Uma manobra grega maior que a vitória de Maratona, por J. Carlos de Assis

Uma manobra grega maior que a vitória de Maratona

J. Carlos de Assis

Desde 490 antes de Cristo, quando da espetacular vitória de Maratona sobre os persas, que os gregos não tinham nada melhor a comemorar no plano internacional do que a singela apresentação à Alemanha  da conta de 278,7 bilhões de euros por conta de suas atrocidades no país durante a Segunda Guerra. É um golpe de mestre. Fora a jogada de Putin na Crimeia, nada melhor se apresentou aos contemporâneos em matéria de estratégia, numa Europa que parecia estar politicamente, e não apenas economicamente estagnada.

Vejam-se todas as implicações dessa cobrança de dívida de guerra. O ministro da Economia  da Alemanha, Sigmar Gabriel, teve uma reação típica de seus ancestrais de longas botas ao classificar como “estúpido” o pedido grego. Na verdade, ele, claramente, é um estúpido. A Grécia, onde foi fundada a política, fez um movimento de xadrez típico  que não dá muita margem ao adversário. Que dirá a Alemanha? Que não tem culpa? Que não tem dinheiro para pagar? Ou simplesmente que renega a dívida?

Bom, se estivermos diante da última hipótese, então estaremos realmente no meio de uma gravíssima crise financeira na Europa. É que os gregos invocarão total legitimidade por não pagar os créditos que a troika lhes impôs mais ou menos do mesmo valor que a conta apresentada: se alemães, que são “os” alemães, decidem não pagar uma dívida absolutamente legítima do ponto de vista grego, então por que os gregos, muito mais pobres, iriam pagar uma dívida mais duvidosa, contaminada pela consultoria da Goldman Sachs? Os alemães só tem uma saída: partir para uma arbitragem neutra. Para ser aceita pelos gregos, porém, não vale colocar no papel de juízes neutros os abutres que servem os interesses alemães. Os gregos certamente não aceitarão.

Em tese, a Alemanha poderia recorrer a seu expediente de 1939: militarmente muito mais forte que a Grécia, como o era em relação à Polônia e à Tchecoslováquia naquele ano, ela poderia com grande facilidade mandar alguns batalhões de tanques no sul da Europa para reafirmar sua soberania sobre a Grécia. Aparentemente o resto da Europa não concordaria com esse tipo de solução final. Contudo,  para salvar a estrutura financeira abutre da Europa, que associa interesses da maioria dos ricos do continente, não se descarta de forma absoluta a solução militar, dependendo do que pensem e atuem as potências nucleares europeia de segunda linha, França e Inglaterra.

A imprensa brasileira, que tem uma vocação imperturbável para saudar as realizações dos poderosos, está tratando a questão grega, agora transformada na cobrança de uma dívida de guerra, como um tema menor. Não sei se é algo inconsciente ou é proposital, fruto de incompetência. O Jornal Nacional deu um registro sumário na segunda-feira, e depois não voltou ao assunto. Quanto aos jornais, o único que deu destaque e um tratamento devido, a começar por uma manchete na primeira página, foi o Monitor Mercantil.                 

A Grécia cobrará da direita europeia cada lágrima rolada em seu padecer de um desemprego de mais de 25% desde o início da crise. Não se trata apenas da Alemanha, onde até mesmo os sociais democratas, aos quais pertence o ministro Gabriel, capitularam ao neoliberalismo militante que está destruindo não só a economia grega, mas a de Portugal, Espanha, Irlanda, e muito brevemente Itália. Na verdade, nem mesmo a França, que estagnou, não escapará do furor neoliberal que está destruindo a civilização europeia.

A iniciativa grega não deixará outro espaço de manobra para esses países, que a imprensa de direita havia chamado pejorativamente de PIGs (porcos), senão o recurso à renúncia de suas dívidas ou à debandada do euro. Em qualquer hipótese não restará pedra sobre pedra da arquitetura financeira especulativa da Europa. Gramsci dizia que você deve trazer o adversário para uma posição da qual ele só pode recuar com desonra. Os gregos trouxeram os alemães e a direita europeia para uma posição delicada. Acaso irão para uma derrocada sem honra?

