Pasquale explica o porque, porquê, por que e por quê dos defensores do golpe

Da Folha

‘Porquê não mataram todos em 1964’

Pasquale Cipro Neto

Sou limitado, limitadíssimo. Não consigo entender determinadas coisas, nem com reza braba. Quer ver uma coisa que não entendo? Por que é proibido fazer a apologia do nazismo, mas é permitido fazer a apologia da ditadura militar, do extermínio por razões ideológicas etc.? Ah, já sei: Médici foi bem mais bonzinho do que Hitler. Que burro eu!

Bem, eu poderia me alongar nesse assunto, mas o meu texto não teria nem um pingo do brilhantismo do artigo publicado pelo grande Mário Magalhães em seu blog (“O silêncio cúmplice aceita a barbárie”).

Mário esgotou o assunto. Sobrou-me a questão linguística, que, no caso, diz respeito à penúria gramatical da frase que se lê num cartaz que uma nobre senhora brandia no domingo para expor a sua também nobre visão de mundo: “Porquê não mataram todos em 1964”. Sim, assim mesmo.

Posto isso, vou tentar ajudar essas etéreas almas a redigir cartazes que, ainda que indignos da nossa semelhança a Deus, sejam linguisticamente “limpos”, ao menos no que diz respeito a “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê”.

Comecemos pela forma (mal) empregada por essa candidata ao Nobel da Paz, que, salvo engano, queria ter escrito uma frase interrogativa direta. Nesse tipo de construção, não se emprega “porquê”; emprega-se “por que”, sem acento, a menos que haja uma interrupção depois do “que”: “Por que Deus põe no mundo gente de alma tão ignóbil?”; “Você não vai? Por quê?”.

Também se emprega “por que” em perguntas indiretas, como se vê em “Não sei por que essa gente é tão limitada” ou “Ninguém sabe por quê”. Note, por favor, que no segundo exemplo o “que” foi acentuado.

No caso da sentença perpetrada pela discípula direta da Madre Teresa de Calcutá, a forma adequada seria “por que”. E como deveria terminar o sublime pensamento? Com ponto de interrogação? Ou sem ele?

Depende. Quando se escreve, por exemplo, “Por que essa gente diz barbaridades?”, pergunta-se por que essa gente diz barbaridades; quando se escreve “Por que essa gente diz barbaridades”, anuncia-se que se vai explicar a razão pela qual essa gente diz barbaridades.

O que (suponho) a nobre senhora queria dizer se escreve assim no português formal: “Por que não mataram todos em 1964?” (que Deus me abra as portas do céu por eu reproduzir pensamento tão celestial!).

Anote uma dica simples: independentemente da presença ou da ausência do ponto de interrogação, ou seja, independentemente de a pergunta ser direta ou indireta, escreve-se “por que”/”por quê” e pode-se substituir esse “por que”/”por quê” por “por qual razão”, “por qual motivo” ou, em certos casos, por “a razão/o motivo pela/o qual”: “Por que (= ‘Por qual razão’) essa gente é tão ignóbil?”; “Não sei por que
(= ‘por qual razão’) essa gente é tão ignóbil”; “Por que (‘A razão pela qual’) não fui a Washington”.

Para quem sabe inglês, uma boa dica é ver se entra “why” ou “because”. Se entra “why”, entra “por que”; se entra “because”, entra “porque”.

“Porque” é uma conjunção causal ou explicativa, a qual, como já se pode deduzir, introduz a explicação, a causa do que se afirma ou sugere: “Não durma, porque ainda temos muito a fazer”; “Diz barbaridades porque a sua alma é pequena”.

E “porquê”, a forma empregada pela nossa filha de Maria? É substantivo, sinônimo de “motivo”, “causa”: “Não entendo o porquê disso”.

Como dizia o grande Fernando Pessoa, “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. E eu digo: “Senhor, tende piedade de nós”. É isso.

Redação

64 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Muito interessante mas eu
    Muito interessante mas eu defendo as pessoas que fazem apologia ao nazismo, os racistas e idiotas de uma mentira geral em seu direito a se manifestar.
    Isso se chama liberdade!

