Governador Alckmin, a cada dia mais diversionista

Depois de montar uma comissão de faz de conta, que ninguém viu e nem ouviu falar – aquela a que denominou de Movimento TranSParência – para investigar o que ele nunca quis apurar, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), agora apoia toda iniciativa que lhe favoreça. Apoia tudo o que impeça que venha a público o que realmente aconteceu na montagem dos cartéis na área de transportes públicos de massa (metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM).

Cartéis, tudo indica e conforme a denúncia feita pela multinacional Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), montados não só com conhecimento, mas em conluio com os governos tucanos que se revezaram no Estado nos últimos 20 anos. Revezaram, aliás, é modo de dizer não é? Foram sempre os mesmos: Mário Covas duas vezes governador, José Serra eleito para um mandato que largou pouco depois da metade e Geraldo Alckmin, três vezes governador…

Pois ontem Alckmin afirmou que apoia a negociação em andamento entre seis executivos da Siemens e o Ministério Público (MP) para eles colaborarem com as investigações do CADE sobre a formação de cartel e evitarem punições na área criminal. “Vejo de forma positiva. Nós queremos transparência absoluta, punição exemplar. Tudo o que pudermos ter de transparência de busca de verdade, o governo apoia”, afirmou.

Negociação reforça suspeita de que tucanos receberam propina

Os seis executivos que ajudaram a multinacional alemã a expor ao CADE o cartel de empresas que atuou em licitações públicas de trens em governos tucanos de São Paulo estão negociando um acordo com o órgão. O que não elimina, pelo contrário, reforça a desconfiança dos promotores envolvidos nas investigações, de que funcionários públicos dos governos tucanos receberam propina das empresas para facilitar a atuação do cartel.

Por isso eles incentivam as negociações, na esperança de que os executivos, se tiverem garantias de que colaborando não sofrerão punição depois, contem o que sabem sobre o escândalo.

Acordo no CADE, lá em Brasília, e com o MP, Alckmin apoia. Já sobre investigações de iniciativa própria do governo tucano de São Paulo, a tal comissão Movimento TranSParência que ele próprio montou no auge das pressões do escândalo, Alckmin não diz uma palavra. Sobre a comissão, se existiu de fato, reuniu-se, apurou algo, chegou a alguma conclusão ou não, o tucano governador de São Paulo não dá um pio.

Segue em suas manobras diversionistas, porque quanto mais acordos de cooperação houver entre a Siemens e o Ministério Público, maiores as chances de o processo seguir em segredo de justiça, que é a grande aposta dos tucanos num final feliz para o caso – final feliz para eles. Como aconteceu na operação Castelo de Areia, a investigação de irregularidades concluída pela Polícia Federal e que foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Redação

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