendo boa, não pode ser aceita de prontidão. Toda a gritaria da Direita contra o Bolsa-Família tem sentido e é perfeitamente compreensivel. Mas n]ão há como ficar murrando a ponta da faca como se fosse um touro enlouquecido. Um hora é preciso a Direita sentar e refletir…”nessa nós perdemos”.

  3. O brasileiro não conhece o

    O brasileiro não conhece o Brasil, os confis dessa imensão nação. O preconceito contra o programa vem daqueles que estão nas grandes cidades, nos seus apartamentos, nos seus escritórios com ar condicionado, sentado numa bela proltrona e com os pes em cima da escrivaninha.

  4. O que eu acho mais engraçado

    O que eu acho mais engraçado é que a tal de classe média que reclama do Bolsa Família não reclama de sustentar uma universidade pública de graça para filhinhos de papai que poderiam muito bem estar pagando por ela. Aí, por exemplo, o sujeito (a) se forma em medicina e vai acabar enfiando o bisturi pelo cabo nas costas do próprio sujeito que sustentou sua boa universidade através de seus impostos, mas não quer se sujeitar a trabalhar em determinados lugares e cria caso quando o governo contrata médicos estrangeiros para suprir a carência. A crasse média não se incomoda de ser explorada, desde que o seja pela turma que ela acha bacana

    Viva a classe média, aquela mesma que chama o PT de quadrilha, mas que não se incomoda em continuar votando na turma do trensalão.

  5. Nenhum programa social no

    Nenhum programa social no mundo é isento de criticas, não se trata de preconceito, podem existir criticas consistentes e racionais, há criticas conceituais validas e há criticas operacionais que o proprio gerenciamento do programa faz, como a inscrição de prefeitos e vereadores, há centenas de casos, como beneficiarios do bolsa familia no Nordeste, assim como parentes de politicos, cabos eleitoriais, gente que jamais poderia receber o beneficio, a propria CGU faz varreduras nas listas e encontra aberrações.

    Há tambem criticas importantes sobre a queda da produção agricola familiar no Nordeste porque tendo o beneficio muitos sitiantes não plantam mais, a produção de mandioca caiu vertiginosamente no Nordeste, lavoura tipica familiar.

    1. Será que por 200 reais por

      Será que por 200 reais por mes deixariam de plantar ? Não sei não.

      Mesmo que deixassem, era agricultura de subsistência, não afeta praticamente nada na economia.

      1. 200 Reais no interior do

        200 Reais no interior do Nordeste vale muito e o fato de deixar de plantar mesmo sendo agricultura de subsistencia é bastante negativo, acostuma a não precisar trabalhar, pode ficar deitado na rede esperando chegar o dia do pagamento,

        ha cidades inteiras do interior do Nordeste que vivem do bolsa familia, é fato publico, não me parece algo positivo para o Pais.

        1. Como sempre diz o Paulo Nogueira

          se referindo a uma frase do gen Wellington: Se vc acredita mesmo que o Bolsa familia é indutor de indolencia, conversa mole pra boi dormir propalada sine die pela indigencia intelectual de quem vive longe e enxerga pobre como vagabundo, sinto lhe dizer, mas vc acredita em TUDO, o que é absolutamente lamentavel.

        2. O que não vejo como positivo

          O que não vejo como positivo é a economia de diversas cidades não proporcionar oportunidades minimamente dignas, com pelo menos salário mínimo. Se o bolsa família induz a pessoas – sempre serão algumas, não serão todas jamais – a não fazerem trabalhos muito duros eu não vejo como isso afeta o País.

    2. Prezado Araujo

      A queda da produçao de mandioca no Nordeste se deve principalmente à seca, uma das mais duradouras dos ultimos 50 anos.  Quem tem terra e agua, nao deixa de plantar mandioca, ate por conta da resistencia da planta e do seu uso tradicional para a produçao de farinha, uma das poucas fontes de renda do interior nordestino. 

      A respeito, veja noticia abaixo

      http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/11/produtores-de-farinha-de-mandioca-de-sp-comemoram-os-lucros.html

    3. Tautológica é essa frase de

      Tautológica é essa frase de que “nenhum programa social no mundo é isento de críticas”. Nada é perfeito. Tudo pode, e deve, ser submetido periodicamente ao crivo da crítica. Desde que seja construtiva e balizada.

      E não é construtiva uma crítica que se apega à exceção para depreciar o todo. Ora, um programa que envolve mais que a população do Chile e da Argentina juntos seria por acaso isento de distorções? Se um vereador, um político, um cabra safado., aqui e ali, faz uso indevido do Bolsa-Família esse pode ser descartado? 

      Aberrações maiores, bem maiores, infinitamente maiores,. meu caro Motta Araújo, estãso noutras instâncias. O quer dizer da sonegação fiscal criminosa que, segundo alguns, ascende a mais de 1 trilhão por ano? Quem sonega, acho, não são os miseráveis do bolsa-família.

      Excrescência, meu amigo, é a centenária indiferença histórica com os miseráveis desse país(veja meu depoimento aí ambaixo). O processo de acumulação de riquezas. a concentração da propriedade, a posse do Estado pela minorias de sempre. 

      Desculpe, Motta Araújo, mas tu não tens o conhecimento, ou a vivência necessária, para expor esse tipo de avaliação. 

      A economia agrícola do Nordeste só foi importante realmente nos séculos XVI, XVII e XVIII. Decerto, como pessoa culta, já leste Celso Furtado e sua obra máxima Formação Econômica do Brasil. E foi substantiva porque o contexto da época assim o exigia. Parodoxalmente foi desses ciclos, do açucar,do gado e do cacau que emergiram o modelo econômico insustentável e socialmente perverso que deu às cartas até certo momento da nossa história. 

      O decaimento na produção agrícola do NE não tem nada a ver(nunca teve) com o programa Bolsa-Família. Este, juntamente com a aposentadoria rural(a partir de 1988), não foram, de per si, responsáveis pelo enfraquecimento da atividade primária. Foram as condições climáticas, a carência de fatores de produção, e principalmente, a parca produtividade aliada a pouca atratividade em termos de remuneração de capital de mão-de-obra que historicamente caracterizou esse modo de produção.

      A prova está nos nichos considerados de excelência, a exemplo do cultivo de frutas e flores nos perímetros irrigados e a criação de animais, a exemplo de bodes, mais adaptados ao clima seco e árido. 