J. Carlos de Assis – Economista, professor, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, autor de “A Razão de Deus”.

                

Redação

20 Comentários

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  1. Manobra de incompetentes

    A Grécia é como um time de futebol que cobra da FIFA sua volta à primeira divisão por conta de um erro de arbitragem acontecido 50 anos atrás. Não teve competência em todos esses anos de arrumar a sua casa, e agora quer passar a conta aos outros.

    Se Grécia renunciou à tarefa de construir o seu próprio destino e quer mesmo viver de esmola, então funde por lá um partido tucano e se entregue logo para os EUA (aí vão conhecer mesmo o que é um “cavalo de tróia” político). 

    1. Nao vale, voce mudou de

      Nao vale, voce mudou de assunto!  A questao dos gregos eh sobrea legitimidade da divida grega perante bilionarios da Alemanha.  A maior parte da populacao grega era tao mineira que nem sabia que a divida tinha virado bola de neve porque tava tudo escondido antes da crise, como no Parana e em MinasGerais.

      Nada a ver com esmolas.

    2. Competências argumentativas …

      Até o filósofo Rivelino dava conta dessa querela. Entrar em campo era com ele mesmo, dar um pique e um chutão e fazer gol também.

      Acho que está tendo déficit de coxinha no mercado, atrapalhando o campo argumentativo.

    3. Alexis,

      Você precisa de mais informações.

      Não se trata de um simples erro de arbitragem; a dívida da Alemanha existe. E não foi paga.

      Fatos, apenas. 

      1. A moral e a bancária!

        Existe a dívida moral, que será difícil de cobrar e existe a Bancária que especialistas acham que a posição da Grécia é forte e o máximo que a Alemanha pode fazer é declarar que ela é vigarista!

        O negócio para a Angela Merckel não tá simples. Embolou no meio do campo.

  2. Acordo com Rússia. Tsipras diz que a Grécia não é um pedinte

     

    do Observador

    Já terminou a reunião entre Tsipras e Putin com o anúncio de um acordo na área da economia e energia. Atenas não pediu ajuda financeira. “A Grécia não é um pedinte”, disse o primeiro-ministro grego.

    A “Grécia não é um pedinte que vai aos outros países pedir ajuda para resolver os seus problemas económicos”. Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião com o presidente russo, Alex Tsipras realçou que a crise economica não é apenas uma preocupação grega, trata-se de uma crise europeia.

    Também o presidente russo fez questão de garantir que os gregos “não pediram ajuda” financeira, mas ficaram abertas as portas para o desenvolvimento de negócios em parceria, designadamente na área da energia, que poderão envolver financiamento indireto à economia grega. Até porque, Rússia está interessada em participar nas privatizações gregas. Putin pede que as empresas russas sejam tratadas com igualdade.

     

    Alexis Tsipras e Vladimir Putin assinaram um plano de ação para dois anos. A reunião entre os dois terminou depois de pouco mais de uma hora de encontro, no final, ambos afirmaram que chegaram acordo em vários linhas, nomeadamente para reatar os laços económicos e na área da energia. Putin garante: “Discutimos cooperação, não ajuda”.

    Em termos políticos, Alexis Tsipras chutou a responsabilidade da crise grega para os parceiros europeus: “Os problemas gregos são problemas europeus e precisam de uma solução europeia”. Contudo, acrescentou, o país tem o direito de alcançar acordos com outros países para ajudar a Grécia a sair da crise. Durante a conferência de imprensa, Tsipras pediu ainda para que se pare de comentar cada ação do governo grego até porque a Grécia tem o direito de regressar ao crescimento económico. “A Grécia não é uma colónia da dívida”, diz. Acrescentou contudo que o país respeita os seus compromissos nas organizações internacionais em que participa.

    A parte mais importante e em que o acordo parece ser mais pormenorizado tem a ver com a transformação da Grécia num hub da energia da União Europeia. Tsipras e Putin discutiram o projeto de expansão do gasoduto turco, passando pela Grécia o que tornaria aquele país um hub da distribuição de energia. “Queremos aumentar o papel da Grécia como hub de energia”, disse Tsipras. Além disso, o primeiro-ministro grego defendeu que o país helénico pode fazer a ponte entre a União Europeia e a Rússia na área do gás onde as relações são especialmente tensas.

    No plano internacional – e tendo em conta o conflito na Ucrânia – Tsipras mostrou solidariedade para com Putin e ambos pedem, no acordo de princípios que estão a assinar, para que a ONU se abstenha no uso da força, uma vez que a ONU deve respeitar a “integridade territorial”. Por causa do conflito na Ucrânia, a União Europeia impôs sanções económicas à Rússia, sanções que Tsipras já tinha criticado e volta a fazê-lo no Kremlin. Lado a lado com Vladimir Putin, Tsipras disse que não concorda com a lógica das sanções porque não são “uma solução eficaz”. Na resposta, o presidente russo disse “compreender que a Grécia foi forçada” a votar favoravelmente às sanções, mas que não pode “fazer exceções para um país”. Por isso, defendeu, o melhor caminho é “acabar com as sanções” e que está disposto a trabalhar com a Europa numa solução.

    No final, Putin agradeceu a Tsipras pela “conversa construtiva e aberta”.

    Já o primeiro-ministro grego, que também falou no final da reunião, diz que teve uma conversa com conteúdo e que o dia 8 de abril fica na história por ser um dia “importante para as relações entre a Grécia e a Rússia” e que a Grécia é um estado soberano e por isso tem direito a escolher a sua política internacional. Resposta do primeiro-ministro grego depois dos avisos dados pela Comissão Europeia e por outros responsáveis.

    Até agora, os dois líderes dizem apenas os aspetos gerais do acordo, que incluiu também o setor do turismo e infraestruturas, mas não entraram em detalhe.

    Perante o alarido da visita do primeiro-ministro grego à Rússia, Putin disse não entender o porquê de tanta conversa uma vez que os estados têm o direito de procurar uma solução para os problemas nacionais.

    Sorrisos e cumplicidades antigas

    Sorrisos à chegada e promessas de entendimento para a reunião. Foi assim que começou o encontro entre o primeiro-ministro grego e o Presidente russo. No início do encontro, que ainda decorre, Alexis Tsipras disse apenas que “a Grécia tem laços antigos com a Rússia” e que está em Moscovo para “renovar esse relacionamento”. Recebeu de Vladimir Putin a concordância.

    “Temos de encontrar uma maneira de saber como podemos levar esta relação para a frente”, disse Putin também no início do encontro. O presidente russo apenas referiu a necessidade de retomar o volume de negócios entre os dois países, porque lembrou, a quebra das trocas comerciais entre os dois foi de 40% em 2014. A quebra dos negócios aconteceu depois de a união Europeia ter imposto sanções económicas aos russos por causa do conflito na Ucrânia. Como retaliação, Putin decidiu cortar nas importações de bens alimentares dos 28. A Grécia é particularmente afetada no setor da fruta e esse é um dos assuntos em cima da mesa, até porque a Rússia é o principal parceiro comercial dos gregos.

    Ao mesmo tempo que Tsipras e Putin começavam a reunião, o porta-voz da Comissão Europeia (CE), Margaritis Schinas garante que estão a ser feitos “progressos passo-a-passo”. Estamos envolvidos em intensas discussões com todos os parceiros” para encontrar uma solução para a Grécia, acrescenta. Ainda durante a conferência de imprensa, o porta-voz da CE exclamou: A Grécia “faz parte da família europeia”

    “Todos os membros da família não têm de, necessariamente, viajar para os mesmos sítios, mas são todos membros da família e têm a mesma visão do mundo”, disse.

    No rol de declarações sobre o encontro, o ministro russo da economia, Ulyukayev, garantiu que os russos têm para oferecer a Tsipras uma proposta sobre o embargo de bens alimentares.

