O xadrez dos homens santos e das eleições gerais

Fato 1 – a lambança de Sérgio Machado

A política sempre comportou uma enorme dose de hipocrisia, com discursos reiterados prometendo o bem comum e, por trás, os acordos espúrios, os financiamentos de campanha, o enriquecimento pessoal.

Vários políticos corruptos ou meramente suspeitos foram tolerados em nome da hipocrisia e do pragmatismo.

Hipocrisia é o ato de disfarçar o que se sabe, escondendo-se no álibi de uma falsa ignorância. Quando a corrupção política é escancarada, exibida publicamente em todos os veículos de mídia e das redes sociais, ignorar, que há de?

É o que ocorre com a delação de Sérgio Machado e filhos, um documento arrasador sobre o centro do poder, começando pelo interino Michel Temer.

Nenhuma pessoa minimamente informada tinha dúvidas acerca do passado e do presente de Temer. No depoimento de Machado, ele aparece na Base Aérea de Brasília negociando R$ 1,5 milhão em favor da campanha de Gabriel Chalita para a prefeitura de São Paulo.

Esse ato de desprendimento é apenas a gazua abrindo a porta principal: dificilmente a renda de Temer conseguiria justificar o patrimônio acumulado em um período em que foi exclusivamente político. As ligações com o grupo Libra, com coronéis da reserva da Polícia Militar, já são de domínio público.

Escancarada sua biografia, é possível esconder o cadáver na sala de visita e fingir que ninguém morreu?

Difícil. Temer chefia um grupo onde despontam figuras notórias, como Gedel Viera Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco. Abaixo deles, um Ministério com a maior capivara da história da República.

É um grupo sequioso de poder, avançando sobre todos os espaços públicos com uma gana de quem quer viver intensamente o presente, sabendo que o futuro é incerto.

Pergunto: dá para ignorar? É evidente que não.

Cada vez mais o Supremo será chamado a assumir um papel a que vem se recusando sistematicamente: o de anteparo à voracidade do governo interino que, sem a legitimidade do cargo e, agora, com as chagas expostas, pretende desmontes irreversíveis nas políticas públicas.

Afinal, no altar da política, são  homens santos, que vivem com um terço no bolso.

Fato 2 – os avanços de uma Justiça errática

A espantosa falta de visão macro política dos principais agentes da Lava Jato – do Procurador Geral Rodrigo Janot ao Ministro do Supremo Teori Zavaski – logrou o feito de entregar o país a um bando. Esse bando aboletou-se no Executivo, controla a Câmara e tem ascendência sobre o Senado.

Agora, finalmente investe-se sobre o bando de forma desconjuntada, sem respeitar sequer a coerência. Janot demonstra uma indignação extemporânea contra o vazamento do pedido de prisão de senadores, após quase dois anos de uma enxurrada de vazamentos, período no qual não houve sequer um gesto de condenação de sua parte.

Teori aplica dois pesos e duas medidas em duas questões  similares. Qual a razão para ter autorizado a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral e ter recusado o pedido de prisão de Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney?

Nem estou entrando no mérito da questão, se deviam ou não ser presos, se podiam ou não. Mas são duas situações idênticas que receberam tratamento distinto.

A lógica diria que foi devido às consequências muito mais drásticas, com a eventual prisão do presidente do Senado, de um Ministro de Estado e de um ex-presidente. Mas um Ministro do Supremo tem a liberdade de definir a conveniência ou não das medidas tomadas? E se tem, qual a razão para ter permitido o avanço do impeachment, demorando em se definir sobre Eduardo Cunha, deixando o país ficasse refém de uma horda bárbara?

Nas delações de Machado aparece pela enésima vez a Bauruense, a prestadora de serviços e grande lavanderia que abastecia as contas de Aécio com as propinas da Transpetro e de Furnas. Sabia-se desse envolvimento desde as delações pioneiras de Alberto Yousseff. E, no entanto, deixou-se Aécio livre e solto para ser um dos protagonistas do impeachment da presidente.

Daqui para a frente haverá uma torcida cada vez maior para que Janot e Teori levem a cabo a rodada final desses doze trabalhos de Hércules. Mas que não os submetam a nenhum teste de coerência, porque imediatamente acenderia uma luz vermelha.

Fato 3 – o avanço das eleições gerais

Aí se entra nos impasses políticos do momento.

Cada vez mais crescerá a proposta de antecipação de eleições gerais – para presidente, Câmara e Senado – da mesma maneira que crescerão as pressões da Lava Jato sobre o mundo político.

Não há a menor possibilidade de antecipar apenas as eleições para Presidente, com a Câmara tomada pelas hordas bárbaras. Seria manter qualquer presidente eleito refém do submundo da política.

O ideal seria uma reforma política seguida de eleições gerais.

Mas quem colocará o guizo no gato? O que convencerá deputados e senadores da urgência de aprovar uma reforma política e, em seguida, encaminhar a proposta de eleições antecipadas?

Por outro lado, tende a crescer a possibilidade de uma derrubada do impeachment. Aos poucos mercado, mídia e Judiciário caíram na real de que tentativa de dar sobrevida política ao interino é uma temeridade.

Como se viu ontem na Câmara, ele não tem autoridade para impor reformas drásticas, não tem pulso para frear as demandas corporativas, e tem ficha suja.

Alguém acha possível a Henrique Meirelles e companhia avançar em qualquer medida drástica, tendo como anteparo um esquema barra pesada, como o que sustenta Temer?

Os próximos meses serão de embates duros, com todos os atores posicionados: PGR e Teori avançando sobre os réus; o movimento crescente de apoio às eleições gerais; a mídia tendo de se curvar à realidade e às pressões de seus leitores. E, no Congresso, parlamentares tentando se agarrar com unhas e dentes às suas prerrogativas de parlamentares.

A campanha pelas eleições gerais poderá ser tão ampla quanto a das diretas nos anos 80. Principalmente se a Lava Jato de Curitiba lograr o objetivo que persegue desde que iniciou: a inabilitação política de Lula.

 

 

Luis Nassif

76 Comentários

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  1. Tirar o Lula da cena política é outro golpe.

     

    É tão grave quanto o golpe. É mais um golpe dentro do golpe. Isso é igualmente inaceitável.

    1. Discordo. Tirar Lula É o

      Discordo. Tirar Lula É o golpe.

      Lula é a representação no imaginário de um governo popular.

      Tucano é contra tudo que lembre ser popular.

      O objetivo do Golpe é a restauração tucana a partir de terra arrasada e o retorno de uma hegemonia dos interesses americanos na condução política brasileira.

      O arcaísmo-aristocrático do PMDB não combina com a “modernidade” americana.

      A Farsa-Jato foi a forma encontrada de arrasar a terra (sai pra lá PMDB!!!) e acabar com o Lula (sai pra lá povão!!!). Dois coelhos numa cajadada. Duas faces da mesma moeda.

      Tudo opaco, evidentemente. Tucano (em especial os vampíricos) nunca gostou da luz do sol.

      Aécio é efeito colateral.

  2. Justiça, ora a Justiça

    O que esperar da nossa Justiça? Mesmo os juristas mais sérios do STF e a PGR mostraram uma lerdeza inexplicável para tomar medidas contra Eduardo Cunha. Isso sem falar da blindagem indecente de Aecio, Serra, Alckmin, FHC, mensalão do PSDB, Agripino etc por parte de diversas instâncias da Justiça. Essa “lerdeza” permitiu que os conspiradores agissem livremente e dessem um golpe parlamentar, midiático, jurídico e cleptocrático no governo. As consequências disso vão ser sentidas por muitos anos. A Justiça quando tarda, falha. Nesse caso a falha vai custar muitíssimo ao país. O argumento de não  interferir com outros poderes é absurdo. Se um político cometeu crimes notórios e comprovados (graças à Justiça suíça), porque não tomar medidas drásticas? Essas medidas drásticas eram justificadas até pelo cargo que ele ocupava. 

    Isso contrastou com a agilidade, arbitrariedades e brutalidade das medidas contra a esquerda. Mesmo com uma mídia extremamente parcial e concentrada como a nossa, um Judiciário imparcial e austero teria tomado medidas a tempo e a hora contra corruptos comprovados e evitaria condenar acusados sem provas. Se um juiz se deixa levar por pressões, por que deveria aceitar esse cargo? Afinal, o que diferencia um juiz de futebol se não a coragem de determinar um pênalti claro, mesmo que aos 89 minutos do jogo?

    Quando no futuro for contada a história do golpe, vai ficar mais clara a participação e a conivência do Judiciário. Seja por omissão quando mais dele se precisava, seja por atropelamento das leis para condenar políticos de esquerda.

     

     

  3. E o judiciário? Continuará o
    E o judiciário? Continuará o mesminho da silva? O Sonhando com dólar barato e tendo Miami como norte? É esse mesmo o judiciário que nos resta irremediavelmente? E o direito a informação ampla, geral e irrestrita continuará assim, nas mãos manipuladoras e hipócrita, hipocrisia como definida aí em cima no texto?

    1. Fácil…

      Respondo a esta pergunta com outra de natureza retórica: por acaso, alguma vez o judiciário agiu de de outra maneira que não fosse nesta mesmice ?

      O judiciário é o poder mais áulico da república.

  4. Esse slogan das manifestações

    Esse slogan das manifestações que estão acontecendo “Fora Temer”, é um favor que estão fazendo para a direita, senhores da casa grande, judiciário. Ele vai ter que sair, e as manifestações estão referendando esse absurdo.

  5. Guerra se armas

    Nos países do Oriente Médio, utilizam/utilizaram grande quantidade de armamento pesado para destruir e controlar os países em prol da indústria armamentista e do petróleo. No Brasil, utilizam o conceito de guerra sem armas como a revolução colorida e/ou a guerra híbrida para destruir o país e… ainda para mim é uma incógnita. Será que querem só os commodities ? Já não tem estes ativos ? Será que querem ganhar as grandes obras e empresas públicas brasileiras gratuitamente novamente ? Querem dividir o país em dois ou três como fizeram no Oriente Médio há uns anos atrás ? Querem apenas retirar dinheiro do Brasil como fizeram séculos passados para debelar a crise econômica nos seus países ? A pergunta premiada é: o que ganha os agentes (servidores públicos ou não que participaram/participam ativamente do golpe ? Parece até teoria da conspiração !

  6. A situação hoje política

    A situação hoje política talvez seja a mais complexa que o país já viveu. Chegamos a um ponto em que Dilma propõe que a contrapartida de sua volta ao poder seja a realização de eleições gerais. Mas apenas eleições sem reforma polítca apenas mudará os nomes, mas não a forma de se fazer política. E o pior é que eu, pelo menos, nem sei se o Lula e o Pt apoiam essas eleições. E enquanto isso, uma equipe econômica quer recuperar uma economia parada sufocando-a ainda mais, ao fechar a possibilidade de dinheiro público entrar para reanimar a economia. É um quadro desesperador, dois fios de alta tensão soltos que estão a centímetros de encostarem e eletrocutarem as vítimas no chão

  7. Princípios da Filosofia do Direito, Hegel

    §311 – Na medida em que emana da sociedade civil, a deputação significa também que os deputados estão dentro do conhecimento das dificuldades, carências especiais, interesses particulares, e eles mesmos disso dependem. Quando, segundo a natureza da sociedade civil, a deputação se faz a partir destas diversas corporações (§ 308°), e quando a simplicidade deste processo não é perturbada por abstrações e concepções atomistas, a designação satisfaz imediatamente tal condição e as eleições são algo de supérfluo ou reduzem-se ao simples jogo da opinião e do capricho.

  8. Se eu fosse o Lula

    Viajaria para o exterior com a família o mais rápido possível e pediria asilo em algum país amigo.

    Ele precisa avaliar se tem forças/energia suficientes para entrentar a injustiça e a sanha de vingança dos cangaceiros de Curitiba.

    Mais à frente, quando a normalidade democrática voltar, ele poderá retornar do exílio como o herói da pátria que é.

    1. De Gaulle fugiu da França e

      De Gaulle fugiu da França e participou da resistência do exterior. É disto que o Brasil precisa neste momento, que Lula continue solto e liderando o contragolpe, sem contar o peso que teria a notícia de que o Presidente mais popular e tão importante quanto Getúlio Vargas está sofrendo perseguição política por paus mandados dos EUA.

  9. Honestidade

    Nessa última bomba atômica que Machado liberou, Dilma não é citada.

    Nas delações anteriores também não se fala em Dilma, a não ser para elogiá-la (dizer que marajás do STF estão putos com ela é elogio. Na minha terra, é).

    O fato de Dilma ser honesta é uma estratégia meio suicida, mas é o seu maior legado. A conciência do dever retamente cumprido é o que permite à Dilma manter o bom humor e a esperança; pedalar todas as manhãs e viajar pelo país sem medo de expor o rosto na rua. Sua presença na cena nacional é um ferro em brasa queimando o lombo da mídia, dos empresários e dos políticos corruptos.

    Sim, é possível governar sem roubar. Se é possível governar BEM sem roubar aí já são outros quinhentos.

  10. “Toga falante” vazou (e melou) pedido de prisão de senadores

    “Toga falante” vazou (e melou) pedido de prisão de senadores

    No Estadão, o seu jornalista-exceção Roberto Toledo sentou a pua: foi um “toga falante” quem vazou os pedidos de prisão dos senadores com o objetivo não só de inviabilizá-las (o que já seria de esperar) mas também, e principalmente, de alertar sobre pedidos de busca e apreensão dos senadores e de outros bandidos golpistas e corruptos.

    Quem seria o “toga falante”, hein? Eu tenho um palpite, mas não vou falar, pois sei que todo mundo leu meu pensamento.

  11. Um bando de ladrões desses

    Um bando de ladrões desses destruindo o Estado Brasileiro e o STF? NADA. Cada dia criam uma medida que só tem dois objetivos: abarrotar seus próprios cofres com mais grana e jogar os pobres brasileiros na mais completa sarjeta.

    O Nosso judiciário prefere “criar” algum delito para o Lula, dos pedalinhos da vida, enquanto que a revoada de gafanhotos toma conta da grama.

    Nem em 30 anos nós recuperaremos dessa gravíssima crise institucional criada pelo Senhor Sérgio Moro, Senhor Janot, STF, Globo, Grande Mídia e pelos membros do MPF que a próposito de  “combater os vermes” jogaram não só as maiores empresas do país na bancarrota, como o próprio Estado Brasileiro.

    São “médicos” que a pretexto de “curar” o paciente doente (que são nossas empresas, Petrobrás em primeiro lugar) dos vermes políticos deram um remédio tão forte que quase o matam.

    Isso para não falar da nossa imagem no exterior, cunhada com suor, trabalho e lágrimas na época de Lula e que hoje vale tanto quanto a republiqueta “bananal” do paraguai ao lado.

    Cada dia que passa não sei o que será do nosso país. Só tenho uma certeza, que os pobres desse país não descubram o que esse pessoal está fazendo com eles porque as consequencias serão drásticas a ponto de uma guerra civil.

    Triste Brasil.

    1. Parece que eu escrevi este texto

      De longa data tenho dito isto e  nao sou levado a serio. Parecem nao enxergar o que esta acontecendo.

      A pretexto de combater a corrupçao destroem o estado brasileiro. Recuperam 6 bilhoes de dinheiro no exterior e por sua vez provocam uma quebra de centenas de bilhoes de empresas que empregavam milhares em uma situaçao irrecuperavel. Deveriam ser presos e condenados por crime de lesa patrias.

      Sempre digo : a causa do desemprego? perguntem pro Moro. ele é o culpado maior. Poderia ter tomado providencias para corrigir, mesmo que de maneira parcial, sem prejudicar o Brasil. Recuperou 6 bilhoes mas jogou no lixo centenas de bilhoes. E sem capacidade de recuperaçao. Pra salvar o doente o remedio acabou por matar.

  12. Um bando de ladrões desses

    Um bando de ladrões desses destruindo o Estado Brasileiro e o STF? NADA. Cada dia criam uma medida que só tem dois objetivos: abarrotar seus próprios cofres com mais grana e jogar os pobres brasileiros na mais completa sarjeta.

    O Nosso judiciário prefere “criar” algum delito para o Lula, dos pedalinhos da vida, enquanto que a revoada de gafanhotos toma conta da grama.

    Nem em 30 anos nós recuperaremos dessa gravíssima crise institucional criada pelo Senhor Sérgio Moro, Senhor Janot, STF, Globo, Grande Mídia e pelos membros do MPF que a próposito de  “combater os vermes” jogaram não só as maiores empresas do país na bancarrota, como o próprio Estado Brasileiro.

    São “médicos” que a pretexto de “curar” o paciente doente (que são nossas empresas, Petrobrás em primeiro lugar) dos vermes políticos deram um remédio tão forte que quase o matam.

    Isso para não falar da nossa imagem no exterior, cunhada com suor, trabalho e lágrimas na época de Lula e que hoje vale tanto quanto a republiqueta “bananal” do paraguai ao lado.

    Cada dia que passa não sei o que será do nosso país. Só tenho uma certeza, que os pobres desse país não descubram o que esse pessoal está fazendo com eles porque as consequencias serão drásticas a ponto de uma guerra civil.

    Triste Brasil.

  13. O “enterino” cancelou

    O “enterino” cancelou novamente o pronunciamento… Pusilânime, uma vez foi feita a escolha da personalidade mais pusilânime da cena política, não foi? Acho que nem será preciso fazer outra votação para saber que o vencedor da 1ª edição do prêmio perdeu a coroa de lavada.

  14. Sem dúvida , é o melhor texto

    Sem dúvida , é o melhor texto de Nassif. Direto no ponto . Deixou de lado , os “wishhful  thinking”  de que o Anastasia é homem sério ( pode ser sério tendo Aecio como parceiro?) e que Janot já foi bem intencionado!!!!

  15. Esqueçam quem está com a

    Esqueçam quem está com a chave da cadeia são os prórpios ladrões, voces acham que a entregarão de bom grado??? Partir para eleições gerais, eles não serem eleitos e ficarem á merce da masmorra do moro?? seria muito “republicanismo” da parte deles não acham?? A saída é uma pressão brutal popular, na porta deles, não na paulista com a midia escondendo os atos, é na porta do stf, do congresso, do alvorada; e essas figuras impolutas do texto, esses senhores de fala pomposa, olhar grave, vestes ridiculas e atitudes inuteis, não esperem nada deles, ou estão no golpe ou estão acovardados, não perceberam como agora muitos ali estão escondidinhos?? Sem dar um pio???

  16. Instalações militares usadas para a corrupção pelos golpistas

    Instalações militares usadas para a corrupção pelos golpistas

    Interessante a utilização da Base Aérea de Brasília para a negociata de Temer (PMDB) sobre propina. Já houve outras citações acerca de tratativas de corrupção na Base Aérea, uma delas do senador Edson Lobão (PMDB) com um dos delatores da Vazajato.

    No golpe de 1964 instalações militares eram usadas para torturar, estuprar e matar opositores. O golpe farsesco de 2016 está mostrando que instalações militares estão sendo usadas pelos bandidos golpistas para promover a corrupção. Os militares (da Aeronáutica, no caso), o que dirão? 

    Viva o Brasil!.

  17. A sujeira é tamanha que nem a

    A sujeira é tamanha que nem a turma da maçonaria aliada à rede globo e contando com muitos simpatizantes espalhados pelos MPs, PF e judiciário foi capaz de varrer pra debaixo do tapete.

    De qualquer sorte, uma oportunidade surge no horizonte, o país expiando seus pecados acumulados em séculos de impunidade pode acabar de vez com a sua plutocracia predadora.

    Se o MPF e o judiciário entenderem que é preciso extrair o câncer na sua totalidade e não agirem de forma ideológica (aliviando para os compadres anti-PT) podemos ter um país melhor no futuro, é uma tarefa que exige um grau elevado de civismo e republicanismo e não sei se chegamos nesse estágio. 

  18. Mesmo que Dilma não seja

    Mesmo que Dilma não seja citada em nenhuma delação. Mesmo que nada tenha sido provado contra ela, é parece que até agora não se provou nada. Mesmo assim,  vejo  ainda  parte da população a achando culpada e ladra. 

    É preciso compreender que  esta população vê desonestidade do governo Dilma,  não exatamente da pessoa dela. Esta ideia de desonestidade foi exaustivamente construida ao longo tempo junto do desmonte que se pretendeu fazer ao partido dos trabalhadores. Tudo começou ainda  no governo Lula e com o tal mensalão. Viram que repercurtir escândalo dá resultado e inventaram a  lava jato para acabar de acabar.

    Como justificativa, este povo diz: “se os petistas estão presos é porque são culpados!” E realmente… parece que só eles são presos e viram manchetes até quando não são culpados.  Vai tentar explicar pra este povo o golpe mediático-político-jurídico disso tudo? Não dá para explicar em poucas palavras, nem ser didático.

  19. Mesmo que Dilma não seja

    Mesmo que Dilma não seja citada em nenhuma delação. Mesmo que nada tenha sido provado contra ela, é parece que até agora não se provou nada. Mesmo assim,  vejo  ainda  parte da população a achando culpada e ladra. 

    É preciso compreender que  esta população vê desonestidade do governo Dilma,  não exatamente da pessoa dela. Esta ideia de desonestidade foi exaustivamente construida ao longo tempo junto do desmonte que se pretendeu fazer ao partido dos trabalhadores. Tudo começou ainda  no governo Lula e com o tal mensalão. Viram que repercurtir escândalo dá resultado e inventaram a  lava jato para acabar de acabar.

    Como justificativa, este povo diz: “se os petistas estão presos é porque são culpados!” E realmente… parece que só eles são presos e viram manchetes até quando não são culpados.  Vai tentar explicar pra este povo o golpe mediático-político-jurídico disso tudo? Não dá para explicar em poucas palavras, nem ser didático.

    1. DILMA

      Ritinha

      Dá para explicar, mas precisa querer e ter meios para isso. A TV Brasil se tornou para este governo interino uma ameaça porque estava mostrando o que os outros canais não mostravam. Isto é uma ditadura disfarçada.Mas está havendo reações, MinC ocupado, muitas manifestações de rua, vários ex Ministérios que foram extintos fazendo oposição, jovens como a FBP e o Povo sem Medo atuando e várias reuniões com políticos onde tudo pode ser explicado. Livros sendo publicados sobre o momento atual.Muitos que aqui escrevem parecem ignorar esta reação.

  20. Transição/Constituinte com

    Transição/Constituinte com Dilma.

    Forma & Conteúdo

    Por Edivaldo Dias de Oliveira

    “Talvez seja melhor colocar em forma de pergunta: como seria possível obter um contrato constitucional mais progressista que o de 1988 em um contexto politicamente tão pior que aquele da Constituição Cidadã? Imaginem  se,  ao invés de eleger uma assembléia constituinte, o próprio congresso arrogasse para si esta tarefa, como ocorreu na constituição anterior! Mas não precisa. Mesmo se houver eleição de constituinte exclusiva, imaginem a qualidade dos eleitos! Provavelmente similar à que temos agora na Câmara dos Deputados, a mais conservadora da história. A não ser que os defensores desta idéia tenham algum plano secreto para resolver esse problema, uma constituinte agora seria um desastre de proporções titânicas para o nosso país.”

    João Feres Jr. Trecho de artigo 08/06/2016  “Constituinte e novas eleições: as outras modalidades do golpe.”

    https://jornalggn.com.br/noticia/constituinte-e-novas-eleicoes-as-outras-modalidades-do-golpe-por-joao-feres-jr

     

    A forma.

    Não há dúvida que as duas propostas, alem das demais, como estão colocadas, com Dilma voltando para convocar novas eleições, consulta popular sobre sua permanência ou uma nova constituição, é mais um golpe contra a presidenta, com o terrível agravante de que agora tal golpe é desferido por nós esquerdistas, democratas e outros apoiadores e eleitores seus. E isso deve doer no fundo de sua alma.

    Por outro lado, não há que se falar em eleições gerais nem por hipótese, pois bandidos ou não, todos foram legitimamente eleitos de forma soberana pelo povo, e somente o devido processo legal em função de algum delito pode encurtar seus mandatos, qualquer alternativa diferente desta constitui-se em golpe, tanto o que foi dado na presidenta. 

    No entanto há um terceiro caminho, que chamo de Constituição Soberana, sob o comando da presidenta eleita, em que é possível que ao fim do seu mandato ela nos entregue um país mais moderno e amadurecido democraticamente, como jamais tivemos até então.

    Minha concepção de Constituição Soberana passa pela apresentação à sociedade, de diversas propostas de constituição concebida pelos mais variados grupos políticos existentes, enquanto a presidenta vai tocando o governo, isso não será nem melhor nem pior do que Temer está fazendo nem que ela faria se não tivesse sido arbitrariamente afastada.

    Para tanto, não há a menor necessidade de eleger quaisquer representantes para elaborar a nova Carta a ser eleita pelo povo de forma soberana, pois as mesmas serão registradas junto ao TSE e depois se inicia uma campanha eleitoral em dois turnos em que o eleitor escolhe as duas cartas com que mais se identifica, depois de intenso debate. As duas mais votadas disputam o segundo turno e a eleita entra imediatamente em vigor substituindo a carta de 88.

    Nunca tal proposta foi tentada em nenhuma parte do mundo, no entanto não há meio mais legítimo e justo, de dar ao povo o direito soberano de discutir, emendar, votar e escolher o Contrato Social.

    Essa fórmula inovadora, para não dizer revolucionária, elimina os conchavos, acertos e arranjos, próprios de assembléias e congressos constituintes, entre esquerda, centro, e direita, gestando e parindo dessa relação “promíscua”, uma Carta Frankenstein.

    No mais, um amplo debate sobre as vantagens de uma ou outra carta por todos os cantos do país, em todos os canais e redes de comunicação contribuirá para ampliar como jamais se viu, o grau de entendimento da sociedade, sobre o Contrato Social sob a qual ela vive.   

    O que se pode colocar como principio geral é que todas as cartas deverão assegurar o pluripartidarismo, a unidade da Nação a garantia de sucessão, o direito das minorias, a criminalização de todo tipo de preconceito e demais direitos básicos presentes nas constituições mais modernas, que garante o Estado Democrático de Direitos.