      Paralelamente, passamos, como seria de se esperar, para alternativas que hoje já representam o grosso do nosso Produto. Refiro-me às atividades terciárias, com destaque para o turismo. Sem abandonar, é claro, iniciativas nas áreas industrial.

      Para se enxargar o NE hoje precisamos nos despir dessas visões pretéritas e alienadas do contexto.

      1. André(ou Motta Araújo, como

        André(ou Motta Araújo, como queira),

        Editei meu texto para apagar a frase abaixo. Tomado pela passionalidade que o tema me desperta, fui, mesmo sem querer grosseiro e pedante. Somos antípodas muitas vezes; em outras estamos acordes. Entretanto, sempre recebi lhaneza da tua parte. 

        Desculpe, Motta Araújo, mas tu não tens o conhecimento, ou a vivência necessária, para expor esse tipo de avaliação. 

  6.   Moral da história: melhor

      Moral da história: melhor que chamar de “programa de compra de voto”, a direita faria muito melhor em explicar para essas pessoas que é DIREITO delas, com a óbvia vantagem de estabelecer uma ponte com os mais pobres, falha histórica da direita.

      O problema é que a direita tem horror a pobre e a direitos, então fica batendo cabeça.

  7. O Bolsa Família tem cadastro

    O Bolsa Família tem cadastro dos beneficiários. Significa que o governo tem informações sobre essa população, cpf, endereço, região, número de filhos, etc. Assim com essas informações é possível direcionar e priorizar mais políticas públicas a favor dessa população, sobretudo aos filhos desses cidadãos que se encontram em estado de miséria. É o primeiro passo para romper com o ciclo da pobreza e deixar que se perpetue para as futuras gerações.

  8. “A cultura dos direitos

    “A cultura dos direitos chegou muito tarde ao Brasil.”

    E vai ainda sofrer muito com a confusão feita por gente ignorante das classes diplomadas. Aquele bobão do jereissatti não queria dar “13º” para o bolsa família? Pro besta é salário! Deve ser o que ele paga pros empregados dele; o mesmo que ele chama de esmola.

  9. O autor do texto acerta na

    O autor do texto acerta na mosca quando relaciona as críticas ao programa  por parte de setores da classe média, ao desprezo pelos pobres.

    Como disse o colega em comentário anterior, eles não se importam em ser explorados pelo andar de cima, mas não toleram que a cultura de direitos chegue aos mais pobres.

  10. Um programa discutivel que

    Um programa discutivel que pretende aceitar como normal não a ascensão e a incorporação de cidadãos desfavorecidos

    através de educação e profissionalização de seus filhos e netos e sim mante-los eternamente de mão estendida agradecendo a generosidade do Estado, constroe-se um grande pais desse jeito? Claro que não.

    Dar dinheiro a pobre para faze-los gratos é técnica milenar, o Imperador Nero já sabia fazer no tempo de Cristo.

    Os povos que se tornaram o centro da civilização fizeram exatamente o contrario, progresso só pelo trabalho individual,

    não é o Estado que faz o Pais avançar mas a sociedade e seus valores de esforço individual e busca do aperfeiçoamento de cada um.

    O melhor bolsa familia seria o incremento e melhoria da educação, algo praticamente fora da tela do radar dos padrinhos dos pobres, é muito mais facil dar os duzentinhos por mês do que montar um sistema de ensino eficiente.

    Hoje em São Paulo a tarefa mais dificil é achar um encanador, eletrecista, sapateiro, alfaiate, jardineiro, até garçons já são disputados, pouquissimos tem interesse em aprender uma profissão mesmo simples, tudo se espera do Estado, uma cultura que se criou no Pais e que só o leva para trás. E tem gente que acha isso lindo.

    1. Motta Araújo, abandona essa

      Motta Araújo, abandona essa retórica do século XIX, meu caro. Tu és um pessoa tão culta e inteligente para ficar remoendo teses tão descaradamente falsas. Elucubrações de fundo elitistas. 

      Há inúmeras falácias nesse tua participação. A primeira é alegar “dar dinheiro aos pobres”. Ora, não se trata de pobres, mas de miseráveis haja visto os parâmetros para o cadastramento. 

      O programa tem porta de entrada e também de saída. Seus recursos se propagam pela economia e geram renda que ao fim dá condições para que outras não necessitem desse tipo de assistência. O efeito cascata desse programa, aliado ao aumento real do salário e a aposentadoria, deram dinamismo ás economia nos interiores mais pobres do Brasil, incluindo até o “sul maravilha”.

      Tu alega valores. Pois vamos a ele: para que valor maior numa sociedade que o sentimento de justiça, de repulsa à iniquidade social? Que economia do mundo, a começar pelos EUA já em algum momento não recorreram à políticas inclusivas, mesmo que temporariamente? 

      É falacioso esse argumento acerca de ofertar educação mais eficiente, saúde de qualidade. É diversionismo. É admitir que até que as engrenagens de uma sociedade injusta e um Estado inepto se ajustem é permitido que pessoas subsistam na marginalidade social. 

      Isso é moralmente desprezível.

      1. JB,
        Nunca pensei que iria

        JB,

        Nunca pensei que iria defender o AA, mas acho que ele escreveu (quase) “certo” por linhas (bem) tortas.

        Acho que o programa é importante e necessário, mas o que realmente está sendo feito de concreto para garantir que no futuro ele seja cada vez menos necessário?

        Lá no início do ano eu postei essa notícia abaixo no Fora de Pauta, que diz que em 10 anos, apenas 62 famílias teriam “abandonado” o programa, num universo de 128 mil atendidos em Manaus. Na época não consegui achar dados de outras capitais para comparar, pois pode ser algum problema na realidade local do município, mas é preciso admitir que tal número é muito baixo e que poderia deixar claro que tem um caráter meramente paliativo.

        https://jornalggn.com.br/fora-pauta/onde-e-a-saida

        E supondo, hipoteticamente, que um governo não comprometido com o programa assuma o poder e acabe com o mesmo, toda essa massa de miseráveis voltariam para o mesmo lugar que estavam antes no programa, pois não ocorreu evolução no quadro. Eles continuam na UTI, a diferença é que agora tem tratamento e estão ligados aos aparelhos (estatais).

