A irrelevância de FHC foi a maior perda para o liberalismo brasileiro, por Luis Nassif

O liberalismo brasileiro esbarrou em dois muros intransponíveis. O primeiro deles, o fenômeno Lula que explode em 2008 casando as políticas sociais anteriores com uma visão integrada de nação, contemplando a diplomacia, o papel da defesa, das políticas industriais e das formas de interação com as políticas sociais.

O segundo muro foi o destino ter jogado o neoliberalismo brasileiro nas mãos de Fernando Henrique Cardoso, provavelmente o mais desinteressado presidente da história moderna do país. FHC saiu do governo desmoralizado não apenas entre as classes populares, mas entre a elite econômica paulista.

Mas as circunstâncias políticas colocaram a máquina de propaganda para recriar a imagem pública dele, como um contraponto a Lula. Não adiantou. Faltou grandeza a FHC como presidente e, mais ainda, como ex-presidente. Não encarnou nem as virtudes públicas, nem as pessoais. Como, por exemplo, manifestar solidariedade a um companheiro de caminhada democrática, como foi o caso de Lula.

Com todas as ressalvas que se pudesse fazer a eles, Mário Covas, Itamar, até José Sarney nos momentos mais dramáticos da vida nacional, eram figuras presentes. Quando o mensalão ameaçava provocar desequilíbrios relevantes na vida política nacional, Itamar, Sarney, Fernando Collor, todos assumiram suas responsabilidades, como ex-mandatários, com manifestações públicas em defesa da democracia. Menos FHC.

Nem a idade incutiu-lhe generosidade, responsabilidade institucional com o país. Tornou-se um político e um intelectual irrelevante.

 
Luis Nassif

48 Comentários

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  1. o tartufo mesquinho

    Este sujeito não tem vida própria, se abrir a boca e manifestar uma opinião a contrariar os seus patrocinadores, as falcatruas que são a base da sua e da família fortuna, podem ser expostas.

    Vá lá que nesta fase é melhor ficar com o butim em dinheiro que qualquer verbete nos livros.

    Triste e merecido fim.

  2. Na verdade este indivíduo, o

    Na verdade este indivíduo, o fhc, nunca passou de um embuste. Ou seja, um mero trapaceiro e golpista treteiro.

    Pagaram o pato, coitados.  Dona Dulce e do amigo e sócio Serjão, por certo, preferiram partir antes do combinado. Possivelmente, por desgosto, de terem convivido e, ao se darem conta do engodo que ajudaram a forjar.

    Orlando

  3. A grande batalha da vida de
    A grande batalha da vida de FHC tem sido com seus 435 espelhos. Mais recentemente essa luta se intensificou. A divulgação das pesquisas em favor de Lula tem causado quebradeira generalizada. Os espelhos não conseguem mentir.
    – Espelho, espelho meu…

  4. Concordo, menos com a parte

    Concordo, menos com a parte que diz que foi o “destino” que jogou o neoliberalismo nas mãos desse senhor… esse negócio de “destino”, ainda mais se tratando de pessoas a quem foram confiadas grandes responsabilidades, fica parecendo ser da mesma natureza que a tal da “mão invisível do mercado”. Nem a mão é invisível, nem foi o destino que quis e nem a turma de FHC, incluindo ele, claro, é tão isenta assim de responsabilidade pela falta institucional de vergonha na cara, de infiltração do privatismo no estado. Cada uma das pessoas que integram o estado, seja em cargo eletivo, concursado (de juízes, promotores, procuradores e desembargadores até os muitos auxiliares da Justiça, para ficar em apenas um dos poderes) ou por indicação, tem responsabilidade sobre a pobreza em que nos encontramos, pobreza institucional, de soberania, de patriotismo, de dignidade e prosperidade… pobreza em todos os sentidos.

    Parece paradoxo, um ex-pobre como Lula estava conseguindo enriquecer o povo e o país, e os ricos sistematicamente nos empobrecem. Será que precisa refletir muito para entender que isso, afinal, não é um paradoxo?

  5. Lula deve tudo a FHC

    O PSDB era um partido social-democrata que, por força do imperativo econômico, tornou-se liberal. E o PT era um partido revolucionário que, por força do imperativo econômico, tornou-se social-democrata, ocupando o escaninho que o PSDB deixou para ele.

    FHC foi uma bênção para Lula. Primeiro, por haver ganho as eleições de 1994 e 1998, e assim poupou Lula de tomar as medidas de austeridade, privatizações inclusive, indispensáveis para tirar o país do buraco onde se encontrava desde a década de 80. Segundo, porque deixou a Lula um país com a economia estabilizada, com a macroeconomia funcionando. Qualquer um que assumisse o governo antes do Plano Real teria que fazer mais ou menos o mesmo que FHC fez, e se isso sobrasse para Lula, ele ficaria totalmente desmoralizado junto às bases. O PT é que teria que ser o “partido liberal”, e Lula faria o mesmo papel feito por Menem na Argentina, que era o exato oposto do programa dos peronistas. Se Lula tentasse governar sem a estabilização herdada do Plano Real, ia apenas jogar o país na hiperinflação, repetindo o roteiro de Alan Garcia no Peru nos anos 80.

    Lula deve tudo a FHC, até a sua reeleição, cuja emenda foi aprovada sob o governo de FHC. Os petistas em geral sentem-se terrivelmente mordidos por esta lembrança, e penso estar aí a causa psicológica da obsessão em desmerecer FHC, coisa que a essa altura do campeonato é o mesmo que chutar cachorro morto. Não faz sentido taxar de mero embuste um presidente que obteve uma reeleição e iniciou uma nova era para o país com seu Plano Real. Um embuste é um Collor ou uma Dilma, não um FHC ou um Lula. Você pode ser contra FHC, mas negar a importância dele é tão despropositado quanto negar a importância de Lula. Os argumentos são de uma falta de imaginação impressionante, dizem até que FHC não teria sido o verdadeiro autor do Plano Real. A psicologia explica.

