Os caminhos da política econômica de Joaquim Levy

Desde os anos 90, as crises de financiamento externo obedecem a um mesmo roteiro:

1. O déficit externo vai se aprofundando.

2. À medida que atinge níveis perigosos, há uma redução do fluxo de investimentos externos, provocando uma desvalorização do real, com reflexos também sobre a inflação.

3. A postura do Banco Central consiste em aumentar os juros – para segurar os dólares no país e para segurar a alta de preços.

4. Quando os capitais externos sentem que a desvalorização chegou ao fim, consideram que o país ficou “barato”. Aí retornam ganhando com os juros altos e com a revalorização do real, que ocorre até a crise seguinte. Foi assim com a maxidesvalorização em 1999 e com a apreciação cambial de 2003, que se sucedeu ao descontrole de 2002.

***

Desta vez, há algumas diferenças no processo.

Primeiro, o nível das reservas cambiais e dos swaps cambiais reduziu o impacto da saída de dólares. Amenizou mas não anulou o ciclo. Abriu-se um buraco perigoso nas contas externas. E as pressões sobre o câmbio ajudaram a colocar o real em uma posição mais confortável.

Daqui para a frente, tudo dependerá da maneira como a Fazenda e o Banco Central irão atuar. E há dois caminhos previsíveis.

***

O primeiro é o da manutenção da desvalorização cambial

O objetivo será mudar os preços relativos, permitindo a recuperação da economia através das exportações e das novas rodadas de concessão pública.

Para que haja esse movimento, a inflação precisa ser controlada sem se recorrer a uma nova apreciação cambial. O que significa que as políticas monetária e fiscal terão que ser muito mais radicais, implicando em um grau de recessão maior para permitir completar o ciclo de mudança de preços relativos e recuperação das exportações.

Como a queda da economia impactará na arrecadação de impostos, os cortes fiscais serão mais drásticos que numa política menos ortodoxa. É um ciclo perverso, uma aposta que, completada a mudança de preços relativos, a economia possa deslanchar via exportações e volta das concessões – além da recuperação da Petrobras.

Hoje em dia, há uma penetração muito maior de bens intermediários importados, significando que o impacto do câmbio se dará também sobre produtos fabricados no país. Além disso, há o impacto do realinhamento da tarifas públicas. Em contrapartida, uma melhor previsão de safra e de preços agrícolas.

Mas o ajuste se dará em cima de salários e emprego. Apenas em um prazo mais largo se sentirá o novo ciclo de recuperação econômica.

O desafio maior será o de montar uma sustentação política e social para essa transição, dado o grau de desgaste do governo.

***

O segundo caminho será permitir a volta da apreciação cambial.

Nessa hipótese, o BC se afoba com a questão inflacionária e permite nova rodada de apreciação cambial. A recessão será menor, o mercado se manterá tranquilo por algum tempo, mas a economia continuará em banho maria e com a espada de Dâmocles da crise externa no pescoço.

Nesse caso, a economia continuará se arrastando nos próximos anos, com dificuldade para se recuperar devido ao esgotamento do crescimento via consumo das famílias.

Seria um voo de galinha até a próxima crise.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. “esse governo é uma

    “esse governo é uma merda…….mas é meu governo”……………….adivinha quem disse isso ?????? nao precisa dizer mais nada………..

  2. Como leigo no assunto, me

    Como leigo no assunto, me parece que tanto o caminho, quanto a dosagem foram definidos lá atrás com a escolha da dupla Levy/Barbosa, não? Me parece também que está definido o objetivo de dar protagonismo à indústria na próxima etapa de desenvolvimento do país, é isso mesmo?

  3. Infelizmente falta seriedade

    Infelizmente falta seriedade nas tomadas de decisão dos governos no Brasil e principalmente neste ultimo governo. Estamos vivendo do cartão de credito e do cheque especial desde a crise de 2008 e para não se perder uma eleição, pode-se inclusive jogar o pais na lama. Vejamos:

    – Redução do preço da energia –  Para se ter uma bandeira na eleição municipais de 2012, reduziu-se o preço de um bem em falta, pois desde de 2010 as térmicas estavam sendo ligadas constantemente e o nível dos reservatórios em queda. Já no final de 2012, havia técnicos do setor defendendo um corte de 5% no consumo. Agora estamos pagando um conta bem salgada.