        1. Ed Doer, em cheio.

          Ed Doer, em cheio.

          Já passamos da fase de discutir se o BF é necessário ou não: seus benefícios sociais, econômicos e políticos já falam por si mesmo. O problema é que toda vez que alguém tenta discutir mais profundamente a questão, mesmo que mais à esquerda, é taxado de “reaça”.

          A discussão verdadeira é: e a tal da “porta de saída”, que seria a educação básica? Eu te respondo: ela não existe.

          No próprio texto está consignado que 50 milhões de brasileiros, ou seja, 1/4 da população, depende do programa. E é só ver os spots televisivos do PT para ver que a prioridade daqui para a frente não é chegar pro beneficiário e falar “ó, tô investindo em educação, então seus filhos terão a chance que vc nunca teve”, mas de se reafirmar como o “partido do Bolsa Família” e, subliminarmente, bancar a estratégia do medo que algum opositor cancele o programa.

          E esta estratégia dá certo pois, para quem nunca teve nada, é simplesmente OK continuar com o pouco que lhe deram. 

          1. Não toda vez que “alguém

            Não toda vez que “alguém tenta discutir mais profundamente a questão, mesmo que mais À ESQUERDA(?), é taxado(sic) de “reaça”. 

            Não generalize. Isso só ocorre quando, principalmente nas redes sociais, uns ignaros safados chamam o programa de “bolsa-vagabundo”. alcunha os beneficiários de parasitas; e assim por diante. Tu te calarias frente a isso? Pois eu, não.Nomino-os de acordo com o grau de vilania dessa laia. 

            Assim, da próxima vez faça a distinção. Da minha parte, aos críticos imbuídos de boa vontade peço apenas que não apelem para obviedades e truísmos, a exemplo dessa “porta de saída”. 

            O que significa isso mesmo? O que é “porta de saída”? A meu ver isso é uma metáfora insultosa e desonrosa para os que eventualmente recorrem ao programa. Como alguém iria se satisfazer com menos da metade de um salário mínimo? Como admitir que qualquer ser humano quer se perpetuar na miséria?

            Desculpe, meu caro, mesmo sem o querer vocês “críticos honestos” incidem numa avaliação elitista e arrogante. 

            Na verdade, Arthur, a tua crítica, a meu ver é de fundo político-partidária. Pode ser, deve ser honesta, mas se trai no terceiro parágrafo.Infelizmente. 

            Acertei em cheio, não?

          2. Calvin,
            Falo por mim. Não sou

            Calvin,

            Falo por mim. Não sou porta-voz de ninguém. Se o Lula afirmasse isso agora certamente que o chamaria ignaro safado. Mas não é o caso.

            Faço uma ressalva: na época o programa não era estruturado como agora. Mesmo que fosse ao Lula é negado o direito de mudar de opinião? Quantas vezes tu não o fizeste? 

            Iventa outra, tá?

          3. Calma lá, JB Costa.
            Você diz

            Calma lá, JB Costa.

            Você diz que eu estou generalizando, mas logo depois afirmou que minha visão é “elitista e arrogante”, e que Ed Doer  (como morador do Sul/Sudeste) “deprecia o povo”. 

            E o que significa dizer que minha crítica tem “fundo político-partidário”? Não sei porque você considera isto desmerecedor, sendo que há diversos militantes do PT aqui, e suas opiniões, não raro, possuem fundo político-partidário. O problema é que, enquanto você nunca se incomodou com elogios político-partidários ao governo/PT, usa este argumento para desmerecer meu comentário. Projeção?

            Quanto a “porta de saída”, não é uma metáfora insultosa nem desonrosa.

            Para legitimar isto, tanto você quanto o entrevistado do post usam da mesma premissa, falsa, de que as críticas ao BF se devem ao preconceito. Eu sempre defendi o BF, sua necessidade como instrumento de combate a miséria, convivi e convivo com os da opinião do “bolsa-vagabundo”, e mesmo hoje ainda rebato este tipo de visão.

             

            Justamente pelo fato de que, como você mesmo disse, poucos ser humanos se conformarem com R$ 152,00 mensais familiares, é que é importante questionar o que o governo está fazendo para dar autonomia a estes indivíduos. Vendo os dados (13 milhões de família, 50 milhões de pessoas, 1/4 de nossa população), das duas uma: ou (i) o governo não está tendo muito sucesso ou (ii) não está com muita vontade em acabar com a miséria deste pessoal, certo?

            O Lula, em horário eleitoral do PT recente, comemorou o crescimento do BF e disse que a tendência é só crescer. Posto isto, você realmente acredita que o governo federal está se esforçando para diminuir paulatinamente o número de beneficiários. Depois de 11 anos, você não acha que já chegou a hora de começar a cobrar os primeiros resultados nesse sentido?

            Isto sem contar na história da educação básica, que nem vou me alongar muito aqui porque já coloquei em post anterior. 

          4. Só melhorar a educação não

            Só melhorar a educação não resolve o problema.

            Para se haver desenvolvimento econonico é preciso pelo menos duas pernas, é preciso que também haja capital e não apenas trabalho ( que a educação supostamente ajudaria a resolver). É preciso que haja também a  parte da oferta de empregos e não apenas a qualificação do trabalhador.

        2. Ed Dôer,
          Refaço a tua

          Ed Dôer,

          Refaço a tua pergunta: o que deveria se fazer para que a perpetuação da miséria continue? 

          Já escrevi aqui não só uma vez que o grande sucesso, o arremate feliz do programa será a sua………EXTINÇÃO! Isso, extinção. Por razões mais que óbvias.

          Mas, voltando à pergunta inicial: o programa não é apenas assistencialista nem, a meu ver, enseja uma eventual estabilidade na miséria. Há, paralelamente à segurança alimentar, ações na área de saúde, da educação e outros esforços, através da priorização, a exemplo da capacitação profissional e inserção no mercado.

          Há críticas e críticas. Até admito que esse processo de reinserção possa ser mais efetivo. Entretanto, os problemas em foco são estruturais e perduram há séculos. Não serão dez anos ou um pouco mais que irão elidí-los. 

