Uma nota de falecimento para a engenharia brasileira, por Mauro Santayana

 
Da Rede Brasil Atual
 
Nota de falecimento: a engenharia brasileira está morta
 
A estratégia geopolítica de nações poderosas que querem nos enterrar não se resume a fortalecer sua própria engenharia e suas maiores empresas. Inclui sabotar as empresas e a engenharia de outros países
 
por Mauro Santayana

A Engenharia Brasileira está morta. Será cremada no altar da Jurisprudência da Destruição, do entreguismo e da ortodoxia econômica. Suas cinzas serão sepultadas em hora e local a serem anunciados no decorrer deste ano de 2017.

Em qualquer país minimamente avançado, a engenharia é protegida e reverenciada como o outro nome do poder, da prosperidade e do desenvolvimento. Não há países que tenham chegado a algum lugar sem apoiar soberana e decisivamente sua engenharia.

Assim como não existem nações que tenham crescido econômica e geopoliticamente sabotando, inviabilizando, destruindo, execrando, ensinando seu povo a desprezar, odiar e demonizar essa área, seus técnicos, trabalhadores, suas empresas, projetos, líderes e empresários, como o Brasil está fazendo agora.

Sem engenharia, os soviéticos não teriam derrotado a Alemanha nazista, com suas armadilhas para Panzers e seus portentosos tanques T-34. Nem enviado o primeiro satélite artificial, o Sputnik, para a órbita terrestre, nem feito de Yuri Gagarin o primeiro homem a viajar pelo espaço.

Sem engenharia, os Estados Unidos não teriam construído suas pontes e arranha-céus, monumentos inseparáveis da mística do american way of life no século 20. Nem produzido a primeira bomba atômica, ou chegado à lua em menos de 10 anos, a partir do desafio estabelecido pelo presidente John Kennedy em 1961.

Desde a consolidação do Império Britânico, ela mesma filha direta, dileta, da Revolução Industrial inglesa; desde a substituição de importações pelos Estados Unidos após a independência, e pela URSS, depois da Revolução de Outubro de 1917, o mundo sabe: não existem nações dignas desse nome que consigam responder a questões como para onde avançar, como avançar, quando avançar, sem a ajuda da engenharia.

Como fez Juscelino Kubitschek, por exemplo, com o binômio “Energia e Transporte” e seus “50 anos em 5”, e os governos militares que – embora o tivessem combatido e perseguido em várias ocasiões – o seguiram na adoção do planejamento como instrumento de administração pública e no apoio a grandes empresas brasileiras para a implementação de grandes projetos nacionais.

Empresas e grupos que estão sendo destruídos, agora, pelo ódio, a pressão e a calúnia, como se tivessem sido atingidos por uma devastadora bomba de nêutrons.

Com a maior parte de seus executivos presos em algum momento, as maiores empreiteiras do país foram levadas a avalizar a transformação de doações legais de campanha e de caixa dois em propina – retroativamente, nos últimos três anos.

A aceitar, na ausência de provas cabais de pagamentos de corrupção na escala bilionária apresentada pela imprensa e aventada pelo Ministério Público a todo momento, a imposição de multas punitivas “civis” a título de nebulosas “indenizações por danos morais coletivos” da ordem estratosférica de bilhões de dólares.

A render-se a discutíveis acordos de delação premiada impostos por uma operação que já acarretou para o país – com a desculpa do combate à corrupção – R$ 140 bilhões em prejuízo, a demissão milhares de trabalhadores, a interrupção de dezenas de projetos na área de energia, indústria naval, infraestrutura e defesa, a quebra de milhares de acionistas, investidores e fornecedores.

Diante de tudo isso, não podemos fazer mais do que comunicar o falecimento da engenharia brasileira, famosa por ter erguido obras pelo mundo inteiro, de rodovias no deserto mauritaniano a ferrovias e sistemas de irrigação no Iraque; passando pela perfuração de galerias e túneis sob as montanhas dos Andes; pelo desenvolvimento de sistemas de resfriamento contínuo de concreto para a construção de Itaipu; ou pela edificação de enormes hidrelétricas na África Subsaariana.

A engenharia nacional está perecendo. Foi ferida de morte por um sistema judiciário que pretende condenar, a priori, qualquer contato entre empresas privadas e o setor público, e desenvolveu uma Jurisprudência da Destruição de caráter descaradamente político, que não concebe punir corruptos sem destruir grandes empresas, desempregar milhares de pais de família, interromper e destroçar dezenas de projetos estratégicos.