    É um texto enxuto, conciso.

    Tratei aqui apenas da forma, embora também tenha pensado longamente sobre o conteúdo, de como seria uma carta moderna, que contemplasse os anseios se não da maioria do povo, ao menos das mais conscientes e amantes da democracia. Deixarei para apresentar em uma segunda oportunidade, para não tomar seu tempo e desviar sua atenção.

    Para finalizar e justificar a presença de Dilma à frente de um processo dessa magnitude, não vejo no cenário político brasileiro ninguém com maior dignidade, caráter e honradez para pôr-se à frente de tal projeto, sendo sua fiadora. Não nos esqueçamos, que a Carta Cidadã de 88 teve como grande fiador a figura altiva de Ulisses Guimarães. Pensemos! Dilma está cumprindo seu segundo mandato, não aspira nem pode nenhum grande posto eletivo. Todos os demais políticos que aí estão, de todos os matizes e grandezas, tem interesses eleitorais, o que é justo.

    Portanto é ela a pessoa talhada para conduzir um processo profundo de transformação da sociedade brasileira com o que ora apresento através desse projeto.

        

  21. Transição/Constituinte com

    Transição/Constituinte com Dilma.

    Forma & Conteúdo

    Por Edivaldo Dias de Oliveira

    “Talvez seja melhor colocar em forma de pergunta: como seria possível obter um contrato constitucional mais progressista que o de 1988 em um contexto politicamente tão pior que aquele da Constituição Cidadã? Imaginem  se,  ao invés de eleger uma assembléia constituinte, o próprio congresso arrogasse para si esta tarefa, como ocorreu na constituição anterior! Mas não precisa. Mesmo se houver eleição de constituinte exclusiva, imaginem a qualidade dos eleitos! Provavelmente similar à que temos agora na Câmara dos Deputados, a mais conservadora da história. A não ser que os defensores desta idéia tenham algum plano secreto para resolver esse problema, uma constituinte agora seria um desastre de proporções titânicas para o nosso país.”

    João Feres Jr. Trecho de artigo 08/06/2016  “Constituinte e novas eleições: as outras modalidades do golpe.”

    https://jornalggn.com.br/noticia/constituinte-e-novas-eleicoes-as-outras-modalidades-do-golpe-por-joao-feres-jr

     

    A forma.

    Não há dúvida que as duas propostas, alem das demais, como estão colocadas, com Dilma voltando para convocar novas eleições, consulta popular sobre sua permanência ou uma nova constituição, é mais um golpe contra a presidenta, com o terrível agravante de que agora tal golpe é desferido por nós esquerdistas, democratas e outros apoiadores e eleitores seus. E isso deve doer no fundo de sua alma.

    Por outro lado, não há que se falar em eleições gerais nem por hipótese, pois bandidos ou não, todos foram legitimamente eleitos de forma soberana pelo povo, e somente o devido processo legal em função de algum delito pode encurtar seus mandatos, qualquer alternativa diferente desta constitui-se em golpe, tanto o que foi dado na presidenta. 

    No entanto há um terceiro caminho, que chamo de Constituição Soberana, sob o comando da presidenta eleita, em que é possível que ao fim do seu mandato ela nos entregue um país mais moderno e amadurecido democraticamente, como jamais tivemos até então.

    Minha concepção de Constituição Soberana passa pela apresentação à sociedade, de diversas propostas de constituição concebida pelos mais variados grupos políticos existentes, enquanto a presidenta vai tocando o governo, isso não será nem melhor nem pior do que Temer está fazendo nem que ela faria se não tivesse sido arbitrariamente afastada.

    Para tanto, não há a menor necessidade de eleger quaisquer representantes para elaborar a nova Carta a ser eleita pelo povo de forma soberana, pois as mesmas serão registradas junto ao TSE e depois se inicia uma campanha eleitoral em dois turnos em que o eleitor escolhe as duas cartas com que mais se identifica, depois de intenso debate. As duas mais votadas disputam o segundo turno e a eleita entra imediatamente em vigor substituindo a carta de 88.

    Nunca tal proposta foi tentada em nenhuma parte do mundo, no entanto não há meio mais legítimo e justo, de dar ao povo o direito soberano de discutir, emendar, votar e escolher o Contrato Social.

    Essa fórmula inovadora, para não dizer revolucionária, elimina os conchavos, acertos e arranjos, próprios de assembléias e congressos constituintes, entre esquerda, centro, e direita, gestando e parindo dessa relação “promíscua”, uma Carta Frankenstein.

    No mais, um amplo debate sobre as vantagens de uma ou outra carta por todos os cantos do país, em todos os canais e redes de comunicação contribuirá para ampliar como jamais se viu, o grau de entendimento da sociedade, sobre o Contrato Social sob a qual ela vive.   

    O que se pode colocar como principio geral é que todas as cartas deverão assegurar o pluripartidarismo, a unidade da Nação a garantia de sucessão, o direito das minorias, a criminalização de todo tipo de preconceito e demais direitos básicos presentes nas constituições mais modernas, que garante o Estado Democrático de Direitos.

    É um texto enxuto, conciso.

    Tratei aqui apenas da forma, embora também tenha pensado longamente sobre o conteúdo, de como seria uma carta moderna, que contemplasse os anseios se não da maioria do povo, ao menos das mais conscientes e amantes da democracia. Deixarei para apresentar em uma segunda oportunidade, para não tomar seu tempo e desviar sua atenção.

    Para finalizar e justificar a presença de Dilma à frente de um processo dessa magnitude, não vejo no cenário político brasileiro ninguém com maior dignidade, caráter e honradez para pôr-se à frente de tal projeto, sendo sua fiadora. Não nos esqueçamos, que a Carta Cidadã de 88 teve como grande fiador a figura altiva de Ulisses Guimarães. Pensemos! Dilma está cumprindo seu segundo mandato, não aspira nem pode nenhum grande posto eletivo. Todos os demais políticos que aí estão, de todos os matizes e grandezas, tem interesses eleitorais, o que é justo.

    Portanto é ela a pessoa talhada para conduzir um processo profundo de transformação da sociedade brasileira com o que ora apresento através desse projeto.

        

  22. O processo de abertura do
    O processo de abertura do impeachment coroou, de forma mais acachapante, uma série de derrotas que o governo vinha tendo no congresso. Fica demonstrado que Dilma, se voltar, não terá apoio.

    Temer, o artigo demonstra, não terá mínimas condições de tocar projetos, o que ficou claro nos inúmeros desacertos que o obrigaram a mudar de posição em tempo recorde, deixando caracterizado a colcha de retalhos que é o seu governo.

    Convocar novas eleições, com que finalidade?

    1) se for para conceder legitimidade que, constatado o golpe, se devolva a legitimidade de quem ganhou as eleições de forma clara e limpa.

    2) se for para formar um novo governo, com nova base, vamos nos recordar dos vários debates aqui no blog, onde ficou claro que a cada eleição que passava, piorava a qualidade do nosso parlamento, e que sem reforma política ampla os governos não iriam melhorar.

    Portanto, o melhor pacto (é possível no país dos conchavos?) é a permanência com Dilma e a reforma política séria.

  23. Quem diria: Aécio El Chato foi professor de Eduardo Caranguejo

    Quem diria: Aécio ‘El Chato’ Neves foi professor de Eduardo ‘Caranguejo’ Cunha

    Pois não é que Eduardo Cunha (PMDB), vulgo Caranguejo, aprendeu com Aécio Neves (PSDB), vulgo El Chato, como comprar a Camara dos Deputados, a atual “assembleia geral de bandidos”, como é conhecida na imprensa internacional?

    Quem diria, hein, Aécio ‘El Chato’ Neves foi professor de Eduardo ‘Caranguejo’ Cunha.

    ————————————————–
    PS: El Chato, por sua vez, aprendeu como fazer com o Mestre de Todos os Mestres, o VELHACO FHC, na aula magna da compra da reeleição.

    1. Bandidos no poder

      O tartufo FHC comprou sua reeleição e Aécio Cunha comprou a presidência da Câmara. Eduardo Cunha comprou uns 150 deputados e associado com Temer, tomaram por meio de um golpe o Executivo.

      Enquanto tudo isso, Zé Dirceu foi preso pela Teoria do Domínio do Fato, por decisão de um Supremo que vale nada.

       

  24. Aqui, 2 aforismos do alemão,

    Aqui, 2 aforismos do alemão, extraído do livro “A gaia Ciencia”   de 1888, que esclarece de forma visionária dois fatos que nos é muito familiar, a saber; a coorupção e as manifestacções de junho de 2013., leiam…

     

     

    Nietzsche e a corrupção

     

    23 – Sintomas da Corrupção – Atente-se para os seguinte sintomas das circunstancias sociais, necessárias de tempos a tempos, que se designam pelo termo de “corrupção”.

    Assim que a “corrupção” aparece em qualquer parte, vê-se reinar uma variada superstição, na qual a crença geralmente adotada até então pelo povo empalidece e se torna impotente: pois que a superstição é um livre pensamento de segunda ordem (1); quem a ela se entrega, elege certas formas e formulas que lhe agradam  e concede-se o direito de escolher.

    O supersticioso tem qualquer coisa de mais “pessoal” do que o homem religioso, e uma sociedade supersticiosa será aquela onde se encontram já muitos indivíduos e prazer ao que é individual. Deste ponto de vista a superstição coloca-se sempre como um progresso sobre a fé e torna manifesto que a inteligência se torna mais independente e reclama seus direitos.

    Desta forma, os partidários da velha religião e religiosidade lastimam-se de corrupção  –  mas foram eles que até aqui determinaram o uso linguístico  e que criaram à corrupção uma má reputação, mesmo entre os espíritos mais livres. Portanto, temos que saber que a superstição é um sintoma de emancipação.

    Acusa-se também de “relaxamento” uma sociedade onde a corrupção se instala: de fato, o prestígio da guerra e do entusiasmo guerreiro  sofrem uma baixa visível e aspira-se aos prazeres da existência com tanto ardor como aquele que antigamente se punha a procurar as honras militares ou atléticas. Mas os observadores costumam ignorar que esta antiga energia e paixão da nação , com a guerra e os torneios, que alcançavam tão pomposa evidencia, transformou-se em uma infinidade de paixões privadas e limitou-se a ser menos visível; 

    Mas que digo? Sim, é até provável que, no estado de “corrupção”, a nação dispenda uma força, um violência de energia muito maiores do que nunca, e que o individuo gaste essa energia mais prodigamente do que o podia fazer anteriormente, quando ainda não era suficientemente rico!

    Portanto, é precisamente nas épocas do “relaxamento” que a tragédia corre pelas ruas e pelas casas, que se vê nascer o grande amor e o grande ódio, e que a flama do conhecimento jorra em braseiro para o céu.

    Em terceiro lugar, pretende-se dizer que compensando de algum modo a censura de superstição e de abandono que se pode fazer às épocas de corrupção, os costumes se tornam mais brandos nesses períodos, que a crueldade diminui notoriamente em comparação com as épocas precedentes, mais crédulas e mais fortes.

    Mas não poderia aprovar este elogio, da mesma forma que como não aprovei a acusação precedente: o que concedo é que a crueldade se torna refinada, e que as suas antigas formas repugnam ao gosto novo;

    Mas a arte de ferir, de torturar, através da palavra e do olhar, alcançam em tempos de corrupção, o seu supremo aperfeiçoamento; é só então que nascem a malignidade e o prazer de ser maldoso.

    As pessoas das épocas corrompidas são espirituosas e caluniadoras; sabem que se podem matar dispensando a utilização do punhal e do golpe de mão; sabem também que se acredita em tudo o que é bem dito.

    Em quarto lugar, quando os costumes se corrompem, é o momento em que surgem esses seres a que se dá o nome de tiranos: São os precursores e, por assim dizer, as precoces guardas avançadas do individuo. Mais um instante de paciência: esse fruto dos frutos  acabará por pender, maduro e dourado, da árvore de um povo; e é somente em função desses frutos que essa árvore existe!

    Quando o declínio chegou ao apogeu, assim como a luta dos tiranos de todas as qualidades, vê-se sempre chegar o César, o tirano definitivo, que vibra o golpe de misericórdia à luta cansada dos concorrentes preponderantes fazendo trabalhar o cansaço em seu proveito.

    Em sua época, o individuo, em geral, está no momento da sua maturidade perfeita, estando a “cultura” por consequência no zênite da sua fecundidade e elevação;… Mas não é graças a ele, não é por via do tirano, se bem que as pessoas de cultura elevada gostem de lisonjear o seu Cesar, fazendo-se passar por obra dele.

    A verdade é que eles tem necessidade de quietude exterior porque trazem a sua inquietude e trabalho dentro de si. É o momento do auge da traição, da corruptibilidade: pois o amor do ego descoberto de fresco é então muito mais poderoso do que o amor à velha, gasta e decantada “pátria”;

    E a necessidade de se defender contra os temerosos caprichos da fortuna abre também as mãos mais nobres, quando um homem rico e poderoso se mostra disposto a ali deitar ouro.