          Em termos gerais e abrangentes, políticas de cotas, estímulo ao ensino superior, o PRONATEC, o aumento da oferta de empregos e a melhoria nos serviços públicos, em especial na área de saúde, são vetores que vão alargar essa “porta de saída”. Pessoalmente, conheço várias famílias que já alcançaram patamar que prescinde desse auxílio tão irrisório. 

          E por falar em irrisório, tu acreditas mesmo que um cidadão vá estagnar por causa de R$ 100, R$ 200, R$ 300 reais? Claro que não, não é?A tendência do ser humano é sempre progredir. 

          Sei não, acho que vocês aí do Sul-Sudeste(escrevo sem nenhum ranço) depreciam demais o nosso povo. Tem uma visão distorcida das massas. 

          1.  Refaço a tua pergunta: o que

             Refaço a tua pergunta: o que deveria se fazer para que a perpetuação da miséria continue?

             

             E eu faço outra pergunta, qual a necessidade de fazer uma pergunta capciosa considerando que vejo o programa como uma necessidade? Vou supor que foi devido ao fator passional em relação ao tema, que você citou em outro comentário no post…. 

             

             

            Já escrevi aqui não só uma vez que o grande sucesso, o arremate feliz do programa será a sua………EXTINÇÃO! Isso, extinção. Por razões mais que óbvias.

            Há críticas e críticas. Até admito que esse processo de reinserção possa ser mais efetivo. Entretanto, os problemas em foco são estruturais e perduram há séculos. Não serão dez anos ou um pouco mais que irão elidí-los. 

            Certamente, mas o que vai definir se vai levar décadas ou séculos para resolver é o planejamento (com metas) de como chegar no sucesso almejado e não esperar que ele chegue sozinho. Isso se não chegar um governo sem-noção e acabar com tudo antes.

             
            E por falar em irrisório, tu acreditas mesmo que um cidadão vá estagnar por causa de R$ 100, R$ 200, R$ 300 reais? Claro que não, não é?A tendência do ser humano é sempre progredir.

            Depende da definição de estagnar, pois não estou defendendo a tese absurda de que alguém vá se acomodar e sim que o governo teria maneiras de dar empurrões para acelerar o ritmo que o pessoal consegue sair dessa situação de miséria, inclusive “agradando as elites”, por exemplo, utilizando incentivos para quem empregar beneficiários do bolsa-família. Integrar políticas públicas de forma criativa seria melhor que ficar dando dinheiro de “mão beijada” via BNDES para grandes empresários.

             
            Sei não, acho que vocês aí do Sul-Sudeste(escrevo sem nenhum ranço) depreciam demais o nosso povo. Tem uma visão distorcida das massas.

            Da minha parte, de forma alguma, pois não posso falar por toda população das 2 regiões, e nem negar a baixaria (mesmo que localizada) que rolou na rede depois da eleição da Dilma. E massas existem em todos os lugares.

          2. Ed,
            Peço desculpas por um

            Ed,

            Peço desculpas por um eRro INVOLUNTÁRIO: o que quis escrever mesmo era: O QUE DEVERIA SE FAZER PARA QUE A PERPETUAÇÃO DA MISÉRIA NÃO CONTINUE?

            De resto, respeito os teus pontos de vista tal qual respeitas os meus.

          3. Desculpas aceitas JB. 
            Também

            Desculpas aceitas JB. 

            Também vou me desculpar, pois pelo que acompanho dos teus comentários no blog eu deveria ter imaginado que era um erro, mas fiquei com um pé atrás com o lado passional do debate e me deixei inflamar também.

            Abraços

          1. Assis,
            E o governo não sabe

            Assis,

            E o governo não sabe qual o motivo disso ter acontecido…

            …o que está longe de ser admirável e demonstra que não registram todos os dados que poderiam para tornar o programa melhor, pois essa dúvida só é possível se tu não sabe o número de integrantes de cada família.

            O secretário nacional de Renda de Cidadania, Luís Henrique de Paiva, enfatiza que esses 1,69 milhão de beneficiários prestaram informações voluntariamente, durante a atualização cadastral, feita a cada dois anos pelas prefeituras. Segundo ele, o governo não sabe é se as pessoas passaram a ter mais renda ou ocorreu uma diminuição do número de integrantes da família, o que fez crescer a renda per capita.

            Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/bolsa-familia-mais-de-16-milhao-de-casas-abriram-mao-do-beneficio-8312947

    2. Concordo e discordo.
      Bolsa

      Concordo e discordo.

      Bolsa Família como medida emergencial é uma ideia maravilhosa de política pública, pois além do custo “barato” em termos orçamentários (0,5% do PIB), transforma em direito algo que sempre foi considerado “favor”, vide coronéis que na época das eleições  compravam votos por “um par de sapatos ou um saco de farinha” (grande Herbert Vianna).

      Por outro lado, nunca é bom esquecer que programas de transferência de renda tal qual o BF foram gestados nos corredores do Banco Mundial/FMI, que elegeram-no como substitutivo não dispendioso (de novo, 0,5% do PIB) para os gastos sociais do Welfare State (ou tentativas de), que pretendiam (e conseguiram, em parte) desmantelar com o Reaganomics, Thatcherismo, Consenso de Washington e outros.

      Você erra, quando julga o BF desnecessário, uma vez que já foram comprovados os efeitos benéficos do programa para a cidadania, economia e, melhor, dignidade dos nossos descamisados. Mas acerta em cheio quando indica que o Bolsa Família cumpre exatamente o papel previsto pelos burocratas do financismo internacional: substitutivo do (muito dispendioso) investimento em educação básica, tanto que esta política pública foi celebrada mundo afora pela Economist, Banco Mundial, FMI e outros.

      Que Lula queira aparecer em spots televisivos dizendo que “enquanto eles reclamam, o Bolsa Família só faz crescer” é compreensível, em termos eleitorais. Mas em termos de um planejamento bem estruturado para levar real desenvolvimento ao país, ou uma discussão séria sobre os rumos do governo, o papo é outro.

      Nós não estamos mais em 2003, em 2006, sequer em 2010; agora, neste final de ano, o PT completa 11 anos de poder federal e 50 milhões de pessoas, ou seja, 1/4 da população, encaram R$ 152,00 como a salvação da lavoura, sendo que o principal líder do partido não fala de educação como principal mote, nem de pesquisa/tecnologia, mas de Bolsa Família, que fatalmente crescerá. Ora, que porta de saída este programa tem, se ao invés de sua paulatina redução de beneficiários, eles só fazem crescer?

