Dilma versus Cunha, a origem, por Sergio Medeiros

Por Sergio Medeiros

Dilma versus Cunha, a origem…

Não foi mera coincidência o fato que, dos 38 votos de deputados a favor do impeachment na Comissão da Câmara, 35 tem pendências perante a Justiça.

Esta é apenas uma constatação.

E, basta juntar apenas mais dois fatos e teremos um quadro completo sobre a origem deste ódio de Cunha em relação a Dilma.

No caso, a força de dois fatos, cuja comprovação se impõe por sua própria essência, tem o condão de implodir todo esta imensa teia de manipulações e mentiras – diariamente veiculada pela grande  mídia, capitaneada pela Globo, Folha SP e Veja -, bem como, de forma expressa desmascara quem usa a comunicação para desvirtuar a verdade, difundir o ódio, e proteger os interesses dos ladrões e dos que são atingidos pelas medidas de combate a corrupção.

E, não por acaso, sistematicamente tais fatos não são mostrados na imprensa, pois eles, com seu simbolismo e sua força factual, alicerçados na realidade simples, acessível e clara a todas as pessoas de boa vontade, são por demais transparentes e não se prestam a forjar mentiras, mas por vias retas, mostram a verdade.

Refiro-me aos seguintes fatos, que viraram notícia em momentos diferentes e à revelia de seus divulgadores:

O primeiro, constante da delação premiada do Senador Delcidio, na qual, de forma textual, ao final de seu relato sobre a corrupção em Furnas, ele afirma que esta somente teve fim, “há uns quatro anos atrás, quando:  DILMA, teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas”, e que, esta mudança na Diretoria de FURNAS foi o início do enfrentamento de DILMA ROUSSEF e EDUARDO CUNHA, vejam a parte do texto, em que estes fatos são narrados, pagina 141 do Termo de Delação Premiada… 

O segundo fato (a demissão em si, sem as versões da imprensa que tentam distorcer até mesmo um simples fato, o afastamento destes “Diretores”), por estar mais longe no tempo, não está tendo a repercussão devida, mas, devido a sua importância e sua intrínseca ligação com o outro fato acima abordado, assim como, por definir e tornar claro o marco do início da guerra contra a corrupção instalada no Estado brasileiro, é que, neste momento, torna-se imprescindível seu resgate:

Quatro anos atrás, na mesma época,  Dilma começou a limpeza na Petrobrás.

Olhem as notícias, lembrem os fatos, tirem suas conclusões, em 12 de abril de 2012, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada, foram demitidos da Petrobrás, pela Presidente Dilma (antes da Lava-Jato).

Como previsto, após uma reunião da diretoria da Petrobrás, foram anunciados os nomes dos diretores desligados da quarta maior petrolífera do mundo. Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento, Renato Duque, de engenharia e Jorge Zelada. Nenhuma surpresa para os visitantes do Petronotícias.

Hoje, os três diretores se despediram do comando da empresa. Duque e Zelada saíram por decisão do Conselho. Paulo Roberto Costa (foto) foi demitido diretamente por Graça Foster, que deve chamar alguém de sua confiança. Ele deu adeus, mas disse que não compreendeu o motivo de sua demissão. Graça já havia mencionado o desejo de eliminar ligações partidárias entre as diretorias da empresa e está movimentando suas cartas, para desgosto dos partidos políticos que já obtém nomeações do PT e do PMDB. http://www.petronoticias.com.br/archives/8187

Dois fatos, em meio a tantos, mas com uma simbologia inexcedível.

Quem compactua com a corrupção jamais faria a limpeza que Dilma fez, mas, em sentido contrário, quem fazia parte ou compactuava com tais desmandos, faria tudo contra este novo modo de fazer política.

A estas atitudes de Dilma, levantaram-se toda a imprensa Globo, Veja, Folha SP, e com eles, a parte dos políticos que desde longa data se beneficiaram de tais práticas desonestas e corruptas.

Seria até mesmo desnecessário citar Eduardo Cunha, mas, perante esta campanha insana da imprensa, que deliberadamente protegia este deputado, dentre outros, finalmente, põe-se em pratos limpos, o porquê do verdadeiro ódio que ele e um grupo de oposicionistas devotava ao governo.

Explica-se agora, que este ódio sem medidas, tem um fundamento, ou Dilma derrota o Monstro, ou o monstro toma conta novamente das estruturas econômicas do Estado.

Duas medidas simples, mas reveladoras das intenções da Presidente Dilma, e capazes de destruir todas as infâmias que incessantemente a imprensa (golpista – e a cada dia temos mais provas disso) tenta impingir a população brasileira.

A honestidade e a decência não podem ser condenadas, porque, nos momentos mais difíceis, vem seus atos e suas obras em sua defesa.

Redação

15 Comentários

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  1. A presidenta que mais combateu a corrupção

    Pode  me cobrar, daqui alguns anos, Dilma vai entrar para a história como a Presidenta que pela primeira vez enfrentou a corrupção de velhacos da política brasileira.