     

    1. O maravilhoso mundo de Pedro ABBM

        Seu primeiro parágrafo é bem amarrado. Daí para a frente…

        O tal “país no buraco” possuía reservas mais que suficientes para se bancar sozinho a partir de 1993. Obviamente o Plano Real foi bem-vindo, mérito de economistas que copiaram – sim, COPIARAM, o Real não é uma jabuticaba – dezenas de planos econômicos mundo afora que debelaram o dragão da inflação desde a Alemanha do entreguerras. Claro, e a turma banqueira que tomou conta do governo FHC por incentivo do próprio fez tão bem ao país que conseguiu a proeza de NOS QUEBRAR TRÊS VEZES EM OITO ANOS. Só um marciano, como você, fala em economia estabilizada se referindo ao DESCALABRO que Lula encontrou em 01.01.2003, o que nos exigiu NOVA RODADA de austeridade nos primeiros anos Lula, mesmo após FHC TORRAR as estatais e nos legar o APAGÃO.

        Só alguém que escorregou e bateu a cabeça na guia da rua pode dizer que Lula deve a FHC a reeleição. A reeleição, COMPRADA na Câmara pelo probo governo FHC que você, sofrendo de concussão, celebra, foi arranjada para MAIS UMA VEZ afastar o “perigo Lula”, que não deve P nenhuma ao mesquinho FHC, de cuja biografia você promove, sabe-se lá por qual motivo, grosseiras falsificações. O Brasil que deve, isso sim, ao republicanismo muitas vezes ingênuo de Lula a possibilidade de reeleições sucessivas, o que em 2009, dada a popularidade do petista, seriam favas contadas.

        Voltando a FHC, gostaria eu que fosse cachorro morto… antes pelo contrário, esse pústula continua por aí, agora profetizando um golpe no PRÓXIMO governo – desde que o vitorioso não seja do PSDB, naturalmente.

        Por fim… SIM, é inegável a importância de FHC. O legado de 8 anos de destruição planejada do Brasil são inesquecíveis – seja para alguém que viveu aqueles anos no Brasil e não em Marte, seja para quem tão carinhosamente se esmera em fabricar grosseiras falsificações para louvar o flagelo egocêntrico que foi esse sujeito na presidência.

      1. Repetindo palavras e letras, discutimos Pedro ABBM há 4 meses

         

        André élebê (sexta-feira, 24/08/2018 às 17:17),

        Em comentário que enviei domingo, 26/08/2018 às 21:16, para você junto ao seu comentário enviado sexta-feira, 24/08/2018, às 17:20, para os leitores e comentaristas deste post “A irrelevância de FHC foi a maior perda para o liberalismo brasileiro, por Luis Nassif” de sexta-feira, 24/08/2018, às 14:01, eu procurei justificar a confusão que eu fiz ao tomar este seu comentário que você enviou sexta-feira, 24/08/2018, às 17:17, para junto do comentário de Pedro ABBM de sexta-feira, 24/08/2018 às 18:05, como sendo o seu comentário de sexta-feira, 24/08/2018, às 17:20.

        Deveria ter justificado a confusão pela minha idade avançada que começa a me pegar essas peças. Hoje, ao procurar alguma resposta a Pedro ABBM que eu teria dado aqui no blog de Luis Nassir, eu observei que já havia replicado a comentário semelhante dele via um comentário seu junto ao post “FHC é a prova maior do subdesenvolvimento político nacional, por Luis Nassif” de segunda-feira, 23/04/2018, às 11:28, aqui no blog de Luiis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/fhc-e-a-prova-maior-do-subdesenvolvimento-politico-nacional-por-luis-nassif

        A idade está pesando muito. Em quatro meses tudo já havia sido esquecido. É bem verdade que o Pedro ABBN tem muita culpa nisso, pois os comentários deles são repetitivos e em resposta só se pode dizer aquilo que já se dizia bem antes. E quatro meses para mim já constituem em memória recente que eu esqueço de pronto.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 27/08/2018

    2. A gente lê cada uma…

      Desde quando as privatizações do FHC foram um remédio necessário para o país? Ele ( e o PSDB) só fizeram as privatizações para se tornarem donos das empresas que privatizaram, recebendo propina em forma de dividendos. Quanto a sua opinião, preferimos a verdade narrada na Privataria tucana. O PSDB não se tornou liberal porque foi obrigado. Ele se tornou porque, caso contrário,  não venceria as eleições com o apoio da globo e outros que hoje comandam o golpe. FHC nunca teve caráter e nem opinião. Só ego. E o PT nunca se disse comunista e sim a favor de políticas sociais e desenvolvimento para estas políticas funcionarem. Isto é típico da social democracia que Montoro e outros fundadores do PSDB pregavam e que FHC , no seu governo, pediu para esquecessemos. O PT, por sua vez, era tido como o patinho feio. Os poderosos achavam que o Lula iria sucumbir no poder em pouco tempo. Se deram mal e correram arrumar um jeitinho de tentar tira-lo do poder. veio o Mensalão , que sim, é verdade, fez com o PT aderisse a fisiologia do PMDB, assim como FHC na emenda da reeleição, que aliás, só foi pensada graças a morte de seu sucessor: Luis Eduardo Magalhães , em um mal súbito. FHC tinha como papel afastar de vez a esquerda e o PT. Por isto se criou o embuste chamado plano real que não durou nem o primeiro mandato do tucano e que nada tem a ver com o sucesso petista. A verdade é que eles achavam que Lula não poderia se beneficiar de algo artificial , criado para destruí-lo, mas que ainda poderia render frutos. Por isto a reeleição que nem era a vontade dos poderosos. Com a decadência do plano real, no segundo mandato de FHC e toda a crise que se desenvolveu então, acharam que Lula , sendo eleito em 2002, sucumbiria na crise. Deu errado. Mas se tem uma coisa que nunca ajudou o petista , foi a política vinda do tucanato, até porque incompatíveis.

    3. Tá bom Pedro, reduz o teu trabalho e escreve somente o teu…..

      Tá bom Pedro, reduz o teu trabalho e escreve somente o teu nome, e coloca COMENTÁRIO Nº0001, todos nós já sabemos o que vais escrever. Não te canse, nem canse os outros.

      1. Prezado colega, teu ego só

        Prezado colega, teu ego só não é maior que teu atrevimento. Todos têm direito de expor sua opinião, afinal é para isso que existe o blog, ou ao menos deveria ser. Se já tens opiniões prontas sobre tudo e nem te dás ao trabalho de ler as alheias, é teu direito. Não esqueças, porém, que o enorme desprezo externado à opinião dos demais comentaristas, só porque difere da sua, é insultuoso, arrogante  e pouco democrático,.

          1. Caro Ugo, seus insultos são

            Caro Ugo, seus insultos são tão repetitivos que acabam perdendo o efeito. Já que a única coisa de que você é capaz é insultar, ao menos seja um pouco criativo!

    4. Iso não é verdade, porque o

      Iso não é verdade, porque o PT jamais foi um partido revolucionário (infelizmente). Certa feita, quando Luiz Carlos Prestes disse que não havia necessidade de se criar o PT, em razão de o PCB já ser um partidudo de trabalhadores, Lula respondeu dizendo que o PCB mais parecia um pelotão de combate e que os operários não seriam os soldados subordinados ao capitão prestes. O tempo passou e parece que os operarios gostam mesmo é de ser subodinados ao capitão Bolsonaro!!!. Quanto ao PSDB, nunca foi um partido social democrata, até por uma certa dose de reacionarismo de alguns de seus integrantes fundadores. Sempre esteve ao lado dos patrões e longe e cada vez mais distante dos trabalhadores, até chegar ao ponto vexaminoso em que chegou, tendo inclusive um sujeito como Dória candidato ao governo estadual!!! Fosse social democrata os Mesquita, os Frias, os Marinhos e outros tantos que tais, seriam simpatizantes desse partido? Como sempre o foram? Ademais, descobrir que o partido é liberalóide e até mesmo admirador do tal de MIses, além de uma má fá de FHC, foi o motivo que levou muita gente de grande valor a sair do partido entre eles, Luiz Carlos Bresser Pereira. É uma pena, porque o Brasil poderia ser muito maior e melhor do que é. E tudo o que poderia ter sido…..mas que não foi!!

    5. Toda vez que citam o nome de FHC aparece esse Pedro ABBM

      FHC é tão irrelevante que eu acho que esse tal Pedro ABBM é o próprio FHC ou algum acessor dele.

      Praticamente inexistem idiotas para propagar essa panfletagem ingênua sobre FHC… ainda mais nesse grau de insanidade:

      “Lula deve tudo a FHC, até a sua reeleição, cuja emenda foi aprovada sob o governo de FHC.”

      HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA ATÉ UM ATO DE CORRUPÇÃO DESCARADO DE FHC VIROU BOA AÇÃO EM BENEFÍCIO DE LULA!

      “a causa psicológica da obsessão em desmerecer FHC”

      MEU CARO… SE ESSE BLOG FALASSE DE FHC APENAS 10% DO QUE A DIREITA FALA DE LULA… TERIAMOS AQUI UM DIÁRIO DE FHC!!! BASICAMENTE TEMOS TODA UMA GERAÇÃO DE COMENTARISTA QUE SÓ EXISTEM ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE PARA FALAR MAL DE LULA. ISSO SIM É OBSESSÃO!

       “…iniciou uma nova era para o país com seu Plano Real” 

      PARABÉNS ITAMAR!!! NUNCA SERÁ ESQUECIDO!!! ANALISANDO SUA FALA FICA CLARO QUE FHC DEVE MAIS A ITAMAR QUE LULA DEVE A FHC!!!

      “dizem até que FHC não teria sido o verdadeiro autor do Plano Real.” 

      FHC É O GAROTO PROPAGANDA DE UM PLANO ECONÔMICO INTERNACIONAL APLICADO EM VÁRIOS  PAÍSES DA AMÉRICA LATINA, NO BRASIL DURANTE O GOVERNO ITAMAR. FHC NÃO FEZ O PLANO REAL… ELE APENAS USOU O PLANO REAL PARA SE ELEGER… sorry!

      Você deveria usar a mesma tática da imprensa e do PSDB… chamar FHC de “pai do Real”… essa denominação é boa pois da impressão que ele foi o cara mais importante do plano e ao mesmo tempo não diz nada comprometido com a verdade… evitando confronto com dados e vídeos da internet que mostram que FHC não fez nada!

    6. Taí, faz sentido!

      Se a turma do PSDB e demais privatistas tivesse conseguido ocultar da classe média que esta não era (como não é e nunca será) elite, Lula não teria sido eleito. O problema – psicológico, como você diz, caro Pedro – é que bastam uns poucos anos de “gestores” privados na administração pública para que todos percebam onde os recursos públicos estão sendo investidos, para onde vão esses recursos. E não é para a classe média que eles vão, não, apesar de serem dela tirados… O problema da classe média é se achar elite. E nada como um governo privatista, de elite para derrubar essa ilusão.

    7. Obsessão por FHC? ele que

      Obsessão por FHC? ele que vira e mexe destila seu odio pelo Lula. Seja honesto conte a história da reeleição direito, FHC mudou as regras do jogo de maneira que beneficiasse a si próprio. Com graves denuncias e com provas de compras de votos para alterar a Constituição. E ” não dizem que o FHC não é o verdadeiro autor do plano real”, : Ele não é! o plano Real foi criado por uma junta de economistas encabeçados por Rubens Ricupero, FHC nem era o ministro da fazenda. Arquitetaram a mudança, deixaram ele assinar as notas de ultima hora, fato denunciado pelo Ex presidente Itamar Franco, após traição, basta pesquisar.

    8. Ah e outra vocês semprem vem

      Ah e outra vocês semprem vem com, essa falacia que FHC deixou um país estabilizado para o Lula. Mas não apresentão nenhum dado estáticos.

    9. Não sou advogado do Nassif,

      Não sou advogado do Nassif, mas creio que o que o blogueiro quis dizer é que FHC não conseguiu ficar a altura do papel que por forças das circunstâncias coube representar.

      O plano Real que surgiu no governo Itamar tem poucas digitais do dito cujo. Na verdade seu papel foi mais simbólico, foi a cara necessária naquele momento para emprestar credibilidade ao plano.

      Sim foi importante, adimito. Mas se FHC foi importante, enquanto símbolo de uma nova era de estabilidade econômica e política, seu governo foi um desastre na administração desse novo país que surgia. As privatizações desatrosas e criminosas e o populismo com a moeda em prol de suas ambições política pessoais, quase anularam todo o ganho que o país teve com a derrota da hiperinflação.

      E vamos combinar o sucesso do plano Real se deve muito mais ao contexto da macroeconomia mundial. A verdade é que a era das hiperinflações praticamente acabou a partir da metade da década de 90. Em toda America do Sul não se encontra mais aqueles números estratosféricos de 1000% de inflação, comum nos anos 80.

      De repente para o grande capital ficou menos interessante os cenários de inflações gigantescas do que num cenário em que o controle da inflação é feito de uma forma que gera muito mais lucro. Daí a importância da tal independência do Banco Central, dando ao mercado o poder sobre a política de juros

      1. Acho que foi o contrário

        Acho que foi o contrário. FHC nunca teve carisma ou brilhantismo intelectual para ser um símbolo. Ao contrário, justamente porque sua figura nada tem de olímpica, ele faz bem o gênero Geni, que é boa de apanhar e fácil de bater.

        Mas se não foi um símbolo, FHC foi o obreiro necessário para implantar um plano que nada tinha de genial ou original, mas que era absolutamente necessário. E foi preciso, sim, vontade política para tirar das mãos dos políticos o poder de cobrir os rombos das contas do governo com a perda do poder aquisitivo da população (quem não gosta de mandar suas contas para o vizinho pagar?) bem como tirar das mãos dos políticos generosas estatais que eles geriam como propriedade particular.

        Para um governo que foi, supostamente, um desastre em administração, a gestão de FHC até durou bastante (teve uma reeleição) e seus efeitos são sentidos até hoje. Se as privatizações foram desastrosas e criminosas, isso é uma opinião pesoal sua. Várias empresas privatizadas cresceram e melhoraram bastante.

        Com certeza o contexto da macroeconomia mundial contribuiu, embora tenha sido adverso em certos momentos (como na crise de 1997). Mas dizer que cenários de inflação gigantesca possam ser de algum interesse para o grande capital não faz sentido nenhum. Muitas empresas multinacionais tiveram prejuízo com a inflação, e houve uma generalizada fuga de capitais no período.

         

  6. FHC é irrelevante pois é um papagaio da mídia

    Atualemte a mídia Brasileira basicamente repete monotonamente a mesma pasmaceira incansavelmente: LIBERALISMO TOTAL, BINARISMO POLÍTICO, PT É O SATANÁS…

    Para isso, a mídia escolhe a dedo os panfleteiros para propagarem o mesmo papo furado em todos os jornais, revistas e rádios.

    Depois seleciona entrevistados que reforçam ainda mais a papagaiada emitindo “opiniões” direcionadas.

    FHC é mais um do panfleteiros papagaios da mídia… nunca disse absolutamente nada que fugisse minimamente do lugar comum que a imprensa chama de verdade suprema.

    Sendo assim, COMO FHC SE DESTACARIA???

    O que FHC disse de diferente do que qualquer idiota repete nos jornais diários… nas rádios.. e agora no youtube???

    Se você ligar a rádio nesse momento ou a GloboNews vai ver alguém repetir o que FHC repete a vida toda…

     

    Na realidade… toda a direita brasileira se Globo-Tucanou… é por isso que nem dando golpe conseguem assumir o poder.

  7. bom post.

    Nunca antes no pais um ex-presidente teve sua biografia apagada e refeita para atender as necessidades da grande burguesia. Eles precisam de um heroi!

    Quando me vêm com elogios, sempre relembro da maxidevalorização da moeda, da ida ao FMI, da compra da reeleição, da politica dos juros altos, etc, etc. É longa a lista!

    As pessoas me olham como nunca tivessem ouvido isso! 

    È o trabalho eficiente das 150 entrevistas anuais, dos 200 artigos que deve encomendar etc.

     

  8.   Discordo. 
      A irrelevância

      Discordo. 

      A irrelevância de FHC seria um ganho para tudo e todos. Infelizmente foi dada a ele uma relevância que jamais mereceu, seja ontem ou hoje, para alegria de duas ou três dúzias de donos do país, aqui e no exterior.

      A propósito, chamá-lo de presidente desinteressado chega a ser um ato de não merecido carinho, uma vez que esse sujeito foi promotor ativo de interesses estrangeiros em busca de nossa reconversão ao colonialismo.

    1. Fernando Henrique Cardoso se perdeu ao se tornar aculturado

       

      André élebê (sexta-feira, 24/08/2018, às 17:17),

      Avalio que a esquerda é muito rigorosa com Fernando Henrique Cardoso, não vejo, entretanto, muita profundidade nessa avaliação rigorosa dele. Acusam-no muito por motivos que me parecem equivocados. Eu até o considero pior do que a avaliação que a esquerda faz sobre ele, mas faço esta avaliação centrada em outros motivos.

      Na década de 70, considerava ruins os textos dele escritos no jornal Movimento ou no jornal Opinião. Naquela época a grande inspiração dele era o Pacto de Moncloa que ele insistia en copiar e queria ainda fazer algo semelhante no Brasil. O Luis Nassif até hoje carrega este cacoete do pacto nacional, esquecendo que de certo modo trata-se de um engodo, ou no melhor dos casos, não é um processo democrático, a menos que se chame de Pacto à elaboração de uma Constituição.

      A Constituição, entretanto, não é uma união nacional, mas o primeiro momento ou mais alto momento do processo de composição dos interesses conflitantes feita na arena da representação. Decorre de um processo de toma-lá-dá-cá, de é-dando-que-se-recebe, de acordos, de conchavos e de barganhas, ou seja, é fruto do mais lídimo fisiologismo, que é outro nome que se dá ao processo democrático de composição de interesses conflitantes.

      A ideia de união nacional de Fernando Henrique Cardoso era limitada. Consistia apenas da suposição de que a USP tinha a solução de todos nossos problemas e que, portanto, todos os interesses deveriam ser esquecidos e em prol do interesse maior da nação que estava muito bem guardado lá na USP.

      Virou presidente às custas do Plano Real. Todo mundo critica Fernando Henrique Cardoso, mas tecem loas ao Plano Real por ter debelado a inflação. E se toda a instabilidade que tivemos após o Plano Real forem decorrentes exatamente do Plano Real?

      Poucas pessoas sabem que nos cinco anos do governo Sarney o Brasil cresceu mais do que nos oito de Fernando Henrique Cardoso. A nossa dívida pública era administrável e como você mesmo disse, Itamar deixou 60 bilhões de dólares em reservas que foram dissipadas nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso.

      Agora, há também o lado bom das coisas ruins. O Plano Cruzado, por exemplo, destruiu a economia brasileira em um momento que ela estava relançando-se, mas em compensação nos proporcionou a mais moderna Constituição do mundo Ocidental.