Um sistema judiciário que acredita que deve punir, implacável e estupidamente, não apenas as pessoas físicas, mas também as jurídicas, não interessando se esses grupos possuem tecnologia e conhecimento estratégicos, desenvolvidos ao longo de anos de experiência e aprendizado, se estão envolvidos em projetos vitais para o desenvolvimento e a segurança nacional, se deles dependem, para sobreviver, milhões de brasileiros.

A engenharia brasileira faleceu, com seus escritórios de detalhamento de projetos, suas fábricas de bens de capital, seus estaleiros de montagem de navios e plataformas de petróleo fechados, suas linhas de crédito encarecidas ou cortadas, seus ativos vendidos na bacia das almas e seus canteiros de obras abandonados.

E o seu sepultamento está marcado para algum momento de 2017.

Será sacrificada no altar da estúpida manipulação midiática de factoides econômicos, com atitudes desastrosas como a antecipação suicida pelo BNDES – em plena recessão – do pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro. Um dinheiro que poderia ser imediatamente aplicado em infraestrutura, vai em troca de uma insignificante, irrelevante, pouco mais que simbólica redução de 1% na dívida pública, quando, sem fazer alarde, os dois últimos governos reduziram a Dívida Nacional Bruta de 80% em 2002 para 67% em 2015, e a Dívida Líquida de 60% para 35% no mesmo período, pagando US$ 40 bilhões devidos ao FMI, e economizando mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais nos anos seguintes.

A engenharia brasileira está será sepultada, ou cremada, porque não pode mais sobreviver, a longo prazo, em um país que aceitou aumentar os gastos públicos apenas pelo índice de inflação do ano anterior, durante os próximos 20 anos, engessando estrategicamente o seu desenvolvimento, com uma imbecil e limitante camisa de força, enquanto outros países e regiões, como os Estados Unidos e a Europa, muito mais endividados – e desenvolvidos – do que nós, continuarão a se endividar, a se desenvolver e a se armar cada vez mais, já que seu discurso neoliberal e ortodoxo só serve para enganar e controlar trouxas de terceira categoria como os nossos, e quase nunca é aplicado no caso deles mesmos.

Esse hipócrita discurso para trouxas não é apenas econômico, mas também jurídico. E nesse caso, gera ganhos reais, que vão além da eliminação ou diminuição da concorrência de potenciais competidores em campos como o da engenharia.

Da estratégia geopolítica das nações mais poderosas do mundo, não faz parte apenas fortalecer permanentemente a sua própria engenharia e suas maiores empresas, mas, também, sabotar as empresas e a engenharia de outros países, usando desculpas de diferentes matizes, que são repetidas e multiplicadas pela mídia sabuja e babosa desses mesmos lugares.

Não é outra coisa o que os Estados Unidos fazem por meio de órgãos como o Departamento de Justiça e de iniciativas como o próprio Foreign Corrupt Practices Act, sob o manto do combate à corrupção e da proteção da concorrência. Leniente com suas próprias companhias, que não pagam mais do que algumas dezenas de milhões de dólares em multa, os Estados Unidos costumam ser muito mais duros com as empresas estrangeiras.

Tanto é que da lista de maiores punições de empresas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por corrupção em terceiros países – incluídos alguns como Rússia, que os Estados Unidos não querem que avancem com apoio de grupos europeus como a Siemens – não consta nenhuma grande empresa norte-americana de caráter estratégico.

A Lockheed Martin e a Halliburton, por exemplo, pagaram apenas uma fração do que está sendo imposto como punição, agora, à Odebrecht brasileira, responsável pela construção do nosso submarino atômico e do míssil ar-ar da Aeronáutica, entre outros projetos, que deverá desembolsar, junto com a sua subsidiária Braskem, uma multa de mais de R$ 7 bilhões, a mais alta já estabelecida pelo órgão regulador norte-americano contra uma empresa norte-americana ou estrangeira.

Redação

36 Comentários

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      1. O documentário, que você
        O documentário, que você postou, sintetiza tudo, inclusive nos preenche de indignação e dor. Literalmente acordamos de um sonho em pleno pesadelo. O que me deixa perplexa é a inércia do brasileiro diante do desmonte de seus direitos sociais e trabalhistas, do SUS, da educação pública, da própria soberania nacional. Tristes tempos, depois do golpe de 64, não poderia imaginar passar por mais um, esse mais abrangente e devastador, prometendo milhões de vítimas futuras.

  1. Em pouquíssimos meses

    Um País inteiro destroçado em semanas.

    O sonho de uma Nação e de um povo arrancado pela raiz.

    Putin, por favor, nos empreste uma bomba-atômica!

  2. Sempre foi assim.  Nao

    Sempre foi assim.  Nao comecou ontem.  O governo brasileiro eh arquitetado pra destruir as proprias empresas.

    Unica excessao?

    Lula/Dilma.  Nao houve mais ninguem.

    1. sempre….

      Somos realmente a Terra do morde-assopra, da desculpa pronta. Lula/Dilma que viabilizarm nossa engenharia? Vocês devem estar loucos. Somos a patria dos pseudo-anti-capitalistas, contra indústria nacional, contra o lucro, contra a meritocracia, contra a soberania através das forças armadas que agora implora por tudo isto. Nossa engenharia era fantástica. Exportava projetos pelo mundo, principalmente no concreto armado. Trocamos isto pela engenharia de estruturas estaiadas (falando somente de engenharia civil). Um grande projeto tucano contra a FIESP, estruturado pela República da USP. Agora ninguém é mais de esquerda?! O Haddad falou que nem o PT é isto. É apenas um partido trabalhista. Não é apenas o caso de apontar os culpados. Isto é muito siimplismo, muita mediocridade. A culpa é de todos nós. De um país que não sabe para onde quer ir. Que cada grupo que chega ao poder quer reinventá-lo a cada 4 anos. Um país que nunca teve Política de Estado.

      1. Não deve morar no Brasil

        Caro gringo, se morasse e lesse as noticias do Brasil nunca escreveria um acinte destes. Vai ler mais e para de escrever bobagens. Não tem vergonha na cara não ou é mais um troll dor de cotovelo? Ou é o agroboy ressuscitado?

      2. Um Zé

        O espaço do Nassif anda incomodando.

        Cada vez mais aparecem esses tipos por aqui.

        Andam se enganando de endereço.

        É pra lá, lá pelas bandas dos Facebooks!

  3. Lavrado bo do crime de assassinato da Engenharia

    Autores: juiz moro e por Janot .  cumplices  delagnoias e marajas forenses ,vulgo parquetes .

    modus operanidi , data venia ,delações   premiadas, prisões aleatórias,.

  4. Não entendi muito bem. O sr

    Não entendi muito bem. O sr Mauro gostaria que as empresas de engenharia como Odebrecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão continuassem a meter a mão no cofre?

    1. Ele propõe que as empresas

      Ele propõe que as empresas continuem existindo como continuarão as existir as 500 empresas do mundo inteiro na lista da Engeneering News Record ou vc acha que só as brasileiras pagam propina?

      1. Essas suas 500 maiores

        Essas suas 500 maiores empresas de engenharia do mundo não quebraram seus respectivos países, ao contrário, eles vão muito bem.

        Já o Brasil….

          1. Vou tentar simplificar a

            Vou tentar simplificar a resposta, vamos lá; essas construtoras superfaturavam obras contratadas pelos governos (federal, estaduais e municipais), e parte desse valor excedente era usado para o pagamento de propinas para que somente elas ganhassem novas concorrencias publicas. E isso é(ra) um ciclo infinito, bancado com o dinheiro dos nossos impostos; dinheiro esse que deveria ser usado para que o pais se desenvolvesse. Sabe educação, saude, segurança? Então, essas coisas. Deu para entender? Pq aqui fica dificil desenhar. …

          2. vou….

            Doug, você já está errado no nascedouro. repetindo noticia viciada. A empreiteira não corrompe o governo, que viabiliza a obra, tem os recursos, o prazo, as escolhas, o poder, a fiscalização, a polícia, a justiça. Aí já está a aberração que acontece no país. É o governo que corrompe a empresa. São assessores e politicos diretamente que exigiram sua parte nos recursos do projeto. E todos sabem que isto acontece nas autarquias, universidades, municipios, estados, empresas públicas. Esta inversão na consciência do problema já é um problema. No país onde se cria dificuldades para se vender facilidades, se criminaliza o trabalho e o desenvolvimento.(P.S. Empresas estrangeiras envolvidas nos mesmos casos de corrupção foram prontamente retiradas do processo: Alstom, Siemens, Bombardier, CAF, SBM Offshore, Shell…)   

          3. E quando isto quebrou o Brasil?

            Este superfaturamento era superior a receita e empregos gerados no Brasil? Como a economia brasileira cresceu exponencialmente no governo Lula e Dilma em relação a economia de FHC se as empreiteiras roubavam tudo segundo você. Não foi exatamente nos governos PT que a engenharia brasileira renasceu? 

             

          4. Merrecas quando comparado com os valores destas obras gigantesca

            Quem pagava o “sobrefaturmento” das obras da Odebrecht em Angola, Cuba e América Latina era, por acasso, o contribuinte brasileiro????? Foi essa merreca que acabou com o desenvolvimento brasileiro????

            Só na mídia interessada em reassumir o poder depois de 16 anos de excelente governo trabalhista. Querem acabar com nosso desenvolvimento e entregar nossas riquezas para a gringolândia de onde saíram os equipamentos e capital que deram a estas empresas de comunicação o domínio total da informação no país. Diga-se de passagem, domínio totalmente ilegal. Maior que em todos os países totalitários.

    2. Vamos ver se você entende

      Vamos ver se você entende coisas simples. Vou mastigar bem para você conseguir compreender:

      1. Creio que falo por todos que gostam deste blgo quando digo que ABSOLUTAMENTE TODOS são CONTRA A CORRUPÇÃO DE QUALQUER TIPO. Se alguém for a favor que se manifeste;

      2. A prática de corromper agentes públicos para obter benefícios privados é absolutamente disseminada em praticamente TODOS os países. Provas existem aos borbotões. Nos EUA é até legalizada com o nome chique de “lobby”;

      3. Ninguém quer que os empresários da Odebrecht sejam perdoados. Devem responder por seus atos. Mas também devem responder os corrompidos: políticos, jornalistas, funcionários do judiciário, etc. Ou você acha que não tem?

      4. Ninguém quer que essas práticas continuem. Mas tem certeza de que vão acabar? Ou só mudar de nacionalidade? Não sabia que as empreiteiras americanas querem atuar no Brasil fazendo obras para o Governo? Por lei só podem participar de licitações as empresas brasileiras. Destruída a engenharia nacional quem acha que vai ser favorecida? E acha que os norte-americanos não vão corromper ninguém? Santa inocência. São especialistas em corrupção.

      5. Uma coisa é castigar os homens. Outra as empresas. Os funcionários da empresa devem ser punidos. A empresa jamais. Ela é estratégica para o desenvolvimento do país;

      6. Quem disse que o problema do Brasil é a corrupção? É problema grave, mas é o discurso para enganar os midiotas como você. O problema é a indecente transferência de renda legalizada para os bancos. Viu o orçamento para 2017? 3,5 trilhões, 50% desse valor para os bancos. Esse é nosso problema, não trocados gastos para subornar agentes públicos.

      7. Duvido e faço pouco que esse desmonte da indústria nacional vai resolver alguma coisa. Só vai piorar os problemas e a corrupção, se esse é teu medo, vai aumentar ainda mais.

    3. Não! Julio levou Valente Capote…

      Apenas uma discrição nos julgamentos para não atrapalhar a empresa que possui vários contratos com o governo e empresas internacionais.

      Quem corrompe são as pessoas o CNPJ é gerenciado pelas pessoas. O que o governo Dilma  deveria ter feito era Estatizar tudo e colocar a gestão nas mãos dos Professores de Universidades Públicas em associação com os Militares. E fazer a coisa funcionar.

      Agora vai tudo para as mãos da CIA Norte Americana.

  5. Enquanto isso

    Enquanto isso vejo na emissora CCTV os planos ambiciosos da China, lançamento de satelites, foguetes, programa para chegar a Lua em 2018 e a Marte 2020.

    A reportagem sobre famoso fabricante alemão  de pianos mostra a classe media chinesa ( o que é uma contradição em um pais dito comunista, mas deixa pra lá) interessada que os seus filhos tenham uma cultura refinada,comospolita, inclusive de musica classica. Milhoes já estão praticando e estudando.

    Por aqui, nos vamos congelar o orçamente por 20 anos. Adivinha quem vai se dar melhor!

    Qual a ambição da nossa classe media para seus filhos? 