    Eu defendo está senhora idiota em seus direitos. Ela pode ser idiota se quiser, e ainda dizer a todos que o é.
    Isso é uma qualidade de nossa sociedade, não o contrário!

    1. A velhinha tem todo direito
      A velhinha tem todo direito de expressar o que pensa e o DEVER de responder pelo crime que cometeu
      Essa seria a melhor qualidade da nossa sociedade, se os ricos como ela dessem o exemplo.

    2. Foi a soma dessas liberdades

      Foi a soma dessas liberdades INDIVIDUAIS exaradas em público que nos rendeu misérias e milhões de vítimas ao longo da história.

      Um dos cartazes dos nazistas nas eleições da Alemanha na década de 20 apresentava a foto de Adolfo Hitler e os dizeres “por que querem calar esse homem?”

      Só há liberdade absoluta de expressão quando o emitente e o ouvinte são os mesmo. 

      Se há terceiros incluídos temos uma relação biunívoca entre liberdade e responsabilidade. Finda então o seu caráter absoluto. 

      É evidente que o espaço de que se trata é o público.

      1. Defender o comunismo pode?
        Ou

        Defender o comunismo pode?

        Ou o comunismo(socialismo) não cometeu os mesmos ou piores crimes que o nazismo?

        1. Muitos genocídios foram

          Muitos genocídios foram cometidos em nome da política e religião, então esqueça de falar disso ou daquilo para justificar o nazimo. Agora uma coisa: caso o nazismo tivesse matado só negros, certamente  estaria na vala comum de todos os outros genocídios cometidos no mundo que adormecem nos livros de História. Simples assim.

        2. Prezado Aliança Liberal,
          De

          Prezado Aliança Liberal,

          De onde tu extraístes que fiz defesa de menção à CENSURA PRÉVIA? Apenas sublinhei que a única liberdade de expressão realmenter absoluta, ou seja, inatingível por qualquer censura ou intertido é a que confunde o emissor e receptor da mensagem. Tudo o mais, seja inerente a comunismo, capitalismo, socialismo, o diabo a quatro é passível de restrição, mesmo as de cunho, digamos, positivos ou neutros..

          Não, o comunismo não cometeu os mesmos crimes que o nazismo. E não confunda comunismo com socialismo. Nunca tivemos experiência com relação ao primeiro. O dito “socialismo real” foi tudo, menos comunismo. Vocês atacam uma alucinação.

           

           

          1. O comentário ta no lugar

            O comentário ta no lugar errado, mas deixa, ate serve.

            Sobre socialismo eu sei sobre o assunto, mas veja que fica fácil para você , falar “não é comunismo-socialismo”.

            Eu posso então falar que não existiu capitalismo, nem liberalismo.

            E o comunismo cometeu crimes mais barbaros que o nazismo, que também é socialismo mas não marxista.

          2. Onde faltam neurônios…

            “…que o nazismo, que também é socialismo mas não marxista.”

            kkkkkkkkkk, digo, eh eh eh eh…

            Acho que a  Oh!Neide  passou os tenis para a figurinha e esqueceu de implantar o único neurônio no amigo.

      2. JB,

        dos tempos de peleia no rio grande originou-se um ditado.

        não se gasta chumbo com chimango!

        chimangos eram os governistas da época. significava que a vida do sujeito não valia a  munição gasta. sendo executado na faca.

        não preciso completar o raciocinio, né? não perca seu tempo tentando um diálogo inútil.

    3. A pregaçã da senhora idiota

      A pregaçã da senhora idiota não é expressão de liberdade. É o reconhecimento de que o Estado tem direito de exterminar os que não professam a sua ideologia. Isso é crime. O Estado foi estabelecido para garantir a liberdade de pensamento dos seus cidadãos, não para exterminar os que dele divergem.

      Na propria definição da palavra liberdade se coloca o limite: conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei. E a lei não faculta a ninguém o direito sobre a vida de outro. A liberdade se exerce no campo da idéias, não da pregação do extermínio físico. Isso é barbárie. E o Estado tem que ter mecanismos para conter a barbárie. 

      Ainda dentro das manifestações de domingo, liberdade foi reivindicada pela senhora de vermelho que postou-se no espaço público reivindicando o seu direito de protestar. Mas sem pregar a morte de seus oponentes. As pessoas que a agrediram feriram o seu direito à liberdade.