      Como eu venho dizendo nos últimos vinte anos, o Plano Real feito para eleger um presidente comprometeu a nossa economia, comprometimento que foi aumentando pelo fato de ter sido feito em época de eleição, para eleger um presidente e um presidente que nunca tivera experiência administrativa relevante, isto é nunca fora presidente sequer de um Grêmio Recreativo (Depois fiquei sabendo que ele fundou um Grêmio Recreativo em homenagem a Dom Pedro II e que tivera ele e a irmã dele de associados).

      Ocorre que este mesmo Plano Real mais o financiamento dos empresários paulistas nos deu, como você mesmo disse, a reeleição de Lula. Sem o Plano Real Lula teria vindo e desaparecido.

      E não foi só isso. Em razão do Plano Real, a carga tributária brasileira que havia crescido de 22% no final do governo de José Sarney para 25% com Fernando Collor de Mello, subiu para 27% com Itamar (A pedido e sob o comando de G. Henrique de Barroso F.) e para 33% no primeiro governo.

      Na verdade, o aumento da carga tributária sempre foi mal visto pela esquerda marxista porque este aumento representa mais poder para o Estado é considerado como instrumento de dominação dos poderosos sobre as classes menos aquinhoadas. O fato é, entretanto, que a medida que se aumenta a carga tributária independentemente da justiça dessa carga melhora a distribuição de renda em um país.

      E ao dizer que o primeiro parágrafo do artigo de Luis Nassif é bom, você cometeu um erro. O parágrafo bom é o segundo pois o título é que é o primeiro parágrafo e o título é muito ruim. Fernando Henrique Cardoso é irrelevante em que, para que ou para quem?

      E de que liberalismo o Luis Nassif fala: do liberalismo do Paulo Rabello de Castro, do liberalismo de Paulo Guedes, do liberalismo do Amoedo ou do liberalismo de que Fernando Henrique Cardoso mencionou quando em entrevista durante a eleição e alguém perguntou se ele era liberal e ele respondeu que era liberal, como assim se consideram certos intelectuais americanos.

      Toda a vez que vejo um texto sobre Fernando Henrique Cardoso, eu lembro da canção de Caetano Veloso “Diamante Verdadeiro” naquela parte em que Maria Betânia canta assim:

      “Pois todo toque do que você faz e diz

      Só faz fazer de Nova Iorque algo assim como Paris”

      Em minha avaliação o grande problema de Fernando Henrique Cardoso é que ele é um aculturado.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 25/08/2018

      1. Irreparável.

        Clever, meus respeitos.

        Seu texto ataca, de forma irretocável dois mitos caros a uma parte abestalhada da esquerda brasileira (na qual, me incluo).

        O mito constitucional e o mito da estabilidade econômica.

        No campo da política, da economia e da política econômica, esses dois mitos nos trouxeram aos caos que estamos hoje, que também não é tanto caos, mas o projeto da elite internacional e seus sabujos locais para o novo formato do arranjo centro periferia e dos movimentos de fluxo e contra-fluxos de liquidez.

        E saiba: o problema não é a elite nacional e seus patrões internacionais agirem de acordo com seus planos. O problema é nossa (falta) de reação racional e pior, parte do tempo disputamos com eles as bandeiras que deveríamos queimar!

        1) O mito constitucional:

        Que as esquerdas não foram capazes de afastar a euforia pós-ditadura, natural para anos e anos de sufoco, compreendemos!

        Mas essa euforia permitiu as elites a criação de um cimento ideológico que culminasse com a ideia de que precisávamos de um pacto constitucional dedicado a um tipo de “pacificação” institucional que se dedicava a apagar (como se possível fosse) as cicatrizes abertas pelos anos de autoritarismo.

        Nem falo da certinice da Lei de Anistia, que se faça justiça, boa parte da esquerda rejeitou e rejeita, embora quando no governo não tenhamos feito nada (ou muito pouco) para derrubar, com medo sabe-se lá do que.

        Junto a essa ideia vinha a noção (também falsa) de que o autoritarismo que esteve em vigor era uma ideia tresloucada e sádica de alguns militares malucos, e não um projeto político com donos e beneficiários.

        Foi essa Constituição que pariu o nosso judiciário e o mp de hoje.

        Foi essa Constituição que manteve intacta a estrutura autoritária das polícias estaduais, verdadeiras milícias de jagunços controladas por forças regionais (governadores).

        Nem vou mencionar a palhaçada constitucional que se auto-denomina cidadã, mas que tem quase todos seus direitos sociais amarrados na camisa de força do efeito de eficácia contida.

        Na verdade, o que se reconstituiu, e sim foi importante, foram o HC, e outras garantias previstas nos remédios constitucionais.

        No entanto, até essa frágil edificação garantista não resistiu a força do lawfare que foi alimentado à sombra desse pacto constitucional.

         

        2) O mito da estabilização:

        Esse é simples.

        Os verdadeiros gênios por trás das teses de estabilização, os donos da grana internacional, entenderam, após anos e anos, que não era mais possível garantir suas posições na periferia permitindo que os governos dessa região mantivessem os níveis de instabilidade com emissão de moeda.

        As desvalorizações, que serviam ao propósitos da banca, começavam a demonstrar que eram mais risco que oportunidade.

        Depois de saquearem e sugarem essas economias periféricas até os ossos, com as inversões cambiais e outras trapaças over-nights, decidiram deslocar o eixo para a dívida pública.

        Então, fiat lux:

        Ao invés de ganharem dinheiro com as emissões de moeda, passaram a ganhar grana com emissões de dívida em ambientes de moeda “estável”.

        Uai, ninguém nunca parou para perguntar que estabilidade é essa em um ambiente de remessa de alguns trilhões de dólares nos últimos anos, para pagamento de serviços de dívida, desde 1994?

        E aí, nos orgulhamos, por exemplo, de termos “pago” nossa dívida com FMI, e competimos com a direita pelo “neutro fiscal”, sem entedermos (bem, muita gente entende e é cínica mesmo) que esse processo aprofunda de forma muito mais rápida a dependência internacional, retirando soberania dos já combalidos estados nacionais.

        A guerra a inflação ou a guerra pela estabilidade tem seus correlatos em outras guerras, que têm o mesmo efeito entorpecedor: a guerra às drogas, ao terror, a corrupção, ao “desperdício no funcionalismo”, e etc.

         

        Eu acho,assim como você, que dar dimensão a fhc é algo como uma expiação de culpa, ou algo como fazer o inimigo parecer maior que é, para esconder nossa pequenez e indigência intelectual.

