Em gesto de ruptura diplomática, Maduro chama de volta embaixador

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

A convocação ou retirada de um embaixador significa fraturas nas relações diplomáticas entre os países. Entenda:

Instagram @NicolasMaduro

Nicolás Maduro decidiu chamar de volta o embaixador da Venezuela em Brasília para dar explicações sobre a postura do governo brasileiro frente ao país. Em comunicado emitido nesta quarta-feira (30), em Caracas, o governo de Maduro pediu o retorno de seu embaixador para prestar “consultas”.

Na linguagem de relações exteriores, a convocação ou retirada de um embaixador significa fraturas nas relações diplomáticas entre os países.

Apesar de não ter decidido retirar o diplomata venezuelano do Brasil, Maduro tomou a medida, após o governo Lula ter anunciado o veto da entrada da Venezuela no Brics.

Além disso, o embaixador e assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, que esteve na Venezuela durante a apuração de votos das eleições presidenciais, em julho, também incomodou o governo latino com manifestações recentes.

Amorim declarou que o Brasil vive “mal-estar” nas relações com o país. Na semana passada, Maduro afirmou que as representações diplomáticas brasileiras eram um “poder dentro do poder” do presidente e que “sempre conspirou contra a Venezuela”.

Segundo Amorim, a falta de transparência nas eleições venezuelanas e “outos fatores” criaram “um mal-estar” nas relações bilaterais entre ambos os países. E admitiu que “hoje em dia, nós [Brasil] somos muito críticos da Venezuela”.

O governo de Nicolás Maduro interpretou as manifestações de Amorim como “grosseria”, o que foi uma das razões para chamar o seu diplomata, representante oficial do país em Brasília, de volta à Venezuela. Ainda não há confirmações se o país retirará, definitivamente, a representação oficial do Brasil.

Leia também:

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ruptura apenas não… vergonha na cara, brio, orgulho e, acima de tudo, reciprocidade.

    Sabemos que este é o princípio básico da diplomacia, reciprocidade.

    Eleições de Maduro? Legítimas ou não isso não dá o direito de Lula agir como leão de chácara da América Latina.

    Eleições ilegítimas foram várias e recentes, aqui na AL.

    Desde que testaram e aprovaram o modelo de golpe hondureño e paraguaio, tivemos casos repetidos na região.

    Peru, Equador, Bolívia etc.

    E se esse fosse o critério, o que fazemos em Israel, Arábia Saudita, ou na… China?

    Lula e sua política externa são uma lástima.

    Celso Amorim ainda tinha alguma serventia com comoditties em alta, e petróleo do pré-sal nas mãos do Estado.

    Agora, a ser, com o Brasil, um zero à esquerda, ou pior, um covarde que só admoesta os mais fracos.

  2. Alto lá… a ruptura diplomatica na verdade já ocorreu quando esse megalomaníaco disse publicamente que pretende invadir a Guiana utilizando o território brasileiro. Maduro imaginou que nosso país não deslocaria tropas e material bélico para a região fronteiriça que ele ameaçou invadir. Maduro não pediu desculpas, nem tampouco abandonou publicamente seu plano de usar nosso território para fazer guerra ao vizinho dele. Esse é o problema e todos esses nóias que defendem a Venezuela estão se esquecendo que como brasileiros deveriam se sentir indignados com a agressão diplomática ilegal venezuelana que azedou as relações entre os dois países.

  3. E Maduro está fazendo justo o que Departamento de Estado programou: armando briga de pobre com o Brasil, pra ricos (China EUA) se darem bem.

  4. Maduro é só um quizumbeiro que se aproveita de uma causa justa do povo venezuelano para se manter no poder, mas não resolve os reais
    problemas de seu país, apenas os amplifica e cria outros mais.
    Com a maior reserva de petróleo (ok, pesado) do planeta, consegue produzir menos que o braZil e não gerar riqueza para distribuir aos seus. Nem a PDVSA escapa.
    Está mais preocupado p.ex. em disputar terras (ah o “império onde o sol nunca se punha”, sempre deixando “ilegados”) e até em criar tretas com quem se desgastava para apoiá-lo.
    Fecha compromissos para não cumpri-los logo em seguida. Comporta-se como um “adolinquente” nervosinho e fofoqueiro.
    Em muitos aspectos é uma espécie de bolsonaro com sinal trocado.
    Venezuela merece e precisa ser mais do que “Madurozuela”.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador