Em Brumadinho, MST lança Plano para plantar 100 milhões de árvores

O Plano Nacional “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis” é a resposta do Movimento aos crimes ambientais da Vale e do governo Bolsonaro

Plano propõe plantar 100 milhões de mudas em 10 anos/ Foto: Dowglas Silva Da Página do MST

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Em Brumadinho, MST lança Plano para plantar 100 milhões de árvores

No dia em que o crime da Vale em Brumadinho completa um ano, o MST realiza um ato político junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organizações da Frente Brasil Popular. Em homenagem às vítimas, será lançado o Plano Nacional “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”, que propõe plantar 100 milhões de mudas em 10 anos.

O Plano é a resposta do Movimento, diante da conjuntura de entrega do Brasil aos estrangeiros e da devastação ambiental que é ignorada pelo governo Bolsonaro. “É dever de todo aquele que acredita num mundo melhor mostrar sua indignação no dia 25. A igreja e os lutadores e lutadoras do povo se dispuseram a fazer desse dia, um dia de luta contra o modelo de mineração que mata. Por isso, apontamos um outro projeto para o campo, um outro projeto de sociedade, no qual nossos bens naturais sejam preservados e as pessoas tenham acesso aos alimentos saudáveis que nós produzimos”, afirma Silvio Netto, da direção nacional do MST.

O ato tem início às 13 horas com a Marcha do MST em Brumadinho, em seguida será plantada a primeira muda do Plano. Às 17 horas, o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, Dom Walmor, preside a Santa Missa em memória às vítimas da Vale. A programação encerra com o Ato Cultural da Frente Brasil Popular, às 19h.

Vale atingiu 23 assentamentos do MST com o crime de Mariana e mais mil famílias com o crime de Brumadinho/ Foto: Gabriel Bicho

O MST tem denunciado o modelo predatório da mineração desde as lutas das mulheres no 8 de março e as primeiras ocupação das áreas de mineradora MMX, em 2017. No entanto, a empresa age com a certeza da impunidade, visto que ela calculou o preço de cada uma das 272 vítimas antes do rompimento da barragem em Brumadinho.

“A Vale tem um poderio muito grande nos governos, no Estado e também nos veículos de comunicação. Ela usa de uma estratégia de cooptação de algumas comunidades, mas diante da contradição toda que foram os dois crimes se abre a possibilidade da luta popular se sobrepor a tudo isso. E é na luta popular que vai ser superada essa impunidade”, aponta Netto.

Agroflorestas no Rio Doce

No Vale do Rio Doce, o plantio de árvores teve início com o projeto de recuperação das áreas de Reforma Agrária atingidas pelo crime da Vale em Mariana. Através da Fundação Renova, responsável pela recuperação da Bacia, os assentados estão recebendo assistência técnica para fazer o planejamento dos lotes e plantar agroflorestas. Esta é uma técnica de produção agroecológica que permite produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos e ao mesmo tempo reflorestar a terra.

“A Vale atingiu 23 assentamentos do MST na Bacia do Rio Doce, com o crime que cometeu em Mariana. E mais de mil famílias acampadas foram atingidas na beira do Rio Paraopeba com o crime que ela cometeu há um ano em Brumadinho. O MST reivindica o direito dessas famílias”, explica Netto.

Agroflorestas produzem alimentos saudáveis e reflorestam a terra/ Dowglas Silva

Os projetos em andamento na Bacia do Rio Doce visam o reflorestamento de 5.266 hectares em 10 anos, principalmente em áreas de recargas hídricas e de preservação permanente. Com a assistência técnica para as famílias que foram atingidas, destes hectares, 2.500 serão agroflorestas. E na área da educação, está em vias de ser aprovada a proposta para que os agricultores estudem agroecologia a partir do método cubano Camponês a Camponês.

“Para nós, a maior pena que a Vale pode pagar, porque ela tem que ser condenada a pagar, é ter que fortalecer um modelo antagônico a esse modelo que ela hegemoniza, que é o da mineração e dos crimes. Portanto, nós temos feito as lutas para garantir que essa reparação dos crimes seja feita com agroecologia, com educação do campo, com acesso à água, a alimentos saudáveis. Que a justiça seja feita com a Reforma Agrária Popular”, destaca o dirigente.

Redação

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