  2. O problema foi que a Dilma

    O problema foi que a Dilma não pode dar publicidade política a essas demissões, pois, tinha – também – de proteger o legado Lula. A Dilma, muito mais do que o PT é quem faz esse medo todo aos ratos de sempre: e os ratos, sabem as antas, não estão só no executivo. A ratazana é enorme, imensa, quase não mais possível de medição. Fechar as torneiras públicas foi o baque para essa gentalha que vive da roubalheira. Mas, fazer o quê, não, se o dito mpf (apequenado) se juntou a uma pf (apequenada) e encontraram o desmorado dos sonhos (até então, ou fora da lava-jato, é só perguntar o que a justiça acha dos procuradores: metros e metros de processos arquivados por inépcia, inoperância, falta de consistência, por aí). O Cunha, ladino dos ladinos, “montou” sua “base-ratazana” desde antes da eleição de 2014, depois, foi só ir entrando, pois, com certeza, os 300 picaretas anunciados pelo Lula há muito tempo, prevalecem. Se o mpf (apequenado) tivesse se voltado (como, hoje, discursou aquele da “pera”) para o universo politicóide brasileiro, a história seria outra. Resta saber até onde os “puliça”, os “investiga” e o “deus-de-todos” estariam em conluio com os acunhados da vida. Se, pelo menos, houvesse resquício de republicanismo no pgr (apequenado) e nos ministrecos-corregedores-da-vida…

  3. Pois é, Sergio, na mosca, o

    Pois é, Sergio, na mosca, o que demais explica a aliança espúria, agora mais visível impossível, entre o conspirador Temer e o bando Cunha.

    Espero que muitos dos “(in)formadores” de opinião e dos “operadores” políticos e do direito revejam aquela velha opinião da tão propalada teimosia da presidenta: que, antes de uma tola idiossincrasia, ela consistiu numa firme determinação ética.

    Mas espero que não seja tarde demais, espero que essa revisão não sirva apenas como mais um pós-escrito adicionado ao compêndio de golpes de Estado que marcam nossa história.

  4. Premonições…

    Algumas pessoas tiveram a “premonição” de que a escolha de Temer para vice seria temerosa para Dilma Rousseff. Com a dica do comentarista Clever Mendes de Oliveira, li o excelente artigo do historiador Luiz Felipe de Alencastro, que alertou para o perigo que representava Michel Temer vice-presidente de uma candidata neofita em politica.

    Eis o artigo.

    Têm sido bastante debatidas as convergências e as complementaridades das políticas econômicas e sociais dos governos FHC e Lula.

    Pouco se disse, entretanto, sobre a estabilidade institucional assegurada pelo sistema de dois turnos e pela reeleição dos dois presidentes.

    A introdução dos dois turnos ofereceu vitórias incontestes aos presidentes eleitos desde 1989. Ainda quando foi decidida no primeiro turno, como em 1994 e 1998, a eleição garantiu a maioria absoluta dos votos válidos a FHC. Nem sempre foi assim: a vitória de Juscelino Kubitschek em 1955, com apenas 36% dos votos válidos, desencadeou uma campanha golpista e uma grave crise política.

    Votada no Congresso sob suspeita de corrupção, em vez de ser submetida à legitimidade de um referendo nacional – como defendia, entre outros, Franco Montoro -, a emenda da reeleição superou seu aleijão de nascença e demonstrou sua viabilidade. O abandono dos projetos sobre terceiro mandato ajudou a firmar a reeleição simples no edifício político do país.

    Outro ponto importante da normalização política foi a transformação do estatuto do vice-presidente. De saída, é preciso atentar para o fato de que o Brasil parece ser o único país do mundo dotado de um sistema presidencialista multipartidário, com eleição direta de dois turnos, em que são eleitos conjuntamente o presidente e o vice-presidente.

    No período 1946-1964, com eleições num turno único, seguia-se no Brasil a prática americana. A escolha do vice-presidente concretizava a aliança que potencializava o alcance eleitoral do candidato a presidente.
    Quando o vice -eleito diretamente – tinha voo próprio, como no caso de Jango, vice-presidente de Kubitschek e deJânio, o quadro se complicava.

    Com os dois turnos, as regras do jogo mudaram. Como escreveu um autor, depois do primeiro turno, o candidato a vice-presidente é como uma bananeira que já deu cacho. Tendo atraído a maioria dos votos que poderia puxar para seu companheiro de chapa, sua atuação não ajuda a campanha do segundo turno. Mas pode atrapalhar os entendimentos com candidatos derrotados no primeiro.

    Por esse motivo, a escolha do candidato a vice-presidente transformou-se numa operação delicada para os presidenciáveis. Parte do sucesso dos dois mandatos de FHC e de Lula repousa, aliás, na escolha de vice-presidentes que cumpriram suas funções com relativa discrição e total fidelidade aos dois presidentes, antes e depois das eleições. Por caminhos tortuosos, desenhou-se uma prática política e constitucional que vem assegurando a democracia e o crescimento econômico.

    A aliança entre o PT e o PMDB apresenta outra relação de forças. Caso o deputado Michel Temer venha a ser o candidato a vice-presidente na chapa da ministra Dilma Rousseff, configura-se uma situação paradoxal.

    Uma presidenciável desprovida de voo próprio na esfera nacional, sem nunca ter tido um voto na vida, estará coligada a um vice que maneja todas as alavancas do Congresso e da máquina partidária peemedebista. Deputado federal há 22 anos seguidos, constituinte, presidente da Câmara por duas vezes (1997-2000 e 2009-2010), presidente do PMDB há oito anos, Michel Temer vivenciou os episódios que marcaram as grandezas e as misérias da política brasileira.

    O partido sob sua direção registra uma curiosidade histórica. Sendo há mais de duas décadas o maior partido político brasileiro, jamais logrou eleger o presidente da República. Daí a sede com que vai ao pote ditando regras ao PT e a sua candidata à Presidência. Já preveniu que quer participar da organização da campanha presidencial, disso e daquilo. No horizonte, desenha-se um primeiro impasse.

    O peso do PMDB e a presença de Temer na candidatura a vice irão entravar, no segundo turno, a aliança de Dilma com Marina Silva, Plínio Arruda Sampaio (candidato do PSOL) e as correntes de esquerda que tiverem sido derrotadas ou optado pelo voto em branco e voto nulo no primeiro turno.

    Levado adiante, o impasse poderá transformar a ocupante do Alvorada em refém do morador do Palácio do Jaburu. Talvez, então, Temer tire do colete uma proposta que avançou alguns anos atrás. O voto, num Congresso aos seus pés, de uma emenda constitucional instaurando o parlamentarismo. Em outras palavras, complicada no governo Lula, a aliança PT-PMDB pode se tornar desastrosa num governo Dilma em que Michel Temer venha a ocupar o cargo de vice-presidente.

    A declaração de Lula sobre a eventual aliança de Jesus e Judas deu lugar a um extravagante debate teológico. Mas a questão essencial é mais terra a terra. E só o futuro dirá se a frase de Lula terá sido uma simples metáfora ou uma funesta premonição.

  5. É exatamente isso. Esse é o

    É exatamente isso. Esse é o pacto da nova república que esses provocadores da lava jato estão ajudando a sustentar ao embarcarem nessa ridícula subideologia do “sinistro projeto de poder petralha”.

    A imprensa e a oposição acreditam mesmo que podem inverter tudo.

    É só lembrar desde o iniciozinho do primeiro mandato de dilma:

    * O Palocci, então “primieiro ministro”, caiu logo nos primeiros meses depois de cobrar fidelidade do PMDB e bater de frente com o Michel Temer;

    * Em seguida começou na imprensa o bombardeio diário de denúncias, ministério por ministério da tal base aliada;

    * Logo em 2012 começou a faxina e as tais “medidas prudenciais” na economia;

    * Anuncio da queda do preço da energia.

    * infraestrutura contratada;

    * emprego batendo recorde em cima de recorde;

    * Taxa de juros 7,5% em setembro;

    E aí começou o todos contra o PT, PT, PT…

    * Colar da ana maria braga no outono

    * blocão do Cunha;

    * Teleguiados na rua;

    … E por aí vai…

  6. Lei dos Portos

    Houve uma profunda divergência também entre a Presidenta Dilma e o cunha quando da votação da Lei dos Portos. Acho que seria interessante alguém explorar, com propriedade, essa questão

  7. A Dilma acabou com a boquinha

    A Dilma acabou com a boquinha de  dois Cunhas em Furnas. Um age abertamente, o outro, nas sombras. Esse que rasteja nos esgotos do projac é que devemos Temer.

  8. O Eduardo Cunha está reunindo todo o refugo da Câmara dos Deputa

    O Eduardo Cunha está reunindo todo o refugo da Câmara dos Deputados no golpe.

  9. Excelente post !

    Sérgio Medeiros.

    Gostaria de lembrar tb algo que sempre disse : quando o Eduardo Campos passou para o outro lado, senti que a armadilha estava sendo montada. Afinal não se muda assim tão de repente, a não ser que o oferecimento fosse bem maior do que o Lula já tinha dado ao seu Estado. Ele queria mais, bem mais e, pelo jeito, encontrou. Tornou-se um mito (?).

  10. “Não foi mera coincidência o

    “Não foi mera coincidência o fato que, dos 38 votos de deputados a favor do impeachment na Comissão da Câmara, 35 tem pendências perante a Justiça.”

    Como a esquerda mente. Inacreditável…

  11. os “salvadores da pátria” juntam-se a Cunha

    Não espanta que a imensa maioria dos que votaram com Cunha e Temer sejam réus de algum processo na Justiça. Agora esperemos que Bonner e Renata Vasconcelos tragam este fato constrangedor para a Democracia brasileira ao Público.

  12. nassif  ninguem iria  pagar

    nassif  ninguem iria  pagar  um milhao  para  deputados se  ausentar  porque a  ausencia  contraria  a  favor  de  Dilma  entao  esses  poster  com a tal  compra  de votos   deve  ser  revisto  ou eu nao entendi. nada. 

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