    Respondo: passar no concurso para ser juiz ou procurador!

    1. Concursos

      Bem, se tiverem  dinheiro para comprar os resultados antecipadamente, não será uma grande preocupação. Ou alguém acredita que os gênios da área desaprenderam a língua portuguesa depois do concurso?

      1. Probabilidades

            Estamos em dezembro, o assunto gira mais forte desde setembro, a tendencia atual é 70% para piorar, e 30% para “passar batido”, quanto a melhorar tende a 0,00.

             Até fevereiro tem chão, espaço para negociações existe, compromissos externos são importantes e podem influenciar, principalmente na midia, para que certas delações não sejam trombeteadas, o que possibilitaria um transito dos contratos para outra forma de execução, sem prejuizo alem do que já existe e é real, não o potencializando já seria uma vitória, jogar o pepino para quem já está no rolo, é uma opção aventada, tipo pegar um Cristo.

              Entendeu ? 

  6. A alta estima do brasileiro

    A alta estima do brasileiro há de volta em 2017. O otimismo de Lula outra vez há de impor. Já sinto um certo alívio do povo brasileiro por essa nova esperança no ano novo.

  7. Meu amigo engenherio

    Meu amigo engenherio recém-formado, especialista em bater panela e sair domingo em Copacana assim que o Bonner convoca no JN, está tomando suavemente (ou nem tanto) nas partes traseiras com o fim da engenharia nacional.

    Mesmo assim ainda acha que a culpa é da corrupção, que Moro é um herói e os States querem o bem de nosso país com a “colaboração” do departamento de justiça gringo com os Powerpoint boys.

    Critica o Lula odiosamente, ignorando o estado de nossa engenharia pré-Lula comparada com o pós Lula, onde até poucos anos qualquer estagiariozinho da área ganhava mais do que a maioria dos profissionais librerais formados no pais.

    Me pergunto se ser massacrado por números numa faculdade de engenharia suga sua capacidade mínima de reflexão (pois conheço outros engenheiros que pensam o msmo), ou é pura mistura de viralatice com coxinhite aguda?

     

     

  8. Qual engenharia queremos?
    Essa engenharia que pensa a energia sob a morte das florestas e das gentes? Que desconstrói cidades para abrigar showroom de multinacionais canibais ? Pontes que se sustentam sem milhares de indígenas mortos? O habito da corrupção é apenas um dos trágicos erros do pensamento das nossas intelectualidadés engenheiras.

  9. A morte da Engenharia e enterro da Educação

    Tenho escrito repetidamente, sobre o que foi feito com a Educação, em primeiro, porque ela é o princípio de tudo, sem uma boa educação, nunca poderia existir Engenharia, Medicina Mecânica ou outra ciência qualquer. Sou Engenheiro, além de Geógrafo, licenciado e bacharel, trabalho com educação, por isso tenho confiança no que digo.

    Desde o final do governo do Fernando Henrique, e na Bahia, onde resido, com a entrada de governantes do PT, Jaques Wagner, que começaram a piorar o que já estava condenado, a dita Educação, as Secretarias de Educação de todos os estados, começaram a pressionar diretores e professores para reduzirem os índices de reprovação, pois bem, chegamos a um ponto que na Bahia o governo vem aceleradamente fechando escolas, no Brasil todo a regra é suspender os concursos para professores, na Bahia são contrados em regime de REDA, antes eram contrados através de “empresas” terceirizadas, todas trabalhando para os candidatos do governo, na Bahia eram visando a eleição de deputados ao cargo de prefeitos nas cidades mais influnetes, passado o pleito e perdendo as eleições, tudo foi deixado às baratas, agora vem uma PEC que alem de jogar na latrina os direitos trabalhistas, pretende “mudar” a LDB, que às duras penas regulamentou os cargos e provimento dos mesmos por pessoal com nível superior, que era o correto, agora vem uns técnicos e criam um aborto, basta ver na proposta da nova LDB no artigo 61 no inciso IV que regulamenta que pessoa com “NOTÓRIO SABER, pode lecionar qualquer das ciências usualmente ensinada nas escolas, ciências que vão no futuro subsidiar o estudante, agora na sua profissionalização.