    Entretanto, a Grécia conseguiu renovar a dívida a seis meses. Num leilão esta quarta-feira, o país conseguiu vender 1.138 mil milhões de euros em bilhetes do tesouro a seis meses, a quase 3% de juros.

     

    1. Luz queremos luz!

      Caro Gilberto Cruvinel

      Sensatíssima sua intervenção no debate. 

      Colírio para os nossos olhos poluídos de fumaça dogmática nesses tempos de redes sociais.

      Espero que os assessores da presidenta Dilma e os assessores de toda a oposição tenho a oportunidade de ler a post e a sua opinião.

      Quem sabe possam clarear seus cérebros e ilminar suas decisões!

      Nós carecemos de espertança e não se pessimismo que sejam históricamente concistentes.

       

  3. Há na cobrança da Grécia duas faturas!

    Na cobrança da Grécia há duas faturas que foram apresentadas, uma que dificilmente a Alemanha pagaria numa arbitragem neutra e outra que a Alemanha pode inclusive ter que pagar mesmo numa arbitragem totalmente parcial formada por diretores de Bancos Internacionais, aí que está a esperteza da Grécia.

    A fatura de indenizações tem duas partes, a primeira referente aos crimes de guerra que a Alemanha fez durante a segunda grande guerra, como massacres, destruição de propriedades e mais outras crueldades, que por mais incrível que pareça é a mais incobrável das dívidas, simplesmente porque implicitamente quando a Grécia entrou na zona do Euro ela aceitou como pago estes débitos de guerra.

    Porém há uma dívida que pode ser facilmente recuperável pela Grécia, o empréstimo forçado que os alemães fizeram os gregos pagar a Alemanha pelas perdas que esta teve na invasão da Grécia. É isto mesmo, a Alemanha após invadir cada país ela apresentava a custa da invasão aos países invadidos. Países que estavam em estado de guerra formal contra a Alemanha, como França e Inglaterra, este tipo de dívida por mais absurda que pareça é mais ou menos tradicionalmente cobrada pelos vencedores e aceita pelos vencidos, entretanto a Grécia nunca esteve em conflito com a Alemanha, ela foi simplesmente invadida e dominada, logo a lógica ilógica das indenizações dos vencedores não se aplica ao caso Grego.

    Por este motivo, dizer que a Grécia age de forma irresponsável sem base legal nenhuma é uma tal ignorância que dá gosto, há um empréstimo forçado sem juros que foi tomado pela Alemanha, a discussão que pode ser feita é sobre os juros que devem ser aplicados sobre este empréstimo, como foi um contrato Leonino cabe a Grécia pedir uma arbitragem internacional para determinar qual a taxa de juros que deve ser colocada sobre o valor histórico.

    Lembre-se a França durante mais de uma centena de anos tentou cobrar as indenizações que o Haiti devia a ela, só deixando de existir esta dívida, que foi acordada e contratada abaixo da ameaça de canhões da marinha francesa neste século.

    As criancinhas e os demais civis mortos pela Alemanha na invasão e nos massacres durante a segunda guerra, não tem direito a nada, mas o sistema financeiro é implacável, deveu e não pagou fica devendo até pagar ou ser perdoado, e como não foi o caso quem ajoelhou (no caso a Alemanha) tem que rezar.

  4. A Europa é a “mãe de todas as grandes guerras”

    E também será a mãe da próxima.

    A Comunidade Europeia é um produto de ficção que, a princípio, serviu muito bem aos interesses da Alemanha, ao oferecer-lhe um mercado quase cativo de oitocentos milhões de idiotas.

    A necessidade de expansão desses mercados, na busca de consumidores, está na base da própria “globalização”, no modelo do “eu vendo, você compra”, mas aí, a China entrou no jogo…

    A Alemanha não vai pagar a Grécia (dívidas de Estado também “prescrevem”) e, se for pressionada, pode se valer do mesmo truque político da falida Inglaterra: ameaçar “sair” da Europa.