      Foi estabelecido um consenso de que todo crítico do Bolsa Família é um reacionário. Mas mesmo os “reaças”, apesar de movidos por um inequívoco sentimenti anti-povo/anti-pobreza, tem seu quê de razão. Se o governo federal, desde 2003, tivesse colocado a educação básica como pilar central de seu governo, junto com o combate a miséria extrema  (sim, é possível fazer isto pois, como já dito, o BF demanda 0,5% do PIB), quais as expectativas de desenvolvimento que estaríamos esperando para as próximas décadas?

      Porta de saída não é só ensinar o beneficiário atual do Bolsa Família a ser motorista de ônibus, eletricista ou encanador. No máximo torna o cara de miserável para pobre, o que é um avanço, mas não quando buscamos nos comparar a China como países em processo de ascensão. Tampouco é uma solução dar cotas ao filho deste encanador; SIM, cotas também são um avanço, mas não substituem uma educação básica de qualidade, motor necessário para formar bons cientistas/pesquisadores/intelectuais/professores.

      Porta de saída mesmo é investir maciçamente em educação básica para que o filho do beneficiário possa se instruir para poder se tornar um BOM engenheiro, BOM advogado, BOM médico, BOM professor, BOM pesquisador, enfim.

      Como até agora não se viu o governo federal construindo a tal “porta de saída”, não chega a ser tão absurda a afirmação do AA que se faz populismo, uma maneira torta de fidelizar votos com um ÓTIMO (cabe ressaltar aqui) programa. Afinal, os 50 milhões que dependem do programa votam no PT, certo? Vai saber para que direção iriam se o Estado começasse a ofertar educação de qualidade…

      1. Com todo o respeito, acho que

        Com todo o respeito, acho que seu comentário está um tanto quanto fora da realidade.

        Ora, para começar o governo acabou de aprovar o PNE, que pretende chegar a 10% do PIB em alguns anos.

        Com relação ao partido priorizar a educação eu concordo.

        Mas achar que a grande maioria dos beneficiários do bolsa família vai virar “doutor” adevogado ou engenheiro é um pouco forçado e fora da realidade, apenas uma pequena parte conseguirá, até porque é assim que funciona a divisão social do trabalho na economia de mercado. Um curso técnico de mecanico, eletricista, encanador, marcineiro, etc, é um grande avanço e propciaria talvez até uma maior oportunidade. Mas claro que também há que se desenvolver a economia da região para propciar a oferta de empregos.

        1. Mas o PNE é para daqui há 10

          Mas o PNE é para daqui há 10 anos. Eu estou discutindo o que foi feito de 2003 até aqui. Países que priorizam educação dão grandes saltos no setor, igual vimos com a Coreia do Sul e agora estamos observando com a China, enquanto nós ainda estamos na expectativa de que no futuro haja melhoras. 

          E eu não acho que todo beneficiário do BF virará doutor. Muito pelo contrário, razão pela qual escrevi que “porta de saída não é SÓ ensinar a ser motorista, encanador”, mas também priorizando a educação básica, para que o seu filho sim possa cursar universidade e adquirir alta especialização. 

          Só que 11 anos, ou seja, quase uma geração já se perdeu, haja visto que a educação básica ainda não prepara ninguém pra nada, e pelo visto nem ensinar a ser encanador, eletricista, motorista de ônibus o Estado está sendo capaz, não num patamar que vá fazer a diferença, já que o número de beneficiários do BF cresce a cada dia que passa.

           

          1. Ciclos educacionais.

            Prezado Artur.

            Ciclos educacionais são bem mais longos de dez anos, e obedecem uma lógica: eles, em primeiro momento, expressam uma expansão (universalização), que não raro significa uma “queda” de qualidade, integração dos novos contingentes e melhoria constante, pelo efeito que a educação formal traz nas gerações posteriores, ou seja, os filhos dos que hoje foram incluídos, ainda que “pelas tabelas”, e que estudaram até o segundo grau e as faculdades particulares (Pro-Uni), tendem a repetir a trajetória dos ascedentes, rompendo o ciclo da ignorância.

            Foi assim na Coreia, China, etc.

            Bom considerar que a Coreia é um caso a parte, haja vista a montanha de dinheiro colocada lá pelos EEUU para conter a onda vermelha no sul asiático e adjacências.

            De outro lado, este avanço só é possível com permanente distribuição de renda e aumento da qualidade de vida.

            Prova disto que os EEUU despencaram nos índices de desempenho de seu sistema educacional como empobrecimento de sua população.

            Recomendo a leitura:

             

            http://www.viomundo.com.br/denuncias/saul-leblon-elite-escravocrata-prega-a-educacao-mas-sem-abrir-mao-dos-juros.html

    3. AA, veja se consegue responder às perguntas:

      Você sabe as condicionantes em relação ao filhos menores para uma mulher rececer a BF?

      Os estados do Nordeste estão entre os que mais recebem BF e SP um dos que menos erecebem. Por aqui se acha encanadores, eletricistas,etc. Qual o motivo?

      Quantas escolas técnicas e profissionalizantes os governos do PT inauguraram?

      O que levou, e o que foi, e qual a impostância do New Deal e como era a Europa antes e pós os governos sócio-democratas?

      1. Caro Assis, estou analisando

        Caro Assis, estou analisando apenas os números: lendo o texto vemos que quase quadruplicou o número de famílias atendidas, maravilha; entretanto significa que neste tempo este mesmo número de famílias não conseguiu modos de se susentar.  Então devemos comemorar – este fato especificamente, não as ações diversas do governo como um todo.

        1. O Estado entre a cruz e a espada.

          Prezado Evandro, permita-me intrometer:

          A expansão considerada por você foi significativa, mas não permanece. Pelos motivos óbvios, saímos da “farsa” tucana para a realidade do programa BF, e todas as suas multidisciplinaridades. Normal que a curva fosse ascendente.

          Hoje, o número de pessoas “saindo” é maior que as levas de “entrada”.

          Mas não nos enganemos: o sistema capitalista gera indigências estruturais perenes, e lógico, depois tenta nos convencer que isto é um “fato natural” decorrente de uma “tendência atávica ao fracasso” das pessoas.