    – Modificação do Fies – Novamente em 2010 em uma mexida sem critérios, passamos de 1,84 bi em 2011 para 22 bi em 2015 ( estimativa ). Haja tesouro para financiar tanta fartura. Nada contra o programa, antes que alguem fale de sou contra os pobres, uma vez que inclusive estudei através do credito educativo. Porém todo programa tem que ter critérios bem claros e contrapartidas que levem em contra a melhoria da sociedade e não apenas o enriquecimento de alguns.

    – Caso do grupo X – O BNDES investiu algo em torno de 11bi de dólares, no grupo, inclusive dando credibilidade ao grupo ( coitado de quem acreditou ) e todo mundo viu o que deu. Segundo o advogado do referido Sr. a linha de defesa será que ele era muito otimista. Que ele seja otimista tudo bem, mas o BNDES tem que investir  com seriedade, com analise técnicas e financeira, pois o dinheiro não é do banco é do povo brasileiro. Mas uma vez usa-se do dinheiro publico para fazer firula.

     

    Poderia ficar aqui dando dezenas de exemplos, porém isto em nada iria adiantar, pois ainda existiriam pessoas para defender. Acredito que estas mesmas pessoas deveriam ser as primeira a defender um ajuste firme, pois alguem tem que pagar esta fara. E na historia da humanidade esta fara, sempre é paga pela população de uma maneira ou de outra.

     

  4. Deus é brasileiro !

    O Nassif descreveu o sonho de uma noite de verão dos donos do Dóllar e da banca.

    Mas a verdade é que existe Dollar perdido pelo mundo como nunca, DESESPERADOS por ativos reais, em especial COMIDA (leia-se comoditties e no Brasil grãos, soja, milho, etc…).

    Assim, fica fácil imaginar que como o aumento de preço dos alimentos causa INFLAÇÃO, uma taxa de exportação de commoditties sobre o que se vende para o mundo traria uma arrecadação maior para as contas deficitárias do governo, como não seria sentida pelos importadores que desembolsariam os mesmos Dollares que já vinham pagando antes e de quebra abaixaria o preço da comida aqui dentro. ( não venham com o papo de doença holandeza que nossas reservas estão caindo  rsrsrs…)

    Só não agrada quem perde, as atravessadores de grãos que já contabilizaram a diferença que não irá para os seus balanços.

    Chora, nenê!

    1. De ontém sobre a dívida brasileira

      https://jornalggn.com.br/comment/616304#comment-616304

      “Abrir um crédito é conceder um prazo.”

      Eça de Queirós

       

      Reflexão sobre está dívida monstro e o artigo do Bonner Soft & M

      O crédito pode ser dado de duas formas, sobre um acumlo de riquezas que é guardado em um dinheiro que mantém  a característica de ser “reserva de valor” e assim implica em poupança, ou o crédito pode ser dado, como os BCs do mundo fazem hoje com dinheiro criado “ex nihilo”  ou seja, sem a caracteristica de  reserva de valor, ou seja não é poupança que se empresta. Seu valor é relativo à quantidade de dinheiro real empoçado e fora do circuito de investimento produtivo, quando ultrapassa este valor, começam as distorções, que são as bolhas financeiras.

      O artigo do Bonner explica com mais detalhe este mecanismo de apropriação usado pela elite que controla o dinheiro e a moeda circulante de um país em benefício próprio às expensas do povo e da nação.

       

      Soft and Mushy

       

       

      After real money and real savings left the economy circa 1971, GDP growth rates fell. Wages atrophied. And now, for the first time in 35 years, American business deaths outnumber business births.

      The body economic grew soft and mushy – unable to hold itself erect or to stand on its own two feet. Thenceforth, it needed the crutch of increasing credit.

      The new credit-based monetary system meant that Americans had less real wealth. But until 2007, they could still get what they wanted by borrowing. Few noticed that they were borrowing from the company store and becoming slaves to their credit masters.

      No one ever figured out how to create gold. So, Washington insiders changed the money system in two steps. In 1968, LBJ asked Congress to end the requirement for the dollar to be backed by gold. And in 1971, “Tricky Dicky” ended the direct convertibility of dollars to gold.