    Eu não colocaria as minhas economias em euros, nem que a Grécia tussa. 

    1. Dívidas de empréstimo entre estados não prescreve!

      Caro José.

      Há uma afirmação tua que não corresponde a realidade, dívida entre Estados não prescrevem, elas geralmente não são pagas e 50, 100 ou 150 anos depois elas são perdoadas.

      Um exemplo típico foi a dívida do Haiti com a França, podes verificar que a França mantinha, leia http://geopolis.francetvinfo.fr/haiti-le-poids-dune-dette-vieille-de-200-ans-2714 

      Le 1er janvier 1804, Haïti proclame son indépendance, obtenue après une longue guerre. Jusque dans les années 50, le premier État noir de l’histoire moderne a remboursé à la France, ex-puissance coloniale, une dette qui équivaudrait à 17 milliards d’euros d’aujourd’hui. Cette dette a considérablement entravé le développement de l’un des pays les plus pauvres du monde.

      Ou seja, duzentos anos depois a França ainda cobrava uma dívida para indenizar os donos de escravos que tinham perdido seu “investimento”.

      Resumo da ópera, uma dívida indecente como a do Haiti, proveniente da escravidão, era cobrada pela França durante 200 anos, e aí ninguém acha errado.

      A dívida alemã (principalmente a do empréstimo compulsório) é legítma, cobrável e moralmente justificável, o resto é COMPLEXO DE VIRA-LATA, pois os países ricos podem cobrar suas dívidas, já os pobres não!

      1. Prezado, você reparou nas

        Prezado, você reparou nas “aspas”?

        A questão, em certos níveis de relação, não é quem deve a quem, mas os argumentos de força e a moral que se tem para cobrar a dívida, especialmente quando a apresentação da conta é oportunista. Em casos que tais, não vale muito a contabilidade, e sim a POLÍTICA. Hoje, toda a “Europa dos 28” é refém da Alemanha. A eficácia dessa cobrança é tanta como nenhuma e, o que a Grécia (o governo atual) vai conseguir, se insistir nessa tese, é o aprofundamento da crise de crédito e ao final ver-se obrigada à decisão de se vai dar o calote, e sair do euro, ou continuar na agonia.

        Pouco mais do que isso.

         

         

  5. Vejam o que escreve o Spiegel on line.

    Para aqueles que acham que a dívida é incobrável e absurda, podem ler o que escreve o jornal Spiegel principalmente sobre o empréstimo concedido pela Grécia a Alemanha durante a guerra.

    Während eine Forderung nach Rückzahlung der Reparationen sehr umstritten ist, gilt der Zwangskredit aus der Zeit der deutschen Besatzung unter Wirtschaftshistorikern als möglicherweise berechtigte Forderung. Es handelt sich dabei um ein Darlehen der griechischen Notenbank über 1,5 Billionen Drachmen an das Deutsche Reich und dessen Verbündeten Italien. Die Rückzahlung sollte eigentlich nach Kriegsende beginnen. Tradução Google:Enquanto um pedido de reembolso das reparações é muito controverso, o empréstimo forçado é a partir do momento da ocupação alemã entre os historiadores econômicos como a demanda possivelmente legítimo. Este é um empréstimo do banco central grego sobre 1500000000000 dracmas para o Império Alemão e seus aliados Itália. O reembolso deveria começar depois da guerra. Ou seja, deixem de lado o complexo de vira-lata, pois os próprios alemães que vão pagar a fatura estão achando a reinvidicação LEGÍTMA em termos BANCÁRIOS e não morais. 

     

  6. Me lembrou a história do

    Me lembrou a história do sujeito que caiu no lago com 2 metros de profundidade e não sabia nadar. O amigo disse:

    “Com o sol que está hoje esse lago vai evaporar uns 30 centímetros até o fim da tarde. É só vc prender a respiração”

    A Grécia vai brigar e não receber dinheiro externo até o lago evaporar?

    1. Ô meu Deus!