          De um lado o capitalismo impõe a necessidade de assistência para as desigualdades que gera, e por outro, ideologicamente critica sua execução, e por que?

          Bem, eu imagino que é para frear qualquer possibilidade de ampliar a distribuição de renda via estado (inclusive por reformas tributárias) que ameacem a estrutura de acumulação rentista.

          1. Sinto muito, se o número que

            Sinto muito, se o número que sai é maior que entra, onde ocorreu o máximo da curva? Mas repare bem que as propagandas governamentais citam de maneira enfática como o número de assistidos aumentou, enquanto, em meu parco enender, devria ser de como não se precisa mais tantos assistidos. Se o país está crescendo e p número de empregos idem, me explique o aumento do número de assistidos. Só se for o caso de esarmos crescendo- fato- mas não onseguimos ainda- e não sabemos quando- evitar dar uma grana para que famílias possam se manter.

          2. Caro Evandro,
            Propaganda do

            Caro Evandro,

            Propaganda do governo não é lá uma referência muito correta para se tratar um tema tão delicado. É claro que o governo infere que sua abordagem da miséria é sempre e cada vez mais ampla.

            Mas você alertou bem, ou seja, isto nos traz um susposto paradoxo: se a miséria cai, como aumenta o número de assistidos?

            Aqui uma armadilha:

            O número aumentou, mas não significa que vem aumentando.

            Mesmo assim, isto nos traz outra questão que vai ter que ser abordada:

            A geração de riqueza (crescimento econômico), per si, não distribui renda. Ao contrário: a tendência é concentrar, ao contrário do que os arcaico-liberais pregam.

            Porém, a esfera de atuação dos governos para redistribuir renda, efetivamente, é uma só: reforma na estrutura de cobrança de tributos.

            De resto, como já vemos em outras economias, se a estrutura tributária injusta for mantida (como nos EEUU, por exemplo), teremos sempre ciclos de expansão e retração de atendidos, mas o número estrutural, lumpen, ou como nos ensina Jessé de Souza, a ralé estrutural, se manterá.

          3. É isso aí, eu acredito que,

            É isso aí, eu acredito que, como mencionou, o lumpem, sempre existirá, o cruel, devido aos nossos séculos de criá-lo e mantê-lo, é o número alto de pessoas que assim vivem. Sinceramene qe gosaria de ver um número bem menor. Como desconheço os números fico imaginando( mera conjectura) se os há numa Alemanha, Inglaterra, Áustria e quantos seriam.

  11. Vivo recebendo críticas à

    Vivo recebendo críticas à esquerda e á direita pelo que alguns amigos(ou não tão amigos assim) chamam de excesso de passionalidade( o pleonasmo é intencional); a recorrência ao mote do testemunho pessoal,  muitos deles entremeados de retórica sentimental. 

    Que culpa tenho eu pelo “sangue que corre nas veias”: ibérico, índio e negro, três etnias nas quais esse sentimento é tão distinguível? 

    E se assunto é Bolsa-Família, aí é que sou tomado pelo espírito que – suponho – tenha inspirado ou enlevado Castro Alves quando elaborou seus poemas contra a chaga da escravidão. 

    Acode-me, de imediato, a experiência. A vida passada no interior desse amado Ceará onde, mais que testemunhei, vivenciei, o que pode existir mai de abjeto na sociedade humana: a indiferença, quando não a hostilidade, contra os mais fracos e desvalidos. 

    O que tínhamos em termos sociológicos? Duas classes: a dos abastados e a dos lascados. Na exata dimensão desses termos. Pobre já nascia predestinado a sofrer, padecer o inominável; o inexprimível. Diferia do sistema escravocrata porque os grilhões eram invisíveis e se apresentavam na forma das condições de vida indignas; na exploração do trabalho; na humilhação; na orfandade absoluta em termos de assistência pelo Estado; enfim, na indignidade de uma vida que nada diferia da hoje chamada tragédia africana.

    Assisti pessoas morrendo de fome por falta da mais elementar assistência médica. Qualquer doença, por menor que fosse, se tornava faltal. Tenho uma “irmã de criação”  cuja mãe morreu sangrando numa sala fétida de um posto de saúde na minha cidade por falta de assistência. Isso em 1974!

    Vi homens transformando em vestimentas sacos secos, grossos, de açúcar e farinha de trigo e de pés descalços nas festas das Igreja, constritos, apelando a Deus por dia melhores. Onde estava esse Deus? Não sei.

    As relações de trabalho era de servidão: diária( a custo de hoje) de R$ 3 e um prato de feijão com tripa. Casas de taipa, chão de barro, e como utensílios redes, potes e um fogão a lenha. Mas na soleira, flores. 

    Vi crianças chafurdando na lama e catando restos de comida. Longe da escola, de lares perfeitos e até imperfeitos. 

    Isso em tempos normais. Se por acaso uma intempérie nos abatia, a exemplo da seca, então imagens nos tranformávamos numa África Subsaariana. Restava-nos o êxodo. Não tão glorificado como o entoado por outras plagas, mas tão cruéis tal como. Nas selvas da Amazônia ou de concreto de São Paulo os uivos da fome e da indigência se transformavam nos lamentos de saudade da terra e dos parentes deixados para trás.

    A esperança não era a última que morria: ela simplesmente inexistia. 

    É essa experiencia que me faz ser defensor incansável e radical de programas sociais. De ser acometido de ira, santa ou não santa, não importa, quando desprezíveis seres alastram pela internet e redes sociais seus preconceitos, suas desumanidades. São seres maus e os desprezo. Do fundo do coração. 

     

  12. Como assim não há porta de saída? Chegue mais perto da pobreza

    É especialmente intrigante a retórica do senhor Motta. Ele diz que criticas ao Bolsa-Familia não se trata de preconceito, mas logo em seguida dispara com expressões como “ duzentinhos”, “dar dinheiro a pobre”, “no máximo motorista de ônibus”..putz, é dose, retórica pura. 

    Mas, o que vim falar não é isso. Que conversa é essa de que o Bolsa-Famíia não tem porta de saída? Esse mantra é a nova fase da oposição ao programa, porque há de convir que a fase do “Bolsa-esmola” está no fim. Como imaginar que o BF não tem porta de saída? Quem pode conceber uma ideia dessas senão aqueles que enxergam a pobreza a quilômetros de distância? É isso! Não há o que dizer.