        É o nosso espantalho, quem sabe?

        Aí, o melhor que temos para hoje é o texto de Dilma comparando Lula a Getúlio (argh!).

        Quem nos dera que Lula tivesse colhões para ter um Filinto Müller!

        1. Não creio que você entendeu o que eu disse sobre a Constituição

           

          Felipe Silve. (domingo, 26/08/2018, às 11:28),

          Raramente eu sou claro nos meus comentários e o que eu enviei sábado, 25/08/2018 às 21:04, para André élebê junto ao comentário dele de sexta-feira, 24/08/2018, às 17:17, além da minha natural prolixidade ainda apresentava algumas confusões, pois argumentei usando o comentário dele enviado sexta-feira, 24/08/2018, às 17:17, para junto do comentário de Pedro ABBM de sexta-feira, 24/08/2018 às 18:05, e imaginado que no comentário ele se referia a este post de Luis Nassif.

          Já tentei corrigir o equívoco enviando um comentário para André élebê hoje, domingo, 26/08/2018, por volta de 21:15. Não creio, entretanto, que este equívoco tenha sido a causa da compreensão a que você chegou a respeito do que eu disse sobre a nossa Constituição.

          Eu considero que a ideia de pacto nacional é uma balela. A democracia tem como pressupostos opiniões diferentes e que chegam a um consenso pelo processo fisiológico de composição de interesses divergentes.

          O limite de legalidade desse processo é a constituição. Obedecendo a constituição você pode acordar, barganhar, fazer conchavos, isto é, você pode praticar o mais lídimo fisiologismo. E assim é o processo democrático em qualquer país do mundo.

          Em uma democracia a composição de interesses conflitantes só deixa de ser feita mediante o toma-lá-dá-cá quando se conhece o interesse maior da nação ao qual qualquer interesse conflitante tem de se submeter. Assim se pode dizer que naqueles casos em que o interesse maior da nação é conhecido não há o processo de composição de interesses conflitantes, mas a imposição do interesse maior da nação. 

          Ocorre que, salvo obedecer a Constituição e as leis, não há consenso sobre o que seria o interesse nacional em cada caso concreto. Um pacto nacional é sempre proposto para atender o interesse maior da nação. Então o pacto nacional é uma suspensão do processo democrático e quem o suspende o faz em nome do interesse maior da nação que não é conhecido.

          Assim, o pacto nacional é sempre um processo autoritário. Para que ele seja obedecido é preciso que alguém ou um grupo se arvore em conhecedor do interesse nacional e da necessidade desse interesse prevalecer sobre todas as demais discussões ou composições de interesses.

          A Constituição cidadã é fruto de um processo autoritário na medida que se dispôs que o interesse maior da nação seria tal que autorizasse que determinado grupo de representantes iria impor uma Constituição a partir da qual o processo democrático se delimitaria e se realizaria. É bem verdade que essa imposição foi feita via Congresso Nacional compondo os interesses divergentes para decidir como seria a Assembleia Nacional Constituinte.

          Até ai não há divergência entre o que eu disse e o que você entendeu que eu disse. Agora eu considerei que o Plano Cruzado permitiu a eleição de um grupo de deputados muito mais à esquerda do que normalmente se elege no Brasil e que esse grupo pode fazer uma constituição muito mais moderna do que Constituições que foram feitas posteriormente a nossa. Há muitas constituições nos países do antigo bloco Soviético que mais se aproximam de uma constituição fascista.

          Ao dizer que a nossa constituição é uma das mais modernas do mundo eu disse como quem é da esquerda e acredita que a humanidade ao se caminhar para a civilização assume uma feição mais de esquerda, isto é, mais fundada na igualdade e na solidariedade. Reconheço que não se trata de uma constituição de esquerda ou a ideal, mas mais à frente que a realidade daqueles tempos se não fosse o Plano Real poderia conceber.

          Desse modo, eu reconheço que ela é fruto tanto de um momento de autoritarismo quando se estabelece que haverá nova Constituição, ou seja, haverá um novo pacto nacional, como ela expressa a natureza da sociedade em que vivíamos à época. E uma constituição que surge após 20 anos de autoritarismo e que surge em uma sociedade autoritária.

          E há outro fator a considerar. Em uma sociedade machista e capitalista e desigual a representação será tendenciosamente machista, capitalista (no sentido de individualista) e desigual. Então nas sociedades machistas no mundo, a esquerda é subrepresentada. A sub-representação é ainda maior quanto mais capitalista for a sociedade, pois o individualismo será prevalecente neta sociedade.

          E quanto mais desigual for a sociedade mais os grupos que detêm o poder econômico serão capazes de se fazer representarem de forma desproporcional ao tamanho desses grupos na sociedade.

          Pareceu-me que você não considerou que eu elogiei a Constituição de 88 como fruto de um fortalecimento da esquerda em decorrência do Plano Cruzado. Se não fosse o Plano Cruzado todos esses efeitos do machismo, de se defender a adoção do uso da força e da violência que não é uma postura da esquerda, mas é majoritária na sociedade, da natureza individualista prevalecente na sociedade e da injusta distribuição de renda da sociedade fariam a Constituição de 1988 ainda mais atrasada.

          Mesmo com o Plano Cruzado que permitiu a eleição de muita gente da esquerda, a direita era maioria no Congresso Nacional como a influência do Centrão, montado exatamente para dar sustentação ao governo de José Sarney, demonstra.

          E vejo a esquerda se equivocando até os dias atuais ao acreditar que poderia ter uma correlação mais favorável em uma nova Assembleia Constituinte. O atual Congresso é muito mais conservador do que o Congresso de trinta anos atrás.

          De certo modo sua análise da Constituição de 88 tem este viés que eu censuro na esquerda de não sopesar a correlação de forças existente na sociedade, acreditando-se maior do que é. A crítica é válida para se contrapor ao que se deseja, mas não quando se considera o que é possível.

          É claro que eu posso também ter interpretado você de modo equivocado. Você também considera que a Constituição de 88 é moderna comparada com outras constituições no mundo, apenas considera que ela não é uma constituição da esquerda.

          A sua referência à falta de coragem de Lula em ter um Felinto Muller, entretanto, soa para mim como uma demonstração de certo distanciamento da esquerda da realidade. O mundo atual não comporta mais um Getúlio Vargas, apesar de figuras como Vladimir Vladimirovitch Putin e Recep Tayyip Erdoğan, conseguirem reproduzir em pleno século XXI liderança semelhante ao do gaúcho. O fazem, entretanto, mediante verdadeiro malabarismo em um regime democrático.

          Agora, assim como Vladimir Vladimirovitch Putin e Recep Tayyip Erdoğan, Getúlio Vargas era um homem de direita e por isso ele podia contar com muito mais apoio do que Lula teria nos dias de hoje. E mais, já na época de Getúlio Vargas, Felinto Müller era considerado uma excrescência. Hoje então para amparar um governo de esquerda, um perfil como o de Felinto Müller é ainda mais irreal.

          A vitória de Lula foi circunstancial e fruto de uma estratégia muito bem realizada com alguém que sempre teve grande facilidade de interlocução com as massas e pode ao longo de várias campanhas desenvolver esta qualidade. E foi uma vitória construída a partir da figura de Lula que para ter mais identificação com as massas sempre evitou dizer ser da esquerda.

          E por fim ressalto que não há divergência no que diz respeito a estabilidade. Faço questão aqui apenas de trazer uma frase de um comentarista ultimamente não muito frequente aqui no blog de Luis Nassif e que apresenta nos comentários como sendo Alexandre Weber – Santos – SP.

          Ele não tem formação em Economia, mas em Direito, e fez um relevante comentário junto ao post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” de sexta-feira, 04/03/2011 às 09:41, aqui no blog de Luis Nassif e constituído de análises de Gunter Zibell-SP a respostas ou análises de Luis Nassif às respostas Gunter Zibell-SP em debate que eles tiveram sobre inflação e câmbio. O endereço do post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” é:

          https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-inflacao-distante-do-umbigo-da-blogosfera

          O comentário de Alexandre Weber – Santos – SP enviado quinta-feira, 03/03/2011 às 17:25 no post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” se encontra na página 3 do post e trata do Regime de Metas da Inflação e nele Alexandre Weber – Santos – SP diz o seguinte:

          – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

          “Falta considerar o tempo nas análises do Gunter, este tempo, em um mercado fechado onde quando um perde sempre um ganha. Neste tempo de oportunidades, os que comandam o mercado ganham quando a bolsa sobe e ganham quando a bolsa desce, não tem perdão, é sempre a mesma ladainha, o dinheiro correndo do bolso dos otários para o bolso dos espertos.

          Não considerar o tempo torna iníqua qualquer análise, pois está dissociada do mais importante fator em mercado de capitais.

          Só por curiosidade, com a dívida pública preponderantemente em Reais, uma inflação que diminua a taxa de juros reais, diminui, sobre qualquer ponto de vista, a transferência de dinheiro do povo para os rentistas. É lógico que os rentistas, a mídia e seus funcionários vão pregar uma redução da inflação e maliciosamente pedir ainda um aumento dos juros nominais para prevenir uma futura inflação que corroeria os seus ganhos.

          Esta estratégia é interessantíssima e seu eu fosse rentista ia mover os Céus e a Terra para implementá-la, como não sou, observo o que acontece”.

          – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

          Eu tenho as vezes reproduzido esse comentário de Alexandre Weber – Santos – SP em comentários meus em razão da ideia repassada no final do comentário de que o Regime de Metas de Inflação é uma estratégia interessantíssima em razão da qual o “rentista ia mover os Céus e a Terra para implementá-la”.

          Não custa lembrar que antes dos Regimes de Metas de Inflação as dívidas públicas caiam. Como exemplo, a dívida pública americana era de mais de 120% do PIB logo depois da II Guerra Mundial e já no final dos anos 70 ela havia chegado a menos de 30% do PIB. Já depois do advento do Regime de Meta de Inflação as dívidas públicas só crescem.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 26/08/2018

    2. Uma correção sobre o que foi dito antes e acréscimos

       

      André élebê (sexta-feira, 24/08/2018, às 17:20),

      Fiz uma confusão em meu comentário anterior para você. Tomei por base o comentário que você enviou sexta-feira, 24/08/2018, às 17:17, para junto do comentário de Pedro ABBM (Associação Brasileira dos Bancários ou Banqueiros Monetaristas?) de sexta-feira, 24/08/2018 às 18:05, como sendo este seu comentário que você enviou logo em seguida, sexta-feira, 24/08/2018, às 17:20, para Luis Nassif e para todo o post.

      Então quando você disse lá no comentário para Pedro ABBN que o primeiro parágrafo era bom você se referia ao comentário de Pedro ABBM e não ao primeiro parágrafo do post de Luis Nassif como eu supus. E você também fora crítico da ideia de que a reeleição introduzida por Fernando Henrique Cardoso foi que permitiu a reeleição de Lula.

      Quanto ao comentário de Pedro ABBM de sexta-feira, 24/08/2018. às 18:05, concordo com você de que faz sentido o primeiro parágrafo. E faço duas considerações às duas bênçãos que Pedro ABBM diz que Lula deve a Fenando Henrique Cardoso na parte inicial do segundo parágrafo, parte esta que transcrevo a seguir:

      “FHC foi uma bênção para Lula. Primeiro, por haver ganho as eleições de 1994 e 1998, e assim poupou Lula de tomar as medidas de austeridade, privatizações inclusive, indispensáveis para tirar o país do buraco onde se encontrava desde a década de 80. Segundo, porque deixou a Lula um país com a economia estabilizada, com a macroeconomia funcionando”.

      Antes de mais nada cabe lembrar que a maior benção para Lula resultado do governo de Fernando Henrique Cardoso foi o aumento da carga tributária, e ai o PT deve também ao FMI, pois foi o FMI quem obrigou que se aumentasse ainda mais a carga tributária que antes de 1999 deveria estar na faixa de 31%.

      E da primeira benção deve-se excluir as privatizações. No mundo todo se reconhece que a única justificativa técnica da privatização é a necessidade de recurso. Ao privatizar primeiro, Fernando Henrique Cardoso apenas retirou das mãos de Lula recursos que poderiam ser direcionados para o governo Lula se fosse Lula quem fizesse a privatização.

      E diga-se de passagem que a privatização poderia gerar muito mais recursos se feita no período do primeiro governo de Lula não só porque a taxa de juros era menor internamente, como também porque externamente o mundo estava novamente sendo encharcado de dólares para fazer a economia americana recuperar, enquanto durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso, houve subida do juros nos Estados Unidos e crises cambiais nos países de periferia.