      With the new dollar, unbacked by gold, they could create all the money they wanted. After the 1970s, instead of earning more money, or borrowing from the savings of his neighbors, the typical American had to grovel to the elite who controlled the credit machine.The Making of a Modern Debt SerfGovernment and its cronies in the banking sector created money ex nihilo. This money cost them nothing. Still, they lent it out just as though it were real savings.

      The typical American took the bait. He bought a house. He bought a car. He had a nice steak dinner and paid with a credit card.

      Now, he was no longer a free man, in a free economy with real money in his pocket. He was a slave to the credit system. And he needed to work hard to keep up with it.

      The feds got the money for nothing. But he had to pay for it. Most often, he couldn’t pay off his debt. So, he became a debt serf – beholden to his masters for his home, his transportation, his education, his health care… and even his food.

      If he wants a house, doesn’t he depend on Washington-backed Fannie Mae and Freddie Mac to help him get it?

      If he wants a car, doesn’t he need the Fed’s ultra-low interest rates to help him buy it?

      If he needs a job, doesn’t he need the Fed’s stimulus? Or failing that, at least Washington’s unemployment insurance, food stamps and disability payments?

      Just look at the food-stamp program. From zero in 1970, the scheme now costs $75 billion a year – every penny of it to people who used to be capable of feeding themselves.

      The elegance of this scam is staggering. The banks get money at zero cost. They give the homebuyer a mortgage. Now, effectively, the bank owns the house and the “homeowner” pays it rent every month. The poor schmuck never realizes what has happened. He kisses the hand of the lender and practically begs him to sleep with his daughter.

      When elections come he is ready to play his role – a proud citizen and homeowner, voting for more lashes.Flabby Income NumbersMore and more Americans vote for “something for nothing.” Because nothing is all they have to bargain with.

      Here are the numbers from the Social Security Administration:

      •   39% of American workers make less than $20,000 a year
      •   52% of American workers make less than $30,000 a year
      •   63% of American workers make less than $40,000 a year
      •   72% of American workers make less than $50,000 a year
      These flabby income numbers are also the result of the regulatory policies and artificial money that has been drip-fed to the American people over the last 44 years.

      By one estimate, had the economy remained on the track it was on in the 1950s and 1960s – before the new money and crippling restrictions took hold – the average American would earn $125,000 more a year today.

      Instead, since the turn of the new millennium, the average household income has fallen to $52,000 from $57,000.The Delusion of DemocracyBut we are still talking about money, aren’t we?

      Let us take another look at the face of our new government and draw a measure of its character.

      The skull may be the same as it was in 1970 – the Constitution hasn’t changed – but gone is the smooth, youthful, open visage. Over the years, the sour creases have multiplied. They tell an ugly story.

      What happened?

      When a group of people can control an economy’s money, they tend to direct the spoils to themselves, their cronies and their pet projects.

      The rich, special interests, the well connected and the elites figure out how to play the game. And how to make it pay. They throw some bones to the plain people and take the meat for themselves.

      The financial sector, for example, watched as its profits went from only about 15% of total corporate profits in the 1970s to 40% in the 2003-to-2007 period.

      How did that happen?

      Easy: They were lending money they never had to earn.

      The corruption of the American system of government has taken place over more than half a century. But it is only in the last few decades that the body politic has begun to curl into a grotesque new shape.

      In a credit-based money system, the people who control the credit are like guards at a gulag. Pretty soon, they start acting like them. They decide who eats and who goes hungry.

      They are not bad people or good people. They are just like all of us – eager to take advantage of opportunities as they present themselves.

      Gone is the delusion of democracy. Out the window is the hope of a free market. Forget the American dream. It is all fraud, scam and the old false shuffle.

      Stay tuned…

      Regards,

      Signature
      Bill 

       

  5. A culpa é do levy
    A política economica é do levy, a dilma não tem nada a ver com isso. A dilma é boazinha, o levy é que é malvado porque ele não é do PT. Se dependesse da dilma ela não faria nada disso, mas o levy é quem manda e ele é malvado. A dilma quer dar mais crédito, gastar mais, mas o levy não deixa. Ele é malvado. Diz que o país não tem mais dinheiro. Como assim? Faz empréstimo ué. Depois paga. Tadinha dela, ter que aguentar esse cara governando…

      1. Claro, taxar exportações…

        Já estamos enfrentando um processo de desindustrialização que foi acentuado na última década e a saída é taxar exportações?