    1)      Uma mulher que deixa de apanhar do marido ao se ver financeiramente emancipada

    2)      Os filhos que vão para a escola em contrapartida ao benefício. Ou será aumentar o numero de crianças na escola não é uma porta de saída? Né não Sr. Arthur

    3)      Crianças tendo o que comer na escassez de recursos necessários para o plantio; aliás, onde o Motta achou os dados que a agricultura familiar está reduzindo a produção em função da “acomodação”  proporcionada pelo BF? Para mim isso é mais uma amostra de como a pobreza é enxergada de longe…beeeem de longe, pois só assim para  entender esse disparate. O reducionismo é claro e tosco.

    Infelizmente criou-se essa idéia de que o BF acomoda, mas a própria pesquisa mostra que é diferente Bem, se isso não for preconceito, o qual é condicionado pelos ideias (ideologia), eu não sei o que é. Esse negócio de porta de saída é forte indício de que algumas pessoas não enxergam um palmo na frente do rosto, ou seja, são incapazes de imaginar, que segurança alimentar para pobre, crianças na escola e perda de protagonismo masculino na liderança da família podem ser um dos embriões de muita coisa boa que eles supostamente desejam para o Brasil, mas eu disse supostamente, pois dado o tom preconceituoso nem sei se isso é verdade.

     

     

  13. Truque semiológico, ou Arbeit Macht Frei!

     

    Uma grande sacada dos defensores do arcaismo-liberal ou fundamentalismo do capital, que nos acostumamos a chamar de “neoliberalismo” (que não tem sentido histórico nem econômico algum), foi ler e aprender as lições de Marx e outros pensadores econômicos anti-establishment, sequestrar a capturar conceitos para construirem interpretações da realidade em compartimentos estanques, desde o funcionamento da economia, até seus efeitos nas outras esferas (superestruturas).

    O debate sobre os programas de renda mínima, ou como pregava Suplicy, imposto de renda negativo, espalhados ao redor do planeta, e principalmente no Brasil, estão impregnados destas contrafações ideológicas desde sempre. Vamos as principais:

    01- “a esmola acostuma o sujeito a não querer trabalhar, rouba-lhe a dignidade”. Bem, para tratar deste tema é preciso uma ligeira olhada em perspectiva histórica sobre a construção ideológica da dignidade trabalhadora.

    Nem sempre trabalho esteve associado a dignidade, desde tempos da Antiguidade até o sistema feudal, onde o trabalhador era tido como uma espécie inferior de gente. Até as primeiras fases capitalistas (primeira metade do século XIX, exceto Brasil), foi a escravidão a mola propulsora dos arranjos produtivos globais, imitando o que acontecia na Antiguidade.

    Ironicamente, podemos dizer que o período de implantação e disseminação global capitalista foi mais bárbara que a Idade Média que a sucedeu, e que por outro truque semiótico chamava de Idade das Trevas.

    Pois bem, o trabalho como um valor que “dignificava o homem”, ou como em explosão de humor sombrio, os nazistas colocaram no portão de Auschiwtz: Arbeit Macht Frei(o trabalho liberta) é uma construção recente, e quem, por exemplo, gosta da história do nosso samba, e como este bem imaterial foi incorporado a indústria de bens culturais de massa e a máquina de propaganda politica dos governos, lembra-se a épica “batalha” entre os sambistas Wilson Batista e Noel Rosa na transição capitalista (tardia) brasileira em Vargas, sobre o valor do trabalho e seu oposto: a malandragem.

    Boa parte do ideário dos arcaicos-liberais está alicerçada nestas premissas, e persiste até hoje. E não estão sozinhos: No mundo inteiro, há uma deliberada ação de estigmatização da pobreza e dos pobres, como se coubesse a eles a “culpa” pelo seu “fracasso”.

    Engenhosa tática apreendida em Marx: se eu defendo um sistema que  produz tanta riqueza quanto a concentra, e que do outro lado gera desigualdade e pobreza, como manter este estado de coisas sem permitir que os que ficam de fora do banquete nos devore a todos?

    Ideologia: controle (polícia, escola e Igreja) e disseminação de culpa e na dicotomia sucesso e fracasso. 

    Como se houvesse alguma dignidade em lavar privadas por 100 reais a diária, ou no interior do país, 10 ou 15 reais (alguns lugares por por um prato de comida), ou cortar cana até morrer de infarto (estes trabalhadores têm 20 anos menos de expectativa de vida) por algo em torno de 800 reais por mês, e outras condições subumanas em subserviços de sobrevivência (subsistência) que, ao contrário do que dizem os fundamentalistas liberais, não têm o condão de impactar microssistemas econômicos e gerar condição alguma de superação da miséria endêmica destes locais, que ficam ali, por anos à fio à espera de alguma outra forma de exploração que os incorpore ao arranjo capitalista como exército de reserva.

    Como acontece desde Bangladesh até as facções têxteis criadas por levas imigratórias bolivianas para SP.

    Prova disto é que o dinheiro público injetado nestes grotões do país triplicaram ou quadruplicaram toda a renda local, façanha que 200 anos de capitalismo não fez, mas que agora, quando há condições estruturais pavimentadas (dinheiro e consumo), começam a migrar para estas regiões que este mesmo capitalismo ignorou por séculos, para manter-se fiel aos seus arranjos globais.

    Em suma: é o dinheiro público, como o privado nunca fez, que inseriu estas cidades a romper sua dependência, e não o contrário, como alegam os “teóricos ultraliberais”.

    02- Outra mentira dos arcaico-liberais é dizer o seguinte: “O dinheiro do Estado não pode sustentar esta gente, e esquecer os investimentos, pois estes sim geram riqueza.”

    Tudo bem, aqui há uma meia-verdade. Investimentos geram riqueza, é verdade, mas riqueza não tem nada a ver com prosperidade.

    Historicamente, os orçamentos públicos nacionais brasileiros sempre estiveram associados a alguma forma de investimento para criar condições de funcionamento do capitalismo brasileiro.

    E mesmo mantendo os capitalistas alimentados por todos estes anos, onde coube ao capital estatal a construção de boa parte (senão toda) da estrutura logística e suas redes de infraestrutura nacionais, como boa parte da indústria de base e atividades de exploração mineral e geração de energia, além do Estado brasileiro manter uma das mais injustas cadeias tributárias do planeta, onde o rico capitalista paga (muito) menos que o pobre, nosso capitalismo não foi capaz (e nem será, sabemos) de incorporar enormes contingentes populacionais estocados como exército de reserva, ou descartados pela modernização das relações de produção e inovações tecnológicas.