      A segunda consideração diz respeito ao Pedro ABBM dizer que a segunda benção foi Fernando Henrique Cardoso deixar a Lula um país com a economia estabilizada. Ora se anualizar a inflação dos três últimos meses de 2002 tanto pelo IGP-M como pelo IGP, vai verificar-se uma inflação superior a 50% ao ano.

      É claro que a inflação mais alta foi uma bênção para Lula, pois permitiu que se chegasse a um superávit primário mais rapidamente.

      E quanto à reeleição, avalio que primeiro não se deve acusar Fernando Henrique Cardoso de ter comprado a reeleição. Em meu entendimento foram os mesmos que financiaram o impeachment da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff, isto é, a elite financeira paulista quem financiou a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.

      E segundo há que reconhecer que foi Lula quem garantiu a reeleição dele. Agora sem ter sido aprovada a reeleição de Fernando Henrique Cardoso não haveria como Lula ser reeleito.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 26/08/2018

  9. Ora, ora. O regime

    Ora, ora. O regime democrático não é o da representividade? FHC representa à altura a elite do país que o fez e apoia. Da imprensa ao judiciário, dos banqueiros aos empresários/latifundiários. A sua inação é característica das elites dirigentes do país. Por isso o Brasil é o que é: um país extraordinário por suas características geográficas e recursos naturais onde 52 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza.

    Exemplo: os “intelectuais” Moreira Sales são donos das reservas de nióbio do país e os exporta in natura. Não tem um só projeto de desenvolvimento tecnológico para o uso do produto no país. Mas vazios como FHC pousam como “intelectuais” enquanto recebem a participação dos lucros do Itaú a custa dos titulos públicos comprados com o dinheiro das minas. Só são extraordinários numa coisa: na crueldade e na espoliação do país e da nação. São cracas atarracadas no Estado brasileiro para o espoliar e destruir a nação.

    A canalhice e a barbarie dessa elite que patrocina FHC ficou exposta no golpe recente que patrocinaram. Só são bilionários porque roubam as nossas riquezas e a nossa cidadania investindo sempre na ignorância, seja através da imprensa, seja através do descalabro do sistema educacional. Tanto a informação os incomoda que foi um Moreira Sales que montou a agencia para perseguir blogs alternativos que ousam se contrapor ao sistema de informação por eles patrocinado. 

     

  10. Será que vai cair outro avião
    Será que vai cair outro avião pra ajudar o candidato dos abutres?
    Será que o raio cairá duas vezes no mesmo lugar???
    Será que têm tanta cara de pau?

  11. TODOS SABIAM QUE O MEDÍOCRE NÃO PASSAVA DE UM….MEDÍOCRE

    Dizer que este pária nunca passou de um Imbecil Intelectualóide Esquerdopata é muita redundância. Mas o importante é saber porque somente agora se revela a farsa? Vai dizer que foi o ‘Pai’ da estratégia do Banco Mundial da Dolarização da Economia. Sabemos caro FHC. A Hiperinflação, cabresto político das Grandes Potências, sobre Países Subdesenvolvidos foi extinta nos anos 90. FHC, o Tucanato e maia dúzia de Brasileiros iludidos ainda crêem que foi obra da genialidade da ‘Rainha da Inglaterra’. Pobre país rico. Mas explica o Fundo da latrina em 40 anos Redemocráticos. Hiperinflação naquela década acabou praticamente no Mundo inteiro. principalmente em países com certa relevância econômica. Em troca, as Grandes Potências se tornaram donas da Economia, Estradas, Ferrovias, Portos, Ar, Água, Aeroportos, Comunicação, Liberdade, Cidadania, Legislação da Periferia do Planeta. Conhecem uma Potência Acovardada que se enxerga Republiqueta do Quinto Mundo”? Vou dar uma dica: Começa com B e termina com SIL. Mas depois de 40 anos, podemos nos orgulhar. Naquela década de 1970, começo da década de 1980, posso listar os problemas brasileiros: Falta de Segurança, Criminalidade, Falta de Empregos, SubEmpregos, Falta de Educação e Cultura, Escolas Sucateadas, Tarifas Públicas puxando a Inflação, Corrupção, Serviços Públicos de Saúde e Assistência Social Imprestáveis e Torturadores, Falta de Infraestrutura, Transportes Públicos Medíocres, Falta de Saneamento Público e Distribuição de Água Potável, Interesses e MultiNacionais Estrangeiras usando o País como seu quintal, Feudos Nababescos dentro do Estado Brasileiro, nossa verdadeira e única Elite,… Parabéns Fernando Henrique Cardoso e toda merda que veio junto com ele a partir da Anistia de 1979. O Brasil agora é outro. Mas continua de muito fácil explicação. A partir daquele momento só foi governado por “Gente Honesta”.  

  12. Foi e é um Homem Comprometido

    Foi e é um Homem Comprometido com as elites do pais

    Hojerizou a população mais pobre do país 

    Contou com a elite para tentar afirmar que todo o sucesso do governo lula se deveu a seu sucesso na estabilização monetária 

    Um verdadeiro hipócrita no sentido mais superlativo das mimimências (desculpas pelo hojerizou, mas é que eu amo o Hojerizah)…

  13. alguém deve ter ordenado…

    volte e surpreenda, desbanque o Lula, pense diferente, FHC

    mas como foi um presidente projetado apenas para negócios, não conseguiu pensar em mais nada

    uns trocados a mais, umas palavras ali, outras acolá, e só

  14. FHC é a historia
    Na minha humilde opinião FHC fracassou porque abandonou seus ideais de social democracia.
    Como professor e sociólogo jamais poderia ter deixado a escola pública ao abandono.

  15. O Príncipe de Paris

    Nassif: lembra quando Janio disse que se eleito o Principe de Paris (1985) haveria maconha na merenda escolar? O homem da vassoura foi um visionário. Porque o bando só serve prá isso. Alias, vão lançar um livro, pérola da alta sociologia, de como a maconha ajuda o mercado. Dois Bancos já se ofereceram prá patrocinar. Precisamos que esse político deixe seu refúgio no estrangeiro e venha assumir a cadeira do Jaburu. Ladrão por ladrão, esse parece ter porte. E os da farda garantem a bronca…

  16. Triste fim para um cara que

    Triste fim para um cara que um dia foi respeitado. Mas ele escolheu um lado. e agora deve conviver para sempre com as consequências dessa escolha.

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