    Porque digo isso, pois os nossos jóvens que cursam o ensino médio no Brasil, principalmente na esferá pública se sairam muito mal nos exames de ENEN, PISA e outros, Matemática foi o pior, seguindo da leitura e sua interpretação. Então vão compreender uma das causas de não apenas a Indústria, como o restante do que resta do Brasil, não vai estar condenado, mas é de não ter mais nenhum futuro a contemplar.

    Estamos mortos, pela inércia, pela apatia, pela preguiça, pela corrupção, creio até que nunca fomos nada!

  10. Lava a Jato

    Não são as investigações, processos e condenações judiciais que acabaram com a engenharia nacional, foi a corrupção, a institucionalização dela, inclusive com a criação de departamentos nas grandes empresas de engenharia somente para tratar de propina!

    A engenharia não acabou, o que acabou foi o jeitinho, a propina e o acerto das grande obras.

    O prejuízo não foi causado pelas várias operações de combate à corrupção, o prejuízo foi causado pelas obras superfaturadas e mal feitas, para que o mau empresário e os maus políticos fossem os únicos a se aproveitarem do dinheiro público.

    Temos o dever de refazer o setor baseado na técnica e na ética, técnica temos de sobra….

  11. GENEALOGIA DA MORAL BRASILEIRA

    Estamos diante de uma questão mais filosófica do que propriamente capacitação técnica e científica.  Esforços e limitados recursos para formação de empresas e recursos humanos ao chegarem a maturidade são subutilizados, descontinuados e sumariamente aniquilados, comparando-se grosseiramente com a alegoria da vaca boa de leite e que chuta o balde ao final. Há um mal estar histórico (cultural, de origens coloniais, por submissão e interesse espúrios e antinacionais) por aqui com as questões científicas e de capacitação técnica, uma glorificação à ignorância desde tempos imemoriais criando obstáculos quando não a aniquilação do conhecimento ou de iniciativas empreendedoras, de padre Landel, passando por Dumont até chegarmos a Cesar Lates (banido pela ditadura), cel. Antonio Guedes Muniz (sabotado por interesses espúrios e antinacionais), e ultimamente às empresas do quilate da Petrobras, construtoras, fornecedoras de equipamentos e aos maiores escárnios de todos, os destinos dados a Eletrobras e ao grande brasileiro almirante Othon Pinheiro. O que vai ficando pelo caminho é irreversível sobremaneira ao Brasil que está a reboque das revoluções tecnológicas desde sempre. Não conseguimos superar as razões (antes compreende-las) pelas quais o Brasil cumpre estes ciclos trágicos. Então a despeito das obras de pensadores da estatura de Buarque, Freyre, Nelson Rodrigues falta-nos uma espécie de “Genealogia da Moral brasileira” a exemplo do que produziu o grande pensador alemão no século XIX. Claramente ela nos revelaria que “há uma vontade corrompida que a tudo quer enfraquecer, um perpétuo nivelar por baixo, uma reatividade”.  Questões como por que formamos setores dominantes e de classe média tão desprezíveis, indolentes e reativos? Por que temos um sistema jurídico medieval paquidérmico, que absorve extraordinários recursos materiais e humanos (em contraposição à parca engenharia nacional) que secularmente está a serviço a um tipo de moral, com a finalidade dissuadir um povo de ao menos lutar contra imposições e até mesmo contra seu próprio aniquilamento em nome da manutenção de um poder faccioso e procrastinador. Há várias teses que tentam embasar os nossos descaminhos tais como, três séculos de escravidão, preceitos religiosos arcaicos, submissão aos interesses externos em ver o Brasil como mero produtor de commodities e mero fornecedor de recursos naturais às potencias de plantão. O nosso sistema educacional e cultural (mídia e religiões desempenhando um papel decisivo em conjunto – encontro de estâncias alienantes) reproduz pessoas frágeis diante do devir e inibem o talento. (aqui, sem dúvida há interesses inconfessáveis muito poderosos que manipulam e perpetuam este status-quo – uma escola formadora de fracos). Sob esta ótica, estamos diante dos nossos “Niilismos”, produzimos um nada às custas de um enorme desperdício de energia vital e o país vai se desintegrando. “A transvaloração dos valores” é uma necessidade vital. A transvaloração de todos os valores é, finalmente, a coragem de erigir novos e humanos valores, voltados para o florescimento de um novo Brasil”. Devemos esquecer e destruir esta “memória brasileira” que nos subjuga e nos instrumentaliza para dar fluidez ao novo. 

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