      Para Kant, as leis da liberdade chamam-se morais para distinguir-se das leis da natureza. Enquanto se referem somente às ações externas e à conformidade à lei, chamam-se jurídicas; se, porém exigem ser consideradas em si mesmas, como princípios que determinam as ações, então são éticas.

       

       

       

  2. Um belo tabefe com luva de pelica

    Será que essa ilustríssima e caridosa senhora está gostando de sua fama repentina? Será que seus amigos, parentes e próximos continuarão apreciando de sua companhia depois de externar pensamentos tão elevados?

    Será que frequenta missas, como toda boa senhora conservadora? O pensaria o padre que a recebe na paróquia?

    Mas fica a pergunta: por que pessoas assim nos chamam mais atenção do que aqueles que mais admiramos?

      1. A imagem que o ícone coxinha

        A imagem que o ícone coxinha me evoca é precisamente um ser com glúteos e barriga bem desenvolvidos e afunilando bastante na parte superior do corpo: a cabeça…

      1. Interessante essa foto, ilustra, para mim, um choque geracional.

        Um homem da minha geração jamais tomaria essa atitude. Mostrar a bunda.

        Temeria por quanto poderiam por em dúvida a sua masculidade, por quanto poderiam considerá-lo oferecido, por quanto algum colega da fábrica pudesse elogiar o seu “derrière”.

        Atitudes de desafio seriam feitas, se fosse o caso, balançando outra parte da anatomia mausculina.

        Mas a geração atual é americanizada. Geração macdonald´s. Geração bunda-mole.

        1. Submissão cultural

          Para mim esse gesto representa uma submissão cultural. O ato de mostrar a bunda é considerado uma ofensa da parte de quem mostra para quem esta vendo na cultura americana. No Brasil esse gesto não tem a mesma interpretação, sendo considerado um oferecimento por parte de quem está mostrando.

          É como a frase em inglês “kiss my ass”. Traduzida ao pé da letra e sem considerar as diferenças culturais, deixa de ser uma ofesa e passa a ser uma proposta sexual aqui no Brasil.

          Esses jovens estão tão aculturados que não perceberam que sua atitude teria outra inerpretaçao em nossa cultura.

          Nenhuma cultura está certa ou erada, mas desconhecer as diferenças culturais e um problema, principalmente se você assimila de forma acrítica a cultura estrangeira e a reproduz aqui, desconsiderando sua propria cultura e a de seu povo. E pior ainda quando isso se dá no contexto de uma tenativa de ofensa chula, que torna-se pateticamente fracassada devido a essa submissão cultural.

  3. Preconceito

    Preconceito linguistico.

    Segundo a linguista Marta Scherre, o “julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala” .

    Inventaram uma regra agora tem que aceita la.

    Outra regra que criaram e vão ter que aceitar, “je suis charlie”.

     

     

    1. Todo emprego da linguagem

      Todo emprego da linguagem depende da situação de comunicação e depende do grau de instrução de quem o faz. Gente “que se acha” como essa classe média tradicional que chama o Lula de burro, por ele não ter instrução formal, comete erros bárbaros ao escrever. Deveriam dominar a gramática tradicional, afinal, são tão “superiores”, não é, alianca?

    2. Louco ou burro? Ou cínico?

      Esse tal de Aliança me deixa na dúvida… É louco? É burro? Mais parece mesmo um cínico raso de cultura. Fica dando uma contra a tudo que se fala mas se confunde todo, e acaba escrevendo as coisas mais ridículas possíveis. Acho que é mesmo um caso perdido de mente que foi dissolvida de tanto ler Veja e assistir Globo.