        Qual o objetivo?
        Além de gostarmos de ditaduras comunistas, financiar obras a juros subsidiados fora do país, qual será o papel na economia mundial ao Brasil?
        Polo de turismo? Porque tirando a beleza natural, sem indústrias, não nos restariam muitas possibilidades.

      2. Claro, taxar exportações…

        Já estamos enfrentando um processo de desindustrialização que foi acentuado na última década e a saída é taxar exportações?

        Qual o objetivo?
        Além de gostarmos de ditaduras comunistas, financiar obras a juros subsidiados fora do país, qual será o papel na economia mundial ao Brasil?
        Polo de turismo? Porque tirando a beleza natural, sem indústrias, não nos restariam muitas possibilidades.

        1. Vamos debater sobre o que eu disse e não o que você sonhou

          Deus tivesse nos dado a capacidade de produzir bens industriais concupiscentes para serem comprados pelo extrangeiro, não é ainda desta vêz.

          Por enquanto nossas exportações apetitosas para os gringos são as do agronegócio.

          Falo em taxar estas exportações. 

          Pontualmente.

          Soja, milho, etc…

          1. Alexandre, agora você esta

            Alexandre, agora você esta propondo quebrar o agronegócio??? Vá para o campo plantar e colher e nofinal o governo chega e pega os seus ganhos, muito bacana!!!!!!

            Tirar a competitividade dos únicos produtos que ainda temos para vender. Por que em 12 anos de governo não conseguiram colocar a ferrovia norte-sul para funcionar, permitindo um ganho de produtividade??? O governo não fez o para casa em termos de infraestrutura e não adianta culpar o FHC.

            Agora esta ai no desespero tentando privatizar rodovias e aeroportos. Quando o Brasil era vitrine que poderíamos ter feitos bons negócios, eu só ouvia demagogia.

            Agora o negocio é pagar o ajuste, que seria muita mais fácil de engolir se o governo começasse cortando cargos de confiança e ministérios. Dando o exemplo. É isto que você deveria estar propondo.

             

          2. Têm dinheiro para todo mundo no agronegócio

            É uma questão de oportunidade, inclusive para o lobby da terra destravar antigas reinvidicações, como ferrovias, portos e estradas.

            Perceba que um empregado num canteiro de obras de uma rodovia para o escoamento de safra é um BRASILEIRO a menos desempregado, assim, de certa forma pode se compensar o imposto sobre a exportação e o Brasil vai ter o maior interesse possível em terminar estas obras pois o retorno é imediato.

            Quem vai perder são as tradings que negociaram a safra em Reais no ano passado e agora as vendem em Dólar super valorizado, um ganho de mais de 100% sem que tenham feito nada, a não ser especular, conspirar e sabotar o Brasil para que este tivesse problemas no seu caixa e fosse obrigado a desvalorizar o Real.

            Nada mais justo do que paguem por seus mal feitos e ainda devolvam o lucro indevido que estão auferindo.

            Por um Brasil para os brasileiros e não para as cinco grandes do comércio de grãos. 

            Estas firmas são tão esquisitas que seus funcionários não tem idéia sequer de quem é o dono da empresa onde trabalham, são a encarnação das corporações do mal, numa imagem poética, as empresas do Inferno comandadas pelo Diabo para escravizarem os humanos.

    1. A culpa é do Levy, certeza

      Até quando continuarão com este discurso tentando descolar a realidade dos ombros?

      O ajuste hoje necessário é resultado de uma política perdulária, desenfreada, desgovernada e heterodoxa.

      O único acerto do ponto de vista econômico do 1o governo Lula foi manter a política enconômica do FHC.

      Discurso aceita tudo, mas a realidade não se esconde por tanto tempo, se não tivéssemos eleição em 2014, certamente os ajustes já teriam iniciado, seriam menos drásticos e durariam menos tempo, mas graças a “Para ganhar fazemos o diabo…” estamos nessa estagflação.

      A política econômica é da presidente, não do Levy, a culpa é do PT (Lula, Dilma e afins), não adianta tentar terceirizar a culpa, não cola mais.

       

    2. ser ou não ser, eis a inversão.

