Com mais casos de coronavírus da América Latina, Brasil ainda não fecha fronteiras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Nove países latino-americanos e quase todos do Mercosul fecharam as fronteiras para evitar a propagação da pandemia que já matou 8 pessoas na região

Reprodução de gráfico atualizado 24h do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE)

Jornal GGN – O governo de Jair Bolsonaro ainda não decidiu fechar as fronteiras do país, o que o torna um dos poucos da América Latina que ainda não adotou a medida, apesar de ser o que mais casos de infectados registra na região.

Em dados levantados pelo GGN, são um total de nove países latino-americanos que tomaram a medida para evitar a propagação da pandemia que já matou 8 pessoas na região. Quase todos os países membros do Mercosul fecharam suas fronteiras, nos esforços para mitigar os efeitos do Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus no mundo.

O primeiro a decidir fechar as fronteiras foi o Uruguai, desde sexta-feira passada, tendo hoje 29 casos confirmados e nenhuma morte. Em seguida, Argentina com 68 casos e 2 mortes seguiu o país fronteiriço, e desde esta segunda-feira, o Paraguai, com 9 confirmados, e Colombia, com 65 casos confirmados, também fecharam as fronteiras.

Um dos países com maior quantidade de casos da região, o Peru, toma a decisão a partir de hoje (17), e amanhã será a vez do Chile também fechar as entradas para os estrangeiros. Apesar deste último contar com um total de 201 casos confirmados, tendo os números triplicados neste final de semana, o Brasil segue sendo o líder de casos na região [confira os casos de coronavírus pelo mundo aqui].

Mas ao contrário de seus países vizinhos, não decidiu fechar a entrada de estrangeiros para a proteção da segurança pública. O porta-voz do presidente Jair Bolsonaro, general Otávio Rêgo Barros, confirmou que o tema sequer foi “tratado na reunião”.

A reunião é a primeira do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19, criado para lidar com a pandemia.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. A postura do mandotário nacional é bastante coerente com o que apresenta até então.
    Nega qualquer parcela de realidade, mas tem método e lógica.
    Agora, qual não é a responsabilidade dos órgãos de saúde, do sistema aeroviário, aeronáutico, das empresas e até mesmo de Universidades?
    Se um intercambista qualquer de uma Universidade, seja ela qual for, tem o retorno de um de seus estudantes de uma área onde há coronavírus, qual seria a postura? Deixar de lado ou perguntar, antes de qualquer coisa, quais as medidas que o seu aluno tomou após o retorno, ou mesmo já informar a Secretaria de Saúde do estado ou do município a respeito disso?
    E as empresas? Estão preocupadas em serem “vetores” de doenças enquanto o sistema de saúde explode, ou interrompem as viagens de imediato?
    Fico pensando, com meu botões e a minha ignorância abissal, se o Brasil terá fôlego para aguentar a situação, sabendo que, daqui a semanas, se a temperatura cair, houver mudança no tempo, o sistema de saúde explode por causa dos irresponsáveis “ajudando” ou se vão (o governo do obscurantista) culpar o inverno.

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