Peru amplia estado de emergência em vista de protestos contra presidente biônica

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Setores contrários à presidente Boluarte convocaram os atos para os dias 19 e 28 de julho. Movimentos sociais se opõem ao que chamam de golpe

Dina Boluarte, presidenta biônica do Peru, é alvo dos protestos programados para este mês de julho. Foto: Wikipedia

O primeiro-ministro do Peru, Alberto Otárola, anunciou nesta quarta-feira (12) que o governo decidiu prorrogar por 30 dias a declaração do estado de emergência nas principais autoestradas do sul do país devido ao anúncio de novos protestos antigovernamentais.

Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a repressão do governo peruano desde que Dina Boluarte assumiu a presidência em dezembro passado, numa retirada à força do ex-presidente Pedro Castillo, deixou 50 mortos, 20 deles por ferimentos de bala dos militares.

A decisão foi tomada pelo Conselho de Ministros, que prometeu respeitar o direito de protesto. A prorrogação, no entanto, destacou o Poder Executivo, não deve afetar pessoas ou bens públicos e privados.

Pontos chaves 

Otárola afirmou que o estado de emergência será mantido no Corredor Rodoviário Sul, que inclui as regiões de Apurímac, Cusco e Arequipa. Também o Corredor Rodoviário Interoceânico Sul, que percorre a costa, montanhas e a Amazônia do país até a fronteira com o Brasil. 

O objetivo desta medida, frisa o primeiro-ministro, é “garantir a livre circulação” durante as comemorações do aniversário da independência peruana, cuja data é 28 de julho, e manter “o direito à livre circulação”, assegurou.

Atos democráticos 

Setores contrários à presidente Dina Boluarte convocaram ações de protesto para 19 de julho, como as já realizadas em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, poucas semanas após o afastamento e prisão do ex-presidente Pedro Castillo.

As organizações que participam da chamada Terceira Tomada de Lima continuarão exigindo a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso, eleições gerais antecipadas e a convocação de uma assembleia constituinte para celebrar uma nova Constituição.

A essas demandas se somam o devido processo legal feito pela Justiça para os civis assassinados durante os protestos contra o governo de Boluarte, o que ainda não ocorreu, e a libertação do ex-presidente Castillo, eleito pelo voto popular.

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