      Em tempo: A assinatura que ele exibe com orgulho pode ser até uma frase de Nelson Rodrigues (provavelmente fora do contexto real que foi escrita) mas revela o quanto é medíocre o pensamento desse tal “aliança”. Ele só é capaz de reagir. Nunca capaz de propor. A mente limitada que ele possui só deu capacidade a ele de reagir, nunca de propor, de sugerir, de criar. É um eterno menino mimado reclamando da mãe castradora (igualzinho ao Aécio chorando a eleição perdida). A assinatura que ele exibe com orgulho diz muito a respeito do seu carater. É sim reacionário, no sentido de ser incapaz de pensar por conta própria só sendo capaz mesmo de desvalorizar o que os outros falam e pensam. Só é capaz de reagir e nunca propor.  Fica na posição confortável de quem a tudo critica e nunca apresenta nenhuma solução, nenhuma reflexão, nenhum debate produtivo. Só mesmo a reação raivosa, como um pitbull mal-educado e agressivo, mas vazio de ideias, sem capacidade para apresentar algum argumento adulto e coerente. Infelizmente você tem mesmo razão de ter orgulho de ser reacionário, pois não teria capacidade de ser nada além disso.

    3. Que m****! Sou obrigada a defender o Aliança

      Ele tá dizendo isso por motivos errados, mas tá certo no que disse. É anti-democrático censurar alguém por questoes de uso da linguagem. Ainda mais por essas regrinhas idiotas de gramática normativa. (Se bem que escrita é diferente de fala, mas ainda assim).

      Vou colocar aqui um trecho de M. Gnerre (no livro Linguagem, Escrita e Poder) a esse respeito:

      “Talvez exista uma contradiçao de base entre ideologia democrática e a ideologia que é implícita na existência de uma norma linguística. Segundo os princípios democráticos, nenhuma discriminaçao dos indivíduos tem razao de ser, com base em critérios de raça, religiao, credo político. A única brecha deixada aberta para a discriminaçao é aquela que se baseia nos critérios da linguagem e da educaçao.”

      a

      1. Não, isso não é preconceito.

        O contexto é claro. Trata-se de uma crítica ao posicionamento totalitário, uma crítica ao elogio da violência.

        O professor Pasquale fez uso de uma figura de linguagem, a ironia.

        Fazer a correção ortográfica da cartolina não era a sua intenção, foi apenas um mote.

        1. Claro que é. Escolher isso como motivo da ironia…

          Nao é por isso que as posiçoes dessa senhora sao criticáveis. O que ele fez é equivalente a criticá-la por ser feia ou gorda, ou velha, ou negra, ou gay, ou judia. Vc só nao leva a sério o preconceito linguístico, porque nunca pensou nisso, ao passo que — espero — levaria a sério se ele tivesse feito uma dessas “críticas”.

          1. Imperdoável.

            “Comecemos pela forma (mal) empregada por essa candidata ao Nobel da Paz, que, salvo engano, queria ter escrito uma frase interrogativa direta. Nesse tipo de construção, não se emprega “porquê”; emprega-se “por que”, sem acento, a menos que haja uma interrupção depois do “que”: “Por que Deus põe no mundo gente de alma tão ignóbil?” …”.

            Onde Pasquale chama a senhora de burra, gorda, feia ou negra? Onde ele a rebaixa por ter cometido um erro primário? 

            A ironia está em gente de alma ignóbil candidatar-se ao Nobel da Paz. Alguma dúvida sobre ser uma ignomínia lamentar-se o não assassinato de um prisioneiro?

            Mas o uso da ironia cobra seu preço. 

            Eu sei, pago-o com gosto. Creio que Pasquale também.

             

             

          2. Releia, Sérgio. É má fé, ou só erro de interpretaçao?

            “Onde Pasquale chama a senhora de burra, gorda, feia ou negra?”

            Releia o que eu disse.

            “O que ele fez é equivalente a criticá-la por ser feia ou gorda, ou velha, ou negra, ou gay, ou judia”. Negrito de agora… 

            Preconceito linguístico é tao grave quanto qualquer outro preconceito.

  4. Ótimo texto do Pasquale,

    Ótimo texto do Pasquale, lição de civilidade e de gramática normativa. Aproveito para corrigir o título do post: seria “o porquê”.

    1. Bato palmas para a liçao de civilidade.

      Já a de gramática normativa está deslocada. Primeiro, pelo caráter artificial dessa gramática, em si. E segundo pela aula ser usada para ridicularizar alguém. Esse alguém pode ser uma idiota completa, como é o caso, mas nao é idiota por questoes de ortografia…

      1. Não é só gramática, é

        Não é só gramática, é HUMOR… não dá prá relaxar um pouquinho?…

        Que dupla de anarquistas temos aqui no blog!… o dono do blog não pode se queixar.