    O futuro é tão incerto que as pessoas vivem para o momento: estado de alma que favorece o jogo dos tentadores de todas as espécies; pois que também não se deixa seduzir, e corromper, se não por “um momento” reservando-se um futuro e a virtude!

    Sabe-se que o individuo, esse autentico homem “em e para si”, pensa mais nas coisas do momento do que o seu oposto, o homem do rebanho, porque não pensa contar mais consigo do que conta com o futuro; liga-se do mesmo modo aos tiranos, porque se julga capaz de ações e de investigações que não podem contar nem com a inteligência nem com o perdão da multidão…

    Mas o tirano ou o César compreende o direito do individuo, mesmo nas suas aberrações, e tem interesse em dar a palavra e até mesmo permitir uma moral pessoal mais audaciosa. Porque pensa dele, e quer que o pensem, aquilo que Napoleão exprimiu um dia da forma clássica que lhe era particular. “Tenho direito de responder a todos os vossos queixumes com um eterno “sou o que sou”. Estou apartado de toda gente e não aceito as condições de ninguém. Deveis submeter-vos a todas as minhas fantasias e achar natural que me entregue a semelhantes distrações”. Foi o que disse a sua mulher, certa vez, quando ela teve razões para duvidar da sua fidelidade conjugal.

    As épocas de corrupção são aquelas em que as maçãs caem das árvores: refiro-me aos indivíduos, aqueles que carregam em si as sementes do futuro, os promotores da colonização espiritual, os formadores de novos estados e sociedades. A palavra corrupção torna-se um termo injurioso quando relaciona-se com as épocas outonais de um povo.

     

    38 – Os “explosivos” – Se pensarmos o quanto a força dos jovens tem necessidade de explodir, não nos espanta a pouca finura e falta de dicernimento que se utilizam para se decidir a favor desta ou daquela causa: o que os atrai é o espetáculo do ardor que rodeia uma causa, como se fosse a visão do rastilho incendiado, e não a causa em si própria . Assim os sedutores sutis esforçam-se por os obrigar a esperar a explosão e por distrair a atenção da justificativa da causa: não é com argumentos que se conquistam esses barris de pólvora!

  25. Aqui, 2 aforismos do alemão,

    Aqui, 2 aforismos do alemão, extraído do livro “A gaia Ciencia”   de 1888, que esclarece de forma visionária dois fatos que nos é muito familiar, a saber; a coorupção e as manifestacções de junho de 2013., leiam…

     

     

    Nietzsche e a corrupção

     

    23 – Sintomas da Corrupção – Atente-se para os seguinte sintomas das circunstancias sociais, necessárias de tempos a tempos, que se designam pelo termo de “corrupção”.

    Assim que a “corrupção” aparece em qualquer parte, vê-se reinar uma variada superstição, na qual a crença geralmente adotada até então pelo povo empalidece e se torna impotente: pois que a superstição é um livre pensamento de segunda ordem (1); quem a ela se entrega, elege certas formas e formulas que lhe agradam  e concede-se o direito de escolher.

    O supersticioso tem qualquer coisa de mais “pessoal” do que o homem religioso, e uma sociedade supersticiosa será aquela onde se encontram já muitos indivíduos e prazer ao que é individual. Deste ponto de vista a superstição coloca-se sempre como um progresso sobre a fé e torna manifesto que a inteligência se torna mais independente e reclama seus direitos.

    Desta forma, os partidários da velha religião e religiosidade lastimam-se de corrupção  –  mas foram eles que até aqui determinaram o uso linguístico  e que criaram à corrupção uma má reputação, mesmo entre os espíritos mais livres. Portanto, temos que saber que a superstição é um sintoma de emancipação.

    Acusa-se também de “relaxamento” uma sociedade onde a corrupção se instala: de fato, o prestígio da guerra e do entusiasmo guerreiro  sofrem uma baixa visível e aspira-se aos prazeres da existência com tanto ardor como aquele que antigamente se punha a procurar as honras militares ou atléticas. Mas os observadores costumam ignorar que esta antiga energia e paixão da nação , com a guerra e os torneios, que alcançavam tão pomposa evidencia, transformou-se em uma infinidade de paixões privadas e limitou-se a ser menos visível; 

    Mas que digo? Sim, é até provável que, no estado de “corrupção”, a nação dispenda uma força, um violência de energia muito maiores do que nunca, e que o individuo gaste essa energia mais prodigamente do que o podia fazer anteriormente, quando ainda não era suficientemente rico!

    Portanto, é precisamente nas épocas do “relaxamento” que a tragédia corre pelas ruas e pelas casas, que se vê nascer o grande amor e o grande ódio, e que a flama do conhecimento jorra em braseiro para o céu.

    Em terceiro lugar, pretende-se dizer que compensando de algum modo a censura de superstição e de abandono que se pode fazer às épocas de corrupção, os costumes se tornam mais brandos nesses períodos, que a crueldade diminui notoriamente em comparação com as épocas precedentes, mais crédulas e mais fortes.

    Mas não poderia aprovar este elogio, da mesma forma que como não aprovei a acusação precedente: o que concedo é que a crueldade se torna refinada, e que as suas antigas formas repugnam ao gosto novo;

    Mas a arte de ferir, de torturar, através da palavra e do olhar, alcançam em tempos de corrupção, o seu supremo aperfeiçoamento; é só então que nascem a malignidade e o prazer de ser maldoso.

    As pessoas das épocas corrompidas são espirituosas e caluniadoras; sabem que se podem matar dispensando a utilização do punhal e do golpe de mão; sabem também que se acredita em tudo o que é bem dito.

    Em quarto lugar, quando os costumes se corrompem, é o momento em que surgem esses seres a que se dá o nome de tiranos: São os precursores e, por assim dizer, as precoces guardas avançadas do individuo. Mais um instante de paciência: esse fruto dos frutos  acabará por pender, maduro e dourado, da árvore de um povo; e é somente em função desses frutos que essa árvore existe!

    Quando o declínio chegou ao apogeu, assim como a luta dos tiranos de todas as qualidades, vê-se sempre chegar o César, o tirano definitivo, que vibra o golpe de misericórdia à luta cansada dos concorrentes preponderantes fazendo trabalhar o cansaço em seu proveito.

    Em sua época, o individuo, em geral, está no momento da sua maturidade perfeita, estando a “cultura” por consequência no zênite da sua fecundidade e elevação;… Mas não é graças a ele, não é por via do tirano, se bem que as pessoas de cultura elevada gostem de lisonjear o seu Cesar, fazendo-se passar por obra dele.

    A verdade é que eles tem necessidade de quietude exterior porque trazem a sua inquietude e trabalho dentro de si. É o momento do auge da traição, da corruptibilidade: pois o amor do ego descoberto de fresco é então muito mais poderoso do que o amor à velha, gasta e decantada “pátria”;

    E a necessidade de se defender contra os temerosos caprichos da fortuna abre também as mãos mais nobres, quando um homem rico e poderoso se mostra disposto a ali deitar ouro.

    O futuro é tão incerto que as pessoas vivem para o momento: estado de alma que favorece o jogo dos tentadores de todas as espécies; pois que também não se deixa seduzir, e corromper, se não por “um momento” reservando-se um futuro e a virtude!

    Sabe-se que o individuo, esse autentico homem “em e para si”, pensa mais nas coisas do momento do que o seu oposto, o homem do rebanho, porque não pensa contar mais consigo do que conta com o futuro; liga-se do mesmo modo aos tiranos, porque se julga capaz de ações e de investigações que não podem contar nem com a inteligência nem com o perdão da multidão…

    Mas o tirano ou o César compreende o direito do individuo, mesmo nas suas aberrações, e tem interesse em dar a palavra e até mesmo permitir uma moral pessoal mais audaciosa. Porque pensa dele, e quer que o pensem, aquilo que Napoleão exprimiu um dia da forma clássica que lhe era particular. “Tenho direito de responder a todos os vossos queixumes com um eterno “sou o que sou”. Estou apartado de toda gente e não aceito as condições de ninguém. Deveis submeter-vos a todas as minhas fantasias e achar natural que me entregue a semelhantes distrações”. Foi o que disse a sua mulher, certa vez, quando ela teve razões para duvidar da sua fidelidade conjugal.

    As épocas de corrupção são aquelas em que as maçãs caem das árvores: refiro-me aos indivíduos, aqueles que carregam em si as sementes do futuro, os promotores da colonização espiritual, os formadores de novos estados e sociedades. A palavra corrupção torna-se um termo injurioso quando relaciona-se com as épocas outonais de um povo.

     

    38 – Os “explosivos” – Se pensarmos o quanto a força dos jovens tem necessidade de explodir, não nos espanta a pouca finura e falta de dicernimento que se utilizam para se decidir a favor desta ou daquela causa: o que os atrai é o espetáculo do ardor que rodeia uma causa, como se fosse a visão do rastilho incendiado, e não a causa em si própria . Assim os sedutores sutis esforçam-se por os obrigar a esperar a explosão e por distrair a atenção da justificativa da causa: não é com argumentos que se conquistam esses barris de pólvora!

  26. Acho tudo isso muito bom para o país

    Acho tudo isso muito bom para o país

    Esses senhores roubavam diariamente a não se falava nada, hoje o debate é sobre o que mais vai vir à tona e quantos terão sua imagem maculada ou serão presos

    O objetivo inicial era ferrar o PT, mas foi tanta sujeira descoberta que o PGR, apesar de sua ideologia direitista, não pôde ficar de braços fechados, descobriu-se TANTO com o objetivo de pegar o Lula e o PT que todo o sistema está prestes a ruir

    Os corruptos e a corrupção no país só não ruiram totalmente ainda em função do STF, se passarmos pra história como o país que limpou-se da corrupção e dos corruptos da cãmara, do senado e do executivo ou como um país onde são os corruptos que mandam, inclusive na Justiça, vai depender exclusivamente das decisões do Tribunal

    O único problema é que ninguém elegeu esses senhores, eles estão ao largo do povo e pensam por si mesmos

    Mas uma dica das ruas poderá ajudá-los… ; – )

     

  27. Eleições Gerais

    Mesmo que haja eleições gerais, nada apagará a violencia contra a democracia e mais uma vez os eleitores politizados e bem intencionados, foram traídos e mais uma vez  não conseguiram eleger número suficiente de representantes voltados para as camadas sociais mais necessitadas.Foram tragados pelo sistema eleitoral viciado e de cartas marcadas pelo poder econômico.  Não os que votaram  por obrigação ou votaram em branco ou não votaram ou elegeram  um “santinho”, solto ao vento na entrada da zona eleitoral, cumprindo o seu “dever” cívico e ajudando a eleger a maior escória política dos últimos tempos. Será que a maioria do povo despolitizado irá se interessar de uma hora para outra em política, há menos de quatro meses das eleições? Não seria uma despesa desnecessária para os país, correndo-se o risco de serem trocados seis por meia dúzia? Este é o risco que corremos e quem garantiria que mesmo sem o financiamento empresarial, não teríamos outros tipos de financiamentos disfarçados com dinheiro vindo das mesmas fontes, só que agora em nome de pessoa física?Não sou contra as eleições nem contra o povo despolitizado que como dizia Tim Maia, entre outras,”o Brasil é o único país no mundo que pobre vota na direita” E complemento, o Brasil é o único país no mundo que a maioria  não gosta de votar e quando vota desdenha do voto e após uma semana nem sabe em quem votou. Mesmo assim devemos respeitar a vontade popular, mas que ela seja voltada aos verdadeiros interesses da maioria e da população mais necessitada. Afinal de contas a democracia mais uma vez nos chama e desta vez não podemos mais errar.

     

  28. O plano Meireles, enviado ao
    O plano Meireles, enviado ao congresso na forma de uma pec, já é extremamente drástico.
    Enfiar o Estado nacional inteiro em uma camisa de força apertada por 20 anos é draconiano. É catástrofe anunciada de véspera.

  29. Fiquem de olho no Moro, no Janot e no STF.

    Prezados Luís Nassif e leitores,

    Após a surreal decisão do ministro Teori Zavascki em remeter os autos das investigações envolvendo o ex-presidente Lula à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o pseudo-paladino da justiça e serviçal dos interessese estadunidenses, juiz Sérgio Moro, é certa a perseguição política e caçada a Lula, com o objetivo de prendê-lo ou torná-lo inelegível.

    Sobre a atuação do PGR, Rodrigo Janot e dos ministros do STF, já externei minha opinião, que volto a repetir: TODOS são atores do golpe de Estado em curso. Ontem comentei sobre o teatro e jogo de cena protagonizados por Gilmar Mendes e Rodrigo Janot, usando o PIG como palco. Chamei a atenção para o fato de que tanto o PGR como Gilmar Mendes poderiam ser fontes dos vazamentos dos pedidos de prisão dos senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, bem como do ex-senador e ex-presidente José Sarney. A coluna de hoje, do jornalista José Roberto de Toledo, que pode ser lida acessando http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,vazamento-explicado,10000057508, mostra exatamente isso.