    Nem vamos falar dos juros que sangram orçamentos estatais.

    Não é o Estado que gera probreza(outro truque deste pessoal esperto). Mas o funcionamento capitalista.

    Seria ótimo que o Estado não precisasse, de algum jeito, manter enormes levas de pessoas “respirando nos aparelhos” enquanto o capital se recicla? Claro! Mas a pergunta é, como é possível?

    03- Existe também a lenda da “porta de saída”.

    Ora, a única porta de saída para aqueles que estão em situação de inclusão em programas de renda mínima (faixa de inclusão, ou linha de pobreza) seria a distribuição de renda, ok? Mas aí vem outro problema: a capitalismo não distribui renda, ele gera e concentra riqueza, condições intrínsecas de sua existência e longevidade.

    Mesmo assim, eu li há umas duas semanas neste blog, um texto de um jornalista da Folha de SP, e que foi celebrado por muitos dos progressistas daqui como um “frescor” em meio aquele lixo editorial, onde o autor dizia que a oposição e a classe média (mormente a de SP) precisava sair e ver o Brasil, em outras palavras, enxergar a série de programas sociais que, integrados ao BF, estavam sedimentando uma pequena revolução no interior, e que sempre se reflete nos números das pesquisas (e no resultado das eleições nos últimos 12 anos), e que surpreendem a todos que só conseguem projetar seu horizonte até o próximo shopping center, ou no máximo, nos botões do controle remoto da TV.

    O jornalista listou programas como transporte escolar, o aumento da atenção básica de sáude dos beneficiários, e creme-de-la-creme, para gozo dos portasaidistas: cursos e projetos de geração de renda e micorempreendedorismo que têm alcançado 3,5 milhão de pessoas do cadastro do BF(acho que o nº é este, não me recordo ao certo), e que hoje, as pessoas que saem da faixa de corte do benefício já maior que as que entram.

    O texto dá outros dados, mas nem precisa citar todos.

    04- Por fim, vem a falácia de que o esforço individual é que faz um país crescer e virar “centro da civilização”, e que o dinheiro retira profissionais (encanadores, pedreiros, domésticas, garçons, etc) do mercado (e o dinamismo da economia) para que fiquem à “sombra do Estado”.

    Do ponto de vista econômico não faz o menor sentido, do ponto de vista histórico, menos ainda.

    A divisão geográfica e econômica de tarefas no mundo capitalista, e a localização dos centros e das periferias deste sistema global de produção não tem nada a ver com características de “povo” ou esforço individual. Obedeceu circunstâncias históricas, sociais, políticas e econômicas bem conhecidas e não é discutida por nenhum economista sério, ainda que conservador.

    Se assim fosse, os negros, onde estivessem, seriam legatários das maiores e mais civilizadas nações, haja vista que sobre seus “lombos” pesou toda a construção capitalista (como já mencionamos).

    A riqueza e “bem sucedida” trajetória de um povo, no arranjo capitalista, só tem sentido pela exploração de outros povos, e de parte considerável do povo dentro de cada país.

    Por outro lado, dizer que alguém vai deixar de ser garçom e ganhar 1000 ou 2000 reais por mês, dada a valorização da mão-de-obra atual, para ter 200 reais e ficar em casa é estultice completa.

    O que estas pessoas não dizem, sabe-se lá Tutatis o porquê, é que é justamente a dinâmica capitalista em funcionamento, e o mercado da troca do trabalho pelo salário em economias em aquecimento, que proporcionam pessoas a escolha no que vão trabalhar, ou melhor, para quem vão trabalhar.

    Aqueles que não têm escolha, trabalham por qualquer coisa. Quem tem escolha, trabalha pelo que acha justo.

    Um pedreiro que ganhava por “bicos”, sem direitos e nem regulamentação de seu trabalho, hoje é disputado à tapas por construtoras civis, ramo em expansão, e que por isto hoje tem direitos impensáveis até então: carteira assinada, férias, 13º terceiro, plano de saúde e alguns até plano odontológico, treinamento, alimentação de qualidade,alfabetização nos canteiros, etc, etc, etc. Este pedreiro vai continuar a trabalhar para o sinhozinho dos jardins por quê?

    Ou seja: em nosso país, o problema que os defensores do capitalismo, acostumados a uma série de privilégios históricos, desejam a manutenção de um capitalismo do século XVIII.

    E eles fingem desconhecer que, justamente, esta posição ideológica, é causa primoridial de nosso subdesenvolvimento, que eles associam a algum determinismo pseudosociológico ou “fé” determina geográfica.

    E sobra para nós, os progressistas, a defesa da modernização capitalista.

    São truques interessantes.

     

  14. Há muito prá comemorar

    Já são mais de 50 milhões atendidos, 1/4 dos brasileiros, e isso é só o começo. Tenho medo até de pensar onde vamos parar.

    E o programa que já havia tingido seu alvo de cobertura em 2006 segue crescendo e sendo adaptado para atender um universo cada vez maior de brasileiros. Claro, as crianças crescem, ora pois, crescem, se casam e tem filhos.

    Se tudo der certo, não demora muito e conseguiremos manter na pobreza aceitável uns 50% dos brasileiros com apenas 4% do PIB rodando na sua mão e voltando para onde veio.

    Genial.

    1. Não tenho medo não. Na

      Não tenho medo não. Na verdade, torço para alcançar 1/1 dos brasileiros e depois mudar de nome: “Programa de Renda Mínima”; o mesmo que o Suplicy vem pregando há não sei quantos anos e quase ninguém dá ouvidos.

  15. Grandiosidade

    É muito interessante e importante essa pesquisa que ai esta a respeito da bolsa família pois, ilustra a realidade da grandiosidade em se tornar o ser humano em um cidadão, mas parece que por muita falta de intelecto e a propaganda contrária da classe mais abastada, o senso comum prevalece sobre a importância e o resultado que virá. Será muito bom que esses pesquisadores e escritores ocupasse a mídia de massa a fim de demostrar a relevância e o conteúdo desse trabalho

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