      Reinaldo, seu texto é repugnante. Quantos parvos tão canalhas há no Brasil, ou será que nem todos os canalhas são parvos?

  6. O que garante o aumento das

    O que garante o aumento das exportações, mediante desvalorização do cambio, considerando o poderio de países como a China no mercado internacional e a guerra cambial que já está sendo travada?   Corre-se o efetivo risco de, implementando o roteiro indicado pelo Nassif, acabarmos com câmbio alto e todas as consequencias negativas respectivas, sem, no entanto, gozarmos dos supostos benefícios que tal quadro aparentemente fornece. 

  7. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

    Hoje saiu a notícia de que a Natura demitiu 450 funcionários. Como sabemos a natura é um empresa de cosméticos e portanto um produto supérfluo para o consumo da grande massa. O que isto quer dizer? Que a análise feita nesta matéria esta correta e que em breve veremos o efeito dominó.

  8. O desgaste do governo já foi

    O desgaste do governo já foi sacramentado.

    Há tempos.

    Só a Dilma não viu.

    Como a Carolina, do Chico.

    Dilma jamais deveria ter forçado sua reeleição, foi egoísta!

    O PMDB já a apoiava dividido, outros sequer apoiavam.

    Morreu Eduardo, era hora de Dilma subir e permitir o Lula.

    Sim, ela foi egoísta.

    E incompetente!

    O Levy não conseguirá remendar o estrago Mantega.

    Mais provável é pedir pra sair.

  9. Economia em crise

    Acredito que precisamos de ajustes economicos ; sermos mais disciplinados com os gastos,mas se não fizermos as reformas nas leis,nunca sairemos da condição de pais sub-desenvolvido,é urgente a Reforma Plolitica , leis de responsabilidade, combate a corrupção,o povo tem que se unir para cobrar temas especificos,isso tudo sem parar de investir em tecnologia.

    O Brasil precisa desenvolver sua tecnologia,o que acham de por pra trabalhar o Exército  as Escolas Federais e universidades públicas?

  10. Substituição das importações pela produção nacional

    Outra diferença entre o atual ciclo de correção da taxa de câmbio, com os ciclos do passado é que no atual ciclo é elevado a participação dos importados na economia.

    A substituições das importações deve provocar uma rápida recuperação da produção industrial, que deve se acentuar quando começar aumentar as exportações.

    1. Substituir importações ajuda, mas não resolve o problema de caix

      O governo precisa fazer dinheiro para honrar compromissos, a saída é taxar exportações do agronegócio, a Bolivia vai taxar as exportações de Quinoa.

      Precisamos de grana agora para os ajustes, já que a oposição percebeu que caiu na armadilha da Dilma, que bancou o quanto pior melhor, e agora eles perceberam que não ia sobrar nada e piscaram.

      1. Aumento da produção industrial e redução dos juros da Selic

        O aumento da produção industrial para substituir parte das importações vai proporcionar um aumento na arrecadação, além disso o Governo está aumentando alguns impostos que foram reduzidos para compensar a queda do dólar no Brasil.

        Com correção da taxa de câmbio para uma patamar acima dos R$ 3,00 a maioria dos setores não precisarão mais das desonerações para competir com os importados.

        Na medida que os preços se estabilizarem, os juros da selic serão reduzidos o que reduzirá as despesas com os juros da rolagem da dívida dívida, que de longe a maior despesa do Governo Federal.

        Não há necessidade de taxar as exportações do agronegócio , muito pelo contrário, é preciso continuar melhorando as condições de competitividade do setor, como aumentar a produção  nacional de fertilizantes para reduzir as importações, e exigir cada vez mais que o o setor de agronegócio a formalização dos trabalhadores do setor.

  11. Ótima descrição do cenário

    LN fez uma ótima descrição do cenário e dos dois prováveis caminhos a serem seguidos. Também acho que o Real deve ser mantido com valor baixo. Mas não creio que isso seja bastante para redução do déficit da balança a níveis aceitáveis e ao mesmo tempo criar uma economia mais dinâmica.