        1. Humor sim. PRECONCEITUOSO

          Nao há nenhuma contradiçao necessária entre as duas coisas, basta aliás ver Gentilli, Zorra Total, Chico Anísio, etc.

          Aliás essa tentativa de justificar o preconceito com o fato de ser humor é antiga. Piadas racistas, machistas, etc. abundam. Humor nao pode ser usado para desculpar preconceito.

      2. Acho que você não entendeu.

        É mais que óbvio que as críticas e ironias do Pasquale são direcionadas à postura fascistoide da muher e não ao uso da língua.

        Vejamos os termos que utiliza para definíla (ou pessoas como ela):

        “Nobre” senhora;

        Etéreas almas;

        Candidata ao Prêmio Nobel da Paz;

        Gente de alma ignóbil;

        Discípula de Madre Teresa de Calcutá;

        Pensamento celestial;

        Filha de Maria.

        Nada disso tem a ver com a questão gramatical, ou de utilização da norma padrão. O que está em jogo aqui é o conteúdo da mensagem , não a forma.

        1. Só porque vc escolheu nao ver…

          Gente, vamos parar com isso. Nao é porque uma pessoa é nossa adversária que vale tudo contra ela. Senao nos igualamos a ela em baixaria… Essa senhora é uma idiota fascista. Mas nao o é por questoes de linguagem. E o Pasquale nao a criticou SÓ pela linguagem, mas seguramente usou a linguagem dela como pretexto para a crítica. E isso NAO É DEMOCRÁTICO.

          1. Esclareça

            O que seria democrático? E pela linguagem, prefiro a sutileza ( ou ironia, como queira) do que chamá-la idiota facista.

          2. Vc nem sabe o q é democrático? É nenhum cidadao ser discriminado

            por motivos de raça, gênero, origem, nacionalidade, religiao e USO LINGUÍSTICO!

            Essa mulher é uma idiota fsacista. Mas nao é fascista  por ser mulher ou pelo uso da linguagem que faz. Menos ainda por nao saber bobagens de gramática normativa.

          3. Ficou faltando no mínimo mais um.

            Oção política.

            Se não vejamos, você a considerou idiota pelo escrito  no cartaz. Dz-se normalmente que idiota é quem carece de inteligência, discernimento, ignorante, estúpido, destituído de inteligência, palerma, ( a lista é grande, fui procurar). Espero que, se eu a considerar (ela) uma pobre coitada que é idiota pois só consegue olhar os seus (delas) interesses em detrimento de toda uma conjuntura política econômica e social, espero que não me chame de preconceituoso.

            E novamente, sejamos menos agressivos.

          4. Depende da opçao política

            Quando uma pessoa é fascista, e deseja a morte de seus opositores, nao pode alegar estar sendo discriminada por ser chamada de idiota fascista. Discriminar isso é mais do que natural. Pode-se ser conservador, mesmo de direita, sem ser fascista. E criminosa, porque defender a morte de outros é crime.

            E nao tenho a menor preocupaçao em nao ser agressiva com gente como ela. Apenas me recuso a usar de argumentos inadequados e preconceituosos. Agora ser agressiva por aquilo que ela realmente é, e que é realmente algo censurável, está adequado.

          5. Acho sua interpretação equivocada

            Minha cara, em minha opinião você está confundindo algumas coisas e se voltando contra o texto sem razão.

            Não houve no texto nenhum preconceito em deboche em relação ao erro de ortografia.

            O professor Pasquale é conhecido pelos seus textos explicativos a respeito da língua portuguesa, onde usa exemplos do dia a dia para ilustrar os assuntos abrodados. Ele chegou até a ter um programa de televisão onde dava rápidas dicas de como expressar-se corretamente e neles usava invariavelmente exemplos da cultura popular ou de atualidades para ilustrar seus ensinamentos. E sempre fez isso sem debochar nem fazer pouco daqueles que cometem erros de português.

            No caso do texto deste post ele usou o mesmo tom de seus conselhos sobre a Língua Portuguesa, usando como exemplo o erro de português do cartaz. MAs isso foi feito como recuso literário para a verdadeira intenção que foi criticar a mensagem da frase analisada.