    Sabendo que o “estadinho” é o preferido da PF, do MPF e STF vazadores, é claro que vejo com desconfiança e não compro pelo valor de face o que JRT afirma em sua coluna do diário paulista, há dez anos em comatoso estado (como sempre nos lembra PHA); esse jornal dos Mesquita tem origem escravocrata e sempre apoiou golpes de Estado e ditaduras. JRT tem seus méritos, mas o “estadinho” não o deixaria publicar um artigo que fosse contrário à linha editorial do jornal, que bem sabemos qual é. Entretanto a tese exposta por JRT é vrossímil e compatível com o que afirmei no comentário de ontem.

    A crônica de hoje é muito boa. A saída para a crise é política. O desmantelamento do sistema político pode ensejar a tomada do poder por “salvadores da pátria ‘ e “berlusconis tropicais” . Entregar a administração do País a burocratas do MP ou do PJ é mergulhá-lo no atraso, no corporativismo rastaqüera,  na recessão, no obscurantismo, no autoritarismo e na sub-civilização; pior ainda se os poderes políticos forem entregues a militares broncos ou a nazifascistóides da direita e extrema-direita.

    No ano passado postei um comentário, esboçando a reforma política de que o País necessita. De forma bem resumida os principais pontos são os listados abaixo.

    1) Convocação e eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte

          a) estipular a qualificação mínima dos que podem se candidatar a uma cadeira nessa ANC (formação em Direito, Ciências Sociais, Antropolgia, Ciência Política, Economia…?);

          b) apenas pessoas que não sejam políticos ‘profissionais’ podem se candidatar a uma cadeira na ANC ou se os ‘profissionais’ que apresentarem a qualificação mínima se candidatarem fica estabelecido que não mais se candidatarão a cargos eletivos;

          c) não serão aceitas como candidatas a uma cadeira na ANC pessoas que que tenham sofrido processo e condenação por qualquer crime ou ilicitude contra a administração pública, contra as finanças públicas, contra os interesses nacionais, contras os direitos humanos e contra os mais vulneráveis;

          d) A ANC terá o prazo de 12 meses pra realizar o trabalho, prorrogável por no máximo seis meses.

           …

    2) Reforma política

         a) fica proibido o financiamento de campanhas eleitorais por parte de empresas, seja para os partidos, seja para os candidatos;

         b) apenas partidos com sólida base social terão direito a benefícios do fundo partidário, direito a exibição de programas em veículos de comunicação (é preciso que o partido tenha um número mínimo de filiados – cuja conferência deve ser feita de forma rigorosa – representando uma fração do eleitorado, a ser definida pela ANC) e de apresentar candidatos a cargos públicos. Com essa medida será desestimulada a criação de legendas de aluguel; os partidos ‘nanicos’ deverão se aglutinar em torno de um palatforma comum, de modo a atingir as exigências mínimas;

         c) mudança radical no sistema de coalizão, que obriga os chefes de Executivos (seja no âmbito da presidência da república, dos governos estaduais e do distrito federal, seja nas prefeituras) a estabelcerem alianças espúrias, de modo a manter o que se chama de ‘governabilidade’.  O partido que eleger o chefe do Executivo terá automàticamente um percentual de cadeiras no legislativo (entre 25% e 30% dos assentos), limitados a que sua bancada atinja 40% do total de cadeiras nesse legislativo. Se o partido que eleger o chefe do Executivo conseguir, por si mesmo, mais de 40% das cadeiras no legislativo, nenhum assento extra lhe será concedido. Essa simples medida fortalece os governos eleitos, os partidos e dá estabilidade ao sistema político. A menos que o partido seja muito forte e consiga eleger, além do chefe do Executivo, maioria nas casas legislativas, terá de negociar no parlamento; mas tal negociação se dará com muito mais legitimidade, já que o Executivo não ficará refém dos parlamentares, aceitando chantagens e acordos espúrios, a fim de aprovar projetos de lei ordinários, necessários ao funcionamento do governo e do Estado.

         d) fim das coligações partidárias; cada partido terá de apresentar seus próprios candidatos, seja ao Executivo, seja ao Legislativo. Essa simples medida inviabiliza as legendas de aluguel, que trocam por dinheiro a cessão de tempo na TV e no Rádio.

         e) o sistema de representação proporcional precisa ser revisto, não substituído por soluções enganadoras e que inviabilizam representação parlamentar das minorias, como o falacioso sistema de voto distrital misto.

         f) tanto para cargos executivos, como para legislativos, será permitida apenas uma reeleição, seja consecutiva ou alternada. Essa simples medida desestimula aqueles que fazem da política um ‘meio de vida’ e não uma oportunidade de servir à população e ao País; adotando esse procedimento não haverá mais clãs como o de Sarney, ACM e outros coronéis da velha política que há gerações dominam a política regional.

    É claro que o resumo acima apenas pontua tópicos mais críticos, que devem constar na propota de reforma política, a qual só será possível por meio de uma ANC.

     

      

     

     

     

     

  30. guerra de famiglias (4)

    quando os Deputados votaram na Câmara em nome da família, eles entenderam a mensagem e estavam conscientes do que o impeachment significa (link), assim Janaína Paschoal exaltou o resultado da votação: uma prova de maturidade da democracia e um exemplo para o mundo.

    naquela noite de horror e hipocrisia, a palavra “família” teve 136 citações (link) enquanto as “pedaladas fiscais” foram mencionadas apenas 2 vezes (link) como motivo para o voto dos Deputados.

    agora as famiglias estão em guerra entre si, disputando com voracidade o espólio da Democracia brasileira.

    nas ruínas do Estado de Direito, a Direita não tem qualquer escrúpulo para executar sua Reforma Constitucional permanente. para os golpistas não há tempo a perder: se é governo, está no poder! ao contrário do onanismo lulista, o golpeachment é o tempo do gozo desenfreado. o momento do Estado de Exceção instantâneo.

    a geopolítica da USA Incorporation abocanha o pré-sal. o mercado da especulação financeira mantém suas garras firmes no Banco Central. a FIESP faz os trabalhadores pagarem o pato. o rentismo avança sobre a Previdência Social. e o PGR prossegue com a demolição controlada da institucionalidade brasileira.

    a Lava Jato atinge seu clímax. não restará pedra sobre pedra das estranhas catedrais erguidas desde a Ditadura Civil-Militar (link).

    o súbito retorno do reprimido com a Satiagraha, enterrada pela santa aliança entre Lula, Gilmar Mendes, Daniel Dantas e a Editora Abril, provoca o colapso da estrutura de poder. a mansão assombrada do sistema político brasileiro está ruindo.

    o que era para ter sido uma cuidadosa reengenharia de um novo pacto político, ao longo de 13 anos de lulismo, se converteu agora numa desastrada implosão. em meio aos destroços e das nuvens da poeira, um caleidoscópio de multifacetadas forças políticas lutam entre si para conquistar uma nova hegemonia.

  31. O exército Brancaleone

     

    …“É um grupo sequioso de poder, avançar sobre todos os espaços públicos com uma gana de quem quer viver intensamente o presente, sabendo que o futuro é incerto.”…

    …“ Cada vez mais o Supremo será chamado a assumir um papel a que vem se recusando sistematicamente: o de anteparo à voracidade do governo interino que, sem a legitimidade do cargo e, agora, com as chagas expostas, pretende desmontes irreversíveis nas políticas públicas.”…

    Por motivos fúteis e infundados, objetivando depor Dilma/PT do Poder, de qualquer jeito, montaram um escancarado e infame golpe contra a democracia, contando com expoentes como Cunha, Temer, Aécio, FHC/PSDB, Serra/PSDB, Gilmar Mendes, Teori, Janot, Renan, Romero Jucá e outros mais, com decisivo suporte de hordas do Congresso e implacável bombardeio da grande mídia “livre” divulgando conhecidas antigas roubalheiras em alarmistas manchetes, de muitas verdades, de muitas distorções, de muitos vazamentos e farto cinismo, expondo em cores fortes a podridão das vísceras do sistema (capitalista), bem a vistas dos revoltados contribuintes e do mundo inteiro.

    Lugar de ladrão é na cadeia, principalmente, dos grandes. Disso, não é possível ter dúvida. Mas, pelo já divulgado, somados às seguidas revelações que vão surgindo – para desespero dos golpistas e estarrecimento da opinião interna e mundial – ficou bem claro que o objetivo do golpe não é combater a antiga conhecida roubalheira, como era de se esperar pelos fundamentos dos virulentos ataques ao governo Dilma/PT.  Caiu a máscara dos golpistas.

    Diante da gigantesca trapalhada contra a democracia e contra o Brasil, não resta outro caminho que devolverem o Poder a quem de direito pertence, à presidente Dilma/PT, seguido de amplas negociações com toda a sociedade, prevendo inclusive, consulta pública visando antecipação das eleições para presidente da República e para vice. Junto, com imprescindível renovação do desmoralizado Congresso.

    Viva o Brasil!

  32. É absurdo encontrar virtude

    É absurdo encontrar virtude pública em um quadro de políticos que agem moralmente tomando em consideração interesses pessoais por recompensas, e ocultam projetos que jogam a grandeza da propriedade para além de vinte anos de prisão.

    Um exemplo disso é assassinar o poder do governo para não exercer o crescimento do país com recursos que devem voltar a entrar em crédito pelas privatizações e investimentos no pre sal, e podem estar bem aplicados na sociedade, pois precisam de conversão de reais, com emissão de títulos públicos.

    Ora, se o governo não pode esperar da riqueza a saúde a educação e o reinvestimento, e somente o espetáculo do jogo financeiro decide o crescimento anual com a inflação; não haverá bem estar para ninguém nem nada mais para os políticos roubarem.   

  33. Tem dois pontos nessa linha
    Tem dois pontos nessa linha de raciocínio do Nassif que não ficaram claros para mim.

    “Daqui para a frente haverá uma torcida cada vez maior para que Janot e Teori levem a cabo a rodada final desses doze trabalhos de Hércules. Mas que não os submetam a nenhum teste de coerência, porque imediatamente acenderia uma luz vermelha.”

    Qual seria essa rodada final ? Avançar sobre Temer ? Ainda ontem Nassif fala de um embate entre Janot e Gilmar Mendes. Estaria Mendes envolvido também nesse embate final ?

    “A campanha pelas eleições gerais poderá ser tão ampla quanto a das diretas nos anos 80. Principalmente se a Lava Jato de Curitiba lograr o objetivo que persegue desde que iniciou: a inabilitação política de Lula.”

    Não consigo entender como a saída de Lula da briga pelo poder, seja por prisão ou condenação na lei da ficha limpa, poderá criar uma frente tão ampla. Lula já dá sinais de que está cada vez mais ausente e, embora soltem uma vez ou outra uma notícia dizendo que ele vai concorrer em 2018, isso tem tudo para ser um factóide. Lula vai ser criticado pela esquerda por seus erros e omissões que resultaram nessa crise e jamais vai ser perdoado pela direita por seu sucesso eleitoral. Não tem nada a contribuir como candidato, embora seja um bom cabo eleitoral. A única coisa que a saída de Lula cria é a possibilidade de surgimento de outras lideranças pela esquerda, ainda que com pouca penetração no Brasil profundo. A radicalização da direita veio para ficar e o mesmo ódio irracional que têm de Lula e Dilma vai migrar para este novo representante da esquerda. Para a direita, não interessa a eleição pois seu plano de governo é extremamente impopular, vide o que o governo interino vem fazendo. Para eles, só interessaria uma eleição caso a esquerda estivesse extremamente contestada e sem rumo, um quadro próximo do que existia em 2014 mas mesmo assim eles não levaram. O quadro em 2018 tende a ser diferente, com um governo ilegitimo de direita sendo contestado por tentar implantar uma agenda que perdeu as últimas eleições.

    1. Porque com Lula impedido de

      Porque com Lula impedido de se candidatar mídia e setores da direita poderiam encampar a ideia de eleições gerais.

      De qualquer modo, seria espúrio. Eleições só se o cadidato mais interessante pros poderes econômicos tiver chance de ganhar.

  34. Nassif,esses títulos da série

    Nassif,esses títulos da série xadrez estão cada vez melhores,exemplicando claramente os fatos e temo

    pelo fim da série,se os comentários cair muito(mostrando fadiga)peço que não poste diariamente(entendo

    q muito coisa acontece por isso o faz) mas poderia postar sei lá ,tipo um dia definido ou a cada dois dias

    ISSO NOS DEIXARIA COM ÁGUA NA BOCA E ANSIOSOS PARA O PRÓXIMO! (acho,pelo menos por mim)

    OBS:Não precisa postar esse comentário só gostaria que vc LESSE,vaaleu !!!!

  35. Creio que vai tudo continuar

    Creio que vai tudo continuar como está.

    Nassif, vão sim esquecer isso que o Machado disse sobre Temer, visto que não existem provas concretas.

    Dilma não voltará no Senado, visto que foi ela quem armou toda essa máquina da lava jato.

    O mais provável é que  GM, Temer, e os Senadores, desarmem a lava jato para que o País volte a crescer.

    Por incrível que parece essa parece ser a melhor opção para nós.

    Desculpe, mas voces parecem que vivem no mundo da lua.

    Para o trabalhador comum, o que ele prefere ? Que Renan, Aécio, Termer, Lula ou quem quer que seja, seja preso e condenado ou que tenha emprego e renda ?

    Claro que preferem trabalho, renda, comida e bem estar. Corrupçaõ é apenas uma agenda moralista, que não é essencial para nenhum País do Mundo.

    Temer, como Dilma, dificilmente cairá por questões de corrupção ou lava jato, só vai cair, ai sim, se não lograr sufocar a lava jato. Ai merece ciar mesmo, como a Dilma.

    1. Daniel,
      Concordo com você até

      Daniel,

      Concordo com você até o 4º paragrafo, no entanto a sua afirmação de que a continuidade do interinato é o “melhor para nós” é muita esperança e inocência juntas.

      O que estamos assistindo é um massacre dos direitos trabalhistas e sociais, isso porque as medidas mais “delicadas” estão guardadas para o momento que o golpe se livrar da sobra de Dilma e Lula.

      O momento que vivemos é bastante delicado, porque para todos os lados que se aponta só vejo desesperança, por outro lado é necessário a manutenção das trincheiras de trabalhadores e mesmo a luta para restabelecimento da democracia, pois abondar a trincheira é deixar nossos direitos ao prazer, deleite e ferossidade dos usurpadores de direitos e poder.

      Perdoe, mas há muito de mundo da Lua no que você fala e torço para que revise os teus conceitos e venha pra luta também.

      1. O mau maior no moemtno é a

        O mau maior no moemtno é a LJ,

        Ela tem que acabar para que o País volta a ordem.

        Se o Gov Temer falhar, em 2018 ele será substituído.

        O que não pode é o País continuar com essa sangria que está, com procuradores, juizes e delações ditando a pauta.

        Quem vai investir em um ambiente como este ? Quem vai gerar empregos ? Ninguem…

         

  36. deu xabu! deu ruim! abriram a fossa.

    Ora meus caros,

    me parece que os condutores do golpe (a mão invisível que vem de lá de fora) mediu o nível de corrupçção, ou pelo menos a ética corruptiva, dos políticos de cá, pelos de lá de sua terra natal. Achavam que iam escrafunchar o PT e o Lula, fazer uma operação cirúrgica e extrair esse indesejado bolivariano, tomando para si o paciente (brazew). Contudo, o moribundo estava em metastase purulenta. Nesse processo de abertura dessa fossa, veio à tona um submundo perene, desde Cabral, pig + cbf + elite empresarial + elite política + elite religiosa + elite jurídica. Em suma, os cirugiões tiveram que sujar suas preciosas mãos. O problema se agrava, tornando-se uma humilhação, por causa do avanço das tecnologias de informação que a tudo transmitem em tempo real. Ainda bem que os odores féditos não trafegam pela rede. O rentista que achava que ia se refestelar como na privataria tá com o c* na mão, pois não sabe como colocar seu rico dinheirinho nessa fossa sem que ele se transmute em merda.

    Finalmente, quem achava que isso era o Paraguai, tava completamente enganado. kkkkkkk

  37. O glacê cobre o recheio

    O glacê cobre o recheio.

    Tudo parece muito artificial.

    Vamos cair na realidade?

    Um artigo fundamental para entender o grave momento brasileiro:

    Fonte: http://www.maurosantayana.com/2016/06/o-grande-golpe_14.html

     

    O GRANDE GOLPE

               

     

     

    (Revista do Brasil) – A direita trabalha agora no sentido de alcançar a aprovação e a conclusão definitiva do processo de impeachment da presidente da República. A frente formada com esse intuito é ampla, reúne a mídia parcial e conservadora, a parte mais corrupta e fisiológica do Congresso, setores do Ministério Público,­ do STF, da Polícia Federal e do Judiciário contra o PT e a esquerda nacionalista. Apesar das dificuldades vividas pelo governo interino, o processo não será fácil de ser revertido. 

     

    Não tendo sabido enfrentar, de forma organizada e decidida – a começar pela internet –, os ataques que vinha sofrendo desde 2013; não tendo estabelecido um discurso abrangente que defendesse minimamente suas conquistas, que ocorreram, sim, em importantes momentos dos últimos 13 anos; tendo cometido erros grosseiros do ponto de vista estratégico, político e eleitoral, o que resta ao PT e aos grupos que o apoiam é parar de se equivocar, de serem pautados pelas circunstâncias e pela imprensa adversária, e entender o que realmente ocorre com o país neste momento.

    Manter a realização de protestos isolados e constantes contra o governo Temer – acusando-o de golpista – pode ser um exercício retórico, e uma forma de fugir do imobilismo, mas essa abordagem não deve ser a única, nem a principal, nem ser levada às últimas consequências, porque pode conduzir a graves equívocos dos pontos de vista tático e histórico. Não se discute a questão da legitimidade do voto. Mas é rasteira simplificação – que colabora com os conspiradores ocultos, muitíssimo mais perigosos – dizer que o golpe partiu do PMDB, como se ele tivesse nascido quando essa legenda abandonou o governo Dilma.

    Dizer que quem compõe o governo interino é corrupto é outra simplificação que também não resolve, nem agora, nem a médio prazo, o problema. Por um lado, porque reproduz em parte o discurso adversário, minimizando o fato de que muitos dos que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato à direita estão sendo processados com as mesmas justificativas e argumentos espúrios usados para justificar acusações e as investigações lançadas contra membros do próprio PT. 

     

    Por outro lado, porque quem compõe o governo são, com exceção do PSDB e do DEM, basicamente as mesmas forças que estiveram durante tantos anos nos governos do PT, não por afinidade política, mas porque é assim que se estabelece o equilíbrio de governabilidade possível em um regime típico de presidencialismo de coalizão.

    Seguindo esse raciocínio, por mais que seja difícil para alguns admitir isso, a mesma miríade de pequenos partidos e legendas de aluguel que apoia hoje Michel Temer, faz parte de seu governo e está sendo atacada pelo PT pode vir a ter de ser, amanhã, cooptada­ de volta por Dilma para compor seu ministério, caso ela retorne ao poder. 

     

    O próprio presidente do PT, Rui Falcão, já admitiu que não fará nada para evitar que o partido se alie ao PMDB nas eleições municipais deste ano. 

    Devagar, portanto, com o andor.

    É preciso cautela, para não parecer hipócrita, na mesma linha de leviandade usada pela direita contra a esquerda – e pela extrema-direita contra a política de modo geral, tendo a democracia e a liberdade como alvos finais dessa linha de atuação. 

    Na tentativa de atingir seus adversários, a esquerda não pode cair no mesmo erro – aproveitado com deleite pelos fascistas – na tentação e na esparrela da criminalização da política. Mesmo quando atacada hipócrita e injustamente. 

     

    Pois corre o risco de legitimar o discurso de apoio à Operação Lava Jato e o discurso da mídia – muito mais importantes e deletérios do que o PMDB, no processo de golpe que estamos vivendo – e de se equiparar a quem o defende, diante da história e da população.

    Vamos ser francos – mesmo que as conversas tenham sido propositadamente gravadas e conduzidas para ser usadas como habeas corpus por um dos interlocutores – os diálogos entre o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado e autoridades como Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney não podem ser rotulados com o mesmo grau de subjetividade dirigida com que se julgaram e disseminaram outros diálogos gravados com a mesma intenção, e divulgados fora de contexto, como os de Delcídio do Amaral, ou o de Lula e Dilma.

    Ao dizer que a Lava Jato representou uma sangria, por exemplo, o senador Romero Jucá diz não mais que o óbvio. Uma sangria em empregos, em interrupção de negócios, em sucateamento de obras e projetos, em desvalorização de ações e ativos, em contratos interrompidos, em prejuízos institucionais e contábeis para as empresas acusadas, com terríveis resultados para o país, em termos estratégicos, de defesa, energia e infraestrutura, e para milhares de empregados e acionistas, o que é evidente e redundante.

    Da mesma forma que dizer que era preciso costurar um diá­logo nacional para analisar o assunto, com a participação do próprio STF, a quem cabe corrigir eventuais desvios e ações polêmicas – principalmente no âmbito jurídico –, colidentes com o texto constitucional, seria uma afirmação consequente, lógica, e, no correr da conversa, óbvia e ululante.

    Ou será que a Lava Jato não poderia ter investigado e condenado os corruptos efetivamente identificados, com dinheiro em contas no exterior, como Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, sem precisar destruir algumas das maiores empresas de engenharia do país? 

     

    Ou sem atrasar e prejudicar tantos projetos e programas de interesse nacional, colocando no mesmo balaio de gatos gente que se locupletou pessoalmente – gastando acintosamente o dinheiro roubado à nação, em farras, mesmo que familiares,  bo exterior – e funcionários de partidos que obtiveram doações eleitorais registradas, à época, como rigorosamente normais e legais? 

     

    Soltando os primeiros e encarcerando os segundos?

    A Lava Jato pode ter tido, indiretamente, alguma influência positiva, sobretudo na identificação do fato de que não existem corrompidos no setor público se não houver os corruptores no âmbito privado. 

     

    Facilitando a aprovação de leis como a que acabou com o financiamento privado de campanha. 

     

    Mas o que está ocorrendo é que direita, centro e esquerda estão cometendo o erro primário de não entender que o que se está enfrentando é um grupo de forças que se opõem à própria atividade política, por princípio. 

     

    E que ao se digladiarem fora do campo das ideias não estão fazendo mais do que favorecer os inimigos da liberdade, saudosos do autoritarismo, que se aproveitam das falhas normais de um regime – que, como diria Churchill, não é perfeito, mas é o melhor que se conhece – para jogar a população contra a democracia e promover e preparar, diligente e coordenadamente, a chegada do fascismo aos cargos mais altos da República.

    O processo de impeachment é um golpe jurídico-midiático, mas ele representa apenas um passo, mais uma etapa, para a deflagração de um golpe maior contra a Nação, que levará à derrocada da democracia no Brasil, à aprovação de leis que lembram os nazistas, como a exigência de diploma superior para ministros e presidente, fim do voto obrigatório, volta do escrutínio manual, cassação de registros de partidos políticos, repressão ao trabalho de educadores na sala de aula, criminalização dos movimentos populares e até do comunismo – conforme propostas recentemente encaminhadas à apreciação do Congresso Nacional.

    Some-se a isso a eventual chegada de um candidato de extrema-direita ao poder (há pelo menos dois sendo promovidos pela imprensa), ou a consolidação de uma massa de votos que seja suficiente para transformá-la na terceira força política do país, capaz de decidir, com o seu peso, o resultado do segundo turno das eleições de 2018. 

    E dá para ter uma ideia concreta do que espera a Nação – se não houver urgente correção de rumo – depois da curva.

     

  38. Eleições Gerais = Diretas Já??? Creio que não, Nassif.
    Nassif, acho que você posicionou Janot e Teori onde eles merecem, parabéns.  Mas faço duas considerações: a) O caso de Délcídio é bem diferente dos casos de Sarney, Jucá e Renan. Aliás, as escutas dos três não trazem, juridicamente, nada.  b) Parte da esquerda e parte dos jornalistas não-golpistas (PHA, Tereza Cruvinel e outros) estão forçando a barra para eleições Gerais. Não cola. A maioria dos eleitores de Dilma – e eu me incluo nesta – não se sentem a vontade apoiando este golpe travestido de democracia. Ou barramos o golpe no Senado e Dilma retorna e governa COMO FOI COMBINADO EM 2014 ou teremos eleições indiretas ano que vem. Escreve aí. 

  39. A Tara Atávica Em Adiar o Confronto Marcado, Sempre

    LN não desiste em fazer de Lula moeda de troca, quando a hora não é de trocar e sim de confrontar, nessa hora em que a caixa de pindora-ma escancara-se, e varrer toda essa escória donatária da história presente e futura do Brasil, sem o que não sairemos nunca do passado, sem esquecer que, pelo que consta, os da “Família Silva”, Lula incluso, nunca foram donatários e sim da senzala, e que LN precisa aprender com o magistral “Mané”, combinar com “os russos”, nosotros, na luta por um Brasil diverso, justo, democrático e moderno, há mais de 50 anos.  

  40. O glacê cobre o recheio II

    O glacê que cobre o recheio.

    Tudo é real e parece tão artificial.

    Me faz lembrar as idolatradas jornadas de julho de 2013. Romantizadas e enaltecidas. Nova política. Qual nada! Pura manipulação das massas. Ninguém me convencerá do contrário. Ali começou a derrubada do governo da presidenta.

    Mais do glacê que cobre o recheio.

    Mas qual é o recheio real? É a geopolítica estúpido!

    Outro artigo fundamental para entender o grave momento político brasileiro:

     

    Livrar-se de Dilma, Lula e PT, custe o que custar, é só o começo; o “B” de BRICS precisa ser esmagado

    15 de junho de 2016 Redaçãobrics-2015-russiaWhatsAppTwitterFacebook857   

    O Brasil na lista negra do Império: Esmagar o “B” de Brics

    As apostas não poderiam ser mais altas. Estão na balança não só o futuro dos BRICS, mas o futuro de um novo mundo multipolar. E tudo depende do que aconteça no Brasil nos próximos poucos meses

    por Pepe Escobar, no Sputnik News / Tradução: Blog Dinâmica Global (Enviado pelo leitor C. Pimenta)

    Comecemos pelo kafkiano tumulto interno. O golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff continua a ser tragicomédia político-midiática que parece recomeçar todos os dias. Também é caso de guerra de informação convertida em ferramenta estratégica para maior controle político.

    Uma sucessão impressionante de vazamentos de áudios revelou que setores chaves dos militares brasileiros e seletos juízes da Suprema Corte legitimaram o golpe contra umapresidente que sempre cuidou de proteger a investigação de corrupção chamada “Car Wash”, que já dura dois anos. Até a mídia-empresa ocidental dominante teve de admitir que Dilma, que nada roubou, está sendo impedida e derrubada por uma gangue de ladrões. A agenda deles: fazer parar a investigação “Car Wash”, que eventualmente pode vir a jogar muitos deles na cadeia.

    Os vazamentos também revelaram a carnificina que ruge entre as elites brasileiras comprador – periférica e central. Essencialmente, as elites periféricas foram usadas como moleques de recados no Congresso, para fazer o trabalho sujo. Mas agora podem estar a ponto de se tornarem assaltantes de estrada – junto com o ‘governo’ ilegítimo, impopular, interino de Michel Temer, liderado por uma gangue de políticos corruptos até o cerne do PMDB, o partido que é herdeiro da única fachada de ‘oposição’ tolerada durante a ditadura militar brasileira (dos anos 1960s aos 1980s).

    Conheça o chanceler vassalo

    Personagem insidioso em toda a trama do golpeachment o ministro interino de Relações Exteriores, senador José Serra do PSDB, social-democratas convertidos em operadores de forças neoliberais. Na eleição presidencial de 2002 – quando foi derrotado por Lula -, Serra tentava livrar-se das oligarquias brasileiras periféricas.

    Agora contudo está cumprindo outro papel – perfeitamente posicionado não só para fazer regredir a política externa do Brasil, de volta para algum ponto do golpe militar de 1964, mas, sobretudo, no papel de homem de ponta do governo dos EUA dentro da gangue golpista.

    A oligarquia em São Paulo é aliada chave do Excepcionalistão no Brasil. São Paulo é o estado mais rico do Brasil e capital financeira da América Latina. É a lista A do Brasil. É das fileiras dessa oligarquia que talvez ‘surja’ um eventual “salvador nacional”.

    Tão logo as elites periféricas tenham sido aniquiladas, não haverá nada que impeça a criminalização – e provável prisão – de vários líderes da esquerda brasileira, Lula inclusive. Em seguida se urdirá algum tipo de eleiçãofake, ‘legalizada’ por Gilmar Mendes, juiz da Suprema Corte e operador do PSDB.

    Tudo depende do que aconteça nos próximos dois meses. O procurador-geral afinal ordenou a prisão de três altos quadros da elite periférica; os três são acusados de conspirar para impedir que avancem as investigações da operação “Car Wash” – rede extremamente complexa de agentes jurídico-políticos-policiais, de miríades de círculos concêntricos/sobrepostos.

    sput1Foto: Evaristo SA / AFP

    Enquanto isso, o julgamento final do impeachment de Dilma no Senado deve acontecer dia 16 de agosto – 11 dias depois do início dos Jogos Olímpicos. Os golpistas sofreram um duro golpe, quando tentaram acelerar os procedimentos. No pé em que estão as coisas, o resultado é incerto; depois dos vazamentos, quatro de cinco senadores já estão oscilantes quanto ao voto, uma vez que os vazamentos implicam Temer, o presidente interino, pessoalmente. ‘Líder’ de uma gangue pesadamente envolvido em corrupção e com zero de credibilidade, Temer é alvo de várias investigações por corrupção, e acaba de ser declarado impedido de concorrer a cargo político eletivo nos próximos oito anos.

    O monopólio (cinco famílias) que controla a mídia-empresa dominante no Brasil, conhecido como PIG (sigla de “Partido da Imprensa Golpista”) mudou de tom, deixando de lado o antiesquerdismo obcecado e agora se dedica a fazer campanha contra elementos selecionados da gangue de Temer.

    Segundo a Constituição, se a presidência e a vice-presidência ficam vagas nos últimos dois anos de mandato, cabe ao Congresso eleger o novo presidente.

    Essa disposição legal implica dois cenários possíveis. Se Dilma não for impedida e reassumir, vai-se configurando como muito provável que ela determine que se realizem novas eleições presidenciais ainda antes do final de 2016.

    Se a presidente for impedida, o PIG tolerará a gangue interina dos ‘quadros’ temeristas até, no máximo, janeiro de 2017. O passo seguinte seria o que Serra e o quase presidiário e ‘líder’ do Senado, Renan Calheiros, trabalham para conseguir: o fim de eleições diretas para presidente e o início de um parlamentarismo à brasileira.

    O nome mais bem posicionado para ser o ‘salvador’ nacional nesse caso é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – também ex-“Príncipe da Sociologia” esuperstar (nos anos 1960s e início dos 1970s) da Teoria da Dependência, logo depois metamorfoseado em neoliberal ávido. Cardoso é parceiro próximo de Bill Clinton e de Tony Blair. O eixo Washington/Wall Street é louco por ele. Cardoso seria ‘eleito’ pela mesma matilha de hienas que tramam o impeachment de Dilma desde 17 de abril.

    sput2Foto: Eraldo Peres / AP

    Mas o núcleo duro do golpeachment brasileiro ultrapassa em muito as elites periféricas brasileiras. É constituído de um partido político (PSDB); do império Rede Globo de mídia; da Polícia Federal (muito próxima do FBI); do Ministério Público; da maioria dos juízes da Corte Suprema e de setores das Forças Armadas. Só o eixo Washington/Wall Street tem os meios e a necessária ‘pegada’ para arregimentar todos esses players – com dinheiro vivo, por chantagem ou com promessas de glória.

    E isso se encaixa perfeitamente com perguntas chaves não respondidas relacionadas aos áudios vazados recentemente. Quem gravou as conversas. Quem vazou as conversas. Por que agora. Quem se beneficia com meter o país no mais total caos político, econômico, jurídico, com virtualmente todas as instituições completamente desacreditadas.

    Neoliberalismo ou caos

    Longe vão os dias quando Washington podia comandar impunemente aqueles antiquados golpes militares bem ali no quintal deles – como foi feito no Brasil em 1964. Ou no Chile, no 11/9 original, em 1973, como se vê no emocionante documentáriosobre Salvador Allende, assinado pelo cineasta chileno craque Patricio Guzman.

    A história, como se poderia prever, repete-se como farsa no golpe de 2016 que converteu o Brasil – a 7ª maior economia do mundo, e jogador chave no Sul Global – numa espécie de Honduras ou Paraguai (onde golpes apoiados pelos EUA foram bem-sucedidos).

    Já demonstrei como o golpe no Brasil é operação extremamente sofisticada de Guerra Híbrida que ultrapassa em muito a guerra que se conhecia como guerra não convencional (UW); guerra de 4ª geração (4GW); as revoluções coloridas; e os movimentos deR2P (“responsabilidade de proteger”) e o ápice do smart power; até se converter em golpe político-financeiro-jurídico-midiático soft a que os brasileiros estão assistindo em câmera lenta. Eis a beleza dos golpes, quando promovidos por instituições democráticas!

    É possível que o neoliberalismo tenha falhado, como até o setor de pesquisas do FMI já percebeu. Mas o cadáver putrefato ainda faz feder o planeta inteiro. O neoliberalismo não é só um modelo econômico; sub-repticiamente ele cobre também todo o campo jurídico. Eis mais uma faceta perversa da doutrina do choque: o neoliberalismo não sobrevive sem uma implantação firme no quadro jurídico-legal.

    É quando as atribuições constitucionais são redirecionadas para o Congresso que mantém sob controle o Executivo, ao mesmo tempo em que gera uma cultura de corrupção política. O político foi subordinado ao econômico. Empresas privadas engajam-se em campanhas eleitorais – e é quando compram políticos, para poderem influenciar qualquer poder político, por mais ‘eleito’ que seja.

    Washington trabalha precisamente assim. E aí está também a chave para compreender o papel do ex-líder da Câmara de Deputados no Brasil, Eduardo Cunha. Cunha montou uma rede de financiamento de campanhas eleitorais dentro do próprio Congresso, onde controla dúzias de políticos, ao mesmo tempo em que lucra de incontáveis proverbialmente gordos contratos de empresas fornecedoras do Estado.

    Os Três Patetas no que chamei de República das Bananas dos Escroques Provisóriossão Cunha, Calheiros e Temer. Temer é mero fantoche; Cunha permanece uma espécie de primeiro-ministro ‘nas sombras’, comandando o show. Mas não por muito tempo. Já foi suspenso do cargo de presidente da Câmara de Deputados; embolsou milhões de dólares daqueles contratos gordos e meteu-os em contas secretas na Suíça; agora é só questão de tempo, até que a Suprema Corte levante todas as provas e – mas nada é garantido! – o meta no xilindró.

    OTAN vs. BRICS, a pleno vapor, por todo o planeta

    E isso nos traz outra vez para O Grande Quadro, à medida que prosseguimos em paralelocom uma análise de Rafael Bautista, presidente de um grupo de estudos da descolonização em La Paz, Bolívia. É dos melhores e mais brilhantes analistas sul-americanos, sempre muito alerta ao fato de que qualquer coisa que aconteça no Brasil nos próximos meses determinará o futuro, não só da América do Sul, mas de todo o Sul Global.

    O projeto do Excepcionalistão para o Brasil é nada menos que impor aqui uma doutrina Monroe remixed. O principal alvo de uma planejada restauração neoliberal é separar a América do Sul, dos BRICS – quer dizer, essencialmente, da parceria estratégica de Rússia e China.

    sput3Foto: Jim Watson / AFP

    É uma breve janela de oportunidade em todos esses anos do continuum Bush-Obama, quando Washington viveu obcecada com o MENA (Middle East/Northern Africa [Oriente Médio/Norte da África]), também conhecido como Oriente Médio Expandido. Agora, a América do Sul volta a ocupar o centro estelar no teatro da guerra (soft) geopolítica. Livrar-se de Dilma, Lula, Partido dos Trabalhadores, custe o que custar, é só o começo.

    Volta tudo ao de sempre: a guerra que definirá o século 21: OTAN contra os BRICS, Organização de Cooperação de Xangai e, afinal, contra a parceria estratégica Rússia-China. Esmagar o “B” de BRICS traz, de brinde, o esmagamento do Mercosul (o mercado comum sul-americano); a Unasul (União Política das Nações Sul-americanas); a ALBA (Aliança Bolivariana); e toda a integração sul-americana, além de acabar também com a integração com atores emergentes chaves no Sul Global, como o Irã.

    A desestabilização do “Siriaque” combina perfeitamente com esse Império do Caos: não havendo integração regional, a única alternativa é a balcanização. Mas a Rússia já demonstrou graficamente aos estrategistas de Washington que não poderão vencer guerra alguma na Síria; e o Irã já demonstrou depois do acordo nuclear que não será vassalo de Washington. Assim sendo, o Império do Caos pode tratar de garantir-se pelo menos no próprio quintal.

    Um novo quadro geopolítico teve de ser parte do pacote. É onde entra o “conceito de América do Norte“, apoiado pelo Council on Foreign Relations e concebido, principalmente, pelo ex-superastro do surge no Iraque David Petraeus e ex-honcho do Banco Mundial Bob Zoellick, hoje a serviço de Goldman Sachs. Pode-se dizer que é um mini quem-é-quem do Excepcionalistão.

    Ninguém lera notícia alguma, nem será anunciado em público, mas o conceito que Petraeus/Zoellick imaginaram como “América do Norte” pressupõe mudança de regime e desmonte da Venezuela. O Caribe está definido como um Mare Nostrum, um lago norte-americano. “América do Norte” é, de fato, uma ofensiva estratégica.

    Implica controlar toda a massiva riqueza de petróleo e água do Orinoco e do Amazonas, o que deve garantir ao Excepcionalistão predominância sobre a fronteira sul, para sempre.

    O Caribe já é assunto resolvido; afinal, Washington controla o CAFTA. América do Sul é osso mais duro de roer, polarizada entre o que resta da ALBA e a Aliança do Pacífico comandada pelos EUA. Derrubado o Brasil para uma restauração neoliberal, acaba-se com o país como promotor de integração regional. O Mercosul acabará eventualmente absorvido na Aliança do Pacífico – especialmente com alguém como Serra, como principal diplomata brasileiro. Quer dizer: é imperioso anular a América Latina, em termos políticos, custe o que custar.

    Restará para a América do Sul agregar-se – como atores marginais, parte da Aliança do Pacífico puxada pelos EUA – àquela OTAN de parcerias comerciais, TPP eTTIP. O “pivô para a Ásia” – do que a parceria Trans-Pacífico é o braço comercial – é o movimento da doutrina Obama para conter a China, não só na Ásia mas também em todo o Pacífico Asiático. Assim, é natural que a China (principal parceira comercial do Brasil) deva ser contida no quintal do hegemon, a América do Sul.