    O Brasil tem um comércio externo muito pequeno, pelos padrões internacionais. Exportamos, pouco em parte porque nossas empresas se acomodaram a um mercado interno protegido por tarifas afandegárias muito altas, em parte porque o ambiente brasileiro é pouco favorável aos negócios. Temos de ter uma economia inovadora e disposta a correr riscos. O BNDES fracassou inteiramente em promover esse tipo de empresa, não temos política industria digna desse nome, a ABDI, frequentemente louvada pelo Nassif, é de uma incompetêncie e inoperância sem par.

  12. Nassif, para solucionar, selecione.

    Caro Nassif, se eu quisesse ler os textos do Alexandre Weber, iria ao blog dele. Como não pretendo, uma única besteira diária desse estafermo já está de bom tamanho. Não há mais gente inteligente comentando no blog?

  13. E os grâos ?

    Um real desvalorizado fará, na verdade já está fazendo, subir os preços dos alimentos no mercado interno, penalizando e muito os mais pobres, onde a alimentação é uma parcela importante do consumo.

    Um dos caminhos é taxar em 10% todos os grãos exportados. Além de se fazer justiça social, pois a terra agricultável em larga escala é um bem finito e que está nas mãos de poucos, a taxação da exportação de grãos incentiva a agroindústria a se instalar no Brasil.

    O Paraguai taxou em 10% toda a exportação de grãos.

  14. Esse pessoal vive no mundo da

    Esse pessoal vive no mundo da lua…taxar? um governo completamente sem credibilidade não tem força nenhuma pra taxar nada…lembra do João Sem Terra? E a história se repete por farsa…os nobres tomam o poder do rei pelo parlamento

  15. Desde a década de 90 está

    Desde a década de 90 está muito claro que, salvo em situações de fuga de capitais e enxugamento da liquidez internacional, nosso câmbio tenderá para a valorização. Por duas razões. Uma é de ordem política e diz respeito ao seu contínuo uso como ferramenta para segurar preços. O governo Lula II repetiu os erros de outros governos que se viram com abundância de capitais internacionais e cometeu os mesmos erros. A segunda razão diz respeito a nossa taxa de juros e os movimentos de arbitragem internacional. Quando há dinheiro na praça para especulação, sempre haverá algum maluco pensando em jogar uma parte de sua graninha no cassino Brasil e isso já é o suficiente para se fazer um estrago aqui. Isso pode mudar ? Claro que pode, bastaria termos controles de movimentação de capitais para forçarmos o câmbio a operar em um limite de preços mais condizente com a economia real. Mas nenhum político seria louco de pensar nisso, pois estamos todos acostumados à dependência externa e a gastar lá fora o dinheiro que conseguimos aqui. A história econômica do brasil mostra um país que sempre teve que implementar suas mudanças de fora para dentro e por isso nunca conseguiu ter algum protagonismo como nação. Não creio que estejamos maduros os suficiente para termos passado desse estágio.

    1. O governo Lula aproveitou ao máximo a “abundância de capital”

      Além de desdolarizar a dívida pública interna, o Governo do Presidente Lula reduziu a dívida externa pública de quase 50% do PIB para meno de 3% do PIB, além disso aumentou as Reservas Cambias de US$ 36 bilhões para quase US$ 300 bilhões, e quitou antecipadamente a dívida com o FMI.

      Antes do Governo do Presidente Lula, quando ocorria o aumento do dólar no Brasil, havia uma aumento exponencial da dívida pública, em função do baixo patamar das Reservas Cambiais, da elevada dívida pública externa, e da dolarização parcial da dívida pública interna.

      Agora ocorre justamente o contrário, com a atual correção da taxa de Câmbio haverá queda da dívida pública líquida, já que as Reservas Cambiais de de US$ 370 bilhões passaram de R$ 550 bilhões quando o dólar estava em R$ 1,50 para R$ 1,2 trilhões com o dólar a R$ 3,20.

       

  16. …como não sou economista, tem tudo pra dar certo….

    Continuo divulgando minha proposta:

    1- Separa-se a economia por setores

    2- Trimestralmente se avalia a variação de preços em cada setor

    3- Naqueles setores em que tenha havido diminuição de  preços, concede-lhes uma desoneração tributária vantajosa e prorcional as respectivas diminuições, para os próximos tres meses.

    4ª- Inicia uma desvalorização gradual da Selic, corta-se akgumas despesas, e…vamú qui vamú…leiloando dosonerações.

    …como não sou economista, tem tudo pra dar certo…né não ???

     

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