            Sim a crítica quanto à mensagem foi ácida e contundente, como devem ser as críticas à apologia ao crime e a brutalidade política, que foi o conteúdo do cartaz citado. Mas não houve crítica ou deboche ao erro de português cometido. Se você retirar do texto as críticas ao sentido da frase, verá que o que sobra não critica nem ataca a senhora (uso o termo por educação, embora pela sua atitude ela não o mereça) que portava e provavelmente fez o cartaz.

            Aliás mesmo contundente, a crítica do Professor Pasquale não foi à pessoa em questão, mas sim à idéia expressa em seu cartaz.

            Concordo com você que não se deve debochar das pessoas por preconceito cultural, nível de instrução e digo até em relação a erros de português cometidos. Eu mesmo erro muito e devo ter cometido diversos erros neste mesmo texto. Mas acho que sua interpretação do post foi equivocada e nele não há nenhum preconceito, deboche ou falta de respeito para com a pessoa que portava essa mensagem tão profundamente revoltante.

            Achei sim uma abordagem interessante, pertinente e adequada.

          6. Ruy, vc tá fazendo um erro de lógica

            Sou perfeitamente capaz de ver o que vc diz. E de ver outras coisas TAMBÉM. Dizer que “há X” nao significa que “nao há Y”.

            Claro que houve deboche em relaçao ao erro de ortografia, ele orientou todo o texto em funçao disso. Que foi um pretexto para dizer outras coisas e criticar o fascismo da mulher? Sim, foi. Mas ESCOLHEU ISSO para pretexto…

            Além do mais foi pretexto para outra coisa também: dar uma “repaginada” nessas velharias de gramática normativa de que ele vive, vender esse peixe podre de forma “simpática”.

            E eu se fosse vc acreditaria um pouco menos nessas bobeiras de gramática normativa, se expressar “corretamente” — o que isso quer dizer? — e quetais. Nada disso tem o menor valor científico, a descriçao contida nas gramáticas normativas está mais de 100 anos atrasada em relaçao à realidade da língua. Nesse caso é só ortografia, OK, ortografia é só convençao. Mas essas bobeiras de língua certa sao uma das principais causas do fracasso escolar de crianças de classes populares. A língua nao é homogêna, tem várias variedades, e NENHUMA DELAS É SUPERIOR ÀS OUTRAS.

  5. Brilhante aula!

    Ganhei o dia de hoje com essa excelente aula do iluminado Professor Pasquale!

    E concordo plenamente com suas delicadas observações sobre o carater e o intelecto desses pobres manifestantes, mesmo sem conseguir entender o porquê de tanto ódio! Pergunto aos meus botões por que desejar a morte de pessoas que arriscaram suas vidas para que todos pudessem se manifestar livremente? Talvez porque o pobre melhorou de vida o suficiente para não mais ficar mendigando os restos aos senhores patrões, cujas almas sofrem tanto com o fim da escravidão! Por quê é tão dificil aceitar que somos todos humanos e filhos de Deus?

    Um bom fim de semana para todos!

  6. Excelente texto do professor

    Excelente texto do professor Pasquale e seu afiado humor.

    Eu gostaria de acrescentar mais uma observação à frase dessa santa e simpática senhora, apontando outro erro que não foi abordado no texto. Uma observação de significado.

    A frase dela (tal como escrita no cartaz): “porquê não mataram todos em 1964”

    Ao olhar com cuidado a foto observamos uma senhora que tem mais de 60 anos de idade nascida, portanto, antes de 1964.

    Se ela lamenta que não mataram todos em 1964 fico imaginando que ela queria se incluir nesse todos.

    Todos são todos e não alguns apenas.

    Ou seja, ela lamenta também não ter sido morta em 1964.

    Triste este país !

    1. Todos são sempre os

      Todos são sempre os outros.

      Outro dia uma amiga estava braba porque uma senhora pobre tinha 11 filhos e queria uma lei limitando os filhos em 2. Esquecia, claro, que era a quinta filha de um pobre agricultor com filhos ajudando na roça desde os cinco anos.