      Direitista é ruim de entendimento mesmo! Ruim ou seletivo, entende só o que quer entender, só pode!

      Se cortarem o dinheiro externo, a Grécia quebra e leva o resto da Europa junto. Deixar de receber dinheiro externo não é uma opção.

      Recebendo o dinheiro externo a Grécia, que já está ferrada, se afunda ainda mais.

      Logo, cobrar a conta da 2ª Guerra é no mínimo uma jogada pra constranger os alemães, que lideram a banca rentista europeia, e fazê-los afrouxar o garrote que impuseram à Grécia. E no máximo é a solução de todos os problemas gregos.

      Não conseguistes entender isso ou não quisestes entender?

  7. Quem pariu Mateus que o balance

    Mitterrand sabia que a então União Soviética impediria a reunificação Alemã. Quando a União Soviética nada fez para impedir a reunificação, ele se aproximou de Kohl para seu projeto do euro.

    Os políticos europeus acreditavam que uma união monetária iria impedir o poder de uma Alemanha unificada.

    Giscard d’Estaing alertou que um eventual fracasso monetário da união europeia, com uma moeda comum (euro) levaria a uma hegemonia alemã sobre a europa.

    E agora José (Joseph, Giuseppe, Josef  (excluo o Iosif). 

  8. Deutschland über alles

    Dos países ocupados pelos nazistas, a Grécia e a Iugoslávia foram aqueles onde a resistência causou mais estragos às forças de ocupação – a URSS é um caso a parte dado às suas peculiaridades e a resistência francesa é um mito cinematográfico.

    As diretivas de Hitler quanto à Grécia eram claras: tirar dos gregos tudo quanto fosse necessário à Vaterland, mesmo que a população grega morresse de fome.  

    Infelizmente, a cobrança grega não vai dar em nada porque agora somos todos “Aliados” – EUA, França, Itália, Grã-Bretanha, Bélgica, Holanda, Itália, Japão, China, Áustria, Lichtenstein, Luxemburgo, Ilhas Caimã, Bahamas, Antilhas Holandesas, … e, é claro, a Alemanha.

    Vencer os persas em Maratona e ganhar a Eurocopa em 2004 foi pinto…

    …Encarar essa vai ser bem mais complicado.

    (Alguém aí pode imaginar um slogan “Je suis grec.”?)

  9. A CRISE GREGA

    Quando vejo o noticiário sobre a Crise Econômica da Grécia, pais dentro da “Zona do Euro” que surgiu de uma ideia interessante chamada Mercado Comum Europeu e se tornou em algo tão “diabólico”  quanto esta “União Europeia”  com sua moeda única o “Euro”.

                    Esta ideia de moeda única é  apavorante, pois moeda é “instrumento de poder” quando se tem uma única moeda entre economias tão dispares, o que vai ocorrer é o domínio dos mais fortes sobre os mais fracos, uma economia frágil como a Grega não tem como competir  com uma economia Alemã, por exemplo, sem o câmbio vale muito mais a pena comprar produtos fabricados na Alemanha do que produzi-los na Grécia. Como dizia o saudoso Mario Henrique Simonsen, “ inflação aleija, mas câmbio mata!” A Grécia está morrendo porque o Euro dentro da Grécia é paritário com o mesmo Euro da Alemanha ou da França, ou seja, o câmbio é 1 por 1, é como colocar um peso pena para lutar contra um peso pesado, o massacre é certo. As economias menores estão indo pro buraco lá na Europa, a Grécia é só um exemplo, mas eu acredito em mais, no final vai sobrar apenas um pais que vai “incorporar” os outros, a França vai dar trabalho mas vai perder, a ideia de “unificação das fronteiras” virá como a panaceia, a Inglaterra provavelmente não vai entrar nesta, tomou o cuidado de manter a sua própria moeda.

                    Será criado um pais único que se chamará “Europa”, tendo o seu governo com sede na Alemanha atual, o que a Alemanha tentou em duas guerras mundiais conseguirá com uma prosaica moeda. 

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