    Do Atlântico ao Pacífico, e além

    Nunca será demais destacar a importância geoeconômica da América do Sul. O único meio pelo qual a América do Sul pode ser plenamente integrada ao mundo multipolar é mediante uma abertura para o Pacífico, fortalecendo sua conexão estratégica com a Ásia, especialmente com a China. É onde se encaixa o movimento chinês para investir num massivo projeto de ferrovias para trens de alta velocidade unindo a costa Atlântica do Brasil e o Peru no Pacífico. É, em resumo, a interconectividade sul-americana. Com o Brasil politicamente anulado, nada disso jamais acontecerá.

    Por tudo isso, todo e qualquer golpe é agora literalmente permitido na América do Sul: ataques indiretos à moeda brasileira, o real; propinas para as elites comprador com o apoio do sistema financeiro global; atentado concertado a favor de implodir simultaneamente as três principais economias: Brasil, Argentina e Venezuela. O Comando Sul dos EUA, SOUTHCOM chegou a ponto de produzir um relatório sobre “Venezuela Freedom” [Liberdade para a Venezuela], assinado pelo comandante Kurt Tidd, que propõe uma “estratégia de tensão” completada com técnicas de “cerco” e “sufocamento” e admitindo ação de rua com uso “calculado” de força armada. Aplicam-se aqui ecos do Chile, 1973.

    Pode-se dizer que a América do Sul é hoje o mais importante espaço geopolítico onde o Excepcionalistão está lançando as bases para restaurar sua hegemonia sem rivais – como parte de uma guerra geofinanceira multidimensional contra os BRICS e que visa a perpetuar o mundo unipolar.

    Todos os movimentos anteriores levaram a essa geoestratégia de implodir os BRICS e reduzir a América do Sul à situação de apêndice da América do Norte.

    Wikileaks revelou como a Agência de Segurança Nacional dos EUA espionou a Petrobrás. Em 2008, o Brasil propôs sua própria Estratégia de Defesa Nacional, focada em duas áreas chaves: o Atlântico Sul e a Amazônia. Não era coisa que se desse bem com oSOUTHCOM. A Unasul deveria ter desenvolvido aquela estratégia para o nível continental, mas não o fez.

    Lula decidiu garantir à Petrobras o primado da exploração dos depósitos do pré-sal – a maior descoberta de petróleo do século 21. O governo Dilma garantiu impulso firme ao Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (baseado no BNDES do Brasil); e também decidiu receber pagamentos dos iranianos deixando de lado o dólar norte-americano. Qualquer um envolvido no comércio sul-sul que negocie deixando de lado o dólar norte-americano entra, imediatamente, numa lista de matar.

    Hillary Clinton é a candidata de Wall Street, do Pentágono, do complexo industrial militar e dos neoconservadores à presidência. É a Deusa da Guerra – e, num continuum Bush-Obama-Clinton, ela irá à guerra contra qualquer ator no Sul Global que ouse desafiar o Excepcionalistão.

    É isso. Os dados foram lançados. Saberemos com certeza quando houver novo presidente nos EUA – e provavelmente também um novo presidente não eleito no Brasil – no início de 2017. Mas o jogo estratégico permanece o mesmo: o Brasil tem de ser esmagado, para que a integração puxada pelos BRICS seja esmagada e, assim, o Excepcionalistão possa concentrar todo o seu poder de destruição no confronto de vida ou morte contra Rússia-China.

     

  41.  
     
    Estou começando a me

     

     

    Estou começando a me preocupar com o que será do país, a partir do momento que nos tornarmos livres dos corruptos. E ai? Ingressaremos todos no Jardim do Éden? Me arrepio de medo só em ouvir falar na pureza dos puros.

    Em 1964 um bando de puros e honestos da FIESP, da “grande imprensa” e da embaixada norte-americana, quando encetaram uma “patriótica” campanha contra a corrupção e o comunismo. Naquela oportunidade atrairam, tantos traíras metidos a puros, e patriotas pró-USA. Inclusive, alguns militares de fancaria, oficiais das Forças Armadas, que acabaram por denegrir as Forças Armadas fazendo pagar o pato por toda bandalheira. Como todos sabemos, ao cabo, os canalhas enfiaram o povo brasileiro numa prolongada e tenebrosa noite no jardim do éden dos puros.

    Pelo que observamos agora, tirando as Forças Armadas, voltam todas as demais aves de agouro de antanho, fazendo uso do surrado blá blá blá, armam uma remodelada patranha golpista, pretendendo com isso nos levar de volta ao éden. Te desconjuro golpistas de merda !.

    Orlando

     

  42. “Mas um Ministro do Supremo

    “Mas um Ministro do Supremo tem a liberdade de definir a conveniência ou não das medidas tomadas? E se tem, qual a razão para ter permitido o avanço do impeachment, demorando em se definir sobre Eduardo Cunha, deixando o país ficasse refém de uma horda bárbara?”

    Pago uma caixa de paçocas se o tal Xavaski responder a estas perguntas.

    Aliás, há cerca de um mês fiz um comentário sobre ele que não foi publicado. Por quê?(acho que é assim)

  43. Ainda falta mais esta:

    Imaginem só quando o Cunha abrir a boca.

    Claro que pelos métodos da máfia no poder no Brasil farão de tudo para evitar isso, seja por um bom acordo seletivo, seja por métodos, digamos, mais drásticos.

  44. Os erros só podem ser

    Os erros só podem ser avaliados quando colocados numa balança – de erros e acertos. São dois lados de uma mesma moeda. Ver apenas um dos dois lados é enxergar a parte e desprezar o todo.

    Os erros do governo Lula, que vão das alianças político-econômicas (quem tem fome tem pressa), passa pelo republicanismo ingênuo (e uma visão republicana) e chega até a relação com a grande imprensa (e a liberdade de expressão, bem como a tentativa frustrada de uma Conferência). Isso tudo tirou o Brasil do Mapa da Fome e colocou o país num novo patamar de relações internacionais.

    Veio o Governo Dilma. Por que Lula indicou ela e não outra ou outro para disputar a presidência?

    Talvez porque só ela teria a coragem e a vida limpa para pagar pra ver quem é quem nessa República de Hipócritas. 

    Talvez porque somente ela teria condições de enfrentar a hipocrisia dos poderosos. E faria isso com todas suas limitações. Mas não exitaria no momento final.

    Hoje, é como se ela dissesse ao Brasil: vocês querem combater a corrupção, o mal feito, como ela gosta de dizer (do judiciário, passando pela Globo, empresários e chegando até a classe política – porque tudo isso faz parte da mesma corrupção, afinal, sonegação tbm é crime: olá Mossak Fonseca! Receber acima do teto constitucional tbm é corrupção, divulgar ou grampear ilegalmente tbm é crime)?

    Diante de toda essa hipocrisia, talvez somente Dilma seria capaz de dizer: eu pago para ver.

    Vocês querem mesmo combater a corrupção? Eu pago pra ver quem vai sobrar. E pago com a vida se for preciso.

    Quem sobrará (talvez uma historinha da Bíblia dê uma boa dica)?

    E cá estamos nós diante de um impasse.

    Lembram o que ocorreu logo depois da ressaca das manifestações de junho de 2013? 

    O que Dilma propôs? 

    Pois é, plebiscito. Reforma política, etc. E quem detonou a proposta, além dos políticos, lógico? 

    A grande imprensa. Lembram da proposta de participação popular, consultas, conselhos, etc – não passaria por aí os novos tempos de que tanto se fala?

    Parece que naquele momento ainda não era a hora. Mas parece que agora é chegada.

    Uma última observação. A direita (capitaneada pela grande mídia e seus grupos “parceiros” nas redes) aposta no ódio para impedir essa nova repactuação. Isso porque só ódio cega (sem que a gente perceba a cegueira que ele produz). E uma repactuação implica num novo país mais includente e soberano. Tudo que os grupos radicais de direita abominam.

    Ah, não estou otimista. A história é lenta, não avança aos saltos. E o problema não está só na Política, vai muito além dela. Essa leitura, de que todo mal do Brasil está na Política ou nos políticos (quem não lembra do Collor, o que veio depois*), representa uma estratégia dos poderosos. Concentrar o mal aí, é uma forma de enfraquecer a participação da sociedade, de modo que eles possam colocar seus “serviçais” no comando (vide a RBS no Sul**), ou quando entrar alguém mais independente eles possam ter uma boa desculpa para pregar sua saída – esse mar de lama, essa corrupção, etc.

    *Logicamente que é preciso avançar e muito nesse campo, mas é preciso entender as relações causais de forma sistêmica.

    ** Os dois senadores atuais são ex-empregados. Dois ex-empregados tbm já foram governadores recentemente.

     

  45. Dilma é mulher honesta

    Dilma é mulher honesta, ninguém lhe retirará isso. Erros cometeu, mas que se tivessem sido acertos hoje seriam aplaudidos como grandes ideias geniais, engenheiros de obras-prontas que somos. Com os Temers teve que tratar, mas não se chega a presidente conversando apenas com anjos, ingênuos que não somos. Agora a querem desbaratar, mas qualquer um que tenha observado o progresso dos mais pobres nos últimos 13 anos, não poderá apoiar a horda de bárbaros que em pouco mais de 30 dias quer fazer tábua rasa de todo o avanço civilizatório recente. 

  46. Acima de tudo estão os 54 milhões de votos

    Toda esta bagunça tem uma origem: a tentativa de invalidar 54 milhões de votos. Sem os votos válidos é o caos.

    Quem fez: a globo e seus subordinados holofotados ou chantageados. Quando pagarão?

    Só há uma saida, coloquem a Dilma no lugar que é dela. Depois vamos brigar e decidir o que é melhor e votar nos candidatos e propostas de 2018.

    E tirar o Lula do jogo é burrice. É uma bomba para quem já está bombardeado, como o moro.

    dila e seus 54 milhões de votos, depois discutimos.

  47. A velharia corrupta cheia de

    A velharia corrupta cheia de mofo é o adubo da hipocrisia no país. Faz lembrar a “aristocracia” francesa pré- Revolução Francesa.

  48. Um golpe dentro do golpe?

    Nos últimos dias presenciamos sucessivos eventos de difícil interpretação, que colocaram em confrontação (aparentemente) aberta facções que tinham convergido e concretizado uma aliança espúria para realizar o golpe judiciário-parlamentar.

     

    Uma hipótese que pode ser aventada de todos esses eventos: podemos estar diante de um golpe dentro do golpe. Explicando essa suposição: parece que o bloco judiciário do golpe, que tem janota pgr entre seus principais líderes e operadores, teve que mudar o roteiro original (já mudaram algumas vezes) em decorrência do vazamento dos grampos do presidente da Transpetro (que vazou tais grampos tendo em vista que tinha sido abandonado pelos senhores que serviu por mais de uma década à frente da Transpetro – note que nas gravações, nenhum dos interlocutores de Machado encaminha medidas efetivas para salvá-lo; só sinuam promessas). Esses vazamentos inviabilizaram etapas importantes do golpe que estavam planejadas (a prisão de Lula, por exemplo, que agora ficou muito mais difícil) e, ademais, explicitou a inviabilidade desse governo provisório usurpador de Temer, em razão de sua natureza corrompida, anti-popular e anti-nacional. Diante dessas inviabilidades (do governo provisório usurpador e da prisão de Lula) crescia a perspectiva de retorno de Dilma e de uma monumental jornada popular liderada por ela e pelos seus apoiadores reunidos na Frente Brasil Poular a favor de eleições gerais, que, assm, poderiam de fato ocorrer. O bloco judiciário – afinadíssimo com o poder econômico (internacional/financeiro/frações do capital nacional) – decidiu não correr esse risco e, agora, que impugnar a chapa Dilma/Temer e realizar uma nova eleição congressual em 2017, colocando no governo algum parlamentar que possa ser um pouco mais palatável e faça a transição para a nova ordem ultraliberal que querem instalar no Brasil, ceifando os rudimentos que foi montado de Estado de Bem-Estar Social no país na última década.

    O outro bloco, também afinado com o o poder econômico, quer evidentemente se manter no comando do Estado, conquistado com as ações venais, pérfidas e canalhas que adotou sob o comando de gente da estirpe de Cunha, Aécio, Pauderney, o ministro da educação que nem sei o nome, Temer, Jucá, Padilha, aquele de campinas que vocifera que eu também nem sei o nome, Aloysio Nunes, Serra e Anastasia (esse mesmo, que desonra Minas Gerais, o Senado e o Direito – sim, porque vimos um advogado defender o julgamento sumário de uma acusada!). Um bloco que, no seis fundamentos, não tem projeto nenhum, a não ser tomar de assalto o Estado para pilhar o dinheiro público e as riquezas nacionais.

    Parece que esses dois blocos, que compunham um compósito golpista, rachou. O bloco judiciário, aparentemente, lidera agora um golpe dentro do golpe. Renan, No JN de hoje a noite, deu seu recado, e foi ara o bloco judiciário: não há alternativa a não ser Temer.

    É hora dos democratas se unirem e aproveitarem desse momento de fissura no compósito golpista, que parece mostrar que não tem um “core” sólido como muitos (entre os quais eu) pensavam. Parece que esse core é mais fragmentado. É hora de redobrar a luta nas ruas, impedir a pilhagem e a derrocada dos poucos e ainda insuficientes direitos sociais (a PEC de duas décadas de Meirelles e a MP 727 tem que combatidas e impedidas de prosperarem).

     

     

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