  7. Agradeço muito o professor

    Agradeço muito o professor Pasquale ter esclarecido tudo. Até agora eu estava esperando essa senhora explicar “porque não mataram todos em 64”. Sei lá, eu estava achando que de repente em outra marcha ela carregaria um cartaz enumerando as razões “porque não mataram todos em 64”. E esclarecendo quem são esses “todos”

  8. Esse cara ainda existe?
    Pelo

    Esse cara ainda existe?

    Pelo visto continua com a fixação nas irrelevâncias da forma. Terá ainda o patrocínio do Mcdonald’s?

    1. Falou e disse, André.

      Se bem que nao tenho certeza se o cara do Mcdonald’s — o que queria que disséssemos hamburgueres, em vez de hamburguers, lembram? — era ele ou outro caga-regras da época.

    2. Aproveitando.

      Irrelevância ou importância não seriam conceitos subjetivos? Conheço  pessoas para as quais política é irrelevante, mas beber é questão de vida ou morte. Creio que está falando em teu nome, claro.

  9. Djijo

    A ironia do professorPasquale é os manifestantes se apresentarem como massa culta que mora em Miami e fala francês contra um ex-presidente apedeuta e ptsada sem pai.

    1. Meu caro, aí não. O pessoal

      Meu caro, aí não. O pessoal do lado de lá uso o mesmo “argumento” contra a presidenta Dilma, por ser mulher. E daí?

      Não se fala o mesmo com relação aos homens. Por que será? 

      Já respondo: por machismo, por sexismo.

      1. Pois é Jair Aqui vc se recusou a aceitar 1 comentário preconceit

        Por que acima nao? Preconceito linguístico é tao grave quanto qualquer outro preconceito… E de preconceito nao se deve usar nem contra os adversários.

  10. Por que

    É verdade. , por quê ? Amo meu país , sei que Dilma vai ultrapassar todos , todos os analfabetos , mas estarei lá! Pois por causa de uma mandioca  fizeram uma guerra de ironia ! 

     

     

  11. Sem dúvida, a senhora poderia

    Sem dúvida, a senhora poderia ser condenada porque “assassinou” a gramática e por ter desfiado impensado ódio.

    Já, os causadores de tanta indignação “assassinaram” o país, porque levaram a termo sua sede de poder e cinismo.

    Quem é pior? Por que? Transformar um cartaz numa batalha político-ideológica pareceu mau pretexto.

    1. Por quê?

      Caro Daveiz,

       

      Segundo a ótima explicação do Pasquale o seu “Por quê?” na última frase tem acento, porque termina a frase. O texto do Pasquale procura ensinar o correto e formal emprego dos porquês na nossa Língua e parece que você não compreendeu uma parte. Talvez porque tenha ficado mais incomodado pelo fato de que o conteúdo do cartaz não conta com o apoiio ideológico deste professor.

      O cartaz não é batalha político-ideológica, a manifestação é. E pareceu totalmente óbvio que o Pasquale, pessoa culta e conhecedor de História do Brasil, apesar de não ser sua especialidade, além de humanista sabe que é óbvio que não faz sentido defender que aquele sangrento regime tivesse matado mais ainda do que matou, talvez se espelhasse na Argentina ou na Alemanha e matasse aos milhares ou milhões.

      Que o ódio manifesto nesse e em muitos outros cartazes não são contrários aos muitos defeitos que esse ciclo de governos tem, mas suas qualidades e o ódio de muitos que se sentiram menos privilégios, não porque os perdeu, mas porque outros passaram a gozar de direitos que, alguns julgam, não seriam merecedores.

      Infelizmente essas manifestações tem mostrado o quanto a educação brasileira precisa melhorar, não só em quantidade, mas em qualidade. Mas, com certeza, mesmo quando ela for boa o suficiente, ainda haverá canalhas e mentirosos a distorcer a realidade e só a organizção e o trabalho dos que defendem o interesse da maioria e dos trabalhadores poderá impedir que esses exploradores tenham sucesso.

  12. Como assim….

    Ficarei por entender como uma discussão a respeito do uso do por que porque porquê e porquê acabou ser transformando em discussão de ideologias políticas……O pessoal não tem mais o que